A Câmara Municipal de Caruaru realizou, na manhã desta quarta-feira (02), uma audiência pública com foco nos serviços de saúde oferecidos à população no município. Convocada pelo vereador Gilberto de Dora (PSB), integrante da Comissão Parlamentar de Saúde e Assistência Social, a audiência reuniu representantes das secretarias estadual e municipal de Saúde, conselheiros ligados ao setor e gestores de unidades de saúde. O Ministério Público Estadual, a OAB Caruaru e o senador Humberto Costa (PT), ex-ministro da Saúde e líder do governo no Senado, foram convidados mas não enviaram representantes.
Na mesa dirigente dos trabalhos, presidida pelo vereador Gilberto de Dora, estavam a deputada estadual Raquel Lyra (PSB); a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Gabriela Pontes; a enfermeira sanitarista Sheyla Rodrigues, diretora de Modernização e Monitoramento da Assistência à Saúde da Secretaria-Executiva de Atenção à Saúde, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde; Efraim Naftali, gerente deVigilância em Saúde da 4ª Geres; e os gestores José Bezerra (Hospital Regional do Agreste) e Moisés Wanderley (Hospital Mestre Vitalino).
Além de problemas com marcação de consulta, foram colocadas outras situações, como a dificuldade de conseguir exames, principalmente no setor de imagem. Efraim Naftali, gerente de Vigilância em Saúde da IV Geres, abordou o assunto: “Alguns exames que foram falados aqui, a gente acompanha sistematicamente com os municípios todo mês. A gente tem vaga para ressonância, tomografia, sabemos que a demanda é muito grande , mas às vezes os municípios que estão dentro da nossa gerência marcam e não comparecem. A gente sempre procura em nossa reuniões tentar otimizar e oferecer um serviço realmente de qualidade para a população, garantindo os direitos do SUS”.
A deputada estadual Raquel Lyra, representante do município na Assembleia Legislativa, colocou a crise financeira do país como uma das causas da debilidade do sistema público de saúde. “Com a queda da arrecadação própria, com a diminuição drástica que houve no Fundo de Participação no Estado, infelizmente os serviços vão sendo diminuídos e cortados, isso é uma realidade. O importante é que a gente não tenha a paralisação nem a diminuição de serviços importantes como são os da área de saúde, mas a gente consegue ir contornando com parcerias”, disse a deputada, que contrapôs os investimentos feitos pelo Estado, a despeito do contingenciamento de verbas.
O gerente de Vigilância em Saúde da IV Geres, Efraim Naftali, disse não desconhecer os problemas relatados durante a audiência, mas afirmou que o governo está trabalhando para resolvê-los. “Nós estamos, enquanto Estado, a par de toda essa situação. Os encaminhamentos irão continuar sendo os mesmos, quando tratamos no SAMU, que os conselheiros reivindicam os repasses que estão atrasados, mas a secretária de Saúde vai começar a fazer a negociação desse repasse do SAMU, que está atrasado. Quanto à questão do [Hospital] Mestre Vitalino, em nenhum momento a população irá ficar desassistida, porque isso já está garantido pela Fundação Altino Ventura, que só irá sair quando outra OS [organização social] for entrar para começar a fazer a parte administrativa do hospital”, disse Efraim.