Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, admitiu, nesta sexta-feira (1º), em coletiva de imprensa no evento de filiação de Rodrigo Maia (SP), que João Doria sofre uma oposição interna à manutenção da candidatura ao Palácio do Planalto. Ele também confirmou que a continuidade do paulista na disputa dependerá de alianças com outros partidos.
Os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania negociam uma coligação com candidatura única, que deve decidir um nome para disputar a tão falada “terceira via”. “O partido está unido no propósito de construir uma candidatura. Claro que há uma discordância em relação à candidatura de João Doria, porque é evidente o grau de oposição interna. Mas temos um jogo a ser jogado, primeiro com as prévias, e agora na busca dessa unidade dentre o conjunto de todos os candidatos”, afirmou o tucano.
Já Doria, reafirmou que não há um clima de hostilidade dentro do partido. “Há um clima de busca de entendimento. Isso é normal no período que antecede a campanha”, minimizou. De acordo com aliados do paulista, a carta divulgada, na quinta-feira (31/3), por Bruno Araújo, foi um sinal de comprometimento entre ele é o pré-candidato do partido.
Sobre a permanência de Eduardo Leite (RS) no PSDB e as falas na coletiva de descompatibilização, Araújo classificou como “jogo político”. Para ele, durante toda a especulação ocorrida na quinta-feira, com a possibilidade de João Doria continuar no governo de São Paulo, Leite manteve uma postura “madura” em relação ao ocorrido e as crises que poderia ter sido geradas.
“Leite teve comportamento extremamente maduro, ético e correto. Poderia ter usado essa crise do tucanato em São Paulo para gerar outra. Ele fez referência ao reconhecimento [das prévias]. O que está na carta nada mais é do que exatamente a verdade, não foi dado uma vírgula a mais do que os fatos. Esse é um dos motivos do respeito que Leite tem por parte de todos no partido”, alegou.
“João Doria é pré-candidato, mas volto a dizer: ninguém vai poder coibir qualquer movimento de qualquer liderança política de qualquer partido. Leite disse que vai continuar, sem mandato, se habilitando para qualquer chamamento, isso é do jogo”, completou.
Doria confirmou que a atitude faz parte da democracia e comparou as divergências de opiniões dentro da sigla à brigas de família. “A gente tem que saber entender posições distintas das nossas, a democracia é isso. […] O movimento é único, não é a favor de um candidato, é a favor do Brasil”, explicou.
Correio Braziliense