Carlos Siqueira: “Não acreditamos que o PT vá querer lançar candidatura em PE”

Foi sem avanço nas costuras referentes a 2022 que as cúpulas do PT e do PSB foram à mesa, ontem, em São Paulo. Nas hostes petistas, a referida conversa foi descrita como “dura”. Em São Paulo, na sede do Instituto que leva seu nome, o ex-presidente Lula recebeu o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, João Campos, além do ex-governador de São Paulo, Márcio França.

Do PT, a presidente nacional, Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Fernando Haddad estavam entre os presentes. Não é só em São Paulo que reside um imbróglio atualmente. Não há caminho fácil também para desembaraçar a situação no Rio Grande do Sul e, em relação a Pernambuco, o movimento, feito pelo PT no último domingo, de aprovar o nome do senador Humberto Costa como alternativa para concorrer ao Governo do Estado, como a coluna antecipara, também não foi visto com simpatia no PSB. Em reserva, parlamentares da legenda, à coluna, avaliam que o PT agiu para “botar o bode na sala”.

Leia-se: colocou um nome para pressionar o PSB a negociar Pernambuco e a ceder em São Paulo. O PT insiste em ter Haddad na cabeça de chapa e o PSB não abre mão desse espaço para Márcio França.

A despeito da forma como os deputados socialistas enxergam uma pressão vinda dos petistas, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, à coluna, minimiza a questão localizada em Pernambuco. “Não acreditamos que o PT, querendo apoio no plano nacional, vá querer lançar um candidato em Pernambuco, a não ser que seja para pressionar”, assinala o dirigente nacional.

O diretório estadual do PT lançou o nome de Humberto no debate num momento em que o PSB sinaliza já não ter mais uma candidatura natural no páreo, que seria a do ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio. Há, no PT, quem aponte a iminência de uma federação como motivo para o partido representar o campo todo na disputa, encabeçando a chapa.

“O problema é que a federação é uma ideia e não uma certeza ainda”, pondera, à coluna, Carlos Siqueira, ao ser questionado sobre tal argumento. No PSB, não resta ideia de abrir mão da candidatura ao Governo de São Paulo. O detalhe é que o PT também não pensa em ceder. Somando-se isso aos demais impasses regionais, se chega à ausência de resultados palpáveis da reunião de ontem.

Papo com Alckmin
Como a coluna cantara a pedra, Carlos Siqueira recebeu, no hotel no qual se encontrava em São Paulo, no último domingo, o ex-governador Geraldo Alckmin. A conversa se deu na presença do prefeito do Recife, João Campos, e de Márcio França, um dos maiores entusiastas do ingresso de Alckmin no PSB. A travessia mira a indicação dele para vice de Lula na chapa presidencial.

À prestação > Na conversa com o dirigente nacional do PSB, Alckmin sinalizou o interesse de ingressar no partido, mas o prego só será considerado batido com ponta virada quando ele anunciar a filiação. No PT, essa travessia já é dada como certa pelo fato de Gilberto Kassab, presidente do PSD, não “arredar o pé da ideia de ter uma candidatura presidencial”, segundo relatam petistas.

Check-in > Da ala pernambucana do PSB na Câmara Federal, quem marcou presença no aniversário do secretário da Casa Civil, José Neto, no último sábado, foi Danilo Cabral. Gonzaga Patriota não foi, mas havia ido ao beija-mão, no Palácio das Princesas, no dia mesmo do aniversário, que foi na última quarta-feira.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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