Entre os dias 21 e 28 de maio será realizado, em Caruaru, o II Ciclo de Enfretamento à Violência Sexual e Proteção à Mulher, à Criança e ao Adolescente. O evento visa discutir a promoção de ações integradas à construção de atividades de curto e médio prazo para o enfrentamento à violência sexual no município. A realização é da Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, junto com Poder Judiciário, Coletivo Afro Ilê Dandara, Estúdio de Dança Marcos Mercury, Helô Germany (artista visual), UNIFAVIP-Wyden, OAB Caruaru, COMVIVA, NUGEN/LEPPS/EPJ – ASCES UNITA.
A primeira ação será no Hospital Mestre Vitalino, com a “Conversa de Rede – Violência Sexual e Notificação Compulsória”, que será conduzida pelos palestrantes Elaine Vilar (coordenadora da Central de Depoimento Acolhedor / Poder Judiciário), Karinny Oliveira (coordenadora do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita, da SPM), Efraim Naftali Lopes (diretor de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde). O acesso às palestras é livre e gratuito, basta se dirigir aos locais das atividades.
Estatísticas
De acordo com o Monitor da Violência, o Brasil é o quarto país onde mais são cometidos feminicídios por ano, com uma mulher morta a cada 2 horas. O Brasil teve 4.473 homicídios dolosos de mulheres em 2017 (um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior). Desse total 946 foram feminicídios (dado considerado subnotificado). Em 2015, 11 estados não registraram dados de feminicídios, e em 2017, três ainda não tinham casos contabilizados.
O Rio Grande do Norte é o estado que tem o maior índice de homicídios contra mulheres, contabilizando 8,4 a cada 100 mil mulheres. Já o Mato Grosso é o estado com a maior taxa de feminicídio sendo de 4,6 a cada 100 mil mulheres.
Em 2015, uma mulher foi estuprada a cada 11 minutos, ou seja, mais de cinco mulheres são violentadas por hora, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mas de acordo com a diretora executiva do FBSP, Samir Bueno, como apenas de 30% a 35% dos casos são registrados, é possível que a relação seja “de um estupro a cada minuto”.
Já a pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) -Estupro do Brasil: Uma radiografia Segundo os Dados da Saúde – publicada em 2014, demonstra que mais de 70% dos casos de estupro notificados pelo SISAN em 2011 em território nacional são contra crianças e adolescentes; 50% das crianças e adolescentes abusados têm um histórico de estupros anteriores; 15% dos estupros foram cometidos por dois ou mais agressores; 24% dos agressores são pais ou padrastos das vítimas; 32% são amigos ou conhecidos das vítimas. Fonte: (disponível em IPEA.gov.br)