Caruaru segue contabilizando assassinatos

Homicídio 1

Pedro Augusto

Em situação preocupante, assim como em todo o Estado, que parece ter perdido a guerra para a violência – mais de cinco mil assassinatos foram confirmados somente neste ano em Pernambuco –, Caruaru segue contabilizando homicídios no mês de dezembro. Dois assassinatos e uma morte a esclarecer foram registrados no período do sábado (16) até a manhã da última quinta-feira (21). Os crimes ocorreram no Bairro do Alto do Moura e no Distrito do Rafael, na zona rural. Já o caso ainda a ser elucidado foi computado no centro da cidade.

Os dois assassinatos no pequeno intervalo aconteceram no mesmo dia. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, o corpo de Walisson Luan dos Santos Silva, de 25 anos, foi encontrado no final da tarde do sábado passado, nas proximidades do Residencial Alto do Moura, no Bairro Alto do Moura. Walisson foi baleado com um tiro de revólver no pescoço e o seu cadáver teria sido desovado na vala que divide o fluxo da rodovia 232. Ele seria assaltante.

O suposto comparsa de Walisson Silva, identificado como Jonny Alisson dos Santos, de 21 anos, estaria na companhia da vítima no momento do crime e também acabou sendo alvejado a bala. Ele foi socorrido pelo Samu para o Hospital Regional do Agreste e até o fechamento desta matéria não corria risco de morte. Walisson residia na Vila Nossa Senhora das Graças, no Alto do Moura, e o seu corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal de Caruaru.

Também no sábado pela manhã, o corpo de uma mulher identificada apenas como Janaína, de idade não informada, foi encontrado na Praça Senador Teotônio Vilela, no Centro. Ela estava deitada em cima de um papelão e apresentava sangramento na boca. De início, a polícia acreditava que a mulher teria sido morta, porém durante a perícia, o Instituto de Criminalística não constatou nenhuma lesão. Somente o exame tanatoscópico feito no IML será capaz de determinar a real causa da morte de Janaína.

No mesmo dia, mas já no final da noite, o ex-presidiário João Vitor Alves da Silva, de apenas 18 anos, foi assassinado a tiros na Rua Hélio Mota, no distrito do Rafael. De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, ele encontrava-se bebendo com familiares e amigos, quando foi surpreendido com a chegada de dois criminosos, que desceram de uma moto e efetuaram vários tiros.

João Vitor já havia sido preso com base na Lei Maria da Penha e estaria mantendo amizade com dois jovens, que estariam jurados de morte. No momento dos disparos, ele estaria na companhia de um deles. Este último só não morreu porque conseguiu correr ao perceber a investida. Atualmente, João estava trabalhando como servente de pedreiro. Seu corpo também foi levado para o IML.

Com as confirmações dos dois homicídios, a Capital do Agreste passou a computar impressionantes 261 crimes de morte em 2017.

Marca

A marca de cinco mil homicídios em apenas um ano foi atingida no último dia 29 de novembro. Esse volume jamais tinha sido contabilizado em Pernambuco desde que os crimes do tipo passaram a ser computados no Sistema de Informação de Mortalidade do DataSUS, em 1979. Na contagem da Secretaria de Defesa Social (SDS), iniciada em 2004, o ano mais violento da história, até agora, havia sido 2006, com 4.638 casos. De acordo ainda com os dados da pasta estadual, de janeiro a novembro deste ano, 5.030 pessoas foram mortas no Estado.

Em coletiva, na semana passada, no Recife, o governador Paulo Câmara tentou se mostrar otimista quanto ao futuro. “Estamos trabalhando muito e vamos finalizar 2017 numa situação melhor do que começamos o ano. Temos certeza que 2018 vai ser um ano que a gente vai poder, efetivamente, trazer resultados mais satisfatórios porque somos incansáveis nesse trabalho de melhorar a segurança de Pernambuco e trazer a paz aos pernambucanos”, disse.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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