Pedro Augusto
Com o objetivo de repassar todas as informações referentes sobre a conclusão do inquérito do caso Marcolino Junior, a Polícia Civil, com sede em Pernambuco, realizará coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (2), na Delegacia Regional de Caruaru, entre os bairros Boa Vista I e II. Em entrevista ao VANGUARDA, na manhã da última quinta-feira (28), o titular do 3º Núcleo de Homicídios do Agreste, delegado Bruno Vital, antecipou alguns detalhes que deverão ser abordados durante o encontro.
Na conversa por telefone, ele reiterou as participações dos dois suspeitos presos, Davi Fernando Ferreira Graciano, de 22 anos, e Rafael Leite da Silva, de 32. “O Davi arquitetou o crime bem como o Rafael executou os golpes de arma de branca. Só não fizemos a coletiva nesta semana, porque ainda estamos esperando os laudos do IML do Recife. Estes últimos irão confirmar se a vítima foi drogada, se sofreu algum abuso sexual, dentre outras possibilidades. Já em relação às perícias realizadas pelo IC, a expectativa é de que os seus resultados sejam entregues no dia de hoje (última quinta-feira, 28).”
Estas perícias, conforme o delegado Bruno Vital destacou, foram feitas no local onde o corpo de Marcolino foi encontrado, no automóvel dele e ainda num motel, onde provavelmente o jornalista teria sido assassinado. Até a circulação desta edição, a expectativa era de que o inquérito correspondente ao caso estivesse concluído. “Ainda não podemos confirmar se houve a participação ou não de outra pessoa no crime. O que podemos adiantar se refere justamente aos envolvimentos dos dois suspeitos já presos”, ressaltou o delegado.
O corpo de Marcolino Junior, de 46 anos e de nome de batismo Antônio Marcolino Barros Filho, foi encontrado na manhã do último dia 18, numa mata do distrito de Insurreição, na zona rural de Sairé, Agreste do Estado. Ele foi visto com vida pela última vez em uma pousada da Capital do Agreste. Antes disso, o colunista havia almoçado com a mãe, bem como feito compras em um supermercado do bairro Maurício de Nassau. Marcolino, segundo as investigações da polícia, teria sido morto pelos próprios amigos Davi Fernando e Rafael Leite.
Na coletiva da semana passada, também na sede da Delegacia Regional, a Polícia Civil destrinchou os motivos que teriam levado os suspeitos a cometerem o crime. “O Davi trabalhava e era a pessoa de confiança do Marcolino. Apuramos que ele se sentia injustiçado por conta da suposta má remuneração a que lhe era repassada semanalmente pelo colunista. Além disso, possuía interesse em se beneficiar de alguma forma dos bens e das quantias em dinheiro os quais a vítima possuía. Por isso, planejou o crime de forma antecipada contando com a participação do Rafael. Este último iria receber R$ 1 mil pela comercialização do automóvel”, disse Bruno Vital.
Tanto Davi como Rafael foram presos no último dia 18 em pontos distintos de Caruaru. O primeiro encontrava-se amparando a mãe de Marcolino, tão logo ela foi informada sobre a morte dele, bem como o segundo estava tentando comercializar o automóvel que era de propriedade do jornalista. Após serem ouvidos na Derepol e passarem por exames no IML de Caruaru, os suspeitos foram encaminhados para a Penitenciária Juiz Plácido de Souza, no bairro Vassoural. Eles foram indiciados pelos crimes de latrocínio (assalto seguido de morte) e ocultação de cadáver.