Lula pede que Haddad e Tebet fiquem atentos à atuação do presidente do BC

Em um novo capítulo em sua cruzada contra os juros e a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que seus ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) — que compõem com Campos Neto o Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabelece a meta da inflação e pode pedir ao Senado a troca no comando da autoridade monetária — estejam atentos à atuação do presidente do BC.

Na sequência, argumentou que os senadores podem trocar o comando da autarquia. Apesar da nova escalada, Haddad atuou para distensionar o ambiente, enquanto senadores de diversos partidos não veem “clima” para uma troca no comando do BC, e o mercado defendeu a autonomia do órgão.

Eu acho que esse cidadão que foi indicado pelo Senado tem a possibilidade de maturar, de pensar e saber como é que vai cuidar deste país, porque ele tem muita responsabilidade. Ele tem mais responsabilidade do que (Henrique) Meirelles tinha no meu tempo. Naquele tempo, era fácil jogar a culpa no presidente da República. Agora não. A culpa é do Banco Central. Agora é o Senado que pode trocar o presidente do BC, afirmou Lula em café da manhã com jornalistas.

Antes disso, Campos Neto havia defendido, em uma palestra, a autonomia do BC:

A principal razão da autonomia do Banco Central é desconectar a política monetária do ciclo político. Porque eles têm clientes e interesses distintos. Quanto mais independente você é, mais eficaz você é, menos o país pagará em termos de custo de ineficiência da política monetária.

Campos Neto tem mandato até o fim de 2024. Lula voltou a criticar a manutenção da taxa Selic a 13,75% ao ano, decidida na semana passada:

Não é possível que a gente queira que esse país volte a crescer com uma taxa de juros de 13,75%. Nós não temos inflação de demanda, é só isso.

Lula afirmou ainda que teve pouco contato com Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, mas parte do “pressuposto de que as pessoas são de boa-fé”. E disse esperar que seus ministros que integram o CMN acompanhem a atuação do BC.

Morde e assopra
Na segunda-feira, na posse de Aloizio Mercadante no BNDES, Lula já havia cobrado um posicionamento da classe empresarial contra os juros altos. Ontem, ampliou sua atuação em dois agentes que podem, de fato, criar embaraços para a atuação de Campos Neto: o CMN e o Senado.

Mas a posição de Lula está longe de ser consenso no governo. As críticas ocorreram no mesmo dia em que Haddad classificou a ata do Copom de “mais amigável” . E, segundo integrantes da equipe econômica, o governo não deve endossar, neste momento, movimentos feitos por parlamentares da base para convidar Campos Neto a falar ao Congresso.

A avaliação de líderes governistas é a de que é preciso haver um fato concreto para ensejar uma convocação — sem isso, a crise poderia se agravar.

No Senado, novo palco do embate, a avaliação é que não há clima para a troca do presidente do BC ou mudança na regra da autonomia da autarquia.

É preciso desarmar essa bomba (juros altos), e isso passa pela harmonização das políticas fiscal e monetária, e não por choques institucionais, afirmou o senador Fabiano Contarato (PT-ES), líder do partido. Creio que o Senado não embarcaria nessa hostilidade por uma razão muito simples: o presidente Lula é um homem de diálogo.

Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu que as partes busquem consenso:

É muito importante encontrar um denominador comum e ver como aproximar essas posições. A independência (do BC) tem que ser exercitada antes de revogada, se for o caso. Eu defendi a independência do BC.

Parlamentares da base governista já se articulam para aumentar a pressão contra Campos Neto. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou ontem um requerimento de convocação para que Campos Neto preste esclarecimentos sobre a condução da política monetária.

O Campos Neto é um infiltrado no governo Lula, disse o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP).

Escalada nas investidas
Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, as declarações de Lula podem “aumentar os juros futuros e criar mais instabilidade no país.” A taxa DI com vencimento em janeiro de 2026 passou de 13,070% para 13,115%.

Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, vê uma escalada nas investidas contra Campos Neto:

Ainda que Haddad tente apaziguar os ânimos, palavras ditas não podem voltar… Lula parece cada vez mais, em seus discursos, dar avisos que o mercado entende como futura mudança de Campos Neto ou mesmo retirada da independência do BC.

Já Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, não vê chances reais de troca no BC:

Vai exigir um capital político muito grande.

Agência O Globo

Casal é preso em Boa Viagem suspeito de extorsão e lesão corporal; turista é uma das vítimas

Um homem de 25 anos e uma mulher de 23 foram presos em flagrante, nessa segunda-feira (6), em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, suspeitos de extorsão, lesão corporal e roubo.

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), os suspeitos foram encontrados após as equipes receberem a informação de que um turista, que não teve o nome e idade divulgados, havia sido mais uma vítima da dupla.

Após diligências, o casal foi encontrado em um apartamento em Boa Viagem. O imóvel era usado para cometer parte dos crimes.

No local, os policiais encontraram um soco inglês, uma máquina de choque, três canivetes, uma algema, seis máquinas de cartão, três aparelhos celulares, um relógio e um veículo.

O casal foi autuado por associação criminosa, extorsão mediante restrição de liberdade da vítima, lesão corporal, roubos e resistência. O caso foi registrado da Delegacia de Boa Viagem.

Folhape

Tremor de terra de magnitude 2.2 é sentido em Caruaru, no Agreste de Pernambuco

Um tremor de terra de magnitude 2.2 graus atingiu a cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, na madrugada desta quarta-feira (8).

De acordo com o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN), que faz monitoramento de abalos sísmicos no Nordeste, o tremor ocorreu à 0h19.

Esse foi o segundo tremor de terra sentido na cidade este ano. Em 13 de janeiro, um abalo de magnitude 1.3 foi notificado pelo LabSis-UFRN.

Outro tremor no ano foi sentido em Araripina, no Sertão do Estado, em 9 de janeiro. O abalo teve magnitude 2.2, igual o desta quarta-feira, em Caruaru.

Diversos usuários relataram terem sentido o tremor nas redes sociais. No Twitter, um usuário publicou: “Que susto eu tomei com esse tremor de terra aqui em Caruaru”. Um segundo disse: “Gente, Caruaru tremeu mesmo ou eu tô doida?”. “Pense no susto esse tremor em Caruaru, acordei desesperado, agora tô aqui sem sono”, publicou um terceiro.

Por que a terra treme em Caruaru?
Os tremores de terra em Caruaru ocorrem porque a cidade fica localizada bem no meio de uma falha geológica, um foco vulnerável à atividade sísmica, denominado zona de cisalhamento Pernambuco-Leste.

Essa falha começa no Recife e entra pelo Sertão, até Arcoverde, numa extensão de 254 quilômetros. A “Capital do Forró” está no meio desse caminho.

O tremor de terra mais forte da história dos abalos sísmicos de Caruaru aconteceu à 1h20 do dia 20 de maio de 2006. O abalo teve intensidade de 4.0 graus na escala Richter. No dia 20 de março de 2007, outro forte tremor foi sentido, com magnitude 3.9.

Folhape

Inscrições do Garantia-Safra são prorrogadas em Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, informa que foi prorrogado, até o dia 24 de fevereiro, as inscrições de adesão ao Garantia-Safra 2022/2023.

A publicação foi feita pela Secretaria Executiva da Agricultura Familiar, por meio de sua Coordenação Estadual do Programa Garantia Safra, informando as orientações necessárias para adesão à safra 2022/2023. Podem participar os agricultores familiares com renda bruta mensal de até 1,5 salário mínimo, que cultivem feijão, milho, arroz, mandioca ou algodão, em áreas entre 0,6 e 5,0 hectares (área cultivada).

O Garantia-Safra é uma ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e gerido pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O produtor rural que quiser se inscrever no programa pode procurar o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), na Av. Dom Bosco, 20, bairro Maurício de Nassau, Caruaru.

2021/2022 – O pagamento do benefício já foi efetuado em parcela única, nas mesmas datas definidas pelo calendário de pagamento de benefícios sociais da Caixa Econômica Federal.

Drones não serão permitidos no Pré-Carnaval Multicultural

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública e Defesa Civil, informa que o uso de drones será proibido no período pré-carnavalesco na cidade, que tem início na próxima quinta-feira (9) e segue até o sábado (11).

A determinação tem por objetivo o estabelecimento de medidas que promovam a melhoria da segurança, na organização do controle de tráfego aéreo de RPAs (Aeronave Remotamente Pilotada) e similares.

Em caso da necessidade de uso do drone para cobertura do evento, será necessário entrar em contato com a Defesa Civil de Caruaru, no número 98384-2411, para liberação do uso do equipamento, por meio da apresentação de documentos obrigatórios.

Prefeitura de Caruaru lança Calendário de Eventos 2023

Foi realizado na manhã dessa terça-feira (7), no auditório do Centro Universitário Maurício de Nassau, pela Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura, o evento de lançamento do Calendário Cultural 2023.

O objetivo do calendário é que toda a população caruaruense possa se programar, anualmente, de acordo com o calendário de eventos, o que envolve diversos setores da sociedade, como a economia em si, a geração de emprego e renda, movimentação no comércio local, atrativo para os turistas e, consequentemente, a rede hoteleira da cidade, que com tempo hábil poderá montar toda uma grade logística para receber o grande volume de pessoas.

“A ideia de lançamento do calendário cultural 2023 é que, de forma antecipada, enquanto prefeitura também, seja organizado todo o fluxo anual de acordo com nosso calendário, seja ele no âmbito da rede hoteleira, comercial, logistas e a economia em si, o que movimenta a renda e emprego de nossa cidade”, pontuou o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.

Dando início as festivadades, Caruaru conta, a partir desta quinta-feira (9) até o sábado (11), com o Pré-carnaval Multicultural, que este ano terá seis polos de animação, com atrações a nível nacional, regional e local, no qual, mais de 82% da grade de atrações artísticas será composta por artistas locais.

Os homenageados para este ano do Pré-Carnaval Multicultural 2023 serão o Juiz Plácido de Souza, In Memoriam; o carnavalesco Rooselvet Bezerra da Banda Nova Euterpe e o Grupo do Folguedo do Boi Teimoso.

“Sem dúvidas mais um evento já consolidado na nossa cidade e que, a cada ano ganha mais força. Este ano, além do aumento no número de dias de festa, também contamos com o apoio do Governo do Estado, que nos ajuda ainda mais na consolidação da data”, frisou Rodrigo Pinheiro.

Dando continuidade ao fluxo do calendário, em março, no dia 4, será a vez da reabertura do Mercado Cultural Casa Rosa, localizado no coração da Feira de Caruaru, com muitas novidades.

Entre os dias 6 a 11 de março será comemorado a Semana da Mulher. Em abril, de 2 a 9, o início da temporada da Semana Santa com Caruaru – A Paixão Começa Aqui, com polos na Feira de Artesanato, Estação Ferroviária, Monte Bom Jesus e Mercado Cultural Casa Rosa.

Logo após, será a vez da primeira edição de 2023 do Festival de Seresta, evento já consolidado em 2022. Este ano, o festival acontece de 6 a 8 de abril.

No mês de maio será a vez da Semana de Aniversário de Caruaru, com o tradicional corte do bolo e hasteamento das bandeiras.

São João – Este ano, os festejos juninos terão início no dia 28 de abril e seguem até 1° de julho.

São João da Roça – 28 de abril a 2 de junho, em 13 localidades distintas.

São João na cidade – 3 de junho a 1° de julho, nos Polos Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, Estação Ferroviária e Alto do Moura.

Encontro de todas as Comidas Gigantes de Caruaru –
4 de maio, na Rua 3 de Maio

Ensaios do São João com Renilda Cardoso – Acontece nós dois últimos sábados de abril e todos os sábados de maio no Mercado Cultural Casa Rosa.

Dando continuidade ao fluxo anual teremos, Desfile Cívico de 7 de Setembro; Jogos Escolares; Caruaru Moto Fest; Semana da Criança; FliAgreste; Inauguração da Decoração Natalina; Festival de Violeiros Ivanildo Vila Nova; Semana Cultural Afro-Brasileira e Dia Nacional da Consciência Negra; Samba no Monte; Face/Fic; Ciclo Natalino; Semana Viva Gonzaga; 2°Festival de Seresta; Apresentação do Coral na Igreja Nossa Senhora da Conceição e finalizando o ano de 2023 a grande queima de fogos com o evento Luzes de Caruaru.

Folia Kids fará a alegria da meninada no Caruaru Shopping

O espaço Folia Kids promete muita alegria e diversão para a meninada que visitar o Caruaru Shopping nos dias 11, 12, 18, 19, 20 e 21 de fevereiro. O evento será realizado em frente à loja Pernambucanas, das 15h às 18h.

No espaço haverá oficinas de aprendizagem, como, por exemplo, a de colar havaiano, onde as crianças vão aprender a confeccionar o seu próprio adereço para o carnaval, e a de máscaras, que a meninada também vai poder customizar suas próprias máscaras. Maquiagem e tranças também farão parte da programação.

“O carnaval é uma época de muita alegria e festa, e, para incentivar a nova geração a conhecer mais sobre esta comemoração de forma lúdica, é que o Caruaru Shopping estará realizando o Folia Kids. Não tenho dúvidas de que quem for visitar o espaço vai adorar”, afirmou a gerente de Eventos, Cleide Santos.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Trânsito sofrerá alterações no entorno do Lacerdão para jogo entre Porto x Sport pelo Campeonato Pernambucano

A Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Transportes de Caruaru (AMTTC) informa que, nesta quarta-feira (08), estará realizando bloqueios temporários nas vias do entorno do estádio Lacerdão, em função da partida entre Porto x Sport, às 20h, válida pela 9ª rodada da primeira fase do Campeonato Pernambucano Série A1.

Conforme mapa abaixo, as ruas e avenidas bloqueadas serão: rua Campo Sales (da esquina com a avenida Agamenon Magalhães até a esquina com a rua São Paulo) e avenida Professor José Leão (da esquina com a avenida Agamenon Magalhães até a praça Artur Peixoto).

O trânsito no local também será alterado. A rua Campo Sales terá seu fluxo desviado pelas ruas Riachuelo e Visconde de Inhaúma. Já quem vem da avenida Professor José Leão não poderá seguir em frente, sentido praça Artur Peixoto, o condutor deverá acessar a avenida Agamenon Magalhães. O bloqueio das vias começa a partir das 14h30, nas ruas Campos Sales e Professor José Leão, e na avenida Agamenon Magalhães, a partir das 18h30, seguindo até o final da partida.

Ouvidoria Geral de Caruaru encerra 2022 com 86,36% de resolutividade

A Ouvidoria Geral do Município realizou um balanço das atividades realizadas durante o ano de 2022. O levantamento foi realizado para a elaboração do Relatório de Gestão de Ouvidoria, publicado no Portal da Transparência, conforme dispõe o Código de Defesa dos Usuários dos Serviços Públicos. De acordo com o panorama consolidado, foram realizados 4.350 atendimentos, sendo 4.199 manifestações de ouvidoria e 151 pedidos de acesso à informação.

Em relação às manifestações, até o presente momento, verifica-se um índice de 86,36% de resolutividade. Já em relação à satisfação do usuário, em 2022, tem-se o índice de 73,07%, de acordo com as avaliações realizadas pelos usuários no sistema de ouvidoria.

Sobre as Caravanas da Ouvidoria Itinerante, em 2022, foram realizadas 29 ações nos mais diversos espaços públicos e eventos promovidos pela prefeitura, com um total de mais de 10 mil abordagens educativas aos usuários, de modo a divulgar os canais de atendimento e as funções da Ouvidoria, além de conscientizar os cidadãos a participarem da gestão, fomentando a participação social, para que o caruaruense faça parte, de fato, das políticas públicas executadas pelo município.

Com o objetivo de fortalecer a ferramenta de transparência pública, ouvidoria e controle social, Caruaru passou a integrar a Rede Ouvir PE e sediou o 2º Seminário da Rede, com a participação de 45 municípios e outros órgãos da estrutura do Governo do Estado, como TCE, OGE, ARPE, TJPE, MPPE, além da CGU, ABO, OAB e Câmara Municipal. O evento buscou fortalecer as atividades de Ouvidoria no Estado de Pernambuco, com palestras e oficinas para o compartilhamento de experiências e boas práticas em Ouvidoria, além da interação entre os participantes.

Ainda sobre os resultados relacionados à transparência pública, em avaliação realizada pela ATRICON (Associação dos Membros de Tribunais de Contas do Brasil), Caruaru está em 1º lugar entre os municípios pernambucanos acima de 300 mil habitantes com avaliação certificável. No que compete à Ouvidoria Geral, os critérios refletem o cumprimento das exigências da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011) e da Lei das Ouvidorias (Lei 13.460/2017).

“Em 2022, a Ouvidoria Geral de Caruaru completou cinco anos de atividades, evoluindo, a cada ano, com a missão de atuar como mediadora entre os cidadãos e a gestão do Município de Caruaru, fomentando o controle social e a democracia participativa, bem como no intuito de proporcionar o aprimoramento contínuo de suas atividades e a melhoria na qualidade da prestação dos serviços públicos”, comentou a ouvidora geral, Ana Carolina Barros.

A Ouvidoria Geral de Caruaru está disponível pelos seguintes canais de atendimento:
– Plataforma Caruaru Digital, no link: caruaru.pe.gov.br/ouvidoria;
– Telefone, no número 156, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h;
– WhatsApp, com mensagens enviadas para o número (81) 98384-4009, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h;
– Atendimento presencial, na sala da Ouvidoria, que está localizada no Centro Administrativo I, na rua Professor Lourival Vilanova, n.º 118, Bairro Universitário, com atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h;
– E-mail: ouvidoria@caruaru.pe.gov.br

Após um mês, desdobramentos de 8 de janeiro ainda estão longe do fim

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
O ataque de vândalos e golpistas aos prédios-sede dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) completa hoje (8) um mês. Os desdobramentos do quebra-quebra de 8 de janeiro, contudo, parecem longe do fim.

Ontem (7), a Polícia Federal (PF) realizou a quinta fase da chamada Operação Lesa Pátria. Deflagrada em 20 de janeiro, a operação busca identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com autorização do STF, pelo menos 20 pessoas já foram detidas no âmbito da Lesa Pátria. Elas são suspeitas de participar dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime, destruição, deterioração ou inutilização de bens protegidos. Só a Câmara dos Deputados estima que o prejuízo na Casa Legislativa, sem considerar o Senado, chega a R$ 3,3 milhões.

Acampamento

Desmontagem do acampamento de bolsonaristas em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste do Exército Brasileiro.
Desmontagem do acampamento de bolsonaristas em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste do Exército Brasileiro., por Fernando Frazão/Agência Brasil

Além das detenções ocorridas no âmbito da Lesa Pátria, mais 920 pessoas que participaram do acampamento montado por cerca de dois meses em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, continuam custodiadas em duas unidades prisionais do Distrito Federal.

Segundo a Secretaria Distrital de Administração Penitenciária (Seape), 614 homens estão detidos no Centro de Detenção Provisória da Penitenciária da Papuda e 306 mulheres permanecem à disposição da Justiça na Penitenciária Feminina, a Colmeia. Mais 459 suspeitos foram liberados, mas devem utilizar tornozeleiras eletrônicas e cumprir uma série de restrições judiciais.

As 1.379 detenções foram feitas na esteira do desmonte do acampamento que pessoas que não aceitam o resultado das últimas eleições montaram em frente ao QG do Exército, em Brasília, e em várias outras cidades. O acampamento foi desmontado no dia seguinte ao anúncio da vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Com o objetivo de impedir a posse de Lula em 1º de janeiro, manifestantes também bloquearam rodovias em diferentes pontos do país.

No relatório sobre os 23 dias em que atuou como interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, mostrou que os aglomerados de barracas que “pequenos grupos” instalaram diante das unidades militares logo se transformaram em uma estrutura organizada, “crucial para o desenvolvimento das ações de perturbação da ordem pública”.

No documento disponível no site do ministério, Cappelli sustenta que as ações antidemocráticas que culminaram com o 8 de Janeiro começaram com atos concentrados em frente aos quartéis (único local onde os participantes do movimento afirmavam estar seguros para se manifestar), mas que logo extrapolaram o perímetro militar, tornando-se violentas e ameaçando a vida de pessoas.

Dois episódios ocorridos na capital federal, ainda em dezembro, sustentam a tese do ex-interventor. No dia 12, um grupo tentou invadir a sede da Polícia Federal, na área central de Brasília, em protesto contra a prisão, horas antes, de José Acácio Serere Xavante, um dos indígenas acampados diante do quartel do Exército. Reprimido, o grupo ocupou as vias próximas, bloqueando o trânsito, incendiando ao menos oito veículos, incluindo ônibus, e depredando três viaturas do Corpo de Bombeiros.

O quebra-quebra ocorreu no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diplomou Lula e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, cumprindo uma das exigências legais para empossar os dois em seus respectivos cargos.

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Menos de duas semanas depois, um artefato explosivo foi localizado junto a um caminhão-tanque estacionado próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília. Três suspeitos de fabricar e deixar a bomba no local foram identificados e estão presos: Alan Diego dos Santos Rodrigues; Wellington Macedo de Souza e George Washington de Oliveira Sousa. Eles são acusados de colocar em risco a vida e a integridade física e patrimonial de terceiros por meio de explosão. Washington, que também foi denunciado por porte ilegal de arma de fogo, confessou à polícia que o crime foi planejado no acampamento e que a intenção era “causar o caos” na véspera do Natal, promovendo a instabilidade política no país. Na ocasião, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, entre outras coisas, que os acampamentos diante dos quarteis tinham se tornado uma “incubadora de terroristas”.

Capitólio

Somados às ocorrências registradas em outros estados – como o ataque a jornalistas no acampamento montado diante do quartel do Exército em Belo Horizonte -, os fatos de 12 e de 24 de dezembro, em Brasília, deixaram autoridades em estado de alerta. Principalmente devido à proximidade da cerimônia de posse presidencial, em 1º de janeiro.

Um forte esquema foi montado para garantir a segurança da população e dos chefes de Estado que prestigiaram a posse de Lula e de Alckmin. Nenhum incidente grave foi registrado, embora milhares de pessoas tenham lotado a Esplanada dos Ministérios.

O que aconteceu na semana seguinte é objeto das investigações da PF, das polícias do Distrito Federal e de outros órgãos públicos que atuam para esclarecer o que permitiu que a manifestação do 8 de Janeiro, mesmo reunindo um número de pessoas inferior àquela com a qual as forças de segurança locais estão acostumadas a lidar, resultasse no ataque ao Estado de Direito. As imagens correram o mundo, fazendo lembrar episódio semelhante, de janeiro de 2021, quando o Congresso dos Estados Unidos foi invadido por apoiadores do ex-presidente norte-americano, Donald Trump.

Cappelli, nomeado interventor da segurança pública no Distrito Federal no momento em que poucos agentes públicos tentavam conter a ação de vândalos e golpistas, conclui, em seu relatório, que faltou comando às forças de segurança locais, responsáveis pelo patrulhamento ostensivo. Segundo ele, representantes de vários órgãos do DF se reuniram no dia 6 de janeiro e apontaram o “potencial lesivo da manifestação” agendada para dali a dois dias, antecipando que o ato poderia resultar em ações violentas, inclusive com a tentativa de invasão de prédios públicos.

“Pode-se concluir que não houve falta de informações e alertas sobre os riscos da manifestação”, afirmou o então interventor em seu relatório, no qual cita a chegada de ônibus lotados, procedentes de várias partes do país, como um fato que deveria ter despertado a atenção das autoridades distritais. “Não houve a elaboração do Planejamento Operacional. Não foi identificado nenhum documento que demonstre a determinação prévia do número exato de PMs empregados na Esplanada dos Ministérios”, concluiu Cappelli no documento. Ele destacou que, enquanto parte do comando das forças de segurança estava de folga, férias ou licença, policiais militares que sequer tinham concluído o curso de formação eram empregados na linha de frente, para tentar controlar os manifestantes.

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Falhas

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro Anderson Torres, que assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 de janeiro, garante que um plano operacional foi traçado no dia 6 e que, na ocasião, não havia indícios de que “ações radicais” estivessem programadas para o dia 8. Apesar de estar há poucos dias no cargo e de já ter feito algumas substituições na linha de comando da segurança pública, Torres decidiu manter sua programação e viajar para os Estados Unidos, de férias, com a família.

Para Torres, o que aconteceu naquele domingo resultou de “falhas graves” na execução do protocolo que estabelecia, entre outras coisas, que cabia a PM planejar e executar as ações necessárias à preservação da ordem pública, mantendo inclusive todas as tropas especializadas de prontidão.

Com o Distrito Federal sob intervenção federal, o governador Ibaneis Rocha exonerou Torres, que tinha viajado para os EUA, de férias, no dia 6. O ex-ministro e ex-secretário foi preso no dia 14 de janeiro, quando retornou ao Brasil.

O próprio governador Ibaneis Rocha acabou afastado do cargo por 90 dias, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em sua decisão, Moraes alegou que, embora as responsabilidades efetivas ainda estejam sendo apuradas, Torres agiu com descaso e Ibaneis foi dolosamente omisso, principalmente ao defender  a “livre manifestação política em Brasília, mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados”.

Ibaneis e Torres negam as acusações. Os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos por Moraes. Na casa de Torres, foi encontrado o rascunho de um decreto presidencial para que fosse estabelecido estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se colocada em prática, a medida possibilitaria que o resultado das últimas eleições presidenciais fosse invalidado. Em depoimento, Torres desqualificou o documento, dizendo que seu teor não tem “viabilidade jurídica”. Ele também assegurou à PF que não sabe quem redigiu o texto, que recebeu quando era ministro da Justiça.

Intervenção

Decretada pelo presidente no fim da tarde do dia 8, a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal chegou ao fim no último dia 31. Nesta terça-feira (7), o ex-intervetor, Ricardo Cappelli, disse à Agência Brasil que a iniciativa atingiu seus objetivos.

“A intervenção tinha três objetivos. Os dois primeiros eram restaurar a linha de comando das forças de segurança do DF e estabilizar essas forças, principalmente a Polícia Militar, restabelecendo a confiança da população na instituição e da tropa em relação à Secretaria de Segurança Pública, e eles foram atingidos. O terceiro era esclarecer os passos administrativos, a cronologia dos fatos que levaram ao fatídico dia 8. Isso foi concluído com a entrega do relatório”, afirmou Cappelli, lembrando que seis inquéritos policiais militares foram instaurados para apurar a conduta dos profissionais da área. “Daqui para a frente, a responsabilidade pela condução é da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.”

Anteriormente, Cappelli já tinha dito a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que a intervenção também foi motivada pela “quebra de confiança” em relação à capacidade de o Governo do Distrito Federal (GDF) garantir a segurança dos prédios e dos servidores do Executivo federal, bem como das sedes dos poderes Legislativo e Judiciário. E que o acampamento montado em área militar de Brasília só não tinha sido desmontado antes devido às “ponderações” do Comando do Exército que, segundo ele, em três ocasiões, alegou falta de condições de segurança diante da iminência de ocorrerem confrontos.

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Reparação

Para garantir que os responsáveis tenham como ressarcir parte dos prejuízos decorrentes da destruição de instalações públicas e de parte do patrimônio histórico e artístico exposto nos prédios dos Três Poderes, a 8ª Vara da Justiça Federal em Brasília determinou o bloqueio de R$ 18,5 milhões em bens patrimoniais de pessoas e empresas investigadas por supostamente terem ajudado a financiar os ataques de 8 de janeiro.

O valor bloqueado cautelarmente atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) que, ontem,  pediu à Justiça Federal que eleve o montante para R$ 20,7 milhões.  O acréscimo se deve ao fato da Câmara dos Deputados ter refeito suas contas e chegado a conclusão de que, só no seu caso, os danos foram da ordem de R$ 3,3 milhões, e não mais os R$ 1,1 milhão, calculado inicialmente.

Até a noite dessa terça-feira, a AGU aguardava a decisão judicial sobre essa que é uma das quatro ações que a União ajuizou contra pessoas suspeitas de financiar ou participar da depredação. No total, a AGU está processando 176 pessoas e ao menos sete empresas que teriam fretado parte dos ônibus que chegaram a Brasília antes do ataque de 8 de janeiro.