“A educação é a mãe de todos os sonhos”. Foi com esta frase que Zé Queiroz deu início ao seu guia eleitoral veiculado nesta semana, onde conversa com uma família que relembra seu passado na Prefeitura, afirmando que “os professores faziam parte da vida e da família” dos alunos e que “a merenda era muito boa”. Mas essa é uma realidade que só existe nas propagandas e que pouco se relaciona com a verdade vivenciada durante as gestões de Queiroz.
As reportagens da época trazem um retrato diferente: “Em 2009, ele tirou a gratificação de difícil acesso. Em 2011, ele cortou metade da regência. Em 2013, com o PCC novo, ele integralizou essa gratificação ao salário. Inicialmente, não houve prejuízo, mas já era um prejuízo anunciado porque, com isso, ele tá alegando hoje que paga mais do que o piso. Mas essa integralização ele só poderia fazer até dezembro de 2009, então ele fez isso fora da Lei, burlando a legislação. E hoje os professores querem o reajuste de 8%, que foi passado para todo o Brasil”, relatou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caruaru (SISMUC), Eduardo Mendonça, em entrevista à TV Asa Branca.
Com isso, o resultado foi uma greve com duração de 85 dias, que chegou a ser tema de pronunciamento na Câmara Federal, por parte do deputado Paulo Rubem Santiago (PDT), integrante do mesmo partido de Zé Queiroz. “Há, no Tribunal de Justiça de Pernambuco, uma arguição de inconstitucionalidade do PCC aprovado pela Câmara Municipal de Caruaru, já que foram desrespeitados todos os princípios e normas do regimento interno da Câmara do município para convocação, análise e aprovação do Projeto de Lei”, relatou.
Na época, o então prefeito, que era acusado, em protestos, de ser “inimigo da Educação” e “inimigo dos trabalhadores”, desmereceu a importância do movimento e a motivação dos professores. “Não tem motivo para greve, isso é balela dos professores”, afirmou.
Em 2015, Zé Queiroz também foi tema de um inquérito no Ministério Público Federal (MPF) por irregularidades na merenda escolar, a partir de uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), que apontava “precárias situações alimentares nas escolas municipais de Caruaru”. As denúncias foram fortalecidas pelo Conselho Municipal de Alimentação Escolar de Caruaru (COMAE).