O eixo da Nova Indústria Brasil, que trata do Complexo Econômico Industrial da Saúde, contemplou o Nordeste. Durante apresentação dos investimentos para o setor, a ministra da Saúde, Nísia Trindade destacou o polo farmacêutico de Pernambuco, citando a Hemobrás e Lafepe. Esse resultado faz parte do esforço de territorialização e adensamento das cadeias produtivas que compõem as missões da NIB. A Sudene participa do Grupo de Trabalho de Territorialização da nova política industrial do país e tem contribuído para o cumprimento das metas e inclusão de setores econômicos potenciais da região.
A Sudene tem articulado com empresários locais e regionais para atender as demandas da empresa a partir da nacionalização da tecnologia de produção de hemoderivados e criação de novos negócios. O objetivo é garantir o fornecimento de matérias-primas e insumos de fornecedores locais, aumentando a geração de emprego e renda no Nordeste. Podemos citar a articulação da Autarquia para encontrar um fornecedor de vidraria para a Hemobrás em conjunto do conselho da estatal. Há conversas em andamento com empreendimentos do setor incentivadas pela Sudene, além de possíveis fornecedores de outros insumos utilizados pela Hemobrás. Isso faz parte do acordo de cooperação entre a Autarquia e a empresa, assinado recentemente.
“Também integra essa iniciativa a Rede ICTs Nordeste, que irá colaborar com pesquisas na área de saúde, fundamentais para o desenvolvimento de novos produtos e aprimoramento dos atuais. Essa ação irá fomentar a cadeia produtiva no Nordeste. E há um reforço na formação de capital humano de mais alto nível tão importante para a região”, afirmou o superintendente da Sudene Danilo Cabral. O gestor também ressaltou o papel dos instrumentos financeiros da Autarquia para a atração de investimentos, como os fundos regionais e os incentivos fiscais.
Durante o evento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um incremento de R$ 42,7 bilhões para o Plano Mais Produção (P+P), coordenado e que financia a política industrial. Com isso, o total de recursos disponibilizados para a NIB passa a R$ 342,7 bi, com recursos do BNDES, da Finep e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e reforço das linhas de crédito do Banco do Nordeste/BNB (R$ 16,7 bi) e do Banco da Amazônia/ Basa (R$ 14,4 bi), dando mais capilaridade e diversidade regional à NIB.
Com o investimento recorde para alavancar a parceria de inovação e produção no Brasil, o Nordeste entra na revolução tecnológica da saúde, com a reconstrução da BahiaFarma 4.0 e a duplicação da capacidade produtiva do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), também incentivado pela Sudene. O ministério anunciou o projeto Betinho para concluir a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, com parcerias público-privadas para ampliar o portfólio de medicamentos derivados do sangue, assegurando a soberania nacional e acesso à saúde.
Além disso, o governo utilizará o poder de compra do SUS para fortalecer o Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e o Programa de Desenvolvimento e Inovação local (PDI), que já estão recebendo propostas.
Cenário
Atualmente, o Brasil produz cerca de 45% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outras tecnologias em saúde. As metas ajustadas para a Missão 2, anunciadas hoje, preveem aumentar essa produção para 50% até 2026 e para 70% até 2033.
Para atingir esses objetivos, o volume inicial de investimentos públicos para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, entre 2023 e 2024, é de R$ 18,8 bilhões, sendo R$ 8,9 bilhões do PAC Saúde e R$ 9,9 bilhões do Plano + Produção.