“Doar sangue é um ato de solidariedade. Junte-se a esta causa e salve vidas”. Este é o slogan do Dia Mundial do Doador de Sangue de 2022, celebrado anualmente no dia 14 de junho, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para os papéis que as doações voluntárias de sangue desempenham para salvar vidas e aumentar a solidariedade nas comunidades.
Dados da ABHH – Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, mostram que 2,8 milhões de brasileiros precisam de transfusão de sangue; apenas 1,6% dos brasileiros doam sangue regularmente; mais de 9 milhões de bolsas de sangue são produzidas por ano no país; e apenas 1 doação pode impactar até quatro vidas.
Quando se trata de pacientes em tratamento do câncer, as transfusões de sangue são fundamentais. “Principalmente os oncohematológicos que fazem quimioterapia ou que realizaram transplante de medula óssea; são pacientes com alta necessidade transfusional, pois ficam com a imunidade baixa, um quadro de anemia importante e índice de plaquetas muito baixo”, explica Dahra Teles, hematologista do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste).
Para os pacientes que precisam de transfusão não há nenhum tratamento substituto. Por isso, a doação de sangue é fundamental. E a de plaquetas tem especial importância: “Para um paciente de 70 Kg, por exemplo, cada transfusão de plaquetas que ele precisa depende de sete doadores de sangue total, que é a doação de sangue habitual, ou seja, o volume de doadores de plaquetas para um paciente adulto é grande”, reitera a hematologista. E ressalta: “uma bolsa de plaquetas só tem validade de 3 a 5 dias, enquanto o concentrado de hemácias pode durar até 42 dias”.
Por esse motivo é importante a doação de plaquetas por aférese, processo que separa as plaquetas do sangue do doador. “Os pacientes oncológicos precisam de plaquetas por vários motivos, como por exemplo, o baixo nível causado por infiltração na medula, que é própria desta doença oncológica; além disso, quando o paciente que tem paquetas baixas pode vir a ter manifestações relacionadas a sangramento”, frisa Dahra Teles.
Para doar sangue, a pessoa apta à doação precisa estar bem de saúde, portar documento de identidade com foto, ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos. Menores de 18 anos necessitam apresentar autorização dos pais. O doador deve pesar mais de 50 kg, não ser portador de doenças crônicas, não ter recebido transfusão de sangue e outros componentes no último ano, não ter comportamento de risco para DST, ter repousado, pelo menos, 4 horas antes da doação, não estar em jejum, não ter consumido alimentos gordurosos.
O intervalo entre doações de sangue é de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens, respeitando o intervalo entre as doações de 2 meses para homens e 3 meses para mulheres.
Já para doar plaquetas, além de todos os pontos citados, é necessário já ter doado sangue anteriormente, ter disponibilidade de tempo (o procedimento dura cerca de 90 minutos), possuir veias calibrosas (isso será avaliado pela equipe) e não estar fazendo uso de ácido acetil salicílico (AAS).