Senado aprova projeto que protege advogados em operações policiais

A cúpula menor, voltada para baixo, abriga o Plenário do Senado Federal.

O Senado concluiu nesta quarta-feira (11) a votação do projeto de lei (PL) 5.284/2020, que fixa limites e critérios para as operações de busca e apreensão em escritórios de advocacia. O projeto reforça o caráter excepcional desse tipo de operação, além de não poder ser realizado apenas com base em declarações de delação premiada. O texto segue para sanção presidencial.

De acordo com o projeto, deverá haver sempre um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanhar a busca e a apreensão, além do próprio advogado cujo escritório está sendo investigado. O representante da OAB deverá zelar pelo cumprimento do mandado, podendo impedir que documentos, mídias e objetos não relacionados à investigação sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou apreendidos.

O projeto também trata de outros temas relacionados à pratica da advocacia, como o crime de violação de prerrogativa, garantia de honorários, teletrabalho, regras para estágio, forma de sociedade, jornada de trabalho e defesa oral.

O texto-base do projeto chegou a ser aprovado na Ordem do Dia de ontem (10), mas por falta de quórum naquele momento, a votação dos destaques (emendas destacadas para votação em separado) ficou marcada para o dia seguinte. Foram dois destaques, um de Mara Gabrilli (PSDB-SP) e outro de Alessandro Vieira (PSDB-SE). O destaque da senadora de São Paulo tinha a intenção de retirar itens do projeto, por entender que o texto conferia aos advogados proteção excessiva.

Já a emenda de Vieira retira um artigo que garante o resgate de parte do honorário em caso de bloqueio. Na visão do senador, um privilégio que consiste em garantia de recebimento de até 20% de honorários sob bloqueio universal de cliente não é razoável e fere o princípio da isonomia. Ambas emendas, no entanto, foram rejeitadas no plenário.

Mega-Sena acumula e próximo concurso deve pagar R$ 35 milhões

Bilhetes de aposta da mega-sena

O concurso 2.480 da Mega-Sena, realizado nesta quarta-feira (11) à noite no Espaço Loterias da Caixa em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 04 – 06 – 09 – 31 – 50 – 56.

O próximo concurso (2.481), no sábado (14), deve pagar um prêmio de R$ 35 milhões.

A quina teve 74 ganhadores e cada um vai receber R$ 46.356,22. Os 4.757 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 1.030,16.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

O sorteio é realizado às 20h, no Espaço Loterias Caixa, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo.

Para conter inflação, governo zera imposto de importação de alimentos

Carne fresca,Açougues, Frigoríficos, alimento

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (11) que vai zerar a alíquota do imposto de importação de sete categorias de produtos alimentícios. A decisão foi tomada pelo Comitê-executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), do Ministério da Economia.

Em coletiva de imprensa para detalhar as medidas, o secretário-executivo da pasta, Marcelo Guaranys, disse que o objetivo da medida é conter o avanço da inflação no país.

“Sabemos que essas medidas não revertem a inflação, mas aumentam a contestabilidade dos mercados. Então, o produto que está começando a crescer muito de preço, diante da possibilidade maior de importação, os empresários pensam duas vezes antes de aumentar tanto o produto. Essa é a nossa lógica com esse instrumento”.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou em 1,06%. Foi o índice mais alto para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o IPCA, a inflação acumulada em 12 meses está em 12,13%.

Segundo secretária da Câmara de Comércio Exterior, Ana Paula Repezza, a redução de impostos entram em vigor a partir de amanhã (12) e valem até o dia 31 de dezembro deste ano.

Os produtos alimentícios que tiveram a alíquota de importação totalmente zeradas são:

carnes desossadas de bovino, congeladas (imposto era de 10,8%);
pedaços de miudezas, comestíveis de galos/galinhas, congelados (imposto era de 9%);
farinha de trigo (imposto era de 10,8%);
outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura (imposto era de 9%);
bolachas e biscoitos, adicionados de edulcorante (imposto era de 16,2%);
outros produtos de padaria, pastelaria, indústria de biscoitos, etc. (imposto era de 16,2%) e
milho em grão, exceto para semeadura (imposto era de 7,2%).
O Ministério da Economia informou que o impacto com a renúncia tributária pode chegar a R$ 700 milhões até o final do ano. Não há necessidade de compensação fiscal, por se tratar de um imposto regulatório, e não arrecadatório.

“O imposto de importação tem uma função que não é arrecadatória, a função dele é de regulação de mercado. O motivo por trás é a regulação do mercado, seja para um lado, seja para o outro”, explicou o secretário-executivo adjunto da Camex, Leonardo Diniz Lahud.

Outras reduções
Além de zerar a alíquota de importação de produtos alimentícios, a Camex também reduziu ou zerou o imposto sobre outros produtos importados. Dois deles são insumos usados na produção agrícola.

O ácido sulfúrico, utilizado na cadeia de fertilizantes, teve alíquota de 3,6% de imposto zerada. Já o mancozebe, um tipo de fungicida, teve o imposto de 12,6% para 4%.

Foram reduzidos ainda os impostos de dois tipos de vergalhão de aço, atendendo a um pleito do setor de construção civil, e que já estava sob análise no Ministério da Economia. Esses vergalhões, que tinham imposto de importação de 10,8%, agora vão pagar 4%.

“A característica mais importante desses pleitos e que os diferenciam dos pleitos relacionados a alimentos, é que este é um pleito que vinha sendo analisado tecnicamente no ministério há pelo menos oito meses”, justificou Ana Paula Repezza, sobre a redução na tarifa de importação dos vergalhões de aço.

Eleições 2022: para impulsionar propagandas eleitorais, empresas devem se cadastrar

Logo Eleições 2022

O impulsionamento de conteúdo é uma estratégia cada vez mais utilizada para se ganhar destaque em meio à infinita oferta de informações que existem na internet. Mas e quando o conteúdo for relacionado às eleições? É possível que isso seja feito por qualquer pessoa, em qualquer momento?

De acordo com o artigo 29 da Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.610/2019, que disciplina a propaganda eleitoral, o provedor de aplicação que pretenda prestar o serviço de impulsionamento de propaganda deverá se cadastrar na Justiça Eleitoral.

Como se cadastrar

Os provedores de internet e emissoras de rádio e de televisão interessados têm até o dia 20 de julho para realizar o cadastro pelo e-mail cadastropropaganda2022@tse.jus.br, disponibilizado pela Secretaria Judiciária do TSE.

Segundo o texto da Resolução, as mensagens devem conter a indicação do representante legal, de endereços de correspondência e e-mail, além de um número de telefone celular com WhatsApp, para o recebimento de comunicados.

O impulsionamento pode ser feito a partir da pré-campanha, desde que não haja pedido explícito de votos, que seja respeitada a moderação de gastos e que não ocorra disparo em massa.

Raquel Lyra assina carta-compromisso no Coren-PE e defende a valorização dos enfermeiros

A pré-candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), assinou, nesta quarta-feira (11), uma carta-compromisso com as principais demandas apresentadas pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren/PE). O presidente do conselho, Gilmar Júnior, recebeu a tucana na sede da entidade, no Bairro da Boa Vista.

Raquel destacou que os profissionais de enfermagem são essenciais no cuidado à saúde dos pernambucanos. “Precisamos garantir a valorização, capacitação e remuneração dos mais de 126 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem de Pernambuco, indo além dos pleitos nacionais da categoria, com responsabilidade e compromisso”, afirmou a pré-candidata.

Chefs ministrarão aulas de culinária no Festival Gastronômico Casa Rosa

O Festival Gastronômico Casa Rosa oferecerá vasta programação de aulas de culinária, neste final de semana, no Mercado Cultural Casa Rosa, no Parque 18 de Maio.

Desta sexta-feira (13) até o domingo (15), os visitantes do, já consolidado, equipamento turístico de Caruaru terão oportunidade de acompanhar os ensinamentos, dicas e demais conteúdos que serão repassados por chefs renomados sobre os mais variados tipos de iguarias e bebidas.

Na sexta-feira, a programação será composta por aulas dos chefs Leandro Ricardo, Rapha Vasconcelos e Jonas Cavalcanti, no sábado, ela será preenchida por apresentações dos especialistas Dani Sette, Negralinda, Fernando Bartender e Lúcia Soares, bem como, no domingo, por aulas de Hellida Kelsch, Just Madá e Antônio Nogueira.

A entrada no Mercado Cultural é gratuita e por lá os visitantes ainda poderão acompanhar shows musicais e degustar deliciosos pratos da gama de restaurantes que vem participando, desde o último mês de abril, do Festival Gastronômico.

Este último é uma iniciativa da Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), em conjunto, com o Instituto Cesar Santos e o Sebrae-PE.

Confira a programação

Sexta-feira (13)

Leandro Ricardo – 9h às 10h
Rapha Vasconcelos – 10h30 às 11h30
Jonas Cavalcanti – 12h às 13h

Sábado (14)

Dani Sette – 9h às 9h45
Negralinda – 10h às 10h45
Fernando Bartender – 11h às 11h45
Antônio Nogueira – 12h às 12h45

Domingo (15)

Hellida Kelsch – 9h às 10h
Just Madá – 10h30 às 11h30
Lúcia Soares – 12h às 13h

Tony Gel sugere que o Jesus Nazareno se torne um hospital pediátrico

O Deputado Estadual Tony Gel (PSB), solicitou ao Secretário de Saúde do Estado de Pernambuco, André Longo, estudos no sentido de requalificar o Hospital Jesus Nazareno (FUSAM) após a inauguração do Hospital da Mulher, no município de Caruaru, no Agreste

de Pernambuco, para que o mesmo se torne um hospital pediátrico.

O parlamentar informou que o pedido se justifica pelo fato da cidade de Caruaru, já dispor de um local para a implantação do serviço em tela, assim como haver bastante carência nessa área, como consultas pediátricas, cirurgias ortopédicas, entre outros atendimentos.

Tony Gel lembrou que é sabido que o Governo de Pernambuco recentemente anunciou a retomada das

obras do Hospital da Mulher do Agreste, que será destinado para gestação de alto risco e para a assistência materno-infantil. E que o HM tem cerca de 60% das obras já concluídas, o que vai beneficiar Caruaru e dezenas de cidades região Agreste.

O deputado enfatizou também que a expectativa é de que, até o final deste ano, gestantes e parturientes já

possam contar com a unidade de saúde, ressaltando que a nova unidade vai suprir toda a demanda que já extrapola a

capacidade da Maternidade Jesus Nazareno, referência na realização de partos. E que o local atualmente beneficia 90 municípios pernambucanos, incluindo as microrregiões de Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Garanhuns e Caruaru, o que corresponde a uma população de aproximadamente de 2,5

milhões de habitantes.

“Com a entrega do Hospital da Mulher, seria oportuna a alteração do espaço hoje em funcionamento para uma unidade pediátrica, visto que o mesmo possui mais de 90 leitos e faz parte do quadro de hospitais “Amigo da Criança”, cumprindo todos os critérios do Ministério da Saúde quanto à promoção do aleitamento materno e da cidadania. O Jesus Nazareno funcionaria como uma unidade dedicada às crianças, com profissionais experientes no cuidado infantil, com centro diagnóstico, bloco cirúrgico e equipamentos apropriados para atender todos os pequenos. O ambiente seria modificado no sentido de diminuir o estresse e as aflições das crianças e de seus familiares, bem como poderia contar com playgrounds, espaço kids, entre outros” completou Tony Gel.

Pernambuco registra segundo caso suspeito de hepatite misteriosa

Um suposto segundo caso de hepatite aguda de origem desconhecida está sendo investigado em Pernambuco, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O caso agora é de um adolescente do sexo masculino, de 14 anos, que mora em Salgueiro, Sertão. Ele deu entrada no Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, no último sábado (7). O jovem, que continua internado, apresentava um quadro de febre alta e dores nas articulações. O adolescente veio transferido do Hospital Regional Inácio de Sá, em sua cidade, onde recebeu os primeiros cuidados. De acordo a SES-PE, ele responde bem ao tratamento.

Os primeiros exames detectaram alterações em enzimas típicas de problemas no fígado, um dos sintomas usados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para alertar os países sobre a nova onda de hepatite, que ainda não se sabe como é desenvolvida, embora uma infecção viral seja a principal suspeita.

O primeiro caso registrado no estado continua em investigação. Foi de um bebê do sexo masculino, de um ano de idade, em Toritama, no Agreste, internado no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, no dia 27 de abril. O menino apresentou febre, erupções na pele e dor abdominal com hepatomegalia (aumento do fígado). Ele foi acompanhado pela equipe, apresentou melhora clínica e recebeu alta na última sexta-feira (6).

O Governo de Pernambuco informou que segue monitorando as ocorrências. O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs-PE) já emitiu nota de alerta orientando toda a rede de saúde %u2013 pública e privada %u2013 para que, na observação de casos suspeitos e que atendam às definições, realizem a notificação de imediato. A hepatite aguda que vem sendo registrada é grave e pode levar crianças a precisarem de um transplante de fígado, nos piores casos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registou a doença em mais de 20 países.

Atualmente, o Brasil investiga, ao menos, 20 suspeitas (uma possível morte), segundo dados do Ministério da Saúde, da hepatite aguda, que começou a ser registrada neste ano pelo mundo pela OMS, que já registou 350 casos.

Os primeiros registros foram na Europa. Essa hepatite produz icterícia, diarreia, vômitos e dores abdominais. Os vírus comuns da hepatite não foram registrados em nenhum dos casos citados, segundo o Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Enfermidades (ECDC) e a OMS. Uma análise feita nos EUA levanta a hipótese de que a origem poderia ser um patógeno comum, chamado adenovírus 41. Os adenovírus costumam provocar problemas respiratórios, digestivos e conjuntivite, normalmente leves. (Com AFP)

Moraes unifica inquéritos sobre milícias digitais à investigação de fake news

Em meio à tensão entre o Judiciário e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que sejam unidos o inquérito das milícias digitais e a investigação envolvendo o chefe do Executivo por fake news contra o sistema eleitoral.

A decisão de Moraes atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão argumentou a necessidade de agrupar os dois inquéritos antes de decidir se denuncia ou não Bolsonaro.

O magistrado citou a live feita por Bolsonaro, em julho do ano passado, na qual prometeu apresentar uma “prova bomba” sobre supostas fraudes nas eleições em 2014 e 2016. No entanto, disse que tinha apenas indícios de supostas irregularidades e falhas nas urnas.

“Como se vê, os elementos de prova colhidos nesta petição incidental, instaurada para apuração dos fatos envolvendo a live realizada pelo presidente da República na data de 29/7/2021, devem ser analisados em conjunto com a investigação principal conduzida no inquérito 4.874/DF, cujo objeto é uma organização criminosa complexa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, com objetivo de atacar o Estado democrático de direito”, escreveu o ministro.

Desde que foi eleito, Bolsonaro e apoiadores afirmam que o pleito de 2018 foi fraudado e que a chapa teria ganhado já no primeiro turno.

Já na investigação que apura a suposta existência de milícias digitais, a suspeita é de que as dependências do Palácio do Planalto foram usadas para promover os ataques virtuais a opositores do presidente e a instituições e a disseminar notícias falsas.

Segundo a delegada da Polícia Federal Denisse Ribeiro — responsável pelos inquéritos das fake news e das milícias digitais — esse grupo, que teria usado a estrutura do “gabinete do ódio”, seria formado por aliados de Bolsonaro e seriam abastecidos com dinheiro público.

Em fevereiro, Moraes permitiu o compartilhamento de material entre as duas investigações, atendendo a um pedido da Polícia Federal, corroborado pela PGR. Na ocasião, o magistrado afirmou que a medida havia sido tomada “em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas”. O ministro também decidiu, no mesmo mês, determinar o envio dos dados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A decisão de Moraes acontece em meio à crise em que as Forças Armadas tentam interferir na atuação da Justiça Eleitoral. Bolsonaro sugeriu que os militares fizessem uma “apuração paralela” de votos, em nova escalada aos ataques contra o processo eleitoral brasileiro.

Conexão

O advogado criminalista Wagner Pozzer ressaltou a conexão entre as matérias. “As duas situações envolvem ao fim e ao cabo a transparência do processo eleitoral e a democracia. Com a junção dos inquéritos, o seu escopo poderá ser atingido mais rapidamente e sem desperdício de recursos”, observou.

Na avaliação do advogado Fernando Neisser — presidente da Comissão de Estudos em Direito Político e Eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) —, a junção das investigações pode mostrar com mais clareza uma possível participação de Bolsonaro nos crimes citados.

“Ataques à democracia, aí incluindo ao sistema eleitoral, afetando a legitimidade e normalidade das eleições, constituem crime. O presidente da República não é imune à investigação pelo STF, e a união dos inquéritos, sem dúvida, permitirá apurar com mais detalhe sua responsabilidade na relação com as milícias digitais”, destacou.

Já o advogado Cristiano Vilela, especialista em direito eleitoral, discordou da decisão de unificar as apurações. “Equivocada. Haja vista que a junção de elementos distintos, como os investigados em cada um dos inquéritos, poderá levar à desfiguração da possível conduta criminosa e, consequentemente, ao arquivamento da investigação por parte da procuradoria”, argumentou.

Pré-campanha de Lula reúne “velha guarda” do PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reunir na sua coordenação de campanha ao Palácio do Planalto nomes da “velha guarda” do PT que já participaram de outras disputas presidenciais, como o senador Jaques Wagner (BA), os ex-ministros Aloizio Mercadante e Luiz Dulci, o deputado federal Rui Falcão (SP), e Paulo Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula.

A expectativa é que até a próxima semana o líder petista defina a estrutura completa da coordenação com os escalados para cada função. Os nomes devem ser apresentados ao conselho político da candidatura formado pelos presidentes dos sete partidos que já definiram a adesão à aliança (PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade).

Ex-presidente do Sebrae, Okamotto já vem participando da coordenação, sendo responsável pela parte logística, e deve em breve assumir a comando de um núcleo de pequenos e médios empresários. Esse grupo ajudará tanto na articulação da candidatura com setores da economia, como deve colaborar na formulação e avaliação de propostas para o programa de governo.

Okamotto é amigo do ex-presidente desde que Lula presidia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, nos anos 1970. Na primeira eleição presidencial que ele disputou, em 1989, foi tesoureiro.

A tesouraria da campanha este ano ficará a cargo do deputado federal Márcio Macedo (SE). Ele já foi tesoureiro do PT, posto que assumiu em 2015, quando João Vaccari Neto teve a prisão decretada no âmbito da operação Lava-Jato.

Já a coordenação-geral da campanha ficará com a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann(PR). Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff e está em seu segundo mandato no comando do partido. Ela teve apoio de Lula para assumir o posto no partido.

Jaques Wagner, por sua vez, deve cuidar da articulação política, mesma função que exerceu no segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando o petista Fernando Haddad foi derrotado por Jair Bolsonaro. O senador pela Bahia foi ministro nos governos de Lula (Trabalho e Relações Institucionais) e Dilma (Defesa e Casa Civil), além de ter sido governador da Bahia por dois mandatos.

Em 2018, Lula queria Wagner como o seu substituto na disputa pela Presidência, mas ele resistiu e a cabeça da chapa acabou ficando com Haddad. Lula teve sua candidatura barrada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, por causa da sua condenação no caso do triplex do Guarujá, na operação Lava-Jato. A sentença foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.

Junto a Wagner nas articulações políticas estará o deputado federal José Guimarães (CE) e o ex-governador Piauí Wellington Dias. Tanto Dias como Wagner também devem participar dos diálogos com o empresariado.

A Mercadante caberá a coordenação do programa de governo. O ex-ministro esteve com Lula em todas as eleições que o petista disputou. Em 1994, chegou a ser o vice da chapa. No governo Dilma, Mercadante ocupou os ministérios da Casa Civil, da Educação e da Ciência e Tecnologia. Entre os petistas e aliados era apontado como um dos responsáveis pelas dificuldades da então presidente na relação com o Congresso. Atualmente ele é presidente da Fundação Perseu Abramo, braço teórico do PT.

No governo Dilma, Mercadante teve como colega de ministério Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara, responsável pela pasta da Comunicação Social no segundo mandato da ex-presidente. Ele havia sido o tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma.

Na campanha deste ano, Edinho dividirá a coordenação de comunicação com Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT. O posto era ocupado, desde a metade do ano passado, pelo ex-ministro Franklin Martins, desligado após um desentendimento com a cúpula do PT, principalmente com o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto.

Homem de confiança de Lula, Rui Falcão foi o coordenador geral da campanha de Dilma à reeleição em 2014. Na época, ele presidia o PT.

Outro integrante da coordenação que tem relação antiga com Lula é Luiz Dulci. Ele foi ministro da Secretaria Geral da Presidência nos dois governos do ex-presidente. Depois, fez parte da diretoria do Instituto Lula.

Agência O Globo