O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reunir na sua coordenação de campanha ao Palácio do Planalto nomes da “velha guarda” do PT que já participaram de outras disputas presidenciais, como o senador Jaques Wagner (BA), os ex-ministros Aloizio Mercadante e Luiz Dulci, o deputado federal Rui Falcão (SP), e Paulo Okamotto, ex-presidente do Instituto Lula.
A expectativa é que até a próxima semana o líder petista defina a estrutura completa da coordenação com os escalados para cada função. Os nomes devem ser apresentados ao conselho político da candidatura formado pelos presidentes dos sete partidos que já definiram a adesão à aliança (PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Solidariedade).
Ex-presidente do Sebrae, Okamotto já vem participando da coordenação, sendo responsável pela parte logística, e deve em breve assumir a comando de um núcleo de pequenos e médios empresários. Esse grupo ajudará tanto na articulação da candidatura com setores da economia, como deve colaborar na formulação e avaliação de propostas para o programa de governo.
Okamotto é amigo do ex-presidente desde que Lula presidia o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, nos anos 1970. Na primeira eleição presidencial que ele disputou, em 1989, foi tesoureiro.
A tesouraria da campanha este ano ficará a cargo do deputado federal Márcio Macedo (SE). Ele já foi tesoureiro do PT, posto que assumiu em 2015, quando João Vaccari Neto teve a prisão decretada no âmbito da operação Lava-Jato.
Já a coordenação-geral da campanha ficará com a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann(PR). Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff e está em seu segundo mandato no comando do partido. Ela teve apoio de Lula para assumir o posto no partido.
Jaques Wagner, por sua vez, deve cuidar da articulação política, mesma função que exerceu no segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando o petista Fernando Haddad foi derrotado por Jair Bolsonaro. O senador pela Bahia foi ministro nos governos de Lula (Trabalho e Relações Institucionais) e Dilma (Defesa e Casa Civil), além de ter sido governador da Bahia por dois mandatos.
Em 2018, Lula queria Wagner como o seu substituto na disputa pela Presidência, mas ele resistiu e a cabeça da chapa acabou ficando com Haddad. Lula teve sua candidatura barrada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, por causa da sua condenação no caso do triplex do Guarujá, na operação Lava-Jato. A sentença foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.
Junto a Wagner nas articulações políticas estará o deputado federal José Guimarães (CE) e o ex-governador Piauí Wellington Dias. Tanto Dias como Wagner também devem participar dos diálogos com o empresariado.
A Mercadante caberá a coordenação do programa de governo. O ex-ministro esteve com Lula em todas as eleições que o petista disputou. Em 1994, chegou a ser o vice da chapa. No governo Dilma, Mercadante ocupou os ministérios da Casa Civil, da Educação e da Ciência e Tecnologia. Entre os petistas e aliados era apontado como um dos responsáveis pelas dificuldades da então presidente na relação com o Congresso. Atualmente ele é presidente da Fundação Perseu Abramo, braço teórico do PT.
No governo Dilma, Mercadante teve como colega de ministério Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara, responsável pela pasta da Comunicação Social no segundo mandato da ex-presidente. Ele havia sido o tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma.
Na campanha deste ano, Edinho dividirá a coordenação de comunicação com Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT. O posto era ocupado, desde a metade do ano passado, pelo ex-ministro Franklin Martins, desligado após um desentendimento com a cúpula do PT, principalmente com o secretário de Comunicação do partido, Jilmar Tatto.
Homem de confiança de Lula, Rui Falcão foi o coordenador geral da campanha de Dilma à reeleição em 2014. Na época, ele presidia o PT.
Outro integrante da coordenação que tem relação antiga com Lula é Luiz Dulci. Ele foi ministro da Secretaria Geral da Presidência nos dois governos do ex-presidente. Depois, fez parte da diretoria do Instituto Lula.
Agência O Globo