Vereadores de Caruaru debatem sobre renovação de contrato com a Compesa

Na sessão ordinária da quinta-feira (12), a vereadora Perpétua Dantas (PSDB) e o presidente da Casa, Bruno Lambreta (PSDB), em seus momentos na tribuna da Casa, falaram sobre a renovação do contrato com a Compesa. Dantas destacou que, em uma reunião com o gerente regional da companhia, Denis Mendes, para tratar das indicações de serviços de saneamento, o mesmo afirmou que alguns serviços, só poderiam ser efetivados com a renovação do contrato. A vereadora ressaltou a necessidade de convocar uma audiência pública, que reúna agentes municipais e estaduais para discutir sobre essa possível renovação. 

O presidente afirmou que existe uma dificuldade imposta pela própria legislação estadual, que fideliza o vínculo com a Compesa. Ele disse que já houve, inclusive, algumas discussões sobre a entrada de outras companhias de abastecimento e saneamento, mas que elas esbarraram na legislação. Bruno ressaltou a necessidade da audiência e declarou que, embora atualmente existam esses entraves, Denis Mendes sempre faz o possível para atender a população e solucionar os problemas. Perpétua confirmou o compromisso do gerente em solucionar as questões, mas disse que, segundo ele, só é possível atender os pleitos relacionados ao tratamento de água no momento. 

Ainda na tribuna, Aline Nascimento (Cidadania) falou sobre a segunda edição do programa Mentoria Mulheres na Política. A iniciativa da vereadora tem o objetivo de estimular e trazer mais mulheres para o ambiente político. Na primeira edição, seis mulheres acompanharam a rotina da parlamentar, das reuniões ao dia a dia da edil.

Na ocasião, os parlamentares aprovaram 57 proposituras da ordem do dia, entre projetos de lei, requerimentos e indicações, e apresentaram outras 56 matérias. 

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Caruaru promove evento em comemoração aos 30 anos da feira no Parque 18 de Maio

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade (SESP), promove nesta sexta-feira (13), um evento em celebração aos 30 anos da mudança da feira de Caruaru para o Parque 18 de Maio. A ação acontecerá próximo ao Mercado de Farinha, a partir das 9h.

Os feirantes e visitantes da feira poderão usufruir de serviços de saúde, como: vacinação, ventosaterapia, auriculoterapia e massagens. Também terá um típico trio pé de serra para garantir a animação do evento.

Em 1992, a inauguração do espaço urbanizado, o Parque 18 de Maio, possibilitou a transferência da feira de Caruaru, que funcionava na Rua 15 de Novembro, para o local. Ao longo desses anos o Parque 18 de Maio consolidou-se como um patrimônio cultural e como um grande polo econômico da cidade.

“A feira de Caruaru transferida, há exatos 30 anos, para o Parque 18 de Maio, é o pulmão econômico da nossa cidade. A diversidade de produtos, declamada por Onildo Almeida, “(…) De tudo que há no mundo, nela tem pra vender (…)”, evidencia o real valor econômico, histórico e cultural da feira que atrai multidões por todos esses anos”, ressaltou o secretário de Serviços Públicos e Sustentabilidade (SESP), Ytalo Farias.

Marília Arraes recebe título de cidadã de Olinda em evento emocionante na Câmara de Municipal de Olinda

A noite desta quinta-feira (12) foi de muita alegria e emoção na Câmara Municipal de Olinda: Marília Arraes, pré-candidata ao Governo de Pernambuco, recebeu o título de cidadã da cidade das mãos do vereador Ricardo Sousa. “Olinda inspira em momentos que a gente precisa ter coragem”, afirma Marília.

“Fiquei muito emocionada em receber o título de cidadã. Olinda é uma cidade que é mãe. Mãe da cultura e de nossas revoluções. E para ser mãe numa sociedade tão difícil, é preciso ter coragem. É isso que a vida quer da gente. Coragem e ousadia para fazer o bom combate. E é essa coragem que aprendi com Arraes”, continua, emocionada.

O vereador Ricardo Sousa, autor da proposta, também fez questão de parabenizar Marília por sua coragem. “Fico muito honrado por conceder essa honraria para você, Marília. Hoje é um dia muito especial para a nossa cidade.”

Estiveram no evento Yves Ribeiro (prefeito do Paulista); Wanderson Florêncio (deputado estadual); Marcelo Gouveia (prefeito de Paudalho); Jorge Carreiro (pré-candidato a deputado estadual); Saulo Holanda (presidente da Câmara de Vereadores de Olinda); Milena Araújo (vereadora de Abreu e Lima); Irmão Luciano (vereador de Escada); Tia Jane (vereadora de Escada); Eudson Catão (ex-prefeito de Palmeirina); Alexandre Carvalho (vereador de Goiana); Ana Diamante (vereadora de Goiana); Madalena Diamante (ex-vereadora de Goiana); Samuel Salgado (ex-prefeito de Angelim); João Luiz (ex-vereador de Olinda).

Durante encontro em Paulista, Raquel Lyra reafirma compromisso com as mulheres e diz que vai fazer muito mais por Pernambuco

Foto: Tiago Calazans

“O que a gente fez em Caruaru, por levar o nosso trabalho para além da cidade, eu sei que eu tenho como fazer muito mais por Pernambuco. Construímos uma maternidade com mais de 60 leitos, criamos cursos de qualificação profissional para as mulheres, e ampliamos as vagas de creche. É a mulher que está na ponta, cuidando da família e será sempre prioridade”, declarou a pré-candidata ao Governo do Estado, Raquel Lyra, durante seu discurso em mais uma edição do evento Mulher que Faz, realizado em Paulista, na Região Metropolitana, nesta quinta (12). Idealizado pela prefeita de Igarassu, Elcione Ramos, o encontro reuniu mulheres de Paulista, Abreu e Lima e Igarassu.

Raquel fez questão de ouvir as necessidades das participantes, como a estudante Yannka Freire, que apontou que falta maternidade na cidade. “Todas as mulheres saem de Paulista para ter seus filhos no Recife. Comigo foi assim, mas não é isso que a gente quer. Precisamos ter o direito de dar à luz no nosso município”, ressaltou.

A prefeita Elcione Ramos criticou o sucateamento da educação e a falta de prioridade às mulheres nas políticas sociais por parte do Governo do Estado. “A gente vai mudar com a mulher, mas não com qualquer mulher. Pernambuco não é laboratório. Merecemos alguém que saiba governar, que tenha compromissos e competência para ajudar as mulheres, na saúde, na qualificação profissional e no combate à violência”, destacou.

Para a deputada estadual Priscila Krause, a pré-candidata tucana vai transformar Pernambuco, sempre olhando para as chefes de família, ampliando as ações que já realizou em Caruaru. “Raquel Lyra toma o problema, a responsabilidade para si, sabe se colocar no lugar do outro e já vai fazer a diferença na vida das pernambucanas e dos pernambucanos. Das famílias”, disse. Já o deputado federal Daniel Coelho ressaltou que “a mulher na posição de comando tem um olhar de mãe e sabe da necessidade do povo”. “Caruaru vive hoje uma nova realidade”, reforçou Daniel Coelho.

O ex-prefeito de Igarassu e pré-candidato a deputado estadual, Mário Ricardo (Republicanos), afirmou que “onde as boas propostas chegam, as ruins desaparecem”. “Esse é um bom tempo de fazer política porque o povo quer mudança, desenvolvimento.”

O vereador de Paulista, Márcio Freire, reforçou seu apoio à pré-candidatura de Raquel Lyra. “Raquel luta pelo povo, vai fazer muito pelo Litoral Norte e conta com o nosso apoio em Paulista. Vamos percorrer os quatro cantos para levar o nome de Raquel na nossa cidade”, finalizou.

O presidente estadual do Cidadania, João Freire, também esteve presente no evento.

Caruaru sedia mais uma Festa de Frei Damião

Mais uma Festa de Frei Damião em Caruaru está sendo realizada até o dia 15 de maio. A abertura ocorreu ontem (12), no Convento dos Capuchinhos, com missa presidida por Frei Lopes. Uma vasta programação acontece até o sábado (14), com celebrações às 19h30.

No domingo (15) terá a caminhada, saindo do Convento até o terreno do futuro Santuário de Frei Damião, às margens da BR-104, antes do Parque Milany.

Lá acontecerão missas, louvores, adoração, entre outros atos religiosos. As missas serão realizadas às 10h e às 16h.

O evento acontece dentro das celebrações dos 25 anos de falecimento do missionário do Nordeste, Frei Damião.

Ceaca ganha três novos equipamentos para a população

Foto: Felipe Correia

A Central de Abastecimento de Caruaru (Ceaca) recebeu, na manhã desta quinta-feira (12), três novos equipamentos para a população que frequenta o local. Na ocasião, foi realizada uma celebração ecumênica com a participação de representantes das religiões católica, evangélica e espírita e contou, também, com a presença do prefeito Rodrigo Pinheiro.

A Ceaca atua no gerenciamento do entreposto comercial de hortifrutigranjeiros, abastecendo as feiras livres, restaurantes e supermercados, não apenas de Caruaru, mas de toda a região. O local funciona todos os dias, de forma ininterrupta. Diariamente, circulam mais de duas mil pessoas, entre funcionários, comerciantes e clientes.

As entregas dão início as comemorações dos 30 anos da Central de Abastecimento, que oficialmente é comemorado no dia 16 de maio, e do aniversário de 165 anos de Caruaru. Os três espaços serão disponibilizados para comerciantes, compradores e todos que frequentam a Ceaca.  

“A partir de hoje iniciamos as comemorações, não só dos 30 anos da Ceaca, mas, também, do aniversário de Caruaru, com essas entregas que vão melhorar ainda mais a vida dos caruaruenses. Nosso trabalho é baseado no diálogo e, dessa forma, eu tenho certeza que vamos conseguir caminhar atendendo aos anseios da população”, disse o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro.

O espaço kids estará à disposição das crianças que acompanham as mães que participam das capacitações ofertadas pelo programa “Desperdício Zero”, que atende cerca de 40 famílias. Já o Posto de Atendimento em Saúde irá ofertar atendimento para situações como: mal estar, alterações de pressão e glicemia, desmaios, ferimentos sangrantes e hemorragias e casos de parada cardiorespiratória. O espaço ecumênico vai receber as pessoas que precisam de um local para desacelerar, realizar suas preces e se conectar com a espiritualidade.

O momento marcou ainda a saída da presidente da Ceaca, Thallyta Figueroa, que passou a função para Gilvan Calado.

Novo presidente da Ceaca

José Gilvan Cavalcanti Calado Junior é empresário, tem 41 anos e é casado. O novo presidente falou sobre a expectativa em relação a sua gestão. “Sempre falo que a Ceaca não é só de Caruaru. O espaço recebe pessoas de 30 municípios, de diferentes estados, mensalmente. Vamos continuar com esse olhar atento, como já vínhamos fazendo, e sensível as demandas da população”, disse Gilvan.

Prefeitura de Caruaru abre inscrições para voluntários atuarem no São João com Inclusão

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, está com as inscrições abertas para os voluntários que queiram atuar no “São João com Inclusão”. Os interessados, devem entrar em contato com o Serviço de Inclusão Social para Pessoa com Deficiência, através do número (81) 98384-5652, até o dia 20 de maio. O horário de atendimento é das 8h às 16h.

Para participar é necessário ter acima de 18 anos e disponibilidade para trabalhar quatro horas por noite, durante os festejos juninos, que vão de 04 de junho a 02 de julho. Os aprovados irão desenvolver atividades de forma voluntária, no Camarote da Acessibilidade do Pátio de Eventos e demais pontos de acessibilidade, que irão receber as pessoas com deficiência e idosos para o maior evento junino.

“Nossa proposta é promover inclusão, sociabilidade e acesso à cultura para pessoas com deficiências e idosos vindos de todo Brasil. Assim, os voluntários serão capacitados para melhor atendimento ao público e os aprovados receberão certificado como agente de acessibilidade”, explicou o coordenador do Serviço de Inclusão Social para Pessoa com Deficiência, Marcos Gervasio.

Outras informações: (81) 98384-5652

Faculdade Senac participa do Festival Gastronômico Casa Rosa em Caruaru

Professor e estudantes do curso de Gastronomia da Faculdade Senac Caruaru estão participando do Festival Gastronômico Casa Rosa, que será realizado desta sexta-feira (13) até o domingo (15), no Parque 18 de Maio, em Caruaru. Os chefs vão ministrar oficinas gratuitas no espaço, e os estudantes vão compor a equipe de apoio na cozinha.

Para a coordenadora do curso de Gastronomia da faculdade, Lorena Sousa, a participação em evento desse porte possibilita aprendizagem e formação além da academia. “Permite adentrar na cozinha profissional e aplicar na prática os ensinamentos e competências desenvolvidos na faculdade. Fora a aprendizagem desenvolvida, os alunos têm a oportunidade de aumentar seu network, pois irão auxiliar e aprender com grandes chefs”, explicou Lorena

O Festival Gastronômico Casa Rosa começa nesta sexta com oficinas de três chefs. Um deles é Jonas Cavalcanti, professor da FacSenac em Caruaru que vai abordar o tema “Comidas que Abraçam”. “Vou apresentar o prato Arroz com Paleta com minitomates e rúcula. A ideia é proporcionar, através de sabores, uma nova experiência e possível resgate de boas memórias e boas lembranças através da comida”, explicou Jonas Cavalcanti.

No sábado pela manhã, Negralinda, aluna da faculdade Senac Recife, vai ministrar a oficina apresentando a receita de Sururu ao Coco. Já Fernando Bezerra, instrutor da Unidade de Hotelaria e Turismo do Senac Recife, terá como tema da oficina “Drinque e Forró combinam com Você”, onde serão apresentados vários drinques. As oficinas serão oferecidas gratuitamente para quem estiver no espaço. A programação conta ainda com shows musicais.

Festival Gastronômico Casa Rosa Parque 18 de Maio

Sexta-feira (13)
Leandro Ricardo – 9h às 10h
Rapha Vasconcelos – 10h30 às 11h30
Jonas Cavalcanti – 12h às 13h

Sábado (14)
Dani Sette – 9h às 9h45
Negralinda – 10h às 10h45
Fernando Bezerra – 11h às 11h45
Antônio Nogueira – 12h às 12h45

Domingo (15)
Hellida Kelsch – 9h às 10h
Just Madá – 10h30 às 11h30
Lúcia Soares – 12h às 13h
Casa Rosa – Caruaru.jpg

MPPE discute enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes

A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), promove, na próxima segunda-feira (16), o Encontro sobre o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes: desafios e alternativas para a proteção e promoção de direitos. O evento começará às 9h, no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), na Rua Manoel Queiroz da Silva, n° 145, Torrinha, Cabo de Santo Agostinho.

O objetivo é dialogar sobre a realidade de vítimas crianças e adolescentes que vivenciaram contexto de abuso sexual, com o fim de expor caminhos para quebra do ciclo de violência e responsabilização de agressores, com destaque para o fluxo de atendimento pela rede de proteção do município do Cabo de Santo Agostinho e o trabalho intersetorial.

São 150 vagas destinadas a integrantes da rede de proteção da criança e adolescente do município do Cabo de Santo Agostinho, conselheiros tutelares, profissionais da saúde, educação, representantes da sociedade civil, estudantes e população em geral. Os participantes terão direito a certificado.

As inscrições podem ser feitas neste link: https://bit.ly/39QLVm5

A programação é a seguinte:

9h Abertura solene

9h30 Palestra: Fluxo de atendimento das vítimas de violência sexual pela rede de proteção e caminhos para responsabilização de agressores, com a promotora de Justiça Manoela Poliana Eleutério de Souza, que atua na área de Infância e Juventude do Cabo de Santo Agostinho

10h Palestra: A atuação do CREAS e do Programa Novo Sentido no município do Cabo de Santo Agostinho, com a assistente social Alani Lira, que é coordenadora do CREAS-AEPETI

10h30 Palestra: A Intersetorialidade no Combate à Violência Sexual, com a assistente social Danielle Moura Bezerra, que é gerente de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde do Cabo de Santo Agostinho

11h Debates e encerramento

Só com luta de negros foi possível abolir escravidão, diz especialista

13 de maio de 1888 – Princesa Isabel assina a lei Áurea

O fim da escravidão legalizada no Brasil foi um processo construído por pessoas negras, um ponto que especialistas consideram fundamental ser lembrado no dia 13 de maio, data da abolição da escravidão.

“Ao longo das últimas décadas, têm aumentado as percepções sobre a ação política dos escravizados, inclusive o próprio 13 de maio”, enfatiza o psicólogo Márcio Farias, que coordena a coleção Clóvis Moura na Editora Dandara.

O 13 de maio é alvo de disputas por ser uma data oficial usada como uma espécie de “ação redentora de uma elite, dos setores dominantes, frente ao que foi o horror da escravidão”, diz Farias. Segundo o pesquisador, por isso, os movimentos negros precisaram contestar a celebração no sentido em que a abolição estava sendo apresentada como uma benesse concedida pela monarquia à população negra.

“Talvez seja uma data das mais emblemáticas naquilo que são as disputas de projetos de país colocados, de um lado, por setores das elites dominantes, classes possuidoras de riquezas e poder, e por outro lado também reflete como os setores da classe trabalhadora, ao longo do século 20, foram se posicionando frente a essa data, como uma plataforma de disputa de projeto de sociedade”, comenta.

O historiador Rafael Domingos Oliveira, que faz parte do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Afro-América, destaca que a promulgação da Lei 3.353, em 13 de maio de 1888, acontece em um contexto histórico amplo, que envolve séculos de luta das pessoas escravizadas. “O percurso histórico até ela [Lei Áurea] foi muito mais longo e, se quisermos ser rigorosos, começou com a primeira pessoa a ser escravizada e que, certamente, tentou resistir de todas as formas à nova condição a que estava sendo submetida. Desde então, foram muitas as estratégias de resistência — individual e coletiva – de que as populações escravizadas lançaram mão para conquistar sua liberdade.”

Primeiro movimento social

De acordo com o historiador, a pressão para o fim da escravidão veio de diversas formas, desde a resistência direta até os movimentos que lutavam a partir da imprensa, da política e do Judiciário. “A contribuição dos movimentos abolicionistas foi, sem dúvida, fundamental para isso. Outro fator foi a tensão constante causada pela violência da escravidão, tensão geralmente resumida no medo que a classe senhorial cultivava de que revoltas e rebeliões pudessem eclodir a qualquer momento”, lembra.

“Há uma pesquisa feita pela professora [da Universidade de São Paulo] Angela Alonso que mostra que o primeiro movimento social brasileiro foi o movimento abolicionista. Ela percorre, no livro dele, o período de 1868 a 1888 mostrando as diferentes estratégias e táticas do movimento social abolicionista para que se chegasse em 1888 com a abolição”, acrescenta o sociólogo e curador de conhecimento na Inesplorato, Túlio Custódio.

No entanto, em relação à luta contra a escravidão e pelos direitos da população negra, o sociólogo considera mais importante o 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. “Nós temos o 20 de novembro como uma data mais fundamental, porque é uma data que conecta com a grande luta, ou com uma perspectiva mais ampla da luta contra a escravidão, contra o racismo, contra a situação das pessoas negras em um contexto colonial e racista do Brasil”, enfatiza.

Porém, é preciso, segundo Custódio, lembrar que promulgação da lei que encerrou o período escravista no país não foi uma iniciativa da princesa Isabel, responsável pela assinatura do documento oficial, mas, sim uma luta de muitos anos de figuras negras importantes, como José do Patrocínio, Luiz Gama e André Rebouças.

Sem direitos

Apesar dos esforços dos abolicionistas, o processo de abolição, no entanto, acabou promovendo a desigualdade racial no Brasil pelas décadas seguintes até os dias atuais, diz Domingos Oliveira. “O projeto de redistribuição de terras, defendido por André Rebouças e Joaquim Nabuco, que poderia perfeitamente ser entendido hoje como reforma agrária, estaria associado à emancipação da população escravizada. O projeto, como sabemos, nunca foi para a frente e, até hoje, o Brasil é um dos únicos países de formação agroexportadora que nunca realizou a reforma agrária”, exemplifica Oliveira sobre as propostas que chegaram a ser discutidas à época.

A forma como a abolição foi feita não garantiu, segundo Farias, dignidade e direitos, muito menos reparação às pessoas que sofreram com a escravidão. “Esse projeto foi o vitorioso. Um projeto em que as cidadanias foram mutiladas para que uma nova forma de exploração do trabalho do ponto de vista formal se instaurasse, mas mantendo formas arcaicas de relações sociais”, ressalta.

“É só pensar na [Rua] 25 de Março”, exemplifica Farias, ao falar da região de comércio popular no centro da capital paulista. “Você tem lá toda uma tecnologia disponível para compra, consumo, mas as pessoas que vendem, em geral, estão em condições de trabalho bem precárias. Em uma ponta, o mais alto nível da produção, e em outra, as relações mais arcaicas de trabalho. Essa é uma imagem que retrata quais são os reflexos do 13 de maio ainda hoje. Um projeto que a relação de superexploração da força de trabalho está muito relacionada com o racismo”, ressalta.

Mesmo considerando o contexto adverso, o pesquisador destaca a capacidade de organização dos movimentos negros que mantiveram a luta por direitos no século 20 e continuam nestas primeiras décadas do 21. “A população negra, mesmo colocada em posição de informalidade, perene de superexploração enquanto classe trabalhadora pós-13 de maio, ela se organizou, se associou. Teve espaços de associação que permitiram a ela não só se reconstituir como grupo social, enquanto classe, mas, acima de tudo, reelaborar projetos”, acrescenta Farias.