Ainda que Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência da República, tenha descartado, na última segunda-feira (18), ser vice numa chapa do chamado “centro democrático” na corrida pelo Planalto, posteriormente, em conversa reservada dela com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, ela se mostrou mais flexível a abir mão da cabeça de chapa.
Os dois foram à mesa na última terça-feira (19), no Hotel George V, em São Paulo, um dia depois da referida declaração que teria provocado mal-estar no conjunto. Em diálogo pautado no entendimento, Tebet e Bivar chegaram a um denominador comum: o mais provável, agora, é que o MDB e o União Brasil consigam consolidar uma composição, mesmo que o PSDB fique de fora. A ideia valeria seja com Bivar, seja com Tebet na cabeça de chapa.
O empecilho, hoje, é que o União Brasil tem pressa para por a pré-campanha na rua e vê como distante o prazo do MDB para homolgar uma candidatura de Simone, entre o final de julho e o início de agosto. O partido presidido Bivar está disposto a arcar com a estrutura da campanha presidencial, mas não quer apostar numa dúvida. Na legenda, se faz a seguinte conta: não adianta, numa maratona, tirar a bola de ferro do pé do corredor a 10 metros do fim.
Em outras palavras, o União Brasil não quer correr risco de entrar numa campanha, em que a cabeça de chapa não tem segurança de que levará a missão até o final. É aí que reside o impasse agora. Ainda que o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, venha sinalizando, a Bivar, ter maioria na sigla para garantir Simone no páreo, a falta de unidade dos emedebistas acende o sinal amarelo no União Brasil. Mas ainda soa como algo contornável, uma vez que, se o MDB acena com a chance de aceitar uma vice. Já em relação ao PSDB, o sentimento é de que parece voar caco para todo lado no ninho tucano.
E já não há mais bolsa de apostas dando conta de que o PSDB fará parte do projeto de candidatura única desse centro democrático. Já Simone e Bivar, trabalham para montar uma chapa juntos e a iniciativa de Baleia Rossi de reunir declarações de apoio dos presidentes estaduais do MDB em favor de Simone teve o condão de fazer, exatamente, um aceno a Bivar, que conta com unanimidade no seu partido em favor de seu nome, diferente dos cenários de racha no MDB e no PSDB, federado ao Cidadania.
Teresa reage…
Após o presidente estadual do MDB-PE, Raul Henry, defender André de Paula como melhor opção para o Senado na chapa da Frente Popular, a deputada estadual Teresa Leitão, à coluna, reagiu: “Raul Henry provou, na prática, ser o vice dos sonhos de qualquer governador. Conhece bem o assunto, portanto”. Teresa fez a fala após Henry argumentar que, para serem vitoriosas as chapas precisam ser “amplas”. O PT pleiteia a vaga do Senado.
…a Henry > Caso o Senado caiba mesmo a André de Paula, restaria ao PT ocupar a vice na chapa. Henry foi vice de Paulo Câmara no primeiro mandato do socialista. Teresa prossegue: “Seus argumentos em defesa de André de Paula no Senado podem ser aplicados à vaga de vice, cargo para o qual André tem os atributos indispensáveis. De tudo, resta uma pergunta: ‘Por que o PT é bom para a vice, mas não o melhor para o Senado?’”
O fator Lula > Se o PT tem Carlos Veras e Teresa Leitão, hoje, como alternativas a ofertar à chapa, André de Paula é a opção que conta com simpatia nítida, repisam socialistas, de Paulo Câmara para o Senado. No entanto, André passou a enfrentar, nos últimos dias, resistências mais intensas na aliança devido à necessidade do PSB de associar a imagem de Danilo Cabral a Lula. Pesa ainda o fato de Marília Arraes, enquanto pré-candidata ao Palácio das Princesas, já vir fazendo isso.
Folhape