Pesquisa Exame/Ideia divulgada nesta quinta (24) aponta que, caso as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o primeiro turno com 40%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceria em segundo, com 29%. Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) estariam empatados no terceiro lugar, com 9% dos votos cada.
Os números são de pesquisa estimulada, quando é apresentada uma lista de candidatos aos participantes. Foram ouvidas 1,5 mil pessoas entre os dias 18 e 23 de março, por telefone, com ligações para fixos residenciais e celulares.
Em comparação à última versão da pesquisa, divulgada há um mês, Lula perdeu dois pontos percentuais nas intenções de voto, enquanto Bolsonaro ganhou a mesma quantidade. A distância entre os dois pré-candidatos, portanto, diminuiu de 15% para 11%.
Para o fundador do Ideia, Maurício Moura, a queda na diferença indica uma tendência de acomodação dos votos entre os dois. O instituto é especializado em pesquisas de opinião.
“É importante ficarmos atentos à melhora de indicadores do presidente Jair Bolsonaro. Alguns, obviamente, estão relacionados ao aumento da popularidade, de aprovação do governo”, disse Moura. “Porém, há outras evoluções positivas de intenção de voto, principalmente (em pesquisa) estimulada, que estão mais alinhadas com uma maior acomodação dos antipetistas na candidatura do Bolsonaro, que não enxergam nas outras alternativas um potencial de vencer o PT no segundo turno.”
A pesquisa traz também separações entre renda e região, permitindo ver onde estão concentrados os apoios aos pré-candidatos. A faixa de pessoas que recebem entre três e seis salários mínimos é a única na qual Bolsonaro ganha, com 40% das intenções de voto, contra 32% de Lula. Na parcela de menor renda, com até um salário mínimo, há a maior diferença entre os dois: o petista tem 46% dos votos, enquanto Bolsonaro tem 19%.
Nas regiões, Bolsonaro venceria Lula no Centro-Oeste, com 38% contra 33%. Em todas as outras regiões o ex-presidente tem a vantagem, sendo a maior delas no Nordeste – segundo maior colégio eleitoral brasileiro – onde lidera com 52% das intenções de voto, contra 22% de Bolsonaro.
Ainda olhando as parcelas populacionais, entre os evangélicos, grande força do atual presidente, Bolsonaro melhorou seus indicadores. Há um mês, 35% destes eleitores votariam nele, agora são 54%. “É uma reacomodação de bolsonaristas, ou de pessoas mais favoráveis ao presidente nesse momento”, avalia Moura.
Na pesquisa espontânea, em que os candidatos não são apresentados previamente aos participantes, Lula e Bolsonaro somam quase 60% das intenções de voto em um eventual primeiro turno. “É algo muito substancial que mostra não só o grau de polarização, como a pouca janela que as campanhas vão ter para convencer potenciais eleitores”, afirma Maurício Moura.
Correio Braziliense