Internado para tratar câncer, Pelé se recupera de infecção urinária

Pelé posa para foto durante entrevista em Nova York

O ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, permanece no hospital Albert Einstein, em São Paulo, para continuar o tratamento contra um tumor de cólon. Segundo nota assinada pelos médicos que o acompanham, divulgada nesta segunda-feira (21), os exames de rotina detectaram uma infecção urinária, que prolongou a internação do Rei do Futebol, no hospital desde o último dia 13 de fevereiro.

“Suas condições clínicas são estáveis, e a alta hospitalar deve acontecer nos próximos dias”, conclui a nota, assinada pelo geriatra e endocrinologista Fabio Nasri, pelo oncologista Rene Gansl e pelo diretor-superintendente Médico e de Serviços Hospitalares do Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto.

Pelé foi submetido a uma cirurgia para retirada do tumor no cólon em setembro. Ele ficou quase um mês internado na ocasião, ficando parte do período na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A previsão é que ele retorne pelo menos uma vez por mês ao hospital para continuar o tratamento.

A última manifestação de Pelé nas redes sociais foi no domingo (20), quando parabenizou a federação de futebol da Arábia Saudita pelo primeiro jogo oficial da seleção feminina do país. Um dia antes, no sábado (19), ele relembrou a época em que jogou nos Estados Unidos, postando uma foto em que fazia embaixadinha com a bola oval, de futebol americano.

Vítimas de enchentes em cidades de Minas e da Bahia poderão sacar FGTS

Governador garante assistência a cidades afetadas pelas chuvas nos vales do Mucuri e Jequitinhonha

Os trabalhadores de Claúdio (MG) e Ubaíra (BA) poderão sacar, a partir de amanhã (22), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade. Os municípios foram afetados por fortes enchentes recentemente.

Cada trabalhador atingido pelas enchentes poderá retirar até R$ 6.220. Somente poderão sacar o FGTS os moradores de endereços informados pela Defesa Civil dos municípios à Caixa Econômica Federal.

A retirada poderá ser pedida por meio do aplicativo FGTS até 14 de abril, no caso de Cláudio, e 28 de março, no caso de Ubaíra. Basta o trabalhador abrir o aplicativo e escolher a opção “Meus Saques”, sem a necessidade de comparecer a uma agência. Os documentos – foto de documento de identidade e comprovante de residência em nome do trabalhador até 120 dias antes do desastre – poderão ser enviados pelo próprio aplicativo.

Caso o comprovante de residência esteja em nome do cônjuge, será necessário também enviar certidão de casamento ou escritura pública de união estável. O documento também pode ser incluído no aplicativo.

Ao pedir o saque, o trabalhador poderá indicar o crédito em uma conta da Caixa ou de qualquer outro banco para receber os valores, sem nenhum custo. O prazo para retorno da análise e crédito em conta, caso aprovado o saque, é de cinco dias úteis.

Mais informações podem ser obtidas no site www.caixa.gov.br/beneficios-trabalhador/fgts/ ou entrar em contato com a Caixa no telefone 0800-726-0207.

Até o momento, a Caixa autorizou o saque antecipado do FGTS para 52 municípios da Bahia, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro afetados pelas chuvas nos últimos meses.

Na Bahia, a medida vale para os moradores de Canavieiras, Coaraci, Eunápolis, Floresta Azul, Gandu, Ibicaraí, Ibicuí, Ilhéus, Itabela, Itabuna, Itajuípe, Itamaraju, Itapé, Itapetinga, Itapitanga, Itororó, Jaguaquara, Jequié, Jiquiriçá, Medeiros Neto, Mundo Novo, Prado, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Teolândia, Ubaíra, Ubaitaba, Vitória da Conquista e Wenceslau Guimarães.

Em Minas Gerais, os moradores de Águas Formosas, Almenara, Cláudio, Dores do Indaiá, Governador Valadares, Igarapé, Itabirito, Juatuba, Machacalis, Mário Campos, Mateus Leme, Nova Lima, Onça de Pitangui, Poço Fundo, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, Sabará, Santo Antônio do Monte e São Joaquim de Bicas podem retirar o dinheiro.

No Rio de Janeiro, foram beneficiados os habitantes de Italva, Natividade e Petrópolis.

Política AGU pede que STF retire sigilo de investigações da CPI da Pandemia

O procurador-geral da República Augusto Aras pediu hoje (21) que o Supremo Tribunal Federal (STF) retire o sigilo de nove investigações preliminares abertas com base no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. No fim de novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia enviado dez pedidos de investigação.

Com a decisão, apenas um pedido continuará sob segredo de Justiça. Em nota, a PGR informou que o sigilo prejudicava “o acesso da sociedade, dos investigados e da imprensa às providências investigativas já adotadas, dificultando o acompanhamento de diligências, perícias, informações, documentos, dados e análises que constam da apuração”.

A abertura do sigilo era uma reivindicação da cúpula da CPI da Pandemia. No último dia 9, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) haviam pedido que o STF derrubasse o sigilo.

Até agora, não era possível saber o conteúdo dos pedidos nem a identidade dos investigados. Os pedidos de investigação da PGR foram distribuídos a seis ministros distintos no Supremo.

Brasil ultrapassa 93% de vacinados com uma dose

O Brasil ultrapassou a marca de 93% de brasileiros acima de 12 anos vacinados com a primeira dose da vacina contra covid-19. Com a dose única ou as duas doses do esquema vacinal, são 87% dos brasileiros cobertos, considerando o mesmo público-alvo. Até o momento, foram 380 milhões de doses de vacina aplicadas nesse público. As informações são do Ministério da Saúde.

Já o reforço da imunização foi tomado por 50,6 milhões de pessoas. Desse total, 48,5 milhões são de doses de reforço e 2 milhões de doses adicionais. No total, das mais de 660 milhões de doses de vacinas adquiridas, o Governo Federal já distribuiu mais de 430 milhões às unidades federativas. Segundo o governo, a vacinação do público entre 5 e 11 anos também segue avançando. Das 20,4 milhões de crianças, mais de 5 milhões tomaram a primeira dose.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou com jornalistas na manhã de hoje (21) e reiterou a importância de completar o esquema vacinal contra covid-19 e tomar a terceira dose. “A campanha de vacinação segue firme e aproveito a oportunidade de reiterar o que eu tenho falado todos os dias: a necessidade de avançar com a dose de reforço. Isso é importante para a proteção da nossa população, sobretudo para os idosos, que tomaram as duas doses no começo da campanha. Esse reforço é fundamental para que tenhamos uma proteção maior contra a variante Ômicron”, disse Queiroga.

Raquel Lyra participa do lançamento do projeto “Rede de Cidades-Polo do Nordeste”

A Prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, participou, na manhã desta segunda-feira (21), de forma on-line, do evento de lançamento do projeto “Rede de Cidades-Polo do Nordeste”. A ação é fruto da parceria entre o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Sudene e abrange a Rede de Cidades Polo (G52), um grupo de municípios com papel de influência em suas regiões intermediárias, segundo critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante a oficina “G52: Cidades-Polo ampliando os marcos do desenvolvimento regional”, foi realizado o lançamento do projeto de implementação da estratégia territorial do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). A proposta criou um espaço de intercâmbio e cooperação com prefeituras e especialistas sobre governança compartilhada, cooperação intermunicipal e gestão em rede.

“É importante que a gente tenha organização político-administrativa. As pessoas vivem nas cidades e são nelas onde acontecem as respostas aos mais diversos desafios que a população vive. Para termos um governo mais sustentável e que a nossa atuação seja baseada em marcos que ultrapassem os governos, só conseguimos fazer se tivermos transparência e um planejamento estratégico que nos permitam ultrapassar as paredes da prefeitura e haver uma grande concertação na sociedade em rede. Caruaru faz parte dessa rede, interligando governos, empreendedores, empresários e instituições que buscam transformar vidas”, pontuou Raquel Lyra, durante a sua fala no encontro.

Covid-19 e Influenza A: boletins diários da Secretaria de Saúde – 21.02.22

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta segunda-feira (21), foram registrados 45.040 casos de Covid-19, sendo 42.981 leves, 194 novos casos e 730 óbitos. Já de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram registrados 2.059 casos. Nenhum novo óbito foi registrado hoje.

Foram confirmados também 657 casos para a Influenzavírus A, subtipo H3N2, sendo 596 casos leves e 61 casos graves. Nenhum novo caso foi confirmado hoje. Não há registro de óbito pela doença no município, até o momento.

Fontes:

Ministério da Saúde (e-SUS Notifica, MS – Casos Leves até 20/02/2022)

Cievs PE – Secretaria Estadual de Saúde (Notifica PE – Cievs PE – Casos Graves e Óbitos até 20/02/2022).

Antipetismo e antibolsonarismo podem ser decisivos no resultado das eleições

Pesquisas de intenção de voto mostram que as eleições de outubro serão marcadas pela polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nos levantamentos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas especialistas também ressaltam que o antipetismo e o antibolsonarismo serão decisivos no pleito deste ano. Pesquisa Ipespe, divulgada em janeiro, mostrou que o chefe do Executivo é rejeitado por 64% dos entrevistados, e o petista, por 43%.

A vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 é creditada, principalmente, ao antipetismo, na esteira dos escândalos de corrupção que atingiram a imagem do partido.

Na Câmara, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), acredita que, ao começar a propaganda política, a rejeição a Bolsonaro vai cair. “Quando entrar o horário eleitoral, ele vai crescer muito e rápido. Bolsonaro comprou uma briga com a imprensa, então, pague o preço que comprou. Não é mostrado tudo o que ele construiu em seu governo”, criticou. “Quando as pessoas tomarem conhecimento do que ele realizou, vai reforçar o discurso dele contra a imprensa e vai ficar na cabeça do eleitor confirmado que não foi mostrado tudo o que ele construiu no seu governo”, apostou.

Na avaliação dele, as campanhas terão perfis diferentes. Enquanto Lula fará uma força-tarefa de mais “retaguarda”, ou seja, com menos mobilização de rua e preferência por eventos internos, Bolsonaro seguirá na estratégia utilizada no ano de ascensão, com exposição e mobilização mais agressiva. “O bolsonarismo anda sozinho, sem patrocínio e com alto engajamento, tem um apoio muito aguerrido. Os petistas não têm tanto porque não têm a arrecadação sindical para patrocinar as mobilizações”, alfinetou.

Aliados de Bolsonaro comentam que o candidato que concorre à reeleição não será o mesmo do primeiro ano de mandato. Apesar de continuar com um jeito particular de trabalhar, Bolsonaro teria entendido que, em uma democracia, tem de governar com os partidos políticos. Então, ultimamente, está lidando melhor com os grupos e isso tende a diminuir sua rejeição até mesmo entre os parlamentares.

Diálogo
Líder do PT na Casa, o deputado Reginaldo Lopes (MG) enfatizou que a melhor forma de lidar com a polarização ideológica é “evitar cair nas provocações de Bolsonaro”. “Ele quer um Estado armado, um Estado miliciano, e nós queremos um Estado democrático. O governo dele já foi um governo que pregou o ódio, tudo por causa dessa ideologia fascista. Temos de superar com diálogo e debate de ideias”, defendeu.

O senador Humberto Costa (PT-PE) definiu a preparação do PT para a corrida eleitoral com postura otimista, apesar de saber que será complicado. “Há uma possibilidade de o presidente Lula vencer, mas sabemos que não vai ser fácil. O bolsonarismo, no momento em que observar que pode perder, vai radicalizar o discurso e as ações, e estamos nos preparando para isso”, ressaltou.

A aposta do parlamentar é de que, apesar das negociações de Lula ocorrerem, predominantemente, nos bastidores, com o mínimo de exposição, o ex-presidente vai atuar efetivamente no momento dos embates diretos com os adversários. “É de interesse dele participar dos principais debates, confrontar e demonstrar a diferença de preparo intelectual, apresentar seus projetos e ações”, disse. “Agora, é hora de construção de alianças, acordos, muito mais negociações políticas. Mas muito em breve acredito que ele vai ter um processo de exposição.”

Para o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcus Ianoni, o bolsonarismo “vai fazer de tudo para vencer, inclusive tumultuar o processo eleitoral”. “Creio que Lula, para driblar o antipetismo, que hoje é menor do que foi em 2018, está se aproximando de (Geraldo) Alckmin, que é um político com longa trajetória. Quanto a Bolsonaro, considero que sua política não é combater o antibolsonarismo, pois ele não é de ceder, de amenizar sua rejeição, pelo contrário, sua política é de afirmar suas características, mesmo diante da oposição a elas”, destacou.

Terceira via
Até agora, a terceira via, que prometia fazer frente aos dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas, não tem causado impacto. Os postulantes à alternativa à polarização, como Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), João Doria (PSDB) e Alessandro Vieira (Cidadania), não apresentam consideráveis mudanças nos levantamentos sobre intenção de voto para outubro.

Para David Fleischer, cientista político e professor de sistemas eleitorais na Universidade de Brasília (UnB), a terceira via ainda não aconteceu, mas é possível. “Baseado nas pesquisas da semana passada, tudo indica que Lula será presidente, mas não sabemos. Ao longo do ano, nós vamos ter uma visão se é possível ter uma terceira via mais fácil, que passará Bolsonaro e disputará com Lula. Lá para junho, julho e agosto haverá uma visão melhor”, sustentou. “Porque a partir de agosto começarão os debates, e isso pode influenciar um pouco mais os eleitores.”

Correio Braziliense

Greve dos Policiais Civis está prestes a completar uma semana em Pernambuco

Prestes a completar uma semana de greve, os policiais civis de Pernambuco continuam com todas as atividades paralisadas e sem previsão de retorno. De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de PE (Sinpol), a adesão continua em 90% de todas as delegacias e institutos do Litoral ao Sertão do Estado. Os policiais continuam pedindo melhores condições de trabalho. A greve completa oficialmente uma semana as 18h30 desta segunda-feira (21). A deflagração do movimento foi dada na semana passada.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que estão sendo registrados Boletins de Ocorrência, presencialmente e por meio da Delegacia pela Internet, assim como estão sendo feitos flagrantes, diligências e investigações. A SDS ressaltou, em nota, que por duas vezes seguidas, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu pela ilegalidade da greve, impondo penalidades ao Sindicato.

“O Estado tem oferecido um aumento de 20%, e com o pagamento só para julho, vale lembrar que o que nos oferecem não cobre nem a inflação dos últimos três anos, o que dirá a inflação que vem agora de 2022 que já tem uma projeção de 6% a 7%. O que nós pedimos é o que seja igual ao que foi dado aos professores, 35%. Após sete meses tentando negociar, dialogar e buscar uma saída que a categoria se sinta valorizada, chegamos ao nosso limite. Quem nos empurrou para essa greve foi o Governo do Estado”, disse o presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti.

Desde a deflagração do movimento, o Sindicato ressaltou que monitora o movimento em todo o Estado, cuja adesão continua em 90% de todas as delegacias e institutos do Estado. “A nossa disposição é de dialogar e construir uma saída que seja justa, que seja honesta, e que tenha uma valorização mínima, real, para que a categoria possa produzir”, complementou o presidente.

O Sinpol alega que os policiais civis de Pernambuco estão sem aumento salarial há quatro anos, desde 2019 reajustado pela inflação. “Os Policiais Civis continuam pedindo melhores condições de trabalho, com equipamentos públicos sucateados, uma das piores estruturas do País, com o mesmo valor investido de 11 anos atrás, sendo o 22° estado que menos investe em Segurança Pública e a categoria de base tendo um dos piores salários do país”.

Segundo o Sindicato, desde a deflagração do movimento 90% da categoria está comprometida com a greve. Ontem (20), a greve entrou no sexto dia de paralisação. Desde então, todas as atividades da polícia estão paralisadas.

Penalidades
Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) ressaltou que por duas vezes seguidas, o Tribunal de Justiça de Pernambuco decidiu pela ilegalidade da greve, impondo penalidades ao Sinpol.

“A Secretaria de Defesa Social informa que continua à disposição do Sinpol para dialogar sobre valorização profissional dos policiais civis. Após estudos de impacto financeiro nas contas públicas, foi feita uma proposta de reajuste na casa dos 20%. Neste momento, a SDS e a Chefia da PCPE estão adotando todas as providências necessárias para garantir que serviços essenciais sejam mantidos. Estão sendo registrados Boletins de Ocorrência, presencialmente e por meio da Delegacia pela Internet, assim como estão sendo feitos flagrantes, diligências e investigações. A população deve continuar denunciando crimes e acessando serviços”, diz a nota da SDS.

De acordo com o Sindicato, a conta corrente pessoal do presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, foi bloqueada pelo Poder Judiciário por motivo de “atividade sindical”, na última quinta-feira (17). O Departamento Jurídico do Sinpol emitiu uma nota oficial confirmando o fato, que classificou como “uma decisão injusta e ilegal, e jamais vista na justiça de Pernambuco”.

“Não há porque o presidente ser responsabilizado por uma atividade sindical, quando o mesmo estava atuando por uma pessoa jurídica, em defesa de uma instituição que representa toda uma categoria. O Departamento Jurídico do sindicato informa que está preparando os recursos e medidas cabíveis para reverter essa decisão”, diz o trecho da nota.

A população pode fazer queixas sobre dificuldades no atendimento por meio da Ouvidoria da SDS, que atende pelo telefone 0800.081.5001 (ligação gratuita).

Diario de Pernambuco

Intenção de Consumo das Famílias pernambucanas cresce 2,1% em fevereiro e 13,8% comparado a 2021

Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Pernambuco registrou aumento de 2,1% entre janeiro e fevereiro, passando de 76,9 para 78,6 pontos. Comparado a fevereiro de 2021, o ICF-PE cresceu 13,8%. No entanto, apesar do avanço, o ICF-PE continua com uma baixa perspectiva de crescimento para os próximos meses, já que o índice está 21,4 pontos abaixo do patamar de indiferença, que é de 100 pontos.

O componente do ICF-PE que avalia a situação atual do emprego em relação ao mesmo período do ano passado registrou aumento de 3,1% no mês, (de 87,5 pontos em janeiro para 90,2 pontos em fevereiro) e de 7,6% na comparação anual. Já na proporção de famílias que enxergam mais segurança no emprego atual, houve um aumento de 12% para 14% entre janeiro e fevereiro de 2022, comparado ao ano anterior.

O componente que avalia a situação atual da renda em relação ao mesmo momento do ano anterior registrou aumento de 1,2% no mês (de 89,4 pontos em janeiro para 90,4 pontos em fevereiro) e de 8,5% na comparação anual. Esse desempenho resulta do também aumento no percentual de famílias que percebem uma situação melhor em relação a 2021, passando de 15,6% em fevereiro do ano passado para 18,8% em fevereiro deste ano.

Sobre o componente que avalia o nível de consumo atual, houve um avanço de 61,7 pontos para 63,3 pontos entre janeiro e fevereiro de 2022. O indicador se encontrava em 48,3 pontos em fevereiro de 2021, registrando, portanto, um aumento de 31,0% na comparação anual. Para esse avanço, a proporção de famílias que consideram estar consumindo mais em relação ao nível do ano anterior passou de 11,9% em fevereiro de 2021 para 17,9% em fevereiro do ano corrente. Já a proporção das que consideram estar consumindo menos caiu de 63,6% para 54,6%.

Quanto à perspectiva profissional, houve uma queda na proporção de famílias que enxergam com pessimismo o ambiente para melhorias no mercado de trabalho: de 50,6% em fevereiro de 2021 para 46,1% neste mês. Ao mesmo tempo. Já as famílias que têm perspectivas positivas sobre o futuro no mercado de trabalho nos próximos meses passou de 21,7% para 23,9%.

Com relação a perspectiva de consumo no curto prazo, houve aumento de 10,8% para 14,3% do percentual de famílias que esperam estar consumindo mais nos próximos meses. Já o percentual daquelas que esperam consumir menos caiu de 50,2% para 45,3%.

Os índices são mensurados de acordo com a situação das famílias com relação ao ano anterior e as suas expectativas para os próximos seis meses, variando de 0 a 200 pontos, indicando: insatisfação, ou pessimismo, quando abaixo de 100 ponto; satisfação, ou otimismo, quando acima de 100 pontos e, portanto, de propensão ao aumento do consumo; indiferença quanto aos próximos meses quando no patamar de 100 pontos.

Diario de Pernambuco

Dólar mais baixo não é garantia de contenção da alta dos preços, dizem especialistas

A recente queda do dólar neste início de ano, devido ao fluxo de capital estrangeiro atrás dos juros mais altos e dos ativos baratos, principalmente, de empresas exportadoras de commodities e de bancos, surpreendeu o mercado. Analistas avaliam que esse movimento favorável do câmbio é incerto e conjuntural e, portanto, não é garantia de ajudará a conter a inflação.

Na manhã de sexta-feira (18/2), o real registrava valorização acumulada no ano superior a 8%, liderando o ranking entre os emergentes, mas reduziu ganhos, em meio ao aumento das tensões no Leste Europeu, confirmando a tendência de volatilidade do câmbio – que deve aumentar neste ano eleitoral, segundo os analistas.

Eles lembram que o Banco Central continuará com dificuldades para conter a inflação oficial — medida pelo Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atualmente em 10,38% no acumulado em 12 meses até janeiro — abaixo do teto de 5% da meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2022, de 3,5%.

De acordo com dados da autoridade monetária, que costuma atualizar regularmente as metodologias para mapear os cenários e fazer simulações, para cada 10% de alta do dólar, o impacto na inflação é de 1,1 ponto percentual dentro de quatro trimestres. O modelo também observa que a correlação é parecida quando o sinal é trocado. “Uma queda de 10% no câmbio também produz um efeito máximo de, aproximadamente, 1,1 ponto percentual no IPCA”, destaca o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), do BC, publicado em dezembro de 2021.

Mas o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia e a frustração nas expectativas de queda dos preços das commodities, principalmente o petróleo, também devem contribuir para a inflação mais alta mesmo se o dólar cair. E, devido a essa persistência inflacionária em nível global, os bancos centrais dos países desenvolvidos já sinalizaram o aumento de juros – o que pode afetar as moedas dos países emergentes para baixo.

Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, considera precipitado apostar que a atual queda do dólar ajudará a reduzir a inflação deste ano. “É preciso termos certeza de que essa trajetória é persistente. Mas parece mais um fator circunstancial, diante da expectativa de aperto monetário dos Estados Unidos, os investidores estão fazendo realocação de carteiras e essa migração tem ajudado na apreciação do real.

Mas o ambiente interno continua muito incerto por conta da questão eleitoral. Não acredito que essa alta do real seja duradoura”, afirma ele, que prevê queda de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e inflação de 5,3%.

José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, estima recuo maior do PIB, de 0,5%, e alta de 6% no IPCA este ano, recorda que, no fim de 2021, havia uma expectativa de queda no preço das commodities neste início de ano e de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não faria um ajuste monetário muito forte, e o cenário mudou, “em meio ao aumento das tensões geopolíticas”.

“Com a perspectiva de alta de juros gradual nos EUA, há uma busca por ativos de países emergentes em geral. Mas, dependendo da intensidade do aperto monetário nos EUA a partir de março, o fluxo pode mudar de direção”, ressalta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

No Brasil, mesmo com a revisão de 11,75% ao ano, para 12,25% na mediana das estimativas do mercado coletadas no boletim Focus, do BC, para a taxa Selic no fim de 2022, as projeções para o IPCA passaram de 5,44% para 5,50%, especialmente, devido ao fato de a alta de preços estar bastante disseminada na economia, acima de 70%.

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano. Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, estima que a taxa encerrará em 12,25% e o IPCA, em 5,80% — acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo. “Para ocorrer um impacto de queda na inflação, o câmbio precisa permanecer nesse patamar por mais tempo. Essa volatilidade de um mês para o outro não permite projetar a frente com qualidade. Mas, se ficar alguns meses nesse patamar, pode começar a ajudar a inflação. O problema é que as commodities estão indo para outro lado, compensando essa queda do câmbio. O efeito pode ser mais pra neutro no final”, explica.

Na avaliação da economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, a queda do dólar não é sustentável por um período mais prolongado e a moeda norte-americana continuará muito volátil neste ano eleitoral. “O dólar abaixo de R$ 5,20, agora, é um ponto fora da curva. As nossas projeções apontam uma curva nervosa para o câmbio neste ano devido às eleições, com a divisa americana podendo chegar a R$ 6 no período pré-eleição e, depois, acomodar e encerrar o ano em R$ 5,70”, explica. “O câmbio não deve ajudar a conter a inflação. É verdade que o dólar está mais baixo, mas as commodities estão mais caras, o que também não era esperado pelo mercado”, acrescenta.

De acordo com Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust, apesar da queda do dólar no início do ano, ainda é preciso que a média diária, considerando os dias úteis do ano, registre uma queda mais expressiva para haver algum impacto na inflação. Pelas contas dele, em 2021, a cotação média diária da divisa norte-americana foi de R$ 5,3963.

E, nos 34 dias úteis de 2021 até quinta-feira (16), a média diária ficou em R$ 5,4178. “Está quase empatando, mas é preciso uma queda mais forte e por um período mais longo para essa desvalorização do dólar ser desinflacionária. Velho não vê chances de o BC cumprir a meta de inflação neste ano. Ele estima que, mesmo se a Selic ficar acima de 12%, o IPCA terminará o ano em torno de 6%.

Incertezas fiscais
Além do clima externo mais desfavorável e das eleições, as incertezas em torno da política fiscal devem continuar pressionando o câmbio, de acordo com os analistas que estão apreensivos em torno das discussões no Congresso em torno de medidas via PEC ou projeto de lei para o controle da alta dos preços dos combustíveis.

Apesar dos resultados mais favoráveis para as contas públicas no ano passado – com queda na dívida pública bruta de 88,6% do PIB para 80,3%, entre 2020 e 2021, analistas reconhecem que, após a aprovação da PEC dos Precatórios, no fim do ano passado, país perdeu a única âncora fiscal que ainda estava em vigor. Alessandra Ribeiro, da Tendências, diz que é difícil ver melhora estrutural nas contas públicas nos próximos anos.

“O aumento recorde da arrecadação em 2021 ocorreu, especialmente, por conta da inflação e do diferimento de impostos em 2020 que bateu no ano seguinte. E esses elementos não sustentam a continuidade do crescimento da receita para fazer frente às despesas obrigatórias, que continuam elevadas”, explica.

Sergio Vale, da MB, e o economista e consultor Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central, engrossam o coro das críticas à falta de uma política fiscal crível para ajudar o BC a conter a inflação dentro da meta.

“A política fiscal está muito confusa. Não há mais uma regra fiscal clara. O teto de gastos é fictício estruturalmente e o governo não tem um business plan para os próximos dois anos. O foco é claramente de curto prazo, voltado para a reeleição”, lamenta Freitas. “Ainda vemos um fiscal muito deteriorado e com muita incerteza em relação à PEC dos Combustíveis que devem manter o dólar valorizado neste ano”, complementa Vale.

Correio Braziliense