Ineficiência e elevação de custos na conta de luz tornam marco do setor elétrico urgente no Brasil

O Brasil registrou um aumento médio de 8,28% na conta de energia elétrica dos consumidores, entre 2020 e 2021. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor cobrado passou de R$ 0,55 para R$ 0,62 a cada quilowatts-hora consumido, sem considerar impostos, como ICMS, PIS, COFINS e taxa de iluminação pública.

O constante aumento no preço do serviço é algo que preocupa o diretor de Energia Elétrica da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Victor iOcca. Em entrevista exclusiva ao portal Brasil61.com, ele defendeu a aprovação urgente do PL 414/2021, que trata do novo marco do setor elétrico, e que promete reduzir os custos com energia. 

Relator do marco do setor elétrico acredita que projeto será aprovado este ano na Câmara dos Deputados

Segundo iOcca, os debates sobre o tema já estão maduros. Ele disse, ainda, que as ineficiências, assim como os altos custos se acumulam com o passar do tempo. 

“A aprovação desse projeto é urgente, principalmente porque vamos passar por um período de transição muito longo. Depois da aprovação do projeto, ainda temos que conseguir um mercado moderno, dinâmico, no qual os pequenos consumidores consigam comprar energia de qualquer fornecedor. Isso vai demorar até décadas”, destacou. 

Mercado livre

Victor iOcca explicou que, atualmente, os consumidores são obrigados a comprar energia elétrica diretamente das distribuidoras. Com o novo marco do setor, os clientes têm a oportunidade de adquirir a energia de outros fornecedores, caso desejem. Porém, as vantagens terão que ser analisadas pelos próprios compradores.

“É muito importante para o consumidor observar qual o custo exclusivo de energia e verificar se faz sentido ele migrar para o mercado livre. Às vezes, a conta de uma pequena residência não é tão grande, do ponto de vista daquela família, e ele simplesmente fazer a migração não significa que haverá uma economia enorme na fatura, ao final de cada mês”, orientou. 

Conforme explicou o diretor, não haverá o fim do monopólio da distribuição de energia, pois a tendência é que uma única companhia fique responsável por esse serviço em determinada região. O que muda, de fato, é que haverá novos fornecedores. Ou seja, o consumidor poderá escolher de quem comprar a energia, mas a distribuição sempre será feita pela mesma empresa, independentemente de qual companhia esteja vendendo. 

Transparência 

O novo marco regulatório determina que a fatura de energia para os consumidores que optarem pelo mercado livre deverá informar, de forma separada, o valor da energia elétrica fornecida, de responsabilidade do gerador; e o valor do transporte do insumo até a residência, que continuará sendo feito pela distribuidora. Para iOcca, essa medida é fundamental. 

“Quanto mais detalhes tivermos na conta de energia, mais importante será para o pequeno consumidor tomar sua decisão. Ele vai poder enxergar na fatura mensal, de forma clara, quanto está sendo pago exclusivamente pela energia elétrica, quanto ele paga para o serviço da distribuidora, quanto está sendo pago para o intermediário dessa energia elétrica”, pontuou. 

MEC registra recorde na autorização de novas vagas na educação superior em 2021

O Ministério da Educação (MEC) registrou a marca de 596.198 mil novas vagas autorizadas no ano de 2021 para a educação superior brasileira. Desse total, 436.358 são vagas ofertadas na modalidade Educação a Distância (EaD) e 159.840 para cursos presenciais. Conforme levantamento realizado pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) é o maior número de vagas de cursos superiores autorizadas desde o ano de 2015.

Além da autorização de novos cursos, também houve recorde de portarias publicadas nos últimos sete anos pela Secretaria do Ministério da Educação. Um total de 2.022 portarias foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU), durante o ano.

O balanço das ações realizadas pela Seres em 2021 aponta que o MEC também registrou bons índices nos atos de reconhecimento e renovação de reconhecimento de curso. Foram 925 cursos reconhecidos e 8.214 cursos com renovação de reconhecimento.

O secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Paulo Almeida, afirma que esses números mostram o avanço da educação superior no país, resultado de um trabalho intenso, em equipe. “O ano de 2021 foi o ano da retomada na educação superior. Acreditamos que 2022 se consolidará como o ano da educação em todos os níveis.”, destaca.

O Secretário ressalta que a Seres seguirá trabalhando, incansavelmente, para agilizar os processos de credenciamento, recredenciamento das Instituições de Ensino Superior (IES), bem como na autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento de cursos de graduação nas modalidades presencial e a distância.

“Elevaremos a qualidade do ensino superior, por meio da expansão de cursos e instituições, em conformidade com as diretrizes curriculares nacionais e pelos parâmetros de qualidade de cursos e instituições.”, conclui.

Caixa: 80% de bancários têm doença relacionada ao trabalho

Um total de 80% dos bancários da Caixa Econômica Federal participantes de nova pesquisa encomendada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) tem alguma doença relacionada ao trabalho. Os primeiros resultados do levantamento também revelam outros dados alarmantes: 33% dos afastamentos por licença médica foram motivados por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Síndrome de Burnout [esgotamento profissional, exaustão extrema] e 11% por Síndrome do Pânico.

Até o momento, 1.704 mil empregados da ativa responderam ao questionário da pesquisa. Deste total, 6% estão afastados do trabalho por licença médica. O estudo também mostra que 20% dos trabalhadores têm jornada de trabalho maior que oito horas diárias.

A pesquisa de opinião da Fenae sobre a saúde dos bancários da Caixa foi realizada entre os últimos dias 19 de novembro e 10 de dezembro. Um total de 3.034 empregados participaram do estudo, sendo 56% (1.704) empregados da ativa e 44% (1.330), aposentados.

Conforme avalia o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, o cenário “piorou muito” desde o último levantamento da Federação sobre a saúde dos empregados [iniciado em 2018]. “Sabemos que a pandemia é um fator que pesa na saúde mental dos trabalhadores. Mas, a atual pesquisa mostra que o adoecimento está atrelado ao trabalho”, analisa. “Ou seja, o modo de gestão do banco, as cobranças e a pressão por metas, além de jornadas extenuantes, estão interferindo na saúde dos empregados. Esses dados vão nos ajudar a buscar ações em defesa dos bancários da Caixa, que se mantiveram na linha de frente do atendimento à população em toda esta crise sanitária”, acrescenta Takemoto.

Antes da pandemia, o quadro de saúde psicológica dos empregados da Caixa Econômica já preocupava a Fenae: levantamento feito pela entidade em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) revelou que mais da metade dos trabalhadores do banco (53,6%) havia passado por pelo menos um episódio de assédio moral. O estudo também mostrou que quase 20% dos empregados ativos revelaram ter depressão ou ansiedade. O percentual de bancários que buscavam acompanhamento regular psicológico ou psiquiátrico era de 19,6%. E 47% dos trabalhadores tinham conhecimento de algum episódio de suicídio entre colegas.

A PESQUISA — Nesta nova pesquisa, do total de respondentes da ativa, 74% estão lotados em agências​,​ 34% têm cargo em gerência e 21% são Técnicos Bancários Novos (TBN). ​Um percentual de ​71% tem entre 30 e 49 anos. Já entre os aposentados, 66% têm de 60 a 69 anos. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual, com intervalo de confiança de 95%.

“Os dados são assustadores”, avalia a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus. “De imediato, com estas informações preliminares, podemos dizer que a Caixa, de algum modo, está fazendo mal à saúde dos seus trabalhadores”, completa.

“Os dados coletados irão subsidiar a Fenae e as associações de pessoal do banco (Apcefs) na construção de ações de saúde e bem-estar, além de auxiliar nas nossas reivindicações junto à direção da Caixa para a melhoraria das condições de trabalho dos empregados”, ressalta Sergio Takemoto.

SOBRECARGA — Em 2014, a Caixa Econômica Federal tinha mais de 101 mil empregados. Ao longo de sete anos, o quantitativo foi caindo e o déficit se aproxima de 17 mil trabalhadores.

Entre os cinco maiores bancos do país, a Caixa é o que tem o maior número de clientes por empregados. Segundo dados consolidados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), relativos ao primeiro trimestre de 2021, esta relação é de 1.775 [clientes por trabalhador] na Caixa. No Santander, 1.146. E no Bradesco, 1.112.

CAMPANHA — Desde 2019, a Fenae desenvolve a campanha “Não Sofra Sozinho”. A iniciativa prevê medidas de prevenção ao adoecimento mental no ambiente de trabalho.

Uma das ações é o desenvolvimento de estratégias para a implementação de serviços de assistência aos empregados da Caixa que estejam em sofrimento. A campanha, que é permanente, também subsidia a Fenae e as Apcefs na proposição e execução de políticas e práticas sindicais e institucionais de prevenção a psicopatologias do trabalho.

Covid-19 e Influenza A: boletins diários da Secretaria de Saúde – 13.02.22

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até este domingo (13), foram registrados 43.895 casos de Covid-19, sendo 41.847 leves, 189 novos casos e 728 óbitos. Já de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram registrados 2.048 casos. Nenhum novo óbito foi registrado hoje.

Foram confirmados também 657 casos para a Influenzavírus A, subtipo H3N2, sendo 596 casos leves e 61 casos graves. Nenhum novo caso foi confirmado hoje. Não há registro de óbito pela doença no município, até o momento.

Fontes:

Ministério da Saúde (e-SUS Notifica, MS – Casos Leves até 12/02/2022)

Cievs PE – Secretaria Estadual de Saúde (Notifica PE – Cievs PE – Casos Graves e Óbitos até 12/02/2022).

Canadá: ponte que dá acesso aos Estados Unidos permanece fechada

A polícia canadense dispersou manifestantes e veículos que haviam bloqueado uma rota comercial vital com os Estados Unidos, fazendo algumas prisões, mas a ponte ainda não estava aberta ao tráfego neste domingo (13).

Os agentes entraram em ação após tensões entre a polícia canadense e manifestantes desde sexta-feira (11), quando uma ordem judicial e ameaças de prisão não conseguiram encerrar o bloqueio à Ponte Embaixador, em Windsor, Ontário, que entrou ontem em seu sexto dia.

“As ações continuam na área de manifestação, com prisões sendo feitas. Veículos estão sendo guinchados. Por favor, continue a evitar a área”, recomenda a polícia de Windsor em publicação no Twitter no começo do domingo, sem informar quantas pessoas foram presas.

Ontem, a polícia intensificou sua atuação com mais de 50 veículos, incluindo cruzadores, ônibus e um carro armado, à medida que o número de manifestantes caiu de aproximadamente 100 no sábado para cerca de 45.

A Polícia de Windsor tuitou que haveria “tolerância zero com atividades ilegais”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, usasse os poderes federais para acabar com o bloqueio à ponte, o ponto de passagem entre fronteiras mais movimentado da América do Norte.

Desde segunda-feira (7), manifestantes em caminhões, carros e vans bloqueiam o tráfego nas duas direções da ponte, sufocando a cadeia de suprimento para fabricantes de carros na cidade norte-americana de Detroit.

Ucrânia recebe mísseis antiaéreos da Lituânia

A Ucrânia recebeu, neste domingo (13), um sistema de mísseis antiaéreos Stinger e munição por avião da Lituânia, disse o Ministério da Defesa em Kiev.

Mais cedo neste domingo, outros dois aviões entregaram cerca de 180 toneladas de munição dos Estados Unidos, afirmou o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov. A Ucrânia até agora recebeu quase 1,5 mil toneladas de munição entregues em 17 voos, disse, pelo Twitter.

Autoridades militares dizem que a Ucrânia reforçou significativamente suas Forças Armadas com a ajuda de aliados, equipando o Exército, especialmente, com sistemas antitanques norte-americanos e britânicos e drones turcos.

Os Estados Unidos e aliados dizem que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento. A Rússia, que tem tropas perto da Ucrânia, nega ter esse tipo de plano.

Equipe de patinadora russa é investigada por suspeita de doping

Patinadora russa Kamila Valieva treina durante a Olimpíada de Inverno Pequim 2022

A autoridade mundial anti-doping investigará a equipe da patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, que testou positivo para uma droga proibida e foi envolvida em um caso de suspeita de doping nas Olimpíadas de Inverno de Pequim.

Kamila Valieva, cujo futuro olímpico será decidido após audiência da Corte Arbitral do Esporte (TAS) que começou às 20h30, horário de Pequim (9h30 em Brasília), completou sem esforços uma passagem do seu programa durante treinamento neste domingo (13).

A observação envolve os três treinadores da jovem: Eteri Tutberidze, Sergei Dudakov e Daniil Gleikhengauz, o médico da equipe Filipp Shvetsky e um fisioterapeuta.

A Agência Mundial Anti-Doping (Wada) disse, em comunicado à Agência Reuters neste domingo, que pediria para seu Departamento de Inteligência e Investigações, um órgão independente, investigar os treinadores, médicos e outros adultos em torno da atleta.

Mais cedo, o Comitê Olímpico Internacional (COI) informou que havia requisitado formalmente uma investigação da Wada.

A Wada também afirmou que a Agência Anti-Doping da Rússia (Rusada) indicou que já havia começado a investigar a equipe porque Valieva é menor de idade.

Brasil registrou 314 mortes e 54,22 mil novos casos em 24 horas

Primeiro dia de flexibilização do uso de máscaras ao ar livre no Estado do Rio de Janeiro.

O total de casos de covid-19, no Brasil, desde o início da pandemia, chegou a 27.479.963, com o acréscimo de 54.220 novos diagnósticos registrados em 24 horas. A informação consta do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado todos os dias.

O documento informa 314 mortes em 24 horas. Desde o início da pandemia, as mortes em decorrência da doença chegaram a 638.362. Existem 3.160 óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em investigação. Nesses casos, são necessários exames e procedimentos posteriores para determinar se a causa da morte foi covid-19.

Atualmente, 86,5% do total de infectados são considerados livres de sintomas. Essa taxa chegou a 96,2% em dezembro, antes da chegada da Ômicron ao Brasil. O total de casos ativos e em acompanhamento é 3.058.158 (11,1%).

Boletim epidemiológico da covid-19 de 13 de fevereiro de 2022
Divulgação/Ministério da Saúde

Estados

ranking de estados com mais mortes pela covid-19 é liderado por São Paulo (161.489), Rio de Janeiro (70.839) e Minas Gerais (58.459). As unidades da federação com menos óbitos são Acre (1.923), Amapá (2.078) e Roraima (2.114).

Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins não atualizaram os dados, neste domingo.

Ex-prefeito de Sairé, Fernando Pergentino, declara apoio a João Paulo Costa

O deputado estadual João Paulo Costa recebeu mais um apoio à sua reeleição para a assembleia legislativa neste ano. O ex-prefeito de Sairé, Fernando Pergentino, afirmou seu compromisso com o parlamentar e elogiou sua atuação no legislativo. “É um jovem sério, preparado, que já no primeiro mandato vem se destacando como um dos melhores deputados estaduais da assembleia”, declarou Pergentino.

O ex-prefeito destacou, ainda, o trabalho que o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos) tem feito no Congresso Nacional para beneficiar o município de Sairé. “Tenho muita gratidão ao deputado federal Silvio Costa Filho, que tem feito um belo trabalho em Brasília e tem nos ajudado bastante e ajudou muito o município de Sairé. Tenho certeza que vou continuar contando com o apoio, o trabalho e a dedicação de Silvio no Congresso Nacional, em qualquer posição que ele esteja”, disse Pergentino.

A parceria inclui, ainda, a escolha de Clodoaldo Magalhães para deputado federal. “Votei em Clodoaldo para deputado estadual na última eleição, e tendo em vista o projeto que se avizinha das eleições para deputado estadual e federal, nós tomamos a decisão de votar em Clodoaldo Magalhães para federal e João Paulo Costa para deputado estadual, que tem feito um mandato relevante em benefício dos pernambucanos na assembleia legislativa”, explicou o ex-prefeito. 

Sobre o apoio de Pergentino e a parceria no Congresso Nacional, o deputado estadual João Paulo Costa enfatiza o trabalho que tem realizado ao lado do deputado federal Silvio Costa Filho para destravar recursos e beneficiar municípios do interior. “Esse trabalho conjunto já tem contribuído para melhorar a vida da população em muitas cidades do interior de Pernambuco, tanto na área da educação, saúde, como também de infraestrutura, facilitando o acesso do povo à água. Fico muito feliz de poder contar com o apoio de uma grande liderança e referência em Sairé e poder ajudar os moradores do nosso agreste pernambucano”, disse o parlamentar

Bolsonaro detalha pauta de viagem à Rússia: ‘Energia, defesa e agricultura’

O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse dos ministros da Justiça e Segurança Pública; e da Advocacia-Geral da União no Palácio do Planalto

Apesar das tensões entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro não desmarcou a viagem a Moscou, capital russa. Ele vai embarcar nesta segunda-feira (14/2) para conversar com Vladimir Putin. Em pauta estarão assuntos como energia, agricultura e defesa nacional. Além de uma reunião formal entre os presidentes, está previsto um almoço entre Bolsonaro e Putin.

“Fui convidado pelo presidente Putin. O Brasil depende de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia. Levaremos um grupo de ministros também para tratarmos de outros assuntos que interessam ao nosso país, energia, defesa e agricultura”, disse Bolsonaro, neste sábado (12/2), em suas redes sociais.

A fala foi feita instantes após encerrar uma entrevista a Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro e apresentador da “Super Rádio Tupi”, emissora fluminense.

Em meio à expectativa pela ida de Bolsonaro à Rússia, líderes internacionais conversam com Putin em prol de pôr fim ao imbróglio diplomático com os ucranianos. O presidente brasileiro deve desembarcar na terça-feira (15/2), em virtude do longo tempo de deslocamento entre as nações.

“A gente pede a Deus que reine a paz no mundo para o bem de todos nós”, afirmou o presidente brasileiro, ao abordar o clima bélico que vivenciará de perto em breve.

Biden e Putin conversaram ao telefone
Neste sábado, o presidente estadunidense, Joe Biden, advertiu o governo russo sobre os “custos severos” gerados por eventual ataque à Ucrânia. Mais de 100 mil soldados de Putin estão posicionados na fronteira que separa os países. Os Estados Unidos reiteraram que atacar a Ucrânia “provocaria um sofrimento humano generalizado e diminuiria a posição da Rússia”.

Apesar das suspeitas sobre possível invasão ao solo ucraniano, os russos alegam que não querem ferir a soberania nacional alheia – a alegação é que, na verdade, é a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), é quem atenta contra a Rússia por ir rumo ao Leste Europeu para ampliar o seu rol de atuação.

Ao tratar da suspeita de ataque, Putin classificou o tema como “especulação provocativa”. Seu assessor diplomático, Yury Ushakov, denunciou um “auge” da “histeria” dos Estados Unidos. Ushakov informou, no entanto, que durante um telefonema de cerca de uma hora, seu chefe e Biden “concordaram em manter os contatos em todos os níveis” para desativar a crise.

Putin conversou anteriormente com o presidente francês, Emmanuel Macron, que lhe advertiu que “um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar”.

Ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil fez um afago à Ucrânia. Em nota oficial, a pasta celebrou o aniversário de 30 anos das relações diplomáticas entre o país europeu e os brasileiros. O comunicado ressalta o que chama de “múltiplos contatos de alto nível” entre os chefes dos dois Estados.

Corrida por fertilizantes dá o tom de incursão pela Rússia
Segundo a “BBC Brasil”, Bolsonaro terá de fazer cinco exames de COVID-19 para encontrar Putin. Por lá, além de conversar com Putin, deve tratar também com empresários locais. Há, no setor agrícola brasileiro, certa preocupação em torno da política protecionista russa sobre os fertilizantes.

Apesar da sensibilidade do tema, Tereza Cristina, ministra da Agricultura, não poderá viajar, porque testou positivo para o coronavírus.

A agenda de Bolsonaro na Rússia está programada desde outubro do ano passado. Ontem, o brasileiro reiterou que foi o próprio Vladimir Putin o responsável por propor a ida dele ao território moscovita.

“Nossa política externa sempre foi pela paz e respeito à soberania de outros países. O Brasil não tem problemas na América do Sul e sempre optou pelas vias pacíficas na solução de conflitos externos. Vou à Rússia por convite, comércio e paz”, pontuou, à “CNN Brasil”.

Depois da Rússia, a Hungria
No dia 17, Bolsonaro passará pela Hungria, do primeiro-ministro Viktor Orbán, governante avesso aos interesses ocidentais e à democracia – valores opostos ao que se espera de um país que planeja entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), desejo do Brasil.

Segundo Flavia Loss de Araújo, professora de relações internacionais da Unicsul, o problema da viagem é o contexto atual e a imprevisibilidade de uma eventual declaração de Bolsonaro.

“O Brasil está isolado, e a ida à Rússia e à Hungria é um aceno ao eleitorado e não à comunidade internacional”, frisou.

Para o pesquisador do Núcleo de Inteligência Internacional da Fundação Getulio Vargas (FGV) Leonardo Paz Neves, há um imbróglio diplomático que o Brasil não avaliou ao aceitar o convite.

“Se não for, o governo vai se indispor com Vladimir Putin”, alertou.

O consultor de Análise Política da BMJ Consultores Associados, Bernardo Nigri, reforçou que o governo busca demonstrar o não isolamento no cenário internacional.

“Um dos principais apelos para Bolsonaro visitar Putin é o conservadorismo do líder russo. Nesse sentido, busca acenar para sua base eleitoral, que vê no presidente da Rússia uma outra figura conservadora em posição de destaque no cenário internacional”, explicou.

Correio Braziliense