Militares do Sudão reintegram primeiro-ministro após acordo

Abdalla Hamdok, primeiro-ministro do Sudão

Os militares do Sudão reintegraram o primeiro-ministro Abdalla Hamdok neste domingo (21) e anunciaram a libertação de todos os presos políticos após semanas de protestos mortais desencadeados por um golpe.

Sob um acordo assinado com o líder militar General Abdel Fattah al-Burhan, Hamdok vai liderar um governo civil de tecnocratas por um período de transição.

As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que se aproximavam do palácio presidencial antes do anúncio do acordo.

Pouco depois de o pacto ser assinado, alguns começaram a gritar que “Hamdok vendeu a revolução”.

Hamdok disse que concordou com o acordo para impedir o derramamento de sangue.

“O sangue sudanês é precioso, vamos parar o derramamento de sangue e direcionar a energia da juventude para a construção e o desenvolvimento”, disse ele.

Mas a coalizão civil que dividia o poder com os militares disse anteriormente que se opunha a qualquer negociação com os “golpistas” e pediu que os protestos continuassem neste domingo.

Vários dos comitês de resistência que vêm organizando protestos também emitiram declarações rejeitando qualquer acordo com os militares.

Hamdok foi colocado em prisão domiciliar quando os militares tomaram o poder, em 25 de outubro, atrapalhando uma transição para a democracia acordada após a derrubada de Omar al-Bashir em 2019, que encerrou suas três décadas de governo autocrático.

Os militares dissolveram o gabinete de Hamdok e detiveram vários civis que ocupavam cargos importantes no acordo de divisão de poder definido com os militares depois que Bashir foi deposto.

O golpe desencadeou manifestações em massa contra militares, e médicos alinhados com o movimento de protesto dizem que as forças de segurança já mataram 40 civis em repressões cada vez mais violentas.

Governo de Pernambuco prorroga prazo de concessão de benefícios fiscais do Prodepe

Atendendo ao pleito do Centro das Indústrias do Estado (Ciepe), o governo de Pernambuco prorrogou o decreto que concede benefícios fiscais referentes ao ICMS e postergação dos benefícios do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe) para as empresas que teriam seus contratos vencidos neste ano. De acordo com um decreto publicado no Diário Oficial do Estado na última quinta-feira (18), o novo prazo será o dia 31 de dezembro de 2022.

“Mais um pleito do CIEPE atendido e com benefícios de grande alcance para a sociedade produtiva. A prorrogação do decreto guarda-chuva, estende por mais um ano todos os decretos de Prodepe para aqueles que, por falta de certidão ou algo do gênero, não poderiam renová-lo. Muito boa notícia!”, comemorou o presidente do Ciepe, Massimo Cadorin.

Por lei, o Prodepe tem validade até o ano de 2032. O decreto recente faz um ajuste ao termo final, no prazo de vigência de alguns contratos de empresas que venceriam este ano ou no ano que vem.

“Essa dilatação nos prazos será uma solução para a saúde financeira de muitas empresas que ainda estão resolvendo questões tributárias em atraso por conta da pandemia. A proatividade do Ciepe, que agiu no “timing” certo, evitou que alguns CNPJs enfrentassem dificuldades em se manter vivos. Essa ação do governo estadual traz um alívio para o orçamento de muitos gestores e empresários pernambucanos”, comentou Cadorin.

Diario de Pernambuco

Senado está mais avesso à PEC dos Precatórios

Pressionado pelo governo a aprovar a PEC dos Precatórios, a tempo de o Auxílio Brasil de R$ 400 começar a ser pago em dezembro, o Senado reconhece a importância do benefício, mas segue resistente ao texto chancelado pela Câmara. Na segunda-feira, dois dias antes da votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os senadores vão realizar uma sessão temática para discutir o assunto, com a participação de representantes do Executivo e de especialistas. A iniciativa é de parlamentares contrários a pontos da PEC que preveem o adiamento do pagamento de precatórios – dívidas da União reconhecidas pela Justiça – e mudanças nas regras do teto de gastos.

O requerimento para a realização da sessão temática foi apresentado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO). A PEC é a aposta do Planalto para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400, em substituição ao Bolsa Família, até dezembro de 2022.

A proposta do governo adia o pagamento de mais da metade dos R$ 89 bilhões previstos para serem quitados no ano que vem em precatórios. O texto também amplia o teto de gastos e o objetivo do Ministério da Economia é abrir uma folga fiscal de R$ 91,6 bilhões no orçamento do próximo ano.

O governo, porém, propõe o fatiamento da PEC. Por essa estratégia, os senadores endossariam a proposta aprovada pelos deputados, evitando que eventuais alterações levem o texto para nova votação na Câmara, o que atrasaria a tramitação. Propostas de mudanças seriam analisadas posteriormente.

Em partes
A dificuldade do governo é que a ideia do fatiamento não vingou no Senado, onde ganha força uma PEC alternativa apresentada por Alessandro Vieira (Cidadania-SE), José Aníbal (PSDB-SP) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). A nova proposta foi entregue ao líder do governo na Casa e relator da PEC dos precatórios, Fernando Bezerra (MDB-PE).

Entre outros pontos, a proposta alternativa prevê que o Auxílio Brasil se torne permanente, e não com vigência até dezembro de 2022, como quer o governo. Os senadores também propõem que o programa seja custeado sem a necessidade de adiamento dos precatórios – excepcionalmente essas dívidas judiciais seriam retiradas do teto de gastos, cujas regras atuais seriam mantidas.

Outro ponto importante do texto é o que acaba com as chamadas emendas de Relator (RP9) e de Comissão (RP8), que não têm previsão constitucional. Segundo os autores, a proposta alternativa garantiria a concessão do Auxílio Brasil de R$ 400 a aproximadamente 21 milhões de brasileiros, ao viabilizar cerca de R$ 99 bilhões para assistência social — a meta do governo é atender 17 milhões de pessoas. Até o momento, o único ponto que recebeu a concordância do Executivo é o que dá um caráter permanente ao programa social.

“Com esse novo texto, estamos oferecendo a oportunidade de o governo criar o benefício de forma sustentável. Podemos ter responsabilidade social sem cometer nenhuma irresponsabilidade fiscal”, afirmou Oriovisto Guimarães.

TRÊS PERGUNTAS – Senador Izalci Lucas, vice-presidente da Comissão de Orçamento

Por que o senhor propôs a realização de uma sessão temática para discutir a PEC dos Precatórios?
O Senado não é um cartório, que carimba as coisas. Tem que discutir. A PEC aprovada na Câmara merece um debate com economistas para explicar as consequências. Estamos chamando as consultorias da Câmara e do Senado, juntamente com a Instituição Fiscal Independente (IFI). Ontem, foi aprovado um requerimento também solicitando que a ex-ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff) participasse, para a gente ver as consequências econômicas e sociais, além da questão da responsabilidade fiscal.

Como o senhor avalia a proposta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de fatiar PEC para que o Senado aprove os pontos aprovados pelos deputados e deixe as mudanças para depois?
Acho que o Arthur fez o papel de aprovar na Câmara. O Senado é um poder revisor, que representa os entes da Federação, e vai debater – não é em função do que foi aprovado na Câmara, mas em função do convencimento. Vamos ouvir, também, o Ministério da Economia, a parte técnica e, aí, tomar uma posição que nada tem com a Câmara. Se o governo conseguir convencer de que está tudo 100%, é uma coisa; senão, tem que buscar um entendimento. O Auxílio Brasil, no valor que está sendo aprovado, em caráter definitivo, é uma unanimidade – todo mundo vota favorável. Mas a questão não é o pagamento, é a forma que temos que discutir.

Qual sua opinião sobre o texto aprovado pela Câmara?
Não podemos ser irresponsáveis de aprovar algo que possa dar com uma mão e tirar com as duas, que é o que está acontecendo com a inflação. A gente sabe as consequências dela. Não dá para você maquiar, mudar a regra do jogo (teto de gastos) para justificar apenas uma abertura de um valor.

Correio Braziliense

Ministro da Saúde anuncia chegada de mais 2 milhões de doses de vacina ao Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na manhã deste domingo (21), em suas redes sociais, a chegada de mais 2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao Brasil. A remessa faz parte das doações de imunizantes feitas pelo governo dos Estados Unidos. Na publicação, Queiroga agradeceu ao governo norte-americano.”Agradeço pela parceria. Juntos, vamos vencer esta pandemia!”.

Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos confirmou a doação do imunizante. Ao todo, um lote com 2.187.300 doses da vacina AstraZeneca foram fornecidos pelo governo do presidente Joe Biden. A doação, realizada por meio de um acordo bilateral entre os EUA e o Brasil no combate ao coronavírus, chegou ao Brasil no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas, São Paulo.

Doses recebidas na quinta-feira (18)
As doses de vacina que chegaram ao Brasil esta semana devem fortalecer ainda mais a Campanha de Vacinação contra a Covid-19. Na última quinta-feira (18/11), o ministério da Saúde havia anunciado que a farmacêutica Pfizer entregou mais 4,1 milhões de doses e a Janssen mais 1 milhão. A respeito da vacina da Pfizer, o Executivo ainda afirmou que “o imunizante tem sido o agente imunológico recomendado pelo Ministério da Saúde como preferencial na etapa da Campanha que reforça a imunidade da população vacinada com as duas doses”.

Ainda segundo o ministério, até esta sexta-feira (19), mais de 360 milhões de vacinas contra a Covid-19 foram distribuídas no país desde o início da campanha. Mais de 157,6 milhões de brasileiros receberam a primeira dose e 129,8 milhões completaram o esquema vacinal.

Correio Braziliense

Eleição 2022: votação das prévias do PSDB começa por aplicativo e em evento presencial

A corrida das prévias presidenciais do PSDB começou na manhã deste domingo (21) por meio de votação por aplicativo de celular e por urnas eletrônicas num evento presencial em Brasília.

Um dos primeiros a validar seu voto eletrônico foi o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que postou seu comprovante nas redes sociais logo após a votação abrir às 7h. Os tucanos devem escolher entre os candidatos João Doria, governador de São Paulo; Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul; e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus.

Araújo abriu o evento presencial às 10h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na capital federal. Em seguida, o partido vai homenagear o ex-prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morto de câncer em maio. Háverá um debate sobre os desafios do Brasil pós-pandemia.

O encerramento da votação está previsto para as 15h, mas não está descartada a possibilidade de prorrogação, já que há relatos de tucanos que reclamam das dificuldades para votar nas redes sociais.

O aplicativo de votação chegou a apresentar lentidão e a travar por volta de 9h, segundo o Globo confirmou com o senador José Anibal, que presidiu a comissão que organizou as prévias.

— Tudo indica que parou por sobrecarga, muitos votando ao mesmo. Pedimos paciência. Deve voltar rapidamente — disse Anibal.

Agência O Globo

Dia de clássico: Corinthians e Santos duelam por vaga na Libertadores

Santos empata em 0 a 0 com Corinthians pelo Brasileiro em 08/08/2021 - Vila Belmiro

O clássico entre os dois principais clubes alvinegros do futebol paulista movimenta a 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Neste domingo (21), Corinthians e Santos se enfrentam às 16h (horário de Brasília), na Neo Química Arena, em São Paulo, com transmissão ao vivo da Rádio Nacional. A jornada esportiva terá início às 15h30, com narração de André Marques, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Rafael Monteiro e plantão de notícias com Wagner Gomes.

O Timão iniciou a rodada na quinta posição, com 50 pontos, podendo entrar no G4 em caso de vitória no clássico. O Peixe começou o fim de semana em 11º lugar, com 42 pontos, seis a mais que o Bahia, 17º e primeiro time no Z4. Um triunfo praticamente zera as chances de rebaixamento do Alvinegro Praiano e o coloca de vez na briga por um lugar na próxima Libertadores.

A Neo Química Arena é um trunfo para o Corinthians, que tem 100% de aproveitamento em casa desde o retorno do público aos estádios. São cinco vitórias em cinco jogos. A campanha irregular na competição nacional, porém, passa pelo desempenho longe de São Paulo. O Timão não ganha como visitante há sete rodadas. Na última quarta-feira (17), a equipe foi derrotada pelos reservas do Flamengo, no Maracanã, por 1 a 0.

“É um time que vai se moldando durante um campeonato difícil, complicado. Temos uma posição na tabela muito boa, haja vista as dificuldades e os resultados que temos visto nos últimos jogos. Creio que faz bastante tempo que não estávamos em uma posição como essa, em condições de buscar nossa vaga direta na Libertadores dependendo somente dos nossos esforços”, afirmou o técnico Sylvinho, em entrevista coletiva após a partida no Rio de Janeiro.

 

O meia Giuliano, que sentiu um incômodo muscular no posterior da coxa direita no jogo da última quarta, é dúvida. O volante colombiano Victor Cantillo, que voltou dos duelos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo com a mesma lesão do companheiro, também tem presença incerta. Há a expectativa, porém, de que o atacante William, recuperado de uma contusão na coxa esquerda e que não atua há sete rodadas, esteja à disposição.

A provável escalação do Corinthians terá: Cássio, Fagner, João Victor, Gil e Fábio Santos; Gabriel (Victor Cantillo), Giuliano (Du Queiroz) e Renato Augusto; Gabriel Pereira (Gustavo Mosquito), Roger Guedes e Jô.

O Santos, por sua vez, está em ascensão no Brasileiro, com quatro vitórias nos últimos seis jogos. Foram 13 pontos somados em 18 possíveis, um aproveitamento acima de 72%. Resultados que distanciaram a equipe do Z4 e a colocaram em condições de sonhar com Libertadores. A fraca atuação diante da lanterna Chapecoense, apesar do triunfo por 2 a 0, na Vila Belmiro, também na quarta passada, manteve os pés do técnico Fábio Carille no chão.

“[42 pontos] É um número importante, mas ainda não definitivo. Estamos dando uma arrancada em um momento importante. [Temos] Uma porcentagem [de aproveitamento] muito boa para o momento decisivo da competição. Mas sei que falta mais. Fomos contratados para essa situação [livrar o Santos do rebaixamento], estávamos cientes, encaramos e estamos felizes com o que está acontecendo, mas sabemos que precisamos de mais”, alertou o treinador, também em entrevista coletiva, após o jogo no litoral paulista.

O atacante Marinho, substituído na vitória sobre a Chapecoense por conta de uma lesão na coxa esquerda, está fora da partida. Ele deve ser substituído por Lucas Braga, que se recuperou de uma contusão no mesmo local. O zagueiro Kaiky, por sua vez, cumpriu suspensão diante dos catarinenses e retorna à equipe.

O Peixe deve atuar neste domingo com: João Paulo, Kaiky, Luiz Felipe e Danilo Boza; Madson, Camacho, Vinicius Zanocelo, Felipe Jonatan e Marcos Guilherme; Lucas Braga e Diego Tardelli.

Chilenos vão às urnas após impeachment de Piñera ser rejeitado

Polling station ahead of the upcoming presidential election in Santiago

O Chile vive um capítulo turbulento de sua história política. A população se prepara para ir às urnas neste domingo (21) para escolher um sucessor, entre sete candidatos, do atual presidente Sebastián Piñera, que escapou de um impeachment, na semana passada. Os dois mais votados irão ao segundo turno, marcado para 19 de dezembro.

Com base em informações reveladas pelo Panama Papers, Piñera era acusado de irregularidades na venda de um projeto de mineração em um negócio concretizado nas Ilhas Virgens Britânicas. Embora os deputados tenham aprovado o impeachment, o processo foi freado no Senado na última terça-feira (16). A rejeição se deu apesar dos 24 votos favoráveis da oposição: eram necessários 29, ou seja, dois terços dos 43 senadores.

Paralelamente à discussão do impeachment, o Chile se prepara para a sucessão de Piñera, já que seu mandato chegará ao fim em março de 2022. As últimas pesquisas de intenção de voto apontam o ultraconservador José Antonio Kast e o jovem progressista Gabriel Boric como possíveis adversários no segundo turno.

“São candidatos que vêm por fora do sistema tradicional. São novos partidos e novos movimentos que vêm desafiar o sistema tradicional”, ponderou Juan Pablo Luna, cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Chile, durante debate online organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) na última quarta-feira (17).

Ele antecipa um debate polarizado, mas avalia que ainda é cedo para dizer se a sociedade está polarizada. “Não sabemos quanto dessa polarização realmente mobiliza a sociedade ou quanto aliena a sociedade”.

Os levantamentos mais recentes foram divulgados há cerca de duas semanas pelos institutos Pulso Ciudadano, Plaza Pública, Panel Ciudadano e Criteria. Kast variava entre 21% e 25% das intenções de voto e Boric ficou entre 17% e 25% de preferência do eleitorado. Nenhum dos demais candidatos superava 11% nas diferentes pesquisas.

Se houve alguma mudança de cenário nas últimas duas semanas, elas não serão captadas: a lei chilena proíbe divulgar levantamentos de intenção de voto nos 15 dias que antecedem o pleito.

Para o cientista político Mauricio Santoro, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), trata-se de um processo eleitoral muito volátil que já apresentou algumas reviravoltas. Apesar disso, ele avalia que dificilmente haverá surpresas sobre quem irá ao segundo turno. “Os dois candidatos representam, cada um deles à sua maneira, uma rejeição muito forte do eleitorado à política tradicional. O eleitor está buscando uma alternativa, seja na direita radical, seja em uma nova esquerda”, afirma.

Os últimos levantamentos também indicavam mais de 20% de eleitores indecisos. O voto no Chile não é obrigatório. Santoro avalia que uma baixa participação eleitoral pode beneficiar Kast. “Quando há uma abstenção grande, a tendência é que aquele eleitor mais comprometido, que às vezes é o mais radicalizado, exerça mais influência. Ele pode causar um efeito desproporcional no resultado”.

Em qualquer cenário, os chilenos terão um novo nome no comando do país após mais de uma década e meia. Nos últimos 16 anos, houve apenas dois presidentes diante da alternância entre o governo de centro-esquerda de Michele Bachelet e de centro-direita de Sebastián Piñera. Para Santoro, foi um período sem nenhum grau de radicalização política. Mas ele considera que esse Chile, onde o governo transitava da esquerda moderada para a direita moderada e as preferências partidárias eram mais estáveis, ficou no passado.

Kast, um advogado de 55 anos que não esconde a simpatia pelo regime autoritário conduzido entre 1973 e 1990 pelo general Augusto Pinochet, é o nome do Partido Republicano. Sua campanha também tem sido comparada às realizadas por Donald Trump e por Jair Bolsonaro: ele já fez elogios públicos a ambos. Em alguns aspectos, Santoro o vê mais próximo do ex-presidente dos Estados Unidos. “Ele está incorporando alguns temas que foram secundários no Brasil como a questão da imigração”.

Por sua vez, a candidatura do atual deputado Gabriel Boric é apresentada pela Apruebo Dignidad, uma aliança entre a Frente Ampla e o Partido Comunista do Chile. Aos 35 anos, idade mínima para ser presidente do país, ele projetou sua carreira política a partir do movimento estudantil que ganhou força nas últimas duas décadas levantando a bandeira do acesso à educação.

A articulação de sua candidatura se desenhou como continuidade das mobilizações para a implantação da Convenção Constituinte, que está se dedicando a elaborar uma nova Constituição para substituir a anterior de 1980, criada em meio ao governo ditatorial de Pinochet. A redação da nova carta magna do Chile deverá ser concluída até outubro de 2022, quando será submetida a uma consulta popular.

Plebiscito

A Convenção Constituinte foi instaurada por decisão de um plebiscito convocado por Piñera diante da pressão popular em meio a protestos em 2019: as pautas presentes nos atos incluíam pleitos variados associados a direitos sociais, liberdades individuais e questões de gênero. As profundas diferenças entre os dois candidatos que se projetam para o segundo turno já era evidente nessa época: enquanto Boric se somou às manifestações, Kast era uma das vozes contrárias ao plebiscito.

Mauricio Santoro falou sobre a importância das eleições chilenas e da Convenção Constituinte para a América Latina. “O Chile foi considerado, durante muitos anos, um exemplo de estabilidade para a região. E essa percepção não mais existe, pelo menos desde os grandes protestos que ocorreram em 2019 e toda essa mobilização que está resultando na Convenção Constituinte”, avalia.

Nos últimos meses, foram registrados alguns conflitos entre a população ligados à tensão eleitoral, em decorrência de posicionamentos radicais em torno de alguns temas, como a imigração. Kast chegou a propor a criação de valas na fronteira para evitar a entrada de estrangeiros. No final de setembro, cenas de chilenos queimando pertences de venezuelanos durante um protesto anti-imigração na cidade de Iquiqui tiveram ampla repercussão no noticiário.

Demais candidatos

Além de Boric e Kast, disputam a presidência outros cinco candidatos. Com apoio de Piñera, o governista Sebastián Sichel tenta se mostrar como representante de uma direita disposta ao diálogo. No campo da esquerda e da centro-esquerda, também participam do pleito o progressista Marco Enríquez Ominami e a democrata-cristã Yasna Provoste, além de Eduardo Artés, dirigente do Partido Comunista Chileno Ação Proletária, uma dissidência do Partido Comunista do Chile.

O sétimo candidato é Franco Parisi, que realizou toda a sua campanha pela internet a partir dos Estados Unidos, o que tem gerado críticas dos demais concorrentes. Sua ausência do país coincide com uma ação judicial pelo não pagamento de pensão alimentar a dois filhos. Existe uma ordem para que seja impedido de sair do país, o que lhe traria problemas caso decidisse viajar ao Chile. Na semana passada, o candidato anunciou que está com covid-19 e, devido à quarentena, ficará nos Estados Unidos no dia das eleições.

Também devido à doença, a reta final das campanhas contou com uma trégua imprevista no início desse mês. O teste positivo de Boric para covid-19 colocou os demais candidatos, à exceção de Parisi, em um confinamento de sete dias. Eles haviam participado de um debate presencial um dia antes do aparecimento dos sintomas.

Mega-Sena: prêmio de R$ 39,6 milhões saiu para a cidade de Uberlândia

Bilhetes de aposta da mega-sena.

Uma aposta realizada na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, acertou as seis dezenas do concurso 2.430 da Mega-Sena e vai pagar ao ganhador o prêmio de R$ 39.690.444,50.

As seis dezenas foram sorteadas na noite desse sábado (20), no espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário Tietê, na cidade de São Paulo.

As dezenas sorteadas são as seguintes: 19 – 26 – 39 – 45 – 46 – 56

A quina registrou 37 apostas ganhadoras; cada uma vai pagar R$ 96.493,78. A quadra teve 4.109 apostas vencedoras e pagará a cada um dos ganhadores um prêmio de R$ 1.241,27.

O concurso 2.431 será realizado na próxima quarta-feira (24). O prêmio estimado pela Caixa é R$ 3 milhões.

Covid-19: vacina doada pelos Estados Unidos chegou hoje ao Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje (21) a chegada de 2,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Os imunizantes da AstraZeneca foram doados pelo Estados Unidos e entregues nesta manhã no Aeroporto de Viracopos, em Campinas.

Pelas redes sociais, o ministro agradeceu o governo norte-americano pela parceria, resultado de acordo bilateral para o combate ao coronavírus.

“Chegaram agora pela manhã mais de 2 milhões de doses de vacina covid-19 doadas pelos Estados Unidos. Agradeço pela parceria. Juntos, vamos vencer esta pandemia!”, publicou Queiroga.

Em nota, a Embaixada dos Estados Unidos declarou que a doação representa mais um exemplo da vitalidade das relações entre os dois países.

“Os EUA têm estado ao lado do Brasil desde o início da pandemia. Para além das vacinas e outros medicamentos, o governo norte-americano já contribuiu com R$ 110 milhões em assistência direta, o setor privado dos EUA com mais de R$ 412 milhões. Os EUA também doaram mil ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção, ofereceram cooperação técnica e muitos outros tipos de assistência ao Brasil”, diz a nota.

Prefeitura de Caruaru realiza evento Microcrédito na Rua, na Feira do Salgado

A Feira do Salgado, no Pátio de Eventos, comportou, neste sábado (20), o terceiro evento do Microcrédito na Rua. Elaborado pela Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), o programa tem como objetivo alavancar a economia local por meio de concessão de crédito orientado. Os empréstimos oferecidos são dos bancos Santander e do Nordeste, parceiros da iniciativa.

De acordo com a avaliação do secretário da Sedetec, André Teixeira Filho, o Microcrédito na Rua tem obtido uma aceitação grande por parte dos microempreendedores. “As duas ações ocorridas já haviam sido um sucesso e esta, na Feira do Salgado, não foi diferente. Em parceria com os bancos, o governo de Raquel Lyra vem gerando oportunidades de expansão para esses empreendedores que são essenciais para com a sustentação da nossa economia.”

Até a realização deste terceiro evento, o programa já tinha sido responsável pela liberação de extenso volume em recursos. A iniciativa é destinada, exclusivamente, para microempreendedores formais e informais, a exemplo de comerciantes, vendedores ambulantes, profissionais autônomos e prestadores de serviços, bem como a pequenas cooperativas.

Feirante há 13 anos, Edilza Regina teve a oportunidade de conhecer as linhas de crédito das duas instituições, optando por empréstimo para capital de giro. “Achei os juros baixos e o valor será muito importante para comprarmos mercadorias para este fim de ano, quando o movimento, devido às festas, aumentará bastante”, disse. Além de capital, o programa também é voltado para montagem de negócios.