De acordo com o Consulta Brasil 2020, 86% das crianças e adolescentes usam a internet diariamente. A tecnologia pode trazer bastante conhecimento para as crianças, mas também pode ser prejudicial quando há excesso no tempo que elas passam utilizando os aparelhos tecnológicos.
Há vários conteúdos de diversão para crianças na internet. Entretanto, especialistas alertam que é necessário encontrar um equilíbrio para quanto tempo elas passam em frente às telas. Pediatras constantemente relatam problemas encontrados em crianças devido ao uso intenso de tecnologia, como obesidade, sedentarismo, ansiedade, dificuldade de concentração ou transtornos de alimentação.
“Para encontrar esse equilíbrio, é necessário monitorar a frequência do uso, intercalando com outras atividades e brincadeiras. Além disso, é importante que os pais escolham um horário específico para a criança utilizar a internet. A estabilidade se faz necessário, pois é na infância que os processos cerebrais estão se desenvolvendo e muitas informações podem prejudicar o funcionamento desse corpo e dessa mente”, afirma psicóloga, neuropsicopedagoga e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Paulista, Márcia Martins.
Estamos em um mundo tecnológico e o uso de smartphones, tablets e computadores, muitas vezes, é necessário. Mas as crianças têm utilizado esses aparelhos cada vez mais cedo. O problema é visto como tão grave que, partindo para um lado mais radical, no final de agosto, a China proibiu menores de 18 anos de jogarem videogames durante a semana.
“Para um bom desenvolvimento, crianças e adolescentes não deveriam dormir depois das 22h. Permitir que eles joguem videogames ou em celulares até essa hora, atrasa o processo do corpo começar a dar sinais de cansaço”, explica Márcia. É que a luz das telas faz o cérebro interromper a produção de melatonina, hormônio que nos faz ter sono.
Outra dica importante dada pela neuropsicopedagoga é os pais conversarem abertamente com os filhos. Segundo ela, simplesmente proibir não é o melhor caminho. “O ideal é fazer com que a criança entenda o motivo de não poder usar tanto.”
“Outra coisa importante é incentivá-los a terem prazer em outras atividades, como leitura, pintura ou jogos de tabuleiro. O segredo é conhecer seu filho, gastar tempo com ele para entender o que lhe interessa e, a partir daí, estimular esses novos hábitos”, aconselha Márcia.
Os aparelhos eletrônicos não são vilões. É possível viver em harmonia com a tecnologia sem prejudicar a educação e o crescimento das crianças.