Covid-19: Pernambuco autoriza redução do intervalo de aplicação entre doses da Pfizer para 60 dias

O Governo de Pernambuco autorizou, nesta quinta-feira (09.09), a redução do intervalo de aplicação entre as duas doses da vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech de 90 para 60 dias. A informação foi divulgada pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa, que também contou com a presença do médico e representante da Sociedade Brasileira de Imunizações no Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19, Eduardo Jorge da Fonseca. O objetivo é ampliar o número de pessoas com o esquema vacinal completo, evitando adoecimentos graves e óbitos pela doença.

A decisão de reduzir o intervalo foi pactuada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Pernambuco (Cosems). A nota técnica já foi encaminhada aos gestores municipais, que irão organizar sua rede e informar a sua população sobre quando será feita a alteração.

“Precisamos acelerar o processo de vacinação dos pernambucanos. A proteção da vacina é mais efetiva quando aplicadas as duas doses, por isso a importância dessa redução. Além disso, a população que está com a segunda dose em atraso também precisa finalizar seu esquema. Atualmente, são mais de 650 mil pernambucanos com a segunda aplicação em atraso. Os municípios precisam convocar esse público e fazer busca ativa para que possamos garantir a proteção ideal”, afirmou o secretário.

De acordo com o sistema de informação do Ministério da Saúde (MS), que é alimentado pelos municípios, atualmente, há 653.671 pessoas com segundas doses das vacinas contra a Covid-19 em atraso em Pernambuco. Desse total, 459.493 precisam finalizar o esquema vacinal com a Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, 160.486 com a Coronavac/Butantan e 33.692 com a Pfizer/BioNTech.

DOSE DE REFORÇO- Na próxima segunda-feira (13.09), a Secretaria Estadual de Saúde promove reunião com os municípios pernambucanos, na Comissão Intergestora Bipartite (CIB), para discutir e pactuar a dose de reforço para idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos.

“Sobre a etapa de revacinação, terceira dose ou dose de reforço, sabemos que inicialmente, dois grandes grupos serão imunizados a partir do dia 15 de setembro: pacientes que apresentam alguma imunodeficiência (transplantados, oncológicos, pessoas que vivem com HIV ou que realizam hemodiálise e outras situações clínicas) e os idosos acima de 70 anos. Estudos apontam que esses grupos precisam de três doses para serem considerados imunizados. No caso do grupo dos imunossuprimidos, eles precisam tomar a terceira dose após 28 dias da segunda aplicação. Já os idosos serão convocados após seis meses da segunda dose”, ressaltou o médico Eduardo Jorge.

DILUENTE – O secretário André Longo também alertou que há mais de 20 dias o Estado não recebe do Ministério da Saúde o diluente utilizado obrigatoriamente para aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech. O déficit do Programa Nacional de Imunização com Pernambuco é de 38 mil frascos do insumo – quantitativo suficiente para a aplicação de 228 mil doses da vacina.

“O envio do diluente é uma obrigação do Ministério da Saúde, mas este tem sido um problema recorrente, que já está afetando a vacinação em alguns estados. O Governo de Pernambuco tem feito um grande esforço para garantir este insumo, a partir de empréstimos com as redes públicas e privadas, evitando atraso na proteção da população, mas reforço que essa situação não deveria ocorrer e pode, em algum momento, comprometer o andamento da campanha de vacinação”, informou.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO – Com relação ao cenário epidemiológico, dados da SES-PE apontam que Pernambuco está com estabilidade nos indicadores da doença. Na Semana Epidemiológica (SE) 35, que compreende o período entre 29 de agosto e 4 de setembro, o Estado registrou 380 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que inclui todos os casos graves suspeitos para o novo coronavírus. O número representa sete casos a mais que a SE 34 e uma queda de 20% em relação à SE 33. Já a Central de Regulação Hospitalar registrou 289 solicitações por leitos de UTI na Semana Epidemiológica 35, dois casos a menos que a SE 34, quando foram registradas 291 solicitações.

Pernambuco recebe mais 146.420 doses de vacinas contra Covid-19

Pernambuco recebeu, nesta quinta-feira (09.09), mais 146.420 doses de vacinas contra Covid-19. Os imunizantes foram trazidos em dois voos distintos. O primeiro, com 53.820 doses da Pfizer/BioNTech, aterrissou no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, às 15h15.

O segundo, com 92.600 unidades da Coronavac/Butantan, chegou às 16h45. De lá, as caixas térmicas foram levadas para a sede do Programa Estadual de Imunizações (PNI-PE). Com os novos lotes, o Estado ultrapassa a marca de 11 milhões de vacinas recebidas.

Os imunizantes da Pfizer/BioNTech serão utilizados para aplicação das primeiras doses, possibilitando o avanço por faixa etária, e também para população de adolescentes com comorbidades. Já a remessa da Coronavac será para dar seguimento à imunização da população em geral, com as primeiras e segundas doses.

Do aeroporto, as vacinas foram levadas para a sede do Programa Estadual de Imunizações (PNI-PE) para checagem, armazenamento e separação por município. A logística de distribuição das doses às 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres) será realizada nesta sexta-feira (10.09).

“Frisamos aqui a importância dos municípios ficarem atentos às pautas de distribuição, pois precisamos garantir que mais pessoas iniciem sua proteção, e que aquelas que começaram seus esquemas possam finalizá-los em tempo oportuno”, destacou a superintendente de Imunizações do Estado, Ana Catarina de Melo.

Desde o início da campanha de vacinação, em janeiro deste ano, Pernambuco já recebeu 11.125.610 doses de vacinas contra a Covid-19. Desse total, foram 4.169.020 da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, 4.203.320 da Coronavac/Butantan, 2.581.020 da Pfizer/BioNTech e 172.250 da Janssen.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 09.09.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta quinta-feira (9), 97,62 % dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados 30 novos casos, 18 pessoas recuperadas da doença e nenhum óbito.

O número de testes realizados subiu para 107.386 dos quais 41.090 foram através do teste molecular e 66.296 pelo teste rápido, com 32.519 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 74.254.

Também já foram registrados 123.347 casos de síndrome gripal e 770 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 613 casos, 74 pessoas em isolamento domiciliar e 15 internamentos.

32ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana deve injetar cerca de R$ 15 milhões na economia

Com a vacinação em ritmo acelerado, a retomada da economia ganha força e suporte de ações que favorecem o ambiente de negócios, sem deixar de lado os cuidados ainda necessários para conter o coronavírus. No Agreste do Estado, uma dessas ações é a 32ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana (RNMP), que será realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic) e o Sebrae, de 15 a 17 de setembro. A expectativa dos organizadores é de que os números desta edição sejam expressivos e reflitam essa recuperação, superando em 100% o montante movimentado na mesma edição do ano passado, que aconteceu em outubro, quando R$ 7,2 milhões foram gerados.

Já são esperados 300 compradores de todo o País, com destaque para varejistas das regiões Norte e Centro-Oeste que respondem pela maior parcela dos clientes desta edição . Os visitantes convidados têm translado, transporte e alimentação integralmente custeados pela organização. Para atendê-los, 120 expositores dos segmentos surfwear, streetwear, praia, fitness, modas íntima, femininas e masculina, bebê, infantil e jeans, além de bolsas, calçados e acessórios, estão confirmados e irão expor suas coleções primavera/verão na estrutura de mais de seis mil metros quadrados montada especialmente para 32ª RNMP, no Polo Caruaru. O amplo espaço, que conta também com ventilação natural, favorece o distanciamento social nos três dias de evento.

Esse foi um dos fatores que favoreceram a realização de duas edições da Rodada de Negócios, no período de mais de um ano e meio de pandemia, tendo sempre a liberação dos órgãos sanitários competentes. Devido à relevância da iniciativa para o setor produtivo de confecções, um dos mais impactados pela crise, Acic e Sebrae enfrentaram o desafio de promover um evento desse porte em uma fase delicada e, com o objetivo de contribuir ainda mais com a manutenção do emprego e da renda gerados pelo setor, lançaram o e-commerce do evento, que está em pleno funcionamento e garante que o ecossistema da RNMP se mantenha aquecido entre uma edição e outra. Atualmente, 50 fábricas pernambucanas expõem suas peças na plataforma on-line para o mundo todo.

“O evento tem servido como grande suporte para as empresas durante todo o momento da pandemia, tendo mantido seu calendário de execução e se adaptando às exigências e protocolos de segurança, preservando a saúde, mas, também, os milhares de empregos da cadeia produtiva. Neste momento não será diferente, a vinda de compradores de todas as regiões do Brasil marca esse momento de recuperação da atividade e inicia o ciclo de compras do último trimestre do ano, promovendo a retomada da produção e das oportunidades de trabalho ligadas ao setor”, ressalta o coordenador do evento, Wamberto Barbosa.

A nova edição da Rodada também dará continuidade a outras ações de sucesso dentro do evento. O mix de expositores da 32ª RNMP será incrementado por 10 empresas da 3ª edição do Caruaru Moda Mundo (CMM), projeto da Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), juntamente com o Sebrae Pernambuco, que capacitou novas marcas para o evento com mentorias em gestão e inovação. Além disso, haverá participação de mais um grupo de designers pernambucanos que já estiveram em projetos do Marco Pernambucano da Moda. São empresas diversas de moda masculina e feminina, calçados e acessórios dentro do conceito de autoralidade.

Para a presidente da Acic, Ivania Porto, a parceria público-privada para o evento demonstra que a Rodada de Negócios se configura como um patrimônio do Polo de Confecções do Agreste. “A Rodada é realizada pela Associação, mas não é apenas da Associação, é uma iniciativa da nossa cadeia têxtil e de confecções que alavancou a competitividade da nossa indústria e nos projetou nacionalmente. Sem a correalização do Sebrae e a participação desses agentes seria difícil levar adiante um projeto tão grandioso, principalmente em uma fase de tantos desafios”, enfatiza.

A RNMP conta com o patrocínio do Banco do Nordeste (BNB), do Governo Federal, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (SDEC), da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) e do Governo do Estado. A Prefeitura de Caruaru, o Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções de Pernambuco (NTCPE), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a Associação Comercial e Industrial de Toritama (Acit), a Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe (Ascap) e o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Pernambuco (Sindivest/PE) são parceiros da iniciativa.

Erick Lessa solicita mais investimentos para proteção à infância e adolescência

O deputado estadual Erick Lessa solicitou a ampliação de investimentos para a rede de proteção à criança e adolescência. Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (09), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o parlamentar apontou que a segurança seja prestigiada pela via da educação, no orçamento 2022, conclamando aos demais deputados, bem como ao Governo do Estado e às prefeituras, a se unirem em prol dessa causa.

No discurso, Erick Lessa mostrou preocupação quanto ao tumulto registrado na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), na noite da quarta-feira (08), resultando na fuga de 40 internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case). O deputado defendeu uma melhor estrutura para o setor, valorização dos profissionais e a implementação de projetos pedagógicos mais eficazes.

Ainda durante sua fala, o parlamentar lamentou a trágica morte da garota Ayla Lorena, de apenas 03 anos, que foi assassinada pela mãe e pela companheira. Lessa também pontuou o trabalho da Polícia Civil na resolução do caso e captura das culpadas, mencionando o delegado Bruno Vital, gerente de Controle Operacional Dinter 1.

Para o deputado, crianças e adolescentes devem ser o foco das políticas públicas. “Precisamos dar passos de cuidado, melhorando o sistema socioeducativo e fortalecendo os conselhos tutelares. É preciso investir hoje para que tenhamos um futuro melhor”, concluiu.

Porto Digital lança programa de transformação digital da área jurídica

A inovação no setor jurídico já é uma realidade e o cenário futuro mostra-se cada vez mais desafiador. Por isso, com o objetivo de impulsionar a transformação digital na área jurídica, o Porto Digital lança o Lawtech LAB, um laboratório para promoção de soluções inovadoras, por meio de um programa de empreendedorismo para o desenvolvimento de novos negócios. Podem participar do programa startups e times inovadores interessados em desenvolver soluções. As inscrições abrem, nesta quinta-feira (9), pelo site https://lawtechlab.portodigital.org/ .

O laboratório será um espaço figital – que une o físico e o digital – dentro do ecossistema de inovação do Porto Digital e dará suporte aos projetos de tecnologia no setor jurídico. A iniciativa foi viabilizada através de uma emenda parlamentar do deputado federal Daniel Coelho por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e conta com apoio da OAB Pernambuco, Deepdive, AB2L e Manguez.al, além de escritórios de advocacia de renome de Pernambuco..

O programa parte do princípio da metodologia do Open Innovation Lab (OIL) para a criação de soluções inovadoras. Os escritórios de advocacia Colares, Da Fonte, Queiroz Cavalcanti, Martorelli, Moury Fernandes & Marsha Oliveira, Uchôa Cavalcanti e Urbano Vitalino são parceiros do programa e foram responsáveis pela identificação de oportunidades e desafios – ou seja, problemas e pontos de melhoria que podem ser resolvidos por meio de soluções tecnológicas.

A partir daí, o Porto Digital irá atuar na geração de um espaço de imersão, experimentação de novos negócios e conexão com o ecossistema do parque tecnológico – com participação de empresas, startups e pesquisadores para propor as soluções exigidas pela área jurídica. Após seleção das melhores propostas, as startups e os times inovadores passarão por uma qualificação de 10 semanas para criar um mínimo produto viável (MVP), ou seja, uma espécie de protótipo funcional. O MVP poderá ser, então, utilizado pelos escritórios participantes ou em contratos externos ao Lawtech LAB.

Sobre o OIL

O Open Innovation Lab é o programa de inovação aberta do Porto Digital, que já teve ciclos com grandes empresas – como as multinacionais Ball Corporation e Grupo Heineken, além de empresas de renome como Frisabor e entidades como Senac e Ministério Público de Pernambuco.

Partidos do centro avaliam impeachment de Bolsonaro após protestos

Um dia após os protestos de Sete Setembro, com ataques do presidente Jair Bolsonaro a integrantes do Supremo Tribunal Federal, partidos de centro iniciaram uma movimentação para conter as investidas do Palácio do Planalto. Algumas legendas se articulam para a abertura de um processo de impeachment. Siglas como PSDB, Podemos e até o PSL, que está em processo de fusão com o DEM, se posicionaram com relação aos atos do chefe do Executivo.

Ainda na noite de terça-feira, o PSL e o DEM lançaram nota conjunta repudiando as atitudes de Bolsonaro nos atos de 7 de setembro. No posicionamento, os partidos, que poderão se tornar a maior sigla do país juntos, destacaram que a liberdade é um princípio democrático e não deve ser usado para “fins de discórdia, disseminação de ódio, nem ameaças aos pilares da própria Democracia”.

Apesar do conteúdo da nota, o PSL segue dividido em relação a Bolsonaro. Em plenário, o deputado Coronel Chrisostomo (RO), líder do partido, saiu em defesa do presidente e alfinetou o Supremo Tribunal Federal (STF) ao fazer coro aos pedidos de “liberdade de expressão”, tema defendido por manifestantes. “Será que o Zé Trovão (caminhoneiro bolsonarista) pode falar o que quiser? Parece que há impedimento sim. O povo quer liberdade para poder falar e nós, parlamentares, temos que defender isso aqui. O presidente do Bolsonaro defende o povo, e está sim, dentro das quatro linhas”, disse.

Na mesma linha, o líder do governo, Ricardo Barros (PP/PR), exaltou a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. “Tivemos uma demonstração inequívoca de solidariedade e apoio às bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Milhões de pessoas foram às ruas de forma pacífica para demonstrar apoio ao presidente em suas teses, nos valores da família contra o ativismo político do Judiciário, que, na verdade, foi o principal tema dessa mobilização”, declarou.

Por unanimidade, o PSDB anunciou que passou a integrar a oposição a Jair Bolsonaro. A legenda que, por diversas vezes, adotou o mesmo tom do presidente, agora fala até na abertura de um processo de impeachment. Em nota, os tucanos convocaram os partidos de centro a se juntarem ao movimento para afastar o presidente da República, mas afastou uma coalizão com setores da esquerda. “É da união dessas forças que virá a derrota definitiva do projeto autoritário de poder que o atual ocupante do Palácio do Planalto encarna e a volta do modelo político e econômico petista também responsável pela profunda crise que enfrentamos”, afirma o comunicado tucano.

“Após o pronunciamento inaceitável do chefe do Poder Executivo, iniciamos o processo interno de discussão sobre a prática de crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República e o caminho mais eficiente para evitar o agravamento dessa crise na vida das pessoas”, conclui a nota.

Gasolina a R$ 7
Em uma linha mais moderada, semelhante à adotada pelos presidentes da Câmara e do Senado, o deputado federal Darci de Matos (PSD/SC) defendeu a pacificação dos Poderes para que o Brasil possa sair da crise. “É hora de buscarmos a conjugação de forças, de energia, de somatórias positivas de passarmos por cima das pequenas divergências e pensarmos no Brasil. Como Vossa Excelência (Arthur Lira) falou, vivemos um momento difícil. A gasolina chegando a R$ 7 o litro. A cesta básica tem valor absurdo. O gás também, valor absurdo. Milhões de desempregados, portanto aí reside o grande desafio dessa casa, do executivo e sobretudo das lideranças do nosso país”, disse.

Na manhã de ontem, as bancadas do Podemos na Câmara e Senado, decidiram não apoiar a abertura do processo de impeachment a fim de evitar mais uma crise. “O Podemos descarta aderir ao movimento de impeachment do Presidente Jair Bolsonaro, por entender que a abertura de uma nova crise política, em meio à pandemia de coronavírus, desemprego e crise econômica, só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade”, diz a nota do partido.

Ainda na terça-feira, o PSD declarou instaurar uma comissão interna para avaliar os ataques de Bolsonaro. “Vamos acompanhar a conduta do governo para determinar, ou não, a defesa e o apoio a um eventual processo de impeachment do presidente da República”, disse o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, em nota oficial do partido.

Em uma rede social, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-SP), fez convite aos partidos na luta pela redemocratização. “Não se trata de aderir a atos já marcados, mas de construirmos juntos o caminho”, escreveu no Twitter.

Correio Braziliense

Poupança tem retirada líquida de R$ 5,467 bilhões em agosto

Após quatro meses de resultado positivo, o saldo da aplicação na caderneta de poupança voltou a cair com o registro de mais saques do que depósitos. No mês passado, as retiradas superaram os depósitos em R$ 5,467 bilhões, de acordo com relatório divulgado hoje (6) pelo Banco Central (BC). O resultado negativo contrasta com o registrado em agosto do ano passado, quando os brasileiros tinham depositado R$ 11,402 bilhões a mais do que retiraram da poupança.

No mês passado, foram aplicados R$ 295,901 bilhões, contra saques de R$ 301,369 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 2,719 bilhões.

Com o desempenho de agosto, a poupança acumula retirada líquida de R$ 15,629 bilhões nos oito primeiros meses do ano. Já de janeiro a agosto de 2020, houve captação líquida de R$ 123,981 bilhões.

No ano passado, a poupança captou R$ 166,31 bilhões em recursos, o maior valor anual da série histórica, iniciada em 1995. Além do depósito do auxílio emergencial nas contas poupança digitais ao longo de oito meses em 2020, a instabilidade no mercado de títulos públicos nas fases mais agudas da pandemia de covid-19 atraiu o interesse na poupança, mesmo com a aplicação rendendo menos que a inflação.

Pela legislação em vigor, o rendimento da poupança é calculado pela soma da Taxa Referencial (TR), definida pelo BC, mais 0,5% ao mês, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, está acima de 8,5% ao ano. Quando a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano, como ocorre atualmente, a remuneração da poupança passa a ser a soma da TR com 70% da Selic.

Atualmente a Selic está em 5,25% ao ano e a TR está zerada. Com isso, a remuneração da poupança está em 3,675% ao ano.

Terceira dose será prioritariamente com imunizante da Pfizer, diz Queiroga

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (8), que a terceira dose da vacina contra a Covid-19 será preferencialmente com o imunizante americano da Pfizer. Segundo o ministro, a pasta não vai recomendar o uso da CoronaVac para a aplicação da dose de reforço.

“Essa terceira dose é a da Pfizer. Primeiro, porque os esquemas com vacinas diferentes geralmente usam a vacina da Pfizer ou da AstraZeneca como os imunizantes preferenciais. E segundo porque nós temos quantitativos elevados da Pfizer, o que permite assegurar que não haverá interrupção na nossa campanha de imunização”, confirmou Queiroga durante audiência da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado.

Queiroga confirmou que a aplicação da terceira dose começa no dia 15 de setembro, próxima quarta-feira, para idosos acima de 70 anos e pessoas em estado de imunossupressão, seguindo o Plano Nacional de Imunização (PNI).

Na última semana, o ministro já havia anunciado que não recomendaria o uso da CoronaVac para a terceira dose enquanto não houvesse o registro definitivo do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por enquanto, as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são as únicas com esse tipo de autorização do órgão regulador brasileiro.

Respeito ao PNI
Durante a Comissão, o ministro voltou a pedir que os estados e municípios sigam as orientações federais sobre a aplicação das vacinas contra Covid-19 e criticou aqueles que seguem ritmos de imunização diferentes do previsto pela pasta. Segundo ele, e cada cidade fizer o próprio plano, o ministério não consegue garantir a entrega dos imunizantes.

“O que ocorre é que alguns municípios, sobretudo os maiores da Federação, ficam criando esquemas diferentes e depois dizem que o Ministério da Saúde não entrega doses, atrasa as doses. O Ministério da Saúde só entra com o ônus o tempo inteiro”, comentou Queiroga. “Temos que falar a mesma língua, não pode ser a Torre de Babel da vacina”.

Estados como São Paulo já iniciaram a aplicação da dose de reforço nesta semana. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, das doses adicionais aplicadas, 99,2% foram de CoronaVac.

Estoque vencido
Na última segunda-feira (6), uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, revelou que o governo Bolsonaro deixou vencer R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios do novo coronavírus. Sobre o fato, Queiroga afirmou ser um ‘problema’, mas negou que tenha havido negligência.

“Em relação a insumos vencidos, realmente esse é um problema. Esses insumos, não é que o ministério deixa vencer por negligência. É porque se compra em quantidade, há insumos aí que foram adquiridos em governos, dois governos anteriores ao governo do presidente Bolsonaro, e não foram distribuídos”, declarou.

Correio Braziliense

Discurso autoritário de Bolsonaro pode travar economia e estender escalada da inflação até 2022

Brazilian President Jair Bolsonaro waves as he joins thousands of fans marching to show their support, in Sao Paulo, on September 7, 2021, on Brazil’s Independence Day. – Fighting record-low poll numbers, a weakening economy and a judiciary he says is stacked against him, President Jair Bolsonaro has called huge rallies for Brazilian independence day Tuesday, seeking to fire up his far-right base. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP)

A crise política e os desdobramentos econômicos provocados pelo discurso com ameaças autoritárias do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no 7 de setembro já afetam as expectativas dos economistas para 2022.

A visão é que o aumento da incerteza, traduzido nesta quarta-feira (8) pela queda na Bolsa e alta dos juros futuros e do dólar, já adia investimentos, inibe contratações, trava a agenda de reformas econômicas e pode estender a escalada inflacionária por mais tempo.

O impeachment do presidente, no entanto, ainda é visto por alguns analistas como uma solução que pode deteriorar ainda mais o cenário econômico.

“É uma situação econômica bastante grave e uma parte dela é explicada por esse ambiente de incerteza trazida pelo presidente”, diz William Baghdassarian, economista do Ibmec Brasília.

Baghdassarian afirma que a diferença entre um dólar abaixo de R$ 5,00 e o patamar atual de mais de R$ 5,30 ou de uma Bolsa acima de 140 mil pontos e os atuais 113 mil do Ibovespa podem ser explicados pelo ambiente de conturbação política provocada pela fala do presidente da República.

“Muita gente acha que são só palavras vazias, mas a palavra do presidente já impactou o ambiente econômico. Parece que são só bravatas e que não vai acontecer nada, mas já está acontecendo.”
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, diz que a questão política traz mais incertezas em relação ao debate sobre o Orçamento de 2022 e como equacionar a questão dos precatórios e a proposta do governo de reajuste e substituição do Bolsa Família, temas que dependem do Congresso.

Ela afirma que o movimento do mercado nesta quarta reflete um ajuste em carteiras de investimento, mas que, se essa tendência persistir, principalmente no caso do câmbio, pode resultar em uma inflação um pouco mais alta.

Para a economista-chefe do Inter, a abertura de um processo de impeachment, no entanto, traria ainda mais incertezas e mais volatilidade no mercado.

“Uma moderação nos discursos pode contribuir para que a gente tenha uma discussão sobre o fiscal mais ponderada. Muito dessas variáveis, juros e inflação via câmbio, é resultado de uma percepção maior de risco. Uma moderação dos discursos entre os Poderes pode reduzir a temperatura do mercado”, afirma.

“A gente vinha em um ano de discussões sobre reformas importantes para a economia, reforma tributária, administrativa. Essas discussões políticas acabam interferindo e geram mais incerteza para o cenário econômico em 2022. Acho que a gente vai retomar a discussão de reformas somente em 2023.”

Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, afirma que os discursos do presidente na terça-feira (7) contribuíram para que a confiança dos agentes econômicos se deteriorasse ainda mais.

“Foi uma sinalização bem ruim, com o discurso e as ameaças que ele [Bolsonaro] fez. O empresário acaba engavetando projetos, adiando investimentos, contratações. Confiança é tudo no ambiente econômico, e parece que os planos de reeleição estão se sobrepondo aos interesses comuns de todos”, afirma.

Milane diz que o ambiente também cria uma espiral negativa para o investimento doméstico de risco/retorno alto, como a renda variável, e que o dinheiro da Bolsa e dos fundos multimercados vai para renda fixa.
Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, afirma que o momento agora é de monitorar o posicionamento do Senado e de vários partidos que discutem a adesão a um pedido de impeachment, para ver se o clima político pode trazer ainda mais incertezas. Já o discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), ainda sinaliza apoio aos projetos do governo.

“Agora ainda não é o momento de fazer alguma mudança de cenário, mas estou bastante atento à postura do [presidente do Senado] Rodrigo Pacheco [DEM-MG], para ver se ele vai se colocar com oposição ao governo, pois isso travaria muito a agenda que a gente aqui no mercado financeiro está esperando que avance.”

Folhapress