Na passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes (PT) foi a mesa com o líder do partido. A conversa foi descrita por aliados como franca e positiva. Na ocasião, a deputada teria se mostrado disposta a apoiar o projeto presidencial do PT e não criar embaraços para a construção nacional da sigla no Estado. Ou seja, ela não vai ser um obstáculo para uma eventual aliança com o PSB. Visando voltar ao comando do Palácio do Planalto, Lula tenta formar uma frente ampla que abarque o maior número possível de partidos de esquerda e de centro. E isso inclui a sigla socialista. Contudo, a petista vem assegurando nos bastidores que não vai causar tumulto ou constrangimentos caso petistas e socialistas estejam juntos no mesmo palanque em 2022. A postura vem sendo elogiada por lideranças da sigla como sinal de maturidade e compromisso de Marília com o partido. O gesto tem feito com que, dentro da sigla, uma ala passasse a defender o nome da deputada para compor a chapa majoritária na vaga para o Senado. No entanto, até mesmo os maiores entusiastas desta tese admitem que a costura não é fácil, caso seja firmada uma aliança com a Frente Popular. Bastante combativa na oposição, os vínculos cortados entre Marília e o PSB foram profundos e a construção de uma ponte demandaria esforço de ambas as partes. Ainda assim, há quem veja um ambiente menos tensionado e sem ruídos para 2022, ao contrário do que ocorreu em 2018, quando a petista criticou abertamente o processo que retirou sua candidatura para o Governo do Estado.
Nome em alta
Do lado do PSB, a leitura é que o ex-secretário de Agricultura, Dilson Peixoto (PT), seria, atualmente, o quadro mais palpável do PT para compor um espaço na majoritária da Frente Popular. “Hoje, ele é o nome mais quente”, garante um socialista.
FORA DO FOCO > A postura do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio (PSB), de negar uma eventual candidatura ao Governo do Estado no próximo ano é vista por aliados e opositores como uma estratégia para ficar longe do foco dos holofotes e evitar os desgastes naturais de quem tenta “queimar a largada” antes do tempo. A cautela estratégica do gestor esbarra na defesa pública dos aliados que sempre fazem questão de defender o seu nome para a disputa.
SEGUE O JOGO > A travessia do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, do MDB para o DEM não atrapalha as negociações do PDT para que o sertanejo monte um palanque para Ciro Gomes em Pernambuco. É o que garante o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que se mostra esperançoso com a concretização da aliança. O dirigente diz que mantém uma boa relação com o presidente nacional do DEM, ACM Neto, e que o fato de uma ala da legenda apoiar o Governo Bolsonaro não é um problema. “A maioria é contra (o governo)”, garante.
LISTA CHEIA > Além do presidente nacional do DEM, ACM Neto, já confirmaram presença na filiação de Miguel Coelho ao DEM o senador Davi Alcolumbre e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ficou de confirmar sua participação.
Folhape