O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) entrou com uma ação de reparação por danos morais contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB), após ser chamado pelo emebedista de “invasor”, “vagabundo” e “sem-vergonha”.
A ação afirma que os termos utilizados por Nunes ofenderam “a honra, a dignidade e a reputação” de Boulos. O ofício pede à Justiça de São Paulo que Nunes publique em suas redes sociais um pedido de retratação, além da divulgação do currículo do pré-candidato do PSOL.
Procurada, a equipe do prefeito disse que não foi notificada pela Justiça.
“É inequívoco que no intuito de manchar a imagem, a honra e reputação do autor, colhendo benefícios eleitorais, o réu atacou de forma vil e inaceitável seu adversário político, por meio de xingamentos como vagabundo e sem-vergonha, o que não é aceitável e deve ser prontamente reprimido pelo Poder Judiciário”, diz trecho da petição de Boulos.
Na peça, o advogado Ramon Arnús Koelle cita ainda a possível interferência da declaração de Nunes no processo eleitoral.
“O ilícito do caso em apreço é fruto de ânimo doloso de difamar o autor, atingindo direitos da personalidade, indissociáveis do princípio da dignidade da pessoa humana, além de causar interferência indevida no processo eleitoral das eleições municipais de 2024, uma vez que a utilização de fake news (invasor) e discurso de ódio (vagabundo e sem vergonha) para ataque aos adversários políticos é instrumento ilegítimo de interferência no processo eleitoral.”
Na segunda-feira, 22, Nunes participou da convenção partidária do PL, realizada na Câmara Municipal de São Paulo. O encontro oficializou a indicação do coronel Ricardo Mello de Araújo, ex-chefe da Rota, como o vice na chapa do prefeito à reeleição.
Em discurso durante a reunião, Nunes afirmou que a aliança com Mello era um “voto de confiança” para “vencer o invasor”.
“Quero agradecer a cada um dos senhores, a cada uma das senhoras por dar esse voto de confiança, para que a gente possa dar continuidade a esse trabalho, vencer o invasor, vencer esse vagabundo desse sem-vergonha”, disse Nunes durante a convenção do PL.
Em resposta, Boulos chamou a atitude de “desequilíbrio incompatível com o cargo de prefeito da maior cidade do País”. “Na tentativa de agradar seu padrinho Bolsonaro, Nunes volta a me atacar pessoalmente com mentiras e fake news”, disse o parlamentar na terça-feira, 23.
Estadão Conteúdo