Do Estadão
Com a inflação superior a dois dígitos em algumas capitais, puxada principalmente pelo preço de alimentos básicos como arroz e feijão, o presidente Jair Bolsonaro aconselhou os apoiadores a comprarem fuzil, mesmo que seja caro.
“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Aí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse Bolsonaro, em frente ao Palácio da Alvorada hoje.
Ele disse, mais uma vez, que não quer inflação alta, mas que não depende de seu governo. O controle da alta de preços, no entanto, é a principal missão do Banco Central, que tem instrumentos para desacelerar a inflação.
“Não teve aumento de nada no meu governo”, declarou o chefe do Executivo a apoiadores nesta manhã, embora os números da inflação mostram que alimentos, energia elétrica, combustíveis e outros itens tiveram os preços acelerados nos últimos meses.
Apesar de reconhecer o alto custo de vida nacional, Bolsonaro voltou a dizer que “a economia deu uma balançada, mas estamos consertando”.
Reforçando as críticas contra os medidas adotadas pelos governadores no combate à pandemia da covid-19, Bolsonaro disse que “político preocupado com vida do pobre está de sacanagem”. O presidente, no entanto, ponderou que lamenta as mortes pela doença. “Mas acontece, a vida é essa, mas destruir o País por causa disso?”.
Para driblar a crise hídrica no País, o presidente reforçou pedido feito na quinta-feira (26), em transmissão ao vivo pelas redes sociais, para a população reduzir o consumo de energia nas casas. “Vamos apagar luz em casa, ajude a economizar energia”, apelou Bolsonaro. Ainda que o governo federal se recuse a falar em racionamento, o chefe do Executivo reconheceu que “não tem mais água nas hidrelétricas”.