Polícia Federal apreendeu mais de uma tonelada de maconha

A Polícia Federal tirou de circulação pouco mais de 1 Tonelada de maconha na tarde de sexta-feira. A droga estava escondida em um caminhão camuflada em meio a uma carga de feno para animais. Além da apreensão, a PF ainda prendeu, em flagrante, três pessoas, todas elas com antecedentes criminais, inclusive por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.

A prisão aconteceu em Igarassu/PE, durante diligências destinadas a reprimir o tráfico de drogas bem como outros tipos de ilicitudes de competência federal. O caminhão foi bordado enquanto entrava em uma propriedade próxima a área das abordagens.

Durante a inspeção, os policiais conseguiram identificar uma grande quantidade de drogas embaladas com fita adesiva e papel laminado que estava escondida por baixo da carga de feno. Após a pesagem oficial, foi constatado o peso bruto de 1.014Kg de maconha. Além da droga, também foram apreendidos dois veículos, sendo um caminhão e um carro de passeio, quatro aparelhos celulares, a quantia de R$ 5.400 (cinco mil e quatrocentos) e um rifle calibre 44 com 20 munições.

Os suspeitos foram conduzidos para a Sede da Polícia Federal, onde foram autuados pela prática do crime contida nos artigos 12 da Lei 10.826/2003 e artigos 33 c/c Art. 40 e 35 da Lei 11.343/2006 (tráfico e associação para o tráfico e posse irregular de arma de fogo de uso permitido), cujas penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Prefeitura de Caruaru divulga calendário de volta às aulas presenciais

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Educação e Esportes, divulgou, nesta quarta-feira (4), o cronograma de volta às aulas presenciais dos estudantes da rede municipal de ensino. O ano letivo de 2021 foi iniciado desde o dia 1° de março, porém, de forma remota, seguindo decreto estadual.

O plano de retomada contará com três fases e seguirá todas as medidas de segurança contra a Covid-19. Na fase 1, que iniciará no dia 16 de agosto, as aulas presenciais voltam para os alunos do 5° e 9° anos do Ensino Fundamental. Nessa etapa, serão abertas 100 escolas.

Na fase 2, que começará no dia 30 de agosto, mais 30 unidades serão abertas e estarão de volta os alunos dos CMEIs (Centro Municipal de Ensino Infantil), que abrangem o Pré I e II, e do EJA (Educação de Jovens e Adultos).

Por fim, no dia 13 de setembro, começará a fase 3, quando retornarão as aulas para os alunos do 1° ao 4° ano e do 6° ao 8° do Ensino Fundamental, bem como os das ETIs (Escola de Tempo Integral), totalizando as 140 unidades de ensino atendidas pela rede municipal. Atualmente são mais de 43 mil alunos matriculados.

De acordo com o secretário de Educação, João Paulo Derocy, a retomada das aulas presenciais vem sendo planejada há meses. “Toda a equipe vem acompanhando as experiências pelo Brasil e pelo mundo e, para isso, um comitê específico foi criado. Esse grupo reuniu esforços para garantir toda a logística de materiais e informações às escolas devido à pandemia da Covid-19”, informou.

Um protocolo com medidas de segurança também foi elaborado, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde, e encaminhado às unidades educacionais. Entre as medidas, estão a aferição de temperatura, o uso de máscaras, a higienização das mãos com álcool em gel e o distanciamento entre as bancas.

“Para as salas onde não seja possível o retorno de todos os alunos, por conta do distanciamento de pelo menos um metro, uma parte da turma assistirá às aulas de forma presencial em uma semana e a outra ficará on-line e, assim, sucessivamente. Nos casos em que a turma toda possa ser acomodada em uma mesma sala, será possível ter o retorno de 100% dos estudantes”, explicou o secretário.

Ainda de acordo com João Paulo, a volta às aulas presenciais não é obrigatória. “Para os alunos que optarem pelo não retorno, eles continuarão recebendo as aulas de forma remota, por meio do Aula em Casa”, disse, acrescentando que mais de 90% dos professores já foram vacinados (com a primeira ou única dose). “Os que não tomaram ainda, estamos fazendo um trabalho de busca para que, quando as aulas voltem, 100% esteja imunizado.”

“Durante toda a pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Educação e Esportes, preservou o que há de mais importante: a vida. Adaptamos os planejamentos pedagógicos e apoiamos diretores, professores e profissionais da educação para viabilizarem o ensino remoto. Tivemos uma taxa de adesão às aulas remotas de 80%, o que é um ótimo indicativo, porém, também observamos os desafios de manter o vínculo com a escola em 2020″, afirmou João Paulo.

O secretário lembrou ainda que a importância da escola não é só pedagógica, mas também social. “Trazer os alunos de volta para as salas de aula é trazer a possibilidade de interação e desenvolvimento social, sendo aspectos importantes para a saúde mental das crianças e adolescentes. Voltar às aulas é retomar um pouco da normalidade que a pandemia nos tirou. E nós estamos trabalhando para que esse retorno seja feito com o máximo de segurança, seguindo todos os protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS).”

Para a Prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, o momento não é fácil e precisa da cooperação de todos para que saiamos o mais rápido possível dessa pandemia. “A volta às aulas presenciais, em tempos de pandemia, pode gerar muita expectativa, ansiedade e medo. Mas seguiremos juntos e atentos a todos os cuidados para vencer mais um desafio e garantir a aprendizagem de nossas crianças e jovens caruaruenses”, concluiu Raquel.

No Cabo, homem é suspeito de engravidar neta de 12 anos e abusar de duas crianças

No Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, um homem de 58 anos foi indicado como suspeito de ter engravidado a própria neta, uma adolescente de 12 anos. Segundo a Polícia Civil o homem também tem envolvimento em mais outros dois casos de estupros, de duas crianças, de 5 e 6 anos, também no Cabo. Ambos os casos foram registrados na mesma delegacia.

No primeiro caso, com o inquérito aberto no dia 7 de julho na Delegacia de Polícia da Mulher do Cabo, o homem – que não teve o nome revelado, para preservar a identidade das menores- responde por estupro de vulnerável por violência doméstica e familiar. Neste caso, o avô foi o responsável pela gravidez da neta.

No segundo caso, o inquérito foi aberto no dia 12 de julho, na mesma delegacia, o homem também foi indiciado por estupro de vulnerável por violência doméstica e familiar. Neste caso, a diferença é que o homem não tem grau de parentesco com as menores de 5 e 6 anos, que foram violentadas sexualmente.

Ainda segundo a nota divulgada pela Polícia Civil, as famílias das menores e do suspeito mantêm convívio e relação familiar. A polícia afirmou que, no segundo caso, as mães das vítimas só procuraram a delegacia para prestar queixa sobre o acontecido quando receberam informações do estupro envolvendo a adolescente de 12 anos.

As investigações sobre os casos já foram iniciadas pela Polícia Civil. Pernambuco registrou em um intervalo de apenas quatro meses, 952 casos de estupro entre janeiro e maio de 2020 segundo os dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS).

Folhape

PF erradica 58 mil pés de maconha no Sertão de Pernambuco

A Polícia Federal, junto com equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar (PMPE), erradicou 58 mil pés de maconha esta semana nos municípios de Salgueiro, Cabrobó e Orocó, no Sertão de Pernambuco. Caso fossem colhidos e levados ao mercado consumidor, renderiam 19 toneladas de droga.

A ação, que foi realizada da segunda passada até essa quinta-feira (15), faz parte das estratégias adotadas pela Coordenação-Geral de Polícia de Repressão a Drogas, Armas e Facções Criminosas-CGPRE, do Órgão Central da Polícia Federal em Brasília/DF, com o objetivo de combater a produção e distribuição de maconha no Sertão pernambucano.

Com essa ação, a Polícia Federal espera diminuir o abastecimento nos pontos de venda da região Nordeste e, consequentemente, reduzir a escalada de crimes violentos como roubos, furtos, homicídios e latrocínios, principais delitos relacionados ao tráfico de entorpecentes.

Folhape

Pecuária de leite vive incertezas quanto ao preço de insumos

O custo do alimento concentrado para rebanhos leiteiros tem apresentado forte elevação internacional. A mistura concentrada (milho mais farelo de soja na relação de 70% e 30%) chegou a US$ 0,34 por kg em maio, uma elevação de 51,4% em relação a média de 2018-2020. Considerando que milho e soja são commodities, cotados em dólar, a cotação atual da moeda americana no Brasil não alivia o problema. O dólar chegou a ficar abaixo dos R$ 5,00 em junho, abrindo uma janela interessante para compra, mas retornou ao patamar anterior, encarecendo novamente os insumos. Dados do ICPLeite (Índice de Custo de Produção de Leite da Embrapa) apontam que, em junho, a compra e produção de volumosos apresentou uma variação de 7% e a alimentação concentrada, 3,85%. Alimentar o rebanho está mais caro nesta entressafra.

Durante a reunião mensal de conjuntura do Centro de Inteligência do Leite, da Embrapa, pesquisadores e analistas da instituição se viram diante da pergunta: “quando os preços que integram os custos de produção irão começar a cair?” A conjunção de commodities agrícolas em alta com desvalorização do Real não tornam fácil esta resposta. O ICPLeite contabilizou uma alta de 39% nos últimos 12 meses finalizados em junho. O concentrado subiu 68%. “Para agravar a situação, a falta de chuva no Centro-Sul do país comprometeu a produção do milho safrinha”, diz o pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho. Ele demonstra preocupação com a alta significativa e diz não ver perspectivas de os custos de produção começarem a cair. “Além do atraso no plantio da safra de grãos e das poucas chuvas, mais recentemente, geadas em importantes regiões produtoras de milho safrinha afetaram a oferta”.

A alta nos custos, além de pressionar as margens de lucro do produtor, prejudicando a produção de leite, encarece os preços dos produtos lácteos, que naturalmente na entressafra apresentam cotações mais elevadas. No mercado atacadista, o leite UHT (de caixinha) estava sendo vendido na primeira quinzena de junho a R$ 3,55. O queijo muçarela chegou a ser cotado a R$ 27,81. “Após os preços registrarem alta no atacado, o mercado perdeu força nos últimos dias, mas ainda há uma sustentação em função da entressafra, que termina em agosto/setembro”, diz o pesquisador. De todo modo o cenário é de cautela, devido às incertezas sobre a demanda e o aperto nas margens do produtor e indústria.

Quanto ao produtor, o analista Denis Rocha diz que as margens lucro continuam apertadas, mas houve uma melhoria no último mês. Em junho, o produtor recebeu R$ 2,20 pelo litro de leite, com registro de altas consecutivas desde abril. “Essa tendência de alta é explicada pela menor disponibilidade do produto no mercado atacadista, devido à entressafra, o alto custo de produção e a menor entrada de leite via importações”, explica Rocha. Em relação a 2020, o analista lembra, no entanto, que nesse período do ano passado, o governo pagava um valor maior de auxílio emergencial, devido à pandemia, o que acabou elevando o consumo e aumentando o preço dos produtos, garantindo uma melhor margem de lucro para o setor produtivo naquele momento. O momento atual, segundo Rocha, é mais complexo devido às altas taxas de desemprego, embora o mercado de trabalho siga em recuperação devido ao arrefecimento da pandemia.

Carvalho vê com otimismo o cenário macroeconômico do pais: “Os investimentos no PIB do primeiro trimestre vieram bons e o consumo das famílias está em recuperação”. O pesquisador ainda afirma que apesar do fraco desempenho no mercado de trabalho, os indicadores de rendimento tendem a ser melhores neste segundo semestre, causando um impacto positivo no setor. A pesquisadora Kennya Siqueira constata que o comercio, de modo geral, apresentou uma melhora, com o consumo domiciliar voltando aos níveis pré-pandemia. “Ainda há um consumo reprimido muito grande, que o comércio vem absorvendo aos poucos. Ela ainda acredita que a volta do movimento nos restaurantes poderá contribuir para a elevação do consumo de lácteos.

Entrevista – Glauco Carvalho

Após um ano e meio de pandemia, o pesquisador Glauco Carvalho concedeu uma entrevista ao Anuário Leite, da Embrapa Gado de Leite, na qual fala sobre o comportamento do setor neste período:

Como o sr. avalia o comportamento do setor lácteo nesse tempo de pandemia?

O setor como um todo fez um excelente trabalho durante a pandemia, sobretudo em seu início, quando tudo era muito novo e desconhecido. Não houve ruptura na produção e nem na distribuição. E o setor foi ágil em realocar leite de laticínios com maior dificuldade em vendas para outros com menores problemas de logística e distribuição. Dessa forma, a cadeia produtiva conseguiu manter a oferta de leite e derivados em todo o país, atendendo às necessidades de consumo dos brasileiros.

Houve mais impacto no segmento de produção de leite ou no de consumo?

Houve um crescimento do setor como um todo. Crescemos na produção de leite e crescemos no consumo. Mas como a nossa balança comercial foi negativa, ou seja, importamos mais do que exportamos, eu diria que o impacto no consumo foi maior. Mas neste caso foi um impacto positivo. Se olharmos a produção de leite formal, ou seja, com inspeção, houve um aumento de 2,1% no ano passado. Já a disponibilidade, que é o volume absorvido internamente no consumo direto ou indireto, registrou um crescimento de 2,8%. Por isso, digo que o impacto sobre o consumo foi maior e muito impulsionado pelo efeito renda que ocorreu na população via Auxílio Emergencial. Mas também tivemos novos hábitos de consumo que ajudou nas vendas.

No primeiro ano da pandemia, houve crescimento do setor, devido ao auxílio emergencial. Este ano, o auxílio é menor. O ano de 2021 pode fechar com uma crise estabelecida na cadeia produtiva, que se estenderá para 2022?

A cadeia do leite é muito resiliente a crises e, em geral, se ajusta rápido. Mas o cenário de curto prazo não é dos melhores, por uma série de fatores. Do lado macroeconômico estamos com elevada taxa de desemprego, queda na renda e uma inflação e juros subindo. Além disso, o crescimento econômico previsto é baixo, ficando bem aquém da expansão mundial. Especificamente em relação ao setor, estamos com uma enorme pressão de custos e com dificuldade para repassar preços ao consumidor final pela própria fragilidade macroeconômica. É uma conjuntura bastante desafiadora e, pode sim, se arrastar para além de 2021, sobretudo no âmbito dos custos. Portanto, é um ano que sugere decisões mais conservadoras. Mas não podemos esquecer que a economia está em recuperação, com reflexos positivos sobre renda e consumo ao longo dos próximos meses.

Como o senhor explica a alta nos custos de produção de leite, que se arrasta desde o princípio da pandemia?

Essa alta está relacionada a um conjunto de fatores, internos e externos. Externamente, podemos destacar: a desvalorização do dólar frente a outras moedas, o que elevou os preços das commodities em dólar; o forte crescimento do consumo global; as importações chinesas de milho que geralmente ficavam entre 3 e 5 milhões de toneladas/ano e agora devem superar 25 milhões de toneladas; o recuo nos estoques globais de milho e soja, com forte queda nos estoques dos Estados Unidos. Um outro fator, não muito falado, foi a migração de fundos de hedge para os mercados de commodities. Os fundos estão com uma posição comprada historicamente alta, o que acaba colocando mais pressão nas cotações. Mas tivemos fatores internos também. Além de problemas climáticos que afetaram plantio e colheita, houve uma desvalorização do real que tem forte impacto nos custos de produção de leite. Enfim, o fato é que temos uma demanda firme por milho e soja e com produtores bastante capitalizados, cadenciando a venda.

Além do preço das commodities, o que mais tem elevado os custos de produção de leite?

As principais altas foram no custo de concentrado como já falamos. Mas também estamos observando elevação no custo do alimento volumoso, com encarecimento de combustíveis, fertilizantes e defensivos. São insumos afetados pela taxa de câmbio, pelo preço do petróleo, pelo frete marítimo internacional, e todos estes fatores sugerem elevação.

A elevação do câmbio torna o leite brasileiro mais barato comparado aos preços internacionais. No entanto as importações estão em alta. Qual o papel do câmbio na atual crise?

No agronegócio geralmente a desvalorização cambial é positiva. Mas isso quando pensamos nas cadeias agroexportadoras como soja, café, laranja, etc. No caso do leite, apesar do câmbio segurar a importação, há um efeito direto em custos. No segundo semestre de 2020 o câmbio não foi suficiente para segurar a importação. A alta dos preços domésticos e a competitividade dos produtos lácteos oriundos da Argentina e do Uruguai elevou muito nossas importações. E isso ocorreu também no início de 2021, mas com volumes decrescentes. Neste início de ano, estamos vendo uma importação perdendo força e uma exportação crescendo. A alta dos lácteos no mercado internacional contribuiu para esse movimento.

Com relação à indústria, o que tem preocupado os laticínios?

A grande preocupação é a dificuldade em aumentar as margens e a agregação de valor. Por termos uma indústria muito fragmentada e sem poder de negociação junto aos varejistas, o setor acaba ficando pressionado em determinados momentos. A existência de baixas barreiras à entrada no setor acaba gerando esse resultado de pouco poder de mercado. Quando a economia cresce de forma mais acentuada esse efeito é mitigado, pois há uma expansão da renda e do consumo. Mas quando crescimento econômico é baixo, os problemas se agravam. O consumo de leite tem uma forte relação com a renda e o Brasil parou de crescer em 2014. Com isso, estamos praticamente estagnados no leite também. E quando você tem crises sequenciais o resultado é muito perigoso. O Brasil encolheu em 2015 e 2016, depois tivemos crescimento muito baixo no período 2017-2019. Em 2020 veio a pandemia e mais crise econômica. Isso vai minando a capacidade de investimento das empresas nos diversos setores, afeta emprego, renda, consumo e assim por diante. No primeiro ano da pandemia tivemos uma forte contribuição fiscal, o que gerou um consumo importante de lácteos. Mas é algo que não se sustenta por si e acaba aumentando o endividamento público, que tem outras consequências econômicas negativas, como aumento de juros, por exemplo.

Houve um aumento do consumo de leite no primeiro ano da pandemia, como o consumidor está se comportando neste momento?

A situação neste início de 2021 está mais complicada. Ano passado tivemos um grande consumo das classes D/E com a liberação do Auxílio Emergencial. Mas perdemos boa parte dessa parcela da população por falta de renda. Começamos 2021 com um crescimento tímido de consumo e que está limitando aumentos mais robustos de preços e pressionando negativamente as margens de rentabilidade no setor.

O sr. consideraria que o setor leiteiro foi o que menos sofreu com a pandemia dentro do agro?

Não vejo isso. No primeiro ano, o setor foi beneficiado com o aumento do consumo e melhoria das margens. Mas isso não se sustentou e já no final de 2020 o cenário piorou. O fato é que o mundo está crescendo rápido e as cadeias agroexportadoras estão aproveitando o momento, com maior remessa de produtos e a preços mais elevados. Ou seja, uma combinação perfeita. Não é o caso do leite, que depende quase que exclusivamente da renda interna para crescer. Deveremos ter um ajuste de oferta para melhorar a condição atual de preços.

Quais lições que o setor lácteo, dentro e fora da fazenda, pode tirar desse período tão atípico e qual a tendência daqui para frente?

Vejo que existem várias lições, como a própria adaptação exigida pela pandemia, de como lidar com as incertezas e de como lidar com a expectativa de má notícia, está última muito presente no cotidiano da pandemia. Nesse sentido, os maiores aprendizados estão relacionados a ação e cooperação. Ficar reclamando não ajuda em nada, mas agir sim. E vejo que o setor seguiu essa linha no primeiro ano da pandemia. Todos enfrentamos inúmeros desafios e o importante é buscar soluções para seguir adiante e com sucesso. No caso da cooperação, buscar boas parcerias no negócio é fundamental para lidar com a complexidade do mundo atual. E a pandemia mostrou que a cooperação entre indivíduos, empresas e nações foi a arma mais poderosa para a busca de soluções, como a vacina da Covid-19. Para o futuro, essa cooperação será fundamental nos negócios para produzir com mais eficiente, para realizar melhores compras de insumos, para melhorar a comercialização e para agregar valor. Existem também tendências relacionadas à segurança dos alimentos, saudabilidade, meio ambiente, responsabilidade social, todos temas que precisam estar na agenda do setor.

Com menos pessoas frequentando bares e restaurantes, sua opinião, a pandemia foi capaz de modificar hábitos de consumo de lácteos?

Certamente que sim. Houve a substituição de alimentação fora do lar pela alimentação domiciliar, o que impulsionou a demanda por lácteos utilizados na culinária. Mas as mudanças de hábitos não ocorreram apenas pela menor presença em bares e restaurantes, e sim por uma série de mudanças que vivenciamos. Com a pandemia, as famílias privilegiaram os gastos com alimentos. Além disso, ao passo que uma parcela da população teve ganhos de renda e passou a gastar mais com alimentos, outras tiveram crescimento de poupança devido a economias de outros gastos, como viagens e mesmo bares e restaurantes. Essas famílias acabaram privilegiando uma alimentação mais elaborada e mais prazerosa. Enfim, tem sido um período com diferentes experiências de consumo. E vejo também que a pandemia acelerou algumas tendências como as compras online. É uma forma de comercialização que o setor lácteo precisa explorar mais. Existem outros temas relacionados a segurança do alimento e origem que tendem a ganhar força nos próximos anos.

O sr. tem citado que é bem provável que uma nova ordem se estabeleça no agro brasileiro e mundial quando a nossa vida voltar ao normal. O que devemos esperar?

É crescente a cobrança por práticas de ESG (Ambiental, Social, Governança) no campo. A sociedade e os investidores buscam um modelo de desenvolvimento sustentável que considere essas questões, ou seja, a proteção ambiental, a responsabilidade social e maior transparência. São questões que ganham peso na análise do investidor, no comércio global, e o Brasil tem um potencial enorme nessa direção, com agricultura de baixo carbono e produção de alimentos para abastecer grande parte da população mundial, sem subsídio. Essa é a sinalização que estamos vendo para o futuro. As cadeias agroalimentares se movem no sentido de ganhos de produtividade para segmentação de mercado e customização do consumo e aí estamos falando de agregação de valor aos produtos. No caso do leite, a forma como ele é produzido, e por quem, ganhará cada vez mais importância. Com isso, surgem as demandas por rastreabilidade, bem-estar animal, pegada de carbono, resíduo e reciclagem, sustentabilidade, produtos locais, produtos naturais, entre outras tendências. O consumidor busca essas informações e o setor pode utilizá-las como uma importante fonte de valor.

ARTIGO — O necessário equilíbrio na reforma tributária

por Aécio Prado Dantas Jr. – presidente em exercício do CFC

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), autarquia federal que tem por objetivo fiscalizar e editar normas contábeis no Brasil, com abrangência regulamentar sobre cerca de 518.000 profissionais e de 77.000 organizações contábeis, em todo o território nacional, vem acompanhando, proativa e atentamente, os movimentos em torno da oportuna temática da reforma tributária brasileira.

Não restam dúvidas de que é passada a hora para que sejam adotadas novas medidas tributárias que representem simplificação, sustentabilidade, isonomia, aumento de competitividade, redução do contencioso, ausência de aumento da carga tributária e incentivo à melhoria do ambiente de negócios, como um todo, no Brasil. Dessa forma, somos inteiramente favoráveis a projetos de reforma tributária que contemplem essas premissas basilares.

Todavia, entendemos que uma reforma tributária, efetiva e adequada, deva ser efetuada após amplo debate em toda a sociedade e que também promova a redução da tributação sobre os salários e sobre o consumo. Além disso, é preciso que se avalie o impacto que essas medidas irão causar para o repasse da arrecadação federal aos estados e municípios, considerando, inclusive, que a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é destinada integralmente à União. Assim, entendemos também que uma reforma adequada deva ser precedida de uma ampla reforma administrativa. Somente após essa última, podemos ter a real noção da necessidade arrecadadora em médio e longo prazo, o que poderá permitir, inclusive, redução da carga tributária suportada atualmente pela sociedade.

A despeito das alterações promovidas pelo substituto ao projeto inicial da reforma proposta pelo Executivo, o CFC entende que há aspectos adicionais importantes ainda a considerar, especialmente no tocante à revisão do exato equilíbrio entre as alíquotas do imposto de renda das pessoas jurídicas e do imposto sobre a distribuição dos lucros e dividendos, como, também, no importante aspecto de não prever qualquer tributação sobre os lucros e dividendos a serem distribuídos em relação aos resultados acumulados até 2021, posto que foram apurados sob regras tributárias já estabelecidas e que devem ser preservadas.

Outro aspecto igualmente relevante que precisa ser reavaliado é a revogação da dedução dos Juros sobre o Capital Próprio (JCP), o que representa efetivo aumento da carga tributária em momento que os efeitos econômicos decorrentes da economia são ainda notados em vários setores. Entendemos que situações como essas devem ser evitadas.

Manifestamos também preocupações com a ausência de um adequado período de transição, algo extremamente necessário para uma adequada assimilação e implementação das complexas medidas que sejam trazidas na reforma.

Sem levar em conta essas importantes considerações, tememos que as mudanças apontadas não venham a contribuir com o crescimento sustentável da nossa Nação. Acreditamos que, na forma que atualmente se apresenta, ela não contribuirá para reduzir as incertezas existentes, não promoverá o empreendedorismo, especialmente dos pequenos negócios, e não promoverá a expansão dos investimentos de longo prazo, inclusive internacionais – tão necessários para a geração de novos empregos. As mudanças propostas no projeto, e mantidas no texto substitutivo, poderão promover aumento desmedido de carga tributária, especialmente em setores vinculados à prestação de serviços.

Reafirmamos, mais uma vez, que uma reforma tributária efetiva deve ser feita por meio de amplo diálogo com vários agentes políticos (estados e municípios) e com órgãos de classe, academia, empresários de vários setores e organizações representativas de empregados, sob pena de gerar maiores pesos e incertezas sobre os brasileiros geradores das riquezas na nossa Nação.

Por fim, reafirmamos nosso constante e inegociável compromisso com a sociedade brasileira. Como anteriormente manifestado, apoiamos toda e qualquer reforma que desenvolva e desburocratize a economia, melhorando o ambiente de negócios. Nesse contexto, o Conselho Federal de Contabilidade se coloca à disposição para contribuir no processo de debate na busca de uma reforma tributária efetiva e equilibrada, visando ao bem da atual e das futuras gerações de brasileiros e brasileiras.

Fagner integra Comissão Permanente de Proteção e Defesa dos Direitos dos animais na Câmara

O vereador Fagner Fernandes (PDT) passa a integrar a Comissão Permanente de Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais da Câmara Municipal. A escolha do parlamentar foi divulgada nesta quinta-feira (15).

“Fico feliz pela escolha do meu nome para compor a mais nova comissão da Casa. Entendemos que será mais um espaço de atuação em defesa dos animais. Vamos continuar lutando para que por meio da comissão as políticas públicas de bem-estar animal sejam colocadas em prática. Fazer parte desta importante comissão, representa colher os frutos do nosso trabalho e dedicação”, pontuou o vereador.

Belo Jardim realiza mutirão de saúde itinerante

A Secretaria de Saúde de Belo Jardim, por meio da Atenção Básica, deu início, nesta quinta-feira (15), a um mutirão itinerante de atendimentos as localidades que nunca tiveram assistência.

O primeiro beneficiado foi o Sítio Batinga, onde a população local recebeu atendimento médico, de enfermagem, psicólogo, nutricionista, além de puericultura, vacina, citologia, entre outros. No total, foram realizados 91 atendimentos.

“É muito gratificante presenciar a felicidade destas pessoas que nunca tiveram atendimento diretamente em suas comunidades. A sensibilidade do prefeito Gilvandro Estrela em apoiar esse projeto nos ajuda a levar os serviços de saúde para as comunidades mais esquecidas pelas gestões anteriores”, disse a secretária de Saúde, Aline Cordeiro.

O mutirão seguirá a seguinte programação:
22.07 – Sítio Pocinho e Olho D’água do Tatu
29.07 – Muquem e Jacinta
05.08 – Serrinha e Queimadas
12.08 – Batata do Monte
19.08 – Bananeira, Pitombeira e Caiana
02.09 – Jurema e Sítio Bitury

Os serviços oferecidos serão: atendimento médico, psicologia, nutrição, enfermagem (puericultura, pré-natal, citologia, planejamento familiar) e marcação de exames e especialistas, quando necessário.

Prefeitura de Caruaru publica mais uma edição do Contexto Econômico

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), publicou mais uma edição de 2021 do Contexto Econômico. Produzido e mantido pela Sedetec, o serviço reúne no portal http://contextoeconomico.caruaru.pe.gov.br/ os principais fatores da conjuntura financeira do Brasil, de Pernambuco e de Caruaru.

Nesta nova edição, os leitores poderão conferir números, índices e estatísticas das três áreas territoriais em termos de empregos, abertura de empresas, impostos, além dos resultados dos programas realizados pela Sedetec, referentes ao último mês de maio.

Neste período, o destaque econômico do Contexto ficou por conta do saldo de empregos formais computados em Caruaru. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade fechou o último mês de maio com a soma de +331 postos de trabalho, no comparativo entre admitidos e demitidos.

Aline Nascimento lança mais um canal de comunicação

Para aproximar, ainda mais, o mandato da população, a vereadora Aline Nascimento acaba de lançar mais um canal de comunicação. A parlamentar disponibilizou um número de WhatsApp exclusivo para ouvir demandas e sugestões das pessoas.

Aline também criou um grupo, no mesmo aplicativo, onde serão divulgadas oportunidades de empregos e vagas de cursos disponíveis. Para fazer parte, basta enviar uma mensagem para o seguinte número: (81) 99247-3528.

“Precisamos de um canal que torne a comunicação entre vereador e povo mais fácil e ágil. Hoje em dia, o WhatsApp está instalado em 98% dos celulares no Brasil e quase 90% das pessoas usam a plataforma todos os dias, precisamos aproveitar esses números. Isso vai poder aproximar o mandato de quem realmente interessa, que é o povo, que é quem está na rua vendo os problemas de perto”, comentou Aline.

*Os dados citados foram divulgados pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box em maio/2021.

CURSOS GRATUITOS – A vereadora lançou, também, uma parceria com a Caravela Grupo Educacional, que oferece cursos profissionalizantes gratuitos, pagando apenas a taxa de inscrição. A parceria funciona da seguinte maneira: o interessado paga uma taxa única de R$ 34,90 e tem acesso a 20 cursos, todos oferecidos de forma on-line. Para se inscrever, os interessados devem enviar uma mensagem no WhatsApp para (81) 99384-7763. As inscrições se encerram dia 23 de julho.