Motorista é autuado pelo transporte de “rebites” em Serra Talhada

Um motorista de caminhão que transportava 57 bois foi autuado na tarde de domingo (27), pelo transporte de 15 comprimidos de “rebite”, durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR 232, em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco. A substância é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas é utilizada por alguns condutores para inibir o sono em viagens de longa duração.

Policiais realizavam uma fiscalização da Operação São João no quilômetro 405 da rodovia, quando por volta das 15h abordaram um caminhão boiadeiro com placas de Alagoas. Em consulta, a equipe constatou um defeito no disco do tacógrafo, que registra a velocidade média, o tempo de direção e de parada do veículo. Após uma vistoria na mochila do motorista, foi encontrada uma cartela de uma substância proibida de ser comercializada no Brasil.

O motorista informou que havia saído do Maranhão às 20h do dia anterior em direção a Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. Ele disse também que só havia descansado uma hora e meia durante a viagem, que já durava 17 horas. Foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por porte de droga, e o homem só saiu do pátio após providenciar outro condutor habilitado.

Lei do Descanso

Para veículos de carga, a Lei n° 12.619/12, conhecida popularmente como “Lei do Descanso”, determina que a cada 6 horas de direção, devem ser cumpridos 30 minutos de pausa, e dentro do período de 24 horas, são asseguradas 11 horas de descanso. A norma busca evitar acidentes graves, a partir da regulamentação do tempo máximo de direção e dos tempos mínimos de descanso dos motoristas de veículos de carga de grande porte, de transporte coletivo de passageiros e de escolares.

Ministério confirma primeira morte da variante delta no Brasil

Uma mulher grávida, de 42 anos, tornou-se a primeira paciente a morrer no Brasil com diagnóstico da variante delta do novo coronavírus, confirmou neste domingo (27) o Ministério da Saúde. A vítima tinha vindo do Japão para Apuracana, no norte do Paraná, onde morreu em 18 de abril.

Segundo o ministério, a gestante teve resultado negativo para Covid-19 no teste de RT-PCR antes de embarcar para o Brasil. No entanto, a vítima começou a apresentar problemas respiratórios em 7 de abril, dois dias depois de chegar ao país. A paciente refez o teste, com resultado positivo.

Oito dias após a confirmação do diagnóstico, em 15 de abril, a gestante foi internada. Logo depois de passar por uma cesariana de emergência em 18 de abril, por causa do agravamento do estado de saúde, a mulher morreu. Nascido com 28 semanas de gestação, o bebê fez o teste para a doença, com resultado negativo.

A paciente morta está na origem do primeiro caso de transmissão comunitária no Paraná da variante delta, identificada na Índia. Uma idosa de 71 anos foi infectada pela filha, que era amiga da gestante e tinha ido visitá-la.

A idosa já teve alta. Como a filha, que teve contato com a gestante, só fez o teste de antígeno, não foi possível traçar o sequenciamento genético do vírus.

Agência Brasil

Samu Recife observa queda no envio de ambulâncias para pacientes com sintomas de Covid-19

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Recife está há oito dias com queda na média móvel de envios de ambulância para pacientes com sintomas de Covid-19.

De acordo com o Samu Recife, em publicação nas redes sociais feita nesse domingo (27), a média móvel de envios de ambulância para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) foi de 35,1 no sábado (26).

O número é bem próximo ao de envios de viaturas do serviço para causas externas, como traumas, que esteve em 33,1.

Entre março e abril deste ano, a média móvel chegou a 60 envios, com picos de até 70 chamados por dia, números similares ao dos primeiros meses da pandemia de coronavírus, entre março e maio de 2020.

No sábado (26), o Samu Recife enviou 38 ambulâncias para atendimentos de Srag e outras 21 ambulâncias para traumas ou acidentes na capital pernambucana.

“Importante mantermos todos os cuidados sanitários para viramos essa página triste da história mundial”, diz a publicação do Samu Recife.

A média móvel de sete dias é um cálculo usado para ponderar os chamados de um dia em comparação a sete dias antes.

O envio de ambulância para pacientes com Srag é um dos principais indicadores em tempo real da pandemia de Covid-19, uma vez que os dados são mais rapidamente divulgados e analisados.

Coronavírus no Recife
Os dados mais recentes da Secretaria de Saúde do Recife indicam um total de 134.322 casos de coronavírus registrados na cidade. Do total de infecções, 4.646 evoluíram para óbito.

A capital pernambucana também tem um total de 128.053 pacientes recuperados da doença.

Comparando-se as semanas epidemiológicas SE 23 e SE 24, para os casos leves observa-se uma redução de 18,5% nas notificações e de 40,3% para os casos confirmados.

Em relação aos casos de Srag, houve uma redução de 16,8% no número de casos notificados e de 21,9% para os casos confirmados.

Quanto aos óbitos, a mesma comparação demonstra uma redução de 17,3% para os óbitos notificados de Srag e de 6,4% para os óbitos confirmados para Covid-19.

Folhape

Home Center Ferreira Costa dá dicas em como ter uma noite mais tranquila e confortável. 

Uma das reclamações mais frequentes durante o momento atual é o impacto na qualidade do sono. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde apontou que 41,7% dos entrevistados têm apresentado distúrbios do sono, como dificuldades para pegar no sono.

Conforme o estudo, essa situação é devido à vários fatores, como: alteração de rotina, além de estarmos menos expostos à luz do sol, e mais à luz dos dispositivos eletrônicos, principalmente durante a noite. Essa combinação atrapalha a percepção de claro/escuro natural, importantíssimo do relógio biológico. Por fim, o próprio estresse deste período, também tem sua parcela de culpa.

A maior preocupação do Ministério da Saúde é essa desregularização do sono, pois é através dele é que são produzidas citocinas (proteínas responsáveis pelas defesas do organismo contra os processos infecciosos), além da restauração das funções cognitivas do cérebro que permitindo uma maior concentração nas tarefas do dia a dia e trazem bem-estar, diminuindo o risco de quadros de depressão. Por isso é tão importante dormir bem.

A nossa cama é um lugar sagrado. Por isso, é fundamental que ela seja um local aconchegante, reconfortante e que proporcione uma condição ideal para o descanso e relaxamento. Devido a isso, o Home Center Ferreira costa vem te dar algumas dicas, em como você melhorar a sua noite de sono.

A primeira dica é a do colchão. Ele importa e muito! O conforto do colchão precisa estar em harmonia com as cobertas. Diferentes texturas de tecido podem trazer o conforto que queremos para dias mais quentes e mais frios e as almofadas estampadas trazem cor e alegria à decoração do quarto. Esses foram alguns dos pontos que exploramos na busca por arrumações de cama que prezam pelo máximo de conforto possível.

Coloque primeiro o lençol superior, depois o edredom mais “encorpado” por cima. Deixe uma manta ou cobertor mais fino sempre dobrado aos pés da cama. É chique enquanto a cama está arrumada e uma ajudinha extra para quem tem muito frio à noite. Prefira tecidos com fibras naturais, que aquecem e “respiram”. Lãs, flanelas, algodões e veludos são ótimos para a estação mais fria do ano.

Assim como o colchão, o Home Center também te lembra sobre a importância de escolher o travesseiro com bastante cuidado. Isso porque ele não é um mero apoio para a sua cabeça. Sem uma estrutura adequada, o travesseiro pode ser responsável por dores como: cervicalgia, cefaleias, torcicolos, formigamentos nos braços e mãos.

O importante é que ele se adapte à necessidade individual, considerando a distância entre a face e o ombro. ao se deitar, o ombro não deve ficar sobre o travesseiro, independentemente da posição utilizada. Para quem prefere ficar de lado, o travesseiro ideal deve acomodar bem o ombro e a cabeça. Usar outro travesseiro entre os joelhos ajuda a aliviar a pressão nessa área e fará o alinhamento do quadril e a região lombar, permitindo uma noite de sono ainda melhor. Evite dormir de bruços pois pode prejudicar a sua coluna. Se for inevitável, utilize um travesseiro baixo no pescoço e outro sob a região abdominal para aliviar a pressão lombar.

Ao escolher um travesseiro para uma criança, o cuidado deve ser redobrado. Como elas estão em crescimento, têm um tempo maior de sono. Por isso, estão mais sujeitas a alterações posturais nessa fase. O uso de um travesseiro inadequado pode acabar trazendo vícios de postura

É recomendado usar uma capa e trocar a fronha a cada dois dias. Por estar em contato direto com o rosto, é normal que secreções se acumulem. Somadas ao calor do corpo, formam um microclima favorável ao surgimento de ácaros, fungos e bactérias que podem causar vários problemas …
[10:42, 26/06/2021] Ariella Medeiros Ass Ferreira Costa : Oi, tudo bem?
Recentemente, saiu um estudo do Ministério da saúde sobre a dificuldade que os brasileiros vêm tendo para dormir, devido ao momento atual. Cerca de 41,7% alegam estar sofrendo de insônia ou até mesmo trocando a noite pelo dia.

Com isso, o Home Center Ferreira Costa resolveu separar algumas dicas, para ajudar a termos uma noite mais tranquila e confortável.

Público movimenta Caruaru com feira presencial de beleza

A 2ª Edição da Feira de Beleza e Estética Top Hair está sendo realizada no Polo Caruaru, às margens da BR-104. O evento segue até esta segunda, dia 28.

É grande a movimentação e a presença de diversas caravanas de todo o Nordeste e de outras regiões do Brasil que participam da feira, que conta com uma programação de workshops, cursos, palestras, apresentações e vendas.

São mais de 400 marcas e 74 expositores. Além de uma expectativa em negócios de R$ 5 milhões na economia local.

A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas no local. A organização solicita aos participantes uma doação de 1KG de alimento não perecível e um item de higiene pessoal, para serem doadas às comunidades carentes de Caruaru.

O evento acontece das 9h da manhã às 20h, seguindo todos os protocolos de higienização e segurança.

Foto: Oxe comunicação

Isabela Moraes apresenta live: Viva a São João

Isabela Moraes, cantora e compositora caruaruense, apresenta, na noite desta terça-feira (29), às 20h, mais uma live. Dessa vez, a apresentação, intitulada de Viva a São João, promete transformar a noite e trazer memórias afetivas que ligam as pessoas à festa junina.

Durante a live, contribuições poderão ser realizadas através do PIX ou da forma como o público achar melhor, a renda arrecadada será revertida para os artistas que estarão presentes na live junto com a cantora.

O repertório além de músicas conhecidas do cancioneiro popular Isabela trará músicas inéditas além de ser acompanhada por músicos como Ivison Santos na zabumba, Valdemar neto no violão e Andrezinho na sanfona.

O show acontecerá pelo YouTube da artista e para assistir basta acessar o link: youtube.com/sabelaMoraesIsa
As doações serão arrecadas através do: site.nconteudo.com.br/isabelamoraes

Sobre Isabela Moraes:

Natural de Caruaru, Isabela é cantora e compositora, vencedora do Festival de Música de Botucatu e tem composições gravadas por artistas como: Almério, Mariana Aydar, PC Silva e Martins.

Inscrições para o processo seletivo seguem até o próximo dia 30 e são destinadas aos cursos de Engenharia

Os cursos de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção da Faculdade UNINASSAU Caruaru estão com seleções abertas para o processo seletivo de professores. São vagas para sete disciplinas: Saneamento, Resistência dos Materiais Aplicada, Processos Construtivos, Máquinas Térmicas, Elementos de Máquinas, Projeto para construção de Máquina e Ergonomia e Conforto Ambiental.

Os interessados às vagas devem enviar o Currículo Lattes até o dia 30 deste mês para o e-mail engcivil.cau@mauriciodenassau.edu.br. Após esta data, será realizada uma análise dos currículos, com caráter eliminatório e levará em consideração, entre outras coisas, a formação acadêmica, produção científica, atualização profissional e a experiência como docente. O candidato deve ter, prioritariamente, título de doutor; disponibilidade para ministrar aulas no período noturno e/ou diurno nos horários estabelecidos pela coordenação do curso.

“A UNINASSAU tem uma grande preocupação em oferecer aos seus alunos uma qualidade de ensino de excelência, com professores qualificados e que possam levar esse alunado a construir uma sociedade melhor. Assim temos um processo criterioso de seleção para a escolha do corpo docente”, ressalta a diretora da UNINASSAU Caruaru, Aislane Belo.

Brasil recebeu 936 mil doses de vacinas da Pfizer neste domingo (27)

O Brasil recebeu 936 mil doses de vacinas da Pfizer neste domingo (27). O lote desembarcou no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), pela manhã, completando uma remessa de 2,4 milhões de imunizantes do laboratório fornecidos ao país em menos de uma semana. 

Na última terça-feira (22), 529 mil doses haviam sido entregues. Outras 936 mil chegaram na quinta-feira (24). Os números mais recentes do Ministério da Saúde mostram mais de 10,6 milhões de doses da Pfizer distribuídas para unidades da federação.

O contrato da pasta com a farmacêutica prevê a entrega de 100 milhões de doses até setembro deste ano. Outras 100 milhões de doses, fruto de uma segunda negociação, estão previstas para serem entregues entre setembro e dezembro de 2021. 

Caruaru Shopping está funcionando em horário especial e com todas as operações abertas

Caruaru Shopping | LinkedIn

No feriado de 29 de junho, Dia de São Pedro, o centro de compras e convivência estará aberto

O Caruaru Shopping está funcionando com horário especial, em conformidade ao pronunciamento do Governo do Estado realizado no último dia 17. A medida, que tem como objetivo conter o avanço da Covid-19, segue até o dia 4 de julho.

As lojas, quiosques e serviços estão funcionando, de segunda a sexta, das 10h às 22h, e, aos sábados, domingos e no feriado do dia 29 (Dia de São Pedro), das 10h às 21h. A Praça de Alimentação está aberta, de segunda a sexta, das 11h às 22h, e, aos sábados, domingos e no feriado, das 11h às 21h. O hipermercado, por ser considerado serviço essencial, está aberto das 7h às 22h (de segunda a sábado) e das 7h às 21h (nos domingos e feriado). O cinema já voltou a funcionar, de acordo com o horário da sessão, e respeitando o decreto estadual.

Já a academia está aberta das 5h30 às 22h, de segunda a sexta; das 8h às 18h, nos sábados; das 9h às 15h, nos domingos. No feriado de 29 de junho, Dia de São Pedro, a academia funciona das 5h30 às 22h.

O gerente de Marketing do centro de compras e convivência, Walace Carvalho, informa que o Caruaru Shopping está seguindo à risca todas as medidas de segurança no combate à Covid-19, proporcionando uma maior tranquilidade para os clientes na hora das compras e do lazer.

O Caruaru Shopping está localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

LGBTI celebram avanços em 10 anos de uniões homoafetivas no Brasil

DIA DO ORGULHO LGBT

O “sim” unânime dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, em 2011, as uniões homoafetivas como entidades familiares, abrindo caminho a uma década de avanços para a população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais (LGBTI) brasileiros. Reconhecida pelo Comitê Nacional do Brasil, do Programa Memória do Mundo da Unesco, como patrimônio documental da humanidade, a decisão completou dez anos em 5 de maio de 2021, assim como já fazem bodas casais que se uniram a partir dela e celebram, neste Dia Internacional do Orgulho LGBTI (28), direitos conquistados em décadas de luta por igualdade e dignidade.

As advogadas Patrícia Farina, de 35 anos, e Fernanda Marques, de 49 anos, já namoravam há seis anos quando o Supremo abriu as portas para que, anos mais tarde, elas se casassem em um cartório no bairro da Liberdade, em São Paulo. A realização de casamentos homoafetivos em qualquer cartório do Brasil foi garantida em 2013 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, em 2015, as duas decidiram assinar os papéis por um motivo pragmático, lembra Patrícia, que, até então, não tinha o casamento como um sonho.

“Quando a gente pensou em ir para os Estados Unidos (EUA), vimos que não ia rolar de conseguir o visto se não estivéssemos casadas. Ela não tinha imóvel nenhum e era autônoma, então era muito fácil negarem o visto dela”, lembra Patrícia, que foi surpreendida pela emoção que o casamento trouxe. “Deu tudo errado, a gente acabou não indo para os Estados Unidos, mas foi tão importante. A minha chavinha virou exatamente na hora em que ela colocou a aliança no meu dedo. Fiquei muito emocionada. Ali, comecei a achar que era o meu sonho e eu não sabia. Foi muito especial para mim”.

Patrícia lembra que nunca havia ido a um casamento homoafetivo como convidada, mas, depois do seu, muitos vieram. “A gente se casou e, nos seis meses seguintes, foi uma galera. No dia, foi tão emocionante, as meninas e os meninos ficaram tão emocionados, que começaram a falar que estavam loucos para se casar. Na hora em que jogamos o buquê, os que pegaram já foram os próximos mesmo”, conta a advogada, que acredita que o casamento fez com que tivesse ainda mais coragem de se posicionar como mulher lésbica. “Eu nunca me escondi, mas também não me jogava para o mundo. A partir daí, foi um processo de começar a me jogar para o mundo. De me perguntarem: ‘O que ela é sua?’, e eu responder: ‘é minha esposa’. Muda muito e te dá uma segurança maior”.

Apesar de o STF ter reconhecido a união estável homoafetiva em 2011 com os mesmos direitos da heteroafetiva, a conversão dessa união em casamento ainda dependia de uma sentença judicial, o que só mudou em todo o país em 2013, com a resolução do CNJ que determinou que nenhum cartório poderia rejeitar a realização de casamentos homoafetivos. Antes disso, a necessidade de entrar na Justiça ou a possibilidade de casar diretamente no cartório dependia de onde o casal morava.

As primeiras uniões estáveis homoafetivas convertidas em casamento pela via judicial ocorreram no país em junho de 2011. Em outubro, o primeiro casal de mulheres conseguiu decisão favorável para realizar um casamento sem que houvesse união estável anterior e, em dezembro daquele ano, ocorreu o primeiro casamento homoafetivo do Brasil, firmado diretamente em cartório, sem sentença judicial, em Porto Alegre. Ao tomarem conhecimento dessa possibilidade, o cientista político Lucas Rezende, de 38 anos, e o empresário Felipe Matos, também de 38 anos, foram a esse cartório gaúcho em julho de 2012. A incerteza se conseguiriam ou não formalizar a união fez com que nem marcassem uma festa para celebrá-la, conta Lucas, que chegou ao cartório ainda inseguro sobre o que aconteceria.

“Quando nos casamos, a gente não sabia se o casamento ia acontecer mesmo, se seria suspenso, se seria cancelado pela Justiça ou qualquer coisa do tipo” lembra ele, que não deixou de comemorar a união com uma festa meses depois, com amigos como celebrantes. “Foi a primeira [festa de casamento homoafetivo] de todos ali. Muitos dos amigos que estavam lá tomaram coragem para se casar depois do nosso casamento. Isso foi muito legal”.

Além do orgulho de poder celebrar seu relacionamento como qualquer casal, Lucas conta que a formalização foi um passo fundamental para muitos outros na vida a dois. “Fizemos plano de saúde juntos, que foi a primeira coisa, uma conta bancária juntos, depois compramos uma casa juntos, e, por fim, adotamos uma criança. Foram questões que só se tornaram possíveis depois da formalização do nosso casamento”, conta ele, que acredita que as decisões do STF e do CNJ impulsionaram também a visibilidade dos casais LGBTI na imprensa e na publicidade. “A presença dos casais homoafetivos na cultura e na sociedade, na mídia e na propaganda ainda é pequena, porque há muito mais pessoas que são casais homoafetivos. Mas o avanço que houve é importantíssimo, significativo, e indica o progresso e a inclusão, por mais que haja ondas de retrocesso”.

DIA DO ORGULHO LGBT
DIA DO ORGULHO LGBT – Arquivo pessoal

Primeiro passo

O Dia do Orgulho LGBTI é celebrado em 28 de junho para lembrar a data em que gays, lésbicas, bissexuais transexuais e travestis que frequentavam o bar Stonewall Inn, em Nova York, se rebelaram contra a repressão preconceituosa da polícia e reivindicaram direitos civis, em uma marcha nas ruas da cidade americana. Desde então, mais de 50 anos se passaram, e as  uniões civis entre homossexuais passaram a ser garantidas em 34 países, segundo a Associação Internacional LGBTI (Ilga), e, em 28, pessoas do mesmo sexo puderam se casar. No Brasil, de acordo com as Estatísticas de Registro Civil reunidas pelo IBGE, cerca de 28 mil casais homoafetivos oficializaram casamentos entre 2013 e 2019.

Os direitos estendidos à população LGBTI, a partir de sucessivas decisões do Judiciário desde 2011, devem ser comemorados, mas a falta de leis sobre o tema também preocupa, na opinião do presidente da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), Saulo Amorim. Ele lamenta que a decisão foi um primeiro passo que não foi seguido por leis que consolidam esse direito.

“A decisão de 2011 abriu espaço para todas as outras, porque quando entendo a união LGBTI como uma entidade familiar, entendo que aquelas pessoas podem adotar, podem deixar sucessão, podem ter os benefícios fiscais, previdenciários e de saúde que todas as outras têm. Por isso, foi um marco histórico. Mas, a partir daí, nada em termos de lei foi feito para consolidar essa decisão jurisprudencial. Dez anos se passaram, e o Legislativo não foi capaz de transformar uma jurisprudência em lei”, cobra Amorim, acrescentando que muitas vezes projetos de lei criados para conceder direitos a essa população são descaracterizados ou engavetados.

O presidente da associação de famílias explica a importância do casamento, independentemente de ser um sonho ou uma decisão pragmática para suprir necessidades da vida de casal. “É uma questão de orgulho no sentido de que não importa minha orientação sexual, não importa minha identidade de gênero, nem a conformação biológica do meu corpo. Importa que sou brasileiro e quero ter acesso a todos os direitos, como todo cidadão deve ter”.

Na década que se seguiu à decisão que reconheceu uniões homoafetivas, também houve avanços para a população transgênero. Entre as conquistas, a presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, destaca o direito de corrigir o nome e o gênero nos documentos diretamente em cartório, sem a necessidade de processos judiciais ou cirurgias de redesignação sexual, segundo decisão do STF de 2018.

“Essa decisão não veio somente por um lampejo de bondade dos ministros do Supremo, veio de uma longa batalha nas décadas de 80 e 90, principalmente das travestis, que estavam na rua se prostituindo, em que o nome social era chamado de nome de guerra. Quando o Supremo permite fazer pela via administrativa, para nós é uma grande conquista”, comemora ela, que compara que a via judicial chegava a demorar de seis meses a um ano e dependia da compreensão de cada juiz sobre a transexualidade.

Ainda que os avanços sejam importantes, Keila Simpson lembra que o cenário de violência e discriminação ainda é bastante presente. “Não estou descartando esse avanço, mas continuo falando que essa população ainda está sendo assassinada. Então, em alguns aspectos, a vida está a mesma de sempre, na questão da exclusão, da violência e do estigma”, afirma. “Nesse dia 28 de junho de 2021, a gente quer uma compreensão maior da sociedade, uma compreensão melhor de quem somos e reivindicar o respeito que merecemos como cidadãs desse país”.

Bodas de zinco

Os dez anos da decisão do STF marcam também os dez anos de reconhecimento do Estado brasileiro à união de Toni Reis e David Harrad, que formalizaram união estável apenas cinco dias depois da decisão do Supremo. Diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni lembra que se sentiu um cidadão pleno com a garantia conquistada.

“Senti que acabou o suplício, o calvário. Agora eu sou família, queiram ou não os fundamentalistas e esse pessoal que prega a heteronormatividade compulsória. Nos sentimos plenos”, lembra ele, que converteu a união em casamento em 2018. “Me senti brasileiro”.

Toni e David estão juntos desde 1990 e enfrentaram uma série de obstáculos jurídicos para garantir o reconhecimento à sua união, já que a permanência no Brasil de David, que é estrangeiro, dependia disso. Com mais de 40 anos de ativismo, o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI vê com otimismo os avanços obtidos.

“Nós não podíamos falar que éramos gays, porque éramos pecadores, doentes ou criminosos fora da norma, e, hoje, nós podemos casar, compor nossas famílias, estamos na publicidade, estamos nas empresas”, argumenta Toni Reis. “Em 2011, não podíamos casar, não podíamos adotar, não podíamos doar sangue, não podíamos mudar de gênero nos documentos. Em 2021 temos muito mais dignidade que em 2011”.

Apesar disso, ele lembra que a violência, a discriminação e a dificuldade de acesso a direitos básicos, como o emprego e a educação, permanecem como desafios que precisam ser enfrentados, fazendo valer decisões como a que equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo, em 2019. “Temos muitos desafios, temos que fazer cumprir todas as decisões do Supremo Tribunal Federal, toda a Constituição Federal e as convenções internacionais em todos os municípios e estados brasileiros”.