A Estrela de Belém, fenômeno astronômico raríssimo e não visto da Terra desde 1226, poderá ser observado a olho nu, nesta segunda-feira (21). A “estrela” é, na verdade, a grande conjunção entre Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do nosso Sistema Solar.
Os dois gigantes estarão em uma proximidade visual tão pequena, que, da Terra, parecerão um único ponto no céu, dando uma impressão de ser “um planeta duplo”. O fenômeno ficará visível logo após o pôr do sol [veja mais detalhes sobre como ver a Estrela de Belém no final do texto].
Por causa dos números em alta da pandemia da Covid-19, não haverá observação pública do fenômeno no Espaço Ciência e no Observatório da Sé.
Conta a história que, no dia do nascimento de Jesus Cristo, os Reis Magos, que levaram presentes ao menino, foram guiados por essa estrela, também conhecida como “Estrela de Natal”. Em 2020, portanto, o fenômeno será visto a poucos dias do Natal, celebrado na próxima sexta-feira (25).
A Terra leva um ano para dar uma volta em torno do Sol. Júpiter leva 12 anos terrestres e Saturno, 30 anos terrestres. Ou seja, conjunções entre estes dois planetas, que sejam visíveis para nós, podem ocorrer a cada 20 anos.
No entanto, esse alinhamento de 2020 tem especificidades que o tornam muito mais raro, segundo o Espaço Ciência. Uma aproximação visual entre ambos ocorreu há aproximadamente 397 anos, mas, algo semelhante ao que ocorrerá nesta segunda somente aconteceu no início da manhã do dia 5 de março de 1226, há exatamente 794 anos, durante a Idade Média.
Uma nova aproximação angular entre esses dois planetas deverá ocorrer apenas em 60 anos, em março de 2080. Portanto, é bom aproveitar a oportunidade e ficar de olho no céu.
“Estamos convidando todos e todas a registrarem o fenômeno e enviarem suas fotos para comunicacaoec@gmail.com”, afirma Cleiton Batista, da Coordenação de Astronomia do Espaço Ciência e Observatório da Sé.
Como ver o fenômeno
Para a observação, Cleiton Batista explica que basta olhar para o Oeste, direção em que o Sol se põe no início da noite, visto que os dois planetas estão se pondo também.
Ao firmar os olhos nessa direção, será observado um ponto mais brilhante, Júpiter, mais à esquerda da esfera celeste, e Saturno, com menor brilho, à direita de Júpiter.
Com o auxílio de telescópio, o observador ainda poderá visualizar os planetas Júpiter, com suas faixas gasosas; Saturno, com seus anéis externos, e também as Luas de ambos.
No caso de Júpiter, as Luas Galelianas (Io, Callisto, Ganymede e Europa); já em Saturno, Titan, Iapetus, Enceladus, Mimas, Janus, Tethys, Dione e Rhea.
FOLHAPE