Abertas 100 vagas para banco de talentos de desenvolvedores

Estão abertas as inscrições da MV para o processo seletivo para contratar novos profissionais. A empresa com sede no Recife e que atua com desenvolvimento de sistemas de gestão para a saúde está com 100 vagas para formação de banco de talentos, todas em nível superior, para trabalhar como desenvolvedor backend e desenvolvedor frontend. A seleção será online e algumas vagas são para início imediato. O trabalho será em regime home office e, por isso, as oportunidades valem para profissionais de todo o país.

Os benefícios oferecidos para as duas funções são planos de saúde e odontológico; vales alimentação e refeição; gympass; clube de vantagens – Uppo; RedeMed; convênio Apple; seguro de vida; auxílio creche; e auxílio lente. A inscrição para desenvolvedor frontend deve ser feita no site https://bit.ly/2DFlAI5, enquanto para desenvolvedor backend através do https://bit.ly/3jtKkCe.

Os requisitos para os candidatos em backend são: curso técnico completo ou superior (em andamento ou completo) em Ciências da Computação, Engenharias, Matemática, Física ou áreas afins, além de experiência comprovada em JAVA, PL/SQL, RDMS Oracle e PostgreSQL, APIs – Rest/Soap, Containers – Docker, GIT e Jira, Selenium, conhecimento em metodologias ágeis, arquitetura de alta disponibilidade, segurança e nuvem. Também são requeridas softskills para trabalho em equipe, gestão de tempo e intraempreendedorismo.

Já para as vagas de desenvolvedor frontend, a empresa exige curso nas mesmas áreas citadas acima. Também é preciso que o candidato tenha experiência comprovada em: Framework Javascript (Angular, Bootstrap, Jquery), CSS, HTML5, Java, ferramentas de prototipação e edição de imagens, APIs – Rest/Soap, GIT e Jira, Selenium, além de conhecimentos em metodologias ágeis e softskills mencionadas. O conhecimento no idioma espanhol é desejável para os dois cargos.

Diario de Pernambuco

MP Eleitoral cobra explicações de Paulo Câmara sobre eventos com até 100 pessoas em meio às convenções partidárias

Na última sexta-feira (4), o Ministério Público Eleitoral (MPE) em Pernambuco encaminhou um ofício ao governador Paulo Câmara (PSB) solicitando explicações sobre a edição do Decreto 49.393, de 3 de setembro de 2020. O documento flexibilizou medidas para realizar eventos institucionais e corporativos. O prazo estabelecido para envio das informações solicitadas é até a próxima quarta-feira (9).

O procurador regional eleitoral, Wellington Cabral Saraiva, instaurou procedimento preparatório eleitoral para reunir informações sobre o decreto. Ele quer saber quais foram os elementos técnicos de ordem sanitária que basearam a edição da norma, mesmo durante da emergência atual da pandemia de Covid-19.

Para o MP Eleitoral, o objetivo é coletar dados para respaldar possíveis medidas do órgão, se for o caso. O Decreto Estadual 49.393, que alterou o Decreto 49.055, de 31 de maio de 2020, permite “realização de eventos corporativos e institucionais, promovidos por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado, para fins de reuniões, treinamentos, seminários, congressos e similares, limitados a 30% da capacidade do ambiente, com até no máximo 100 pessoas, observadas as normas sanitárias relativas à higiene, ao distanciamento mínimo e ao uso obrigatório de máscara conforme protocolo específico editado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico”.

O texto oficial foi publicado logo após o início das convenções partidárias para as eleições municipais, que podem ser realizadas até o dia 16 deste mês. Na portaria que iniciou o procedimento, o procurador eleitoral Wellington Saraiva mencionou um acórdão do Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco (TRE/PE), que respondeu a consulta formulada pelo MP Eleitoral, sobre as convenções partidárias presenciais, os atos de propaganda eleitoral que gerem aglomerações de pessoas e as atividades do período conhecido como pré-campanha.

O TRE/PE estipulou regras com o, limite de dez pessoas concentradas em um mesmo ambiente, necessidade de uso obrigatório de máscaras de proteção facial pelos participantes dos eventos, bem como a manutenção do distanciamento social e advertência a quem descumpri-las.

Resposta

Por meio de uma nota curta, o Governo de Pernambuco respondeu: “O Governo do Estado informa que recebeu o ofício do Ministério Público Eleitoral em Pernambuco e que prestará as informações solicitadas no prazo fixado”.

Diario de Pernambuco

Mourão diz que é hora de discutir mineração em terra indígena

Handout photo released by the Brazilian Vice-Presidency showing Brazilian Vice-President Hamilton Mourao during a press conference in Brasilia, on July 9, 2020, amid the new coronavirus pandemic. (Photo by Romerio CUNHA / Brazilian Vice-Presidency / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT AFP PHOTO / BRAZILIAN VICE-PRESIDENCY / ROMERIO CUNHA – NO MARKETING NO ADVERTISIGN CAMPAIGNS -DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (8) que o Brasil precisa parar de “tapar o sol com a peneira” e avançar na discussão de exploração de minérios em terras indígenas.

A declaração de Mourão acontece em um momento em que o país enfrenta forte pressão internacional por conta da alta no desmatamento e nas queimadas na região da Amazônia Legal.

Mesmo com o emprego dos militares na chamada Operação Verde Brasil 2, a Amazônia teve o segundo pior agosto da última década, em relação ao registro de queimadas. Foram 29.307 focos de incêndio.

No primeiro semestre, o Greenpeace divulgou que 72% de toda a atividade de garimpo na região da Amazônia se situava dentro de unidades de conservação ambientais e terras indígenas.

“A questão da mineração, não adianta ficar tapando o sol com a peneira. A questão que se coloca sempre: mineração em terra indígena; a Constituição prevê, desde que o Congresso regulamente”, disse o presidente, argumentando que todos os governos anteriores enviaram projetos de lei ao Congresso para tratar a questão, mas não avançaram nas discussões.

“Está na hora de avançar, de discutir isso, sem preconceitos”, declarou, durante transmissão ao vivo com o jornalista Carlos Alberto Di Franco.

Mourão acrescentou que a regulamentação das atividades minerais em terras indígenas iria contribuir para conter as ilegalidades e crimes ambientais, além de oferecer renda para os povos indígenas.

“É muito melhor eu ter uma lavra concedida que eu sei que será explorada dentro das regras ambientais, que vai pagar imposto para o governo e que vai pagar royalties para a população daquela região, do que ter as ilegalidades que eu tenho de estar combatendo dia e noite sem parar”, completou.

A exploração de atividades minerais em terras indígenas é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. O governo encaminhou em fevereiro para o Congresso um projeto de lei que prevê a regulação da atividade. Recentemente, ao se reunir com lideranças indígenas, Mourão disse que eles deveriam pressionar o parlamento pela aprovação. Por outro lado, os garimpos em terras indígenas e unidades de conservação preocupa investidores internacionais, que já manifestaram desconforto, inclusive ao próprio Mourão.

Em julho, quando os crimes ambientais na Amazônia começaram a provocar reação internacional, Mourão realizou videoconferência com fundos de investimentos e pensão do Reino Unido, Suécia, Noruega, Holanda e Japão. Eles fazem parte de um grupo de 29 gestoras de capital que enviaram, no final de junho, carta aberta a diferentes embaixadas do Brasil no exterior. O grupo pediu uma reunião para discutir o desmatamento na Amazônia.

Mourão argumentou na teleconferência que, embora o projeto de lei tenha sido proposto pelo governo, a medida está em discussão no Congresso Nacional, que dará a palavra final sobre o assunto e onde diferentes interesses da sociedade brasileira se manifestam.

Assim como havia feito anteriormente, Mourão afirmou nesta terça-feira que a Amazônia é usada por grupos de interesse para atingir o governo do presidente Jair Bolsonaro. O vice-presidente elencou três: um grupo político, com conexões internacionais; grupo que temem o “hardpower brasileiro”, como descreveu o agronegócio; e os ambientalistas radicais, que ele afirma serem “bolsões sinceros”

5G E CHINA

Mourão também comentou a possibilidade de a empresa chinesa Huawei vencer o leilão para o fornecimento de infraestrutura para a tecnologia 5G. O vice-presidente comentou que isso não seria nenhum “bicho de sete cabeças”.

O vice-presidente afirmou que o Brasil é um player importante na geopolítica mundial e que deve buscar seus interesses, “sem preconceitos e com flexibilidade”.

“A empresa chinesa, ela tem que deixar muito claro que ela está de acordo com as nossas regras de transparência, de segurança e de compliance. E isso tem que estar muito claro no leilão de frequências que vai ser feito”, respondeu o vice-presidente, quando questionado de riscos para a soberania nacional com a possível vitória da Huawei no processo.

Mourão afirmou que serão as operadoras brasileiras que vão atuar com a tecnologia 5G e que as empresas estrangeiras que disputam esse mercado buscam apenas instalar a infraestrutura. O vice-presidente lembrou que em torno de 30% da infraestrutura 4G já pertence para a Huawei.

“Se a empresa, por um motivo ou outro, não demonstrar transparência, não demonstrar que está aderindo a nossas regras de compliance, a nossas regras de segurança, ela não participa [do leilão]”, completou.

O leilão para a implementação da tecnologia móvel da quinta geração, o 5G, foi adiado para o ano que vem pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), por conta da pandemia do novo coronavírus.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que a decisão final cabe a ele: “Olha só, temos o negócio do 5G pela frente. Deixar bem claro, quem vai decidir o 5G sou eu. Não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G”, declarou o presidente, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

Questionado sobre a possibilidade de vitória de Joe Biden, nas eleições presidenciais norte-americanas, Mourão disse que o resultado, independente de qual for, não deve atrapalhar a relação dos Estados Unidos com o Brasil. No entanto, destacou que a “empatia” entre os líderes facilita o desenvolvimento de uma boa relação.

“Independente do presidente que estiver nos Estados Unidos, a nossa agenda coincide exatamente naquilo que eu considero principal, que são princípios e valores”, disse o vice-presidente brasileiro.

“A nossa relação com os EUA é bicentenária. O primeiro país que reconheceu a nossa independência foi os EUA. Ela está muito mais baseada em princípios do que no governante de turno. É óbvio que quando existe a empatia entre os presidentes, as coisas andam de uma forma muito mais rápida”, completou. P

or outro lado, Mourão disse que a situação econômica na vizinha Argentina causa preocupação e criticou a “intervenção estatal excessiva”.

“Parece que a Argentina não consegue se libertar de algumas das amarras do passado”, afirmou.

Folhapress

Operação mira ex-vereador do Rio e Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco

A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu cincos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-vereador carioca Cristiano Girão e do policial reformado Ronnie Lessa – condenado pela morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes, em 2018. Os dois são suspeitos de envolvimento na morte de um casal em 2014. As informações são da TV Globo.

As buscas fazem parte da Operação Déjà Vu da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Ainda segundo a emissora, a investigação apura a morte do miliciano André Henrique da Silva Souza e a namorada dele, Juliana Salles Oliveira. A suspeita é de que Girão tenha sido o mandante do crime e que Lessa tenha o consumado.

A motivação do crime seria a disputa de territórios da mílicia no Bairro Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. O casal foi morto quando estava dentro de um carro, quando foi abordado por três homens que estavam em um outro veículo e foram baleados com mais de 40 tiros. Chama a atenção a semelhança da dinâmica do crime com o assasinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o qual Lessa é apontado como principal suspeito.

O ex-vereador Cristiano Girão perdeu o mandato quando foi condenado a 14 anos de prisão por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, enquanto chefiava uma mílicia justamente no Bairro Gardênia Azul. Um relatório da Polícia Federal, obtido pelo telejornal SBT Brasil e exibido na edição de 17 de agosto de 2020, aponta Girão como um dos investigados como mandante do assassinato de Marielle Franco.

Estado de Minas

Com suspeita de câncer, José Dirceu faz cirurgia nos rins em SP

O ex-ministro José Dirceu se submeteu a uma cirurgia para a retirada de um nódulo nos rins nesta terça-feira (8). A suspeita é de que ele tenha câncer. Uma biópsia confirmará ou não o resultado.

Dirceu foi operado pelo médio Publio Viana. Ele está internado no hospital Sírio Libanês, na cidade de São Paulo, acompanhado de sua mulher, Simone.

O petista, que cumpria pena de prisão no Paraná, foi solto em novembro do ano passado, na esteira da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que considerou a detenção depois de prisão em segunda instância inconstitucional.

PSOL Recife confirma Severino Alves como indicado para compor chapa com Marília Arraes

A poucas semanas para a realização das convenções partidárias, o PSOL Recife realiza reunião e decide por indicar Severino Alves, presidente estadual da sigla, como nome indicado do partido ao cargo de vice-prefeito na chapa de Marília Arraes (PT), deputada federal e pré-candidata a prefeitura da Capital.

Com a definição, foi marcada a convenção do PSOL para o dia 12 de setembro, às 19h, em formato virtual. “Sabemos que essa eleição é decisiva para barrar o avanço do conservadorismo, tanto em âmbito local, como em âmbito nacional. O partido está pacificado no entendimento de que é preciso unir forças para alcançarmos este objetivo. Já estamos construindo junto ao PT essa aliança que é programática e tática”, diz o presidente estadual, Severino Alves.

O PSOL desistiu de lançar a candidatura própria a prefeitura do Recife e decidiu apoiar a postulação da deputada federal Marília Arraes (PT) em agosto deste ano. A votação que optou pela rejeição da realização de prévias para a disputa da Capital aconteceu no âmbito do Diretório Nacional e foi feita a pedido de recurso apresentado por um grupo de filiados ao PSOL Recife. Ao consolidar o apoio dos psolistas, Marília fortaleceu seu projeto de criação de uma frente de esquerda para o pleito municipal.

Diario de Pernambuco

Advogados de Lula são alvos de operação sobre desvios no Sistema S

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (9) operação para investigar um suposto esquema de tráfico de influência no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no TCU (Tribunal de Contas da União) com desvio de recursos públicos do Sistema S. Entre os alvos de mandados de busca e apreensão estão os advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, acusados de liderar o esquema. Os dois já se tornaram réus pelo caso.

O advogado Frederick Wassef, ex-defensor da família do presidente Jair Bolsonaro, também é alvo de busca e apreensão. Ele é alvo de investigação sob suspeita de peculato e lavagem de dinheiro numa outra frente de supostos desvios.

Agentes da Polícia Federal também têm como alvos escritórios de parentes de ministros do STJ e do TCU no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília. Entre eles firmas do ex-ministro César Asfor Rocha (STJ) e seu filho Caio Rocha, os advogados Eduardo Martins (filho do presidente do STJ, Humberto Martins) e Tiago Cedraz (filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz).

As medidas de busca e apreensão foram autorizadas pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Não há entre os investigados pessoas com prerrogativas de foro, como ministros de tribunais superiores.

De acordo com o Ministério Público Federal, os denunciados desviaram R$ 151 milhões do Sistema S, bancado com contribuição compulsória de empresas. A origem da apuração foi a delação premiada do ex-presidente da Fecomércio, Sesc Rio e Senac Rio, Orlando Diniz.

De acordo com ele, os desvios começaram após o Conselho Fiscal do Sesc Nacional detectar em 2011 uma série de irregularidades na sua gestão no Sesc fluminense. O órgão federal era comandado por Carlos Eduardo Gabas, ex-ministro das gestões Lula e Dilma Rousseff.

Zanin e Teixeira foram procurados por meio do advogado Fernando Hargreaves no início de 2012. Em depoimento aos procuradores, Diniz declarou que o objetivo da contratação dos advogados era “comprar uma solução política”.

Neste primeiro momento, o valor cobrado foi de R$ 10 milhões, sendo R$ 1 milhão em espécie, pagos por meio do operador financeiro Álvaro Novis.
O ex-presidente do Sesc Rio diz que, após a contratação de Zanin e Teixeira, a batalha jurídica em que estava só se intensificou, exigindo repasses de mais recursos, incluindo outros escritórios de advocacia indicados pela dupla.

Diniz afirmou aos procuradores que ao longo do tempo identificou a instalação da “lógica do ‘quanto pior, melhor’, pois mais contratos iam sendo assinados e os valores iam aumentando”. O escritório de Zanin e Teixeira recebeu R$ 67,8 milhões no período sob investigação.

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro afirmam que os advogados indicados por Zanin e Teixeira receberam os valores sem prestar serviços. A promessa era, segundo o Ministério Público Federal, influenciar decisões no Judiciário em favor de Diniz, que enfrentava à época uma batalha jurídica para permanecer no comando das três entidades.

Para indicar a ausência de serviço, os investigadores usam como base as respostas dadas pelos escritórios à auditoria interna pela nova gestão da Fecomercio após a prisão de Diniz, em 2018. A entidade questionou as bancas quais serviços foram prestados para justificar o valor pago.

As respostas foram vagas na maior parte das vezes, segundos os investigadores. Em alguns processos indicados pelos escritórios, a única atuação comprovada era a juntada de uma procuração, enquanto a defesa se dava por meio do escritório de Zanin e Teixeira ou, em outro momento, pelo de Ana Basílio.

A investigação do Ministério Público Federal se deve ao fato de, embora instituições privadas, Sesc e Senac são bancados por meio de contribuição compulsória de empresas. Os valores são cobrados e recolhidos pela Receita Federal. Em razão disso, as duas entidades -chamadas de paraestatais pela Procuradoria- devem respeitar regras semelhantes às de licitações públicas, ainda que com exigências específicas.

Os procuradores afirmam, porém, que Zanin e Teixeira montaram, junto com Diniz, uma estrutura jurídica para que todos os recursos do Sesc/Senac Rio fossem repassados aos escritórios por meio da Fecomércio, entidade privada que não é submetida à fiscalização do Conselho Federal, do TCU (Tribunal de Contas da União) e da CGU (Controladoria Geral da União).

O esquema montado, segundo o MPF, permitiu que os recursos cobrados das empresas fossem usados para a contratação de escritórios sem qualquer critério para a definição de preços e sem concorrência.

Embora os contratos sempre fossem assinados pela Fecomercio, o interesse discutido sempre foi particular de Diniz na batalha jurídica pelo controle do Sesc/Senac Rio.

O MPF aponta que a desproporção dos valores pagos a mando de Diniz é confirmada pelo fato da Fecomércio ter sido o principal cliente de quase todos os escritórios envolvidos no esquema. De 2013 e 2016, o valor pago pela entidade ao Teixeira e Martins Advogados é 15 vezes o pago pelo segundo principal cliente do escritório.

Para os investigadores, a atuação criminosa de Zanin foi corroborada por meio de emails obtidos em quebras de sigilo telemático autorizados pela Justiça Federal, anotações apreendidas com dirigentes da Fecomércio e documentos de uma auditoria da entidade sobre a prestação de serviços dos escritórios. Diniz foi preso em 2018 na Operação Jabuti, que investigou o pagamento de propina do ex-presidente da Fecomércio para o ex-governador Sérgio Cabral por meio da contratação de funcionários fantasmas na Fecomercio.

Ele foi denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro, corrupção e participação em organização criminosa junto com Cabral. Ele usou, segundo o Ministério Público Federal, operadores do emedebista para “branquear” recursos ilegais.

Folhapress

Mês de prevenção do suicídio traz ainda ideias erradas sobre tema

Criado pela Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina (CFM) para ressaltar a importância da prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo requer atenção em sua longa duração, alertam especialistas. Na maior parte do mundo, a data é marcada no 10 de setembro, o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde em parceria com outras instituições internacionais relacionadas à saúde mental, em 2003, para discutir o tema de forma responsável e acolhedora.

O limite entre informar e aterrorizar, afinal, é tênue. E dedicar um mês todo ao tema aumenta o risco de acionar gatilhos, alerta Karen Scavacini, fundadora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio.

“Na minha visão, hoje, um mês é muito. Isso só ocorre no Brasil. Nos outros países tem o Dia Mundial, ou no máximo, uma semana, nunca o mês inteiro. Precisamos pensar qual é a mensagem que está sendo passada. É mais importante mostrar ações, como as pessoas podem ajudar, do que apenas focar em números.”

Um dos cuidados é não espalhar mitos prejudiciais, como eventuais estatísticas relacionando a pandemia com o aumento do suicídio. Com a quarentena pelo coronavírus, tornaram-se recorrentes inferências em função da maior vulnerabilidade sugerida por esse isolamento, e aumento de distúrbios mentais, que são um fator de risco, mas ainda sem dados oficiais a respeito. Números falsos podem gerar pânico.

A solução não é evitar o tema, e sim ter atenção. Scavacin frisa que o Setembro Amarelo tem o papel crucial de abrir um diálogo com a sociedade e colocar a questão como um problema de saúde pública, além de combater mitos como o de que falar sobre suicídio pode incentivá-lo.

“Com medo de perguntar sobre ao assunto e assim ‘dar a ideia’, muitos pais se fecham. Isso é um mito. Ter um canal de escuta, falar abertamente, é importante.” Ela diz que o mais eficaz seria ter um plano nacional de prevenção do suicídio, em que os profissionais pudessem ser capacitados no assunto e as escolas montassem espaços de educação em prevenção da violência escolar, um dos fatores de suicídio.

“Não adianta fazermos campanha se ela não tiver objetivo claro, se a mensagem não for segura para o público alvo e se não puder ser avaliada depois”, afirma Scavacini, acrescentando ser importante criar uma central de ajuda específica para suicídio, já que o CVV – Centro de Valorização da Vida, é aberto para todos os tipos de sofrimento.

Em um período dedicado ao assunto, é necessário também ter cuidados ao criar campanhas ou divulgar informações em redes sociais sem aferir a fonte, a solidez da afirmação, os slogans criados e o bem ou mal que possam causar. Afinal, não se sabe como a pessoa receberá a mensagem.

Segundo o psiquiatra Neury Botega, sinais de alerta nem sempre são claros. “É fácil achar os sinais depois que o fato ocorreu, mas, de um modo geral, são os sinais de uma pessoa que não está bem.”

Ele frisa a importância da atenção a mudanças de comportamentos ao longo do tempo, como um jovem sociável que passa a se trancar, mas alerta que há erro na afirmação de que a pessoa que se mata sempre dá sinais. “Além de errado, é uma violência com as pessoas enlutadas. Eu mesmo, como psiquiatra com experiência nessa área, já tive que amargar a perda de um paciente que não deu absolutamente nenhum sinal.”

Outra alegação incorreta, diz, é afirmar que um diagnóstico psiquiátrico é possível em 90% dos casos. “Pesquisas mais recentes indicam que, em aproximadamente 50% dos casos, havia um transtorno mental entre os fatores que se combinam para levar uma pessoa a própria morte. Não é tão somente a existência de um transtorno mental que causa um suicídio mas a combinação de vários fatores.”

Teresinha Máximo perdeu uma filha de 19 anos por suicídio em março de 2017. Ela tinha depressão, ansiedade e fobia social. Procurou diversos tratamentos, teve dificuldade para encontrar um psicólogo com quem se identificasse, chegou a ser internada.

Com o marido, Joseval, Teresinha participou de campanhas e eventos do Setembro Amarelo em 2017, 2018 e 2019, mas neste ano se diz reticente: “A campanha cresceu muito e hoje virou uma salada. Todo mundo é especialista nesse mês”. Joseval sente o mês de forma desagradável. “No primeiro ano, em 2017, achei fantástico. De dois anos pra cá, passei a ver a comunicação feita de forma terrível. Já no final de agosto, eu comecei a ficar tenso. É doloroso para mim.”

O casal fica particularmente magoado quando escuta que 90% dos suicídios poderiam ser evitados “Quando eu posso, corrijo. Eu pergunto, de onde você tirou essa informação? Virou um slogan: 9 de 10 suicídios poderiam ser evitados. É muito sensacionalismo”, reclama.

“Já falaram para mim: se a Marina estava em tratamento e 90% é evitável, por que ela se matou? Se a medicina está tão avançada, porque os suicídios continuam acontecendo e aumentando? Onde está o erro? Não há só um fator.”

Segundo o psiquiatra Botega, “a interpretação errônea de uma famosa revisão de casos de suicídio pela OMS, há 17 anos, faz muitos comunicadores afirmarem que 90% dos suicídios podem ser evitados”. “Isso beira o desastroso, pois nenhum estudo científico sério chegou perto desse número”, afirma ele.

Nos grupos de apoio para enlutados por suicídio, compartilha-se vídeos polêmicos. Entre eles, o de duas meninas, de 4 e 3 anos, com fitinha amarela nos cabelos, e um texto decorado sobre prevenção do suicídio com conceitos distantes da realidade delas.

“As pessoas encaminharam esse vídeo achando que estão fazendo a parte delas no mês. A mensagem não era ruim, mas a forma me incomodou. Era puro marketing, era apelativo”, disse Teresinha.

Em outro vídeo, a diretora de Recursos Humanos de uma multinacional diz que as pessoas com depressão ficam sem coragem de enfrentar a vida. “As pessoas não percebem a mensagem que isso passa. Como um funcionário com depressão vai agora dizer ao RH que ele ta com depressão e pedir uma licença médica se a própria diretora acha que essa pessoa está sem coragem pra enfrentar a vida?”, questiona Teresinha. Alguns pais deixam os grupos de apoio neste mês para para se protegerem de afirmações daninhas.

Em um dos eventos de que o casal participou no ano passado, por exemplo, uma líder religiosa, escritora, disse que o lugar que mais morrem pessoas é no leste europeu porque lá “o pessoal é ateu”.

“Ela falou que as pessoas se matam porque não são religiosas, ou porque estão solteiras, então todo mundo tem que ter família. E ainda afirmou: é claro que as famílias têm que ter vergonha para falar sobre o assunto.”

Teresinha e Joseval não têm. Fundaram uma página na internet com informações confiáveis e relevantes sobre luto por suicídio, “Nomoblidis”.

O nome é uma homenagem: em seu perfil do whatsapp, a filha Marina usava a frase em catalão “Si us plau, no m’oblidis”, traduzido como “por favor, não me esqueça”.

Folhapress

Covid-19: site da Saúde tem dados de repasses a estados e municípios

O Ministério da Saúde criou um site para divulgar compras realizadas para apoio a estados e municípios em ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O site, batizado de Localiza SUS, reúne informações sobre recursos despendidos e materiais adquiridos.

A página traz a execução do orçamento da pasta e de recursos cujo crédito foi aberto para iniciativas de combate à covid-19. A dotação atualizada no dia de hoje (8) estava em R$ 41,2 bilhões. Já o montante executado foi de R$ 28,7 bilhões. Há também a informação da dotação já empenhada (R$ 31,315 bilhões) e o crédito disponível disponível (R$ 9,866 bilhões).

Em entrevistas coletivas nos últimos dias, os integrantes do MS justificaram o recurso não gasto por se tratar de processos de contratação em andamento, de programas que dependem da adesão de municípios (como a contratação de profissionais pelo projeto Brasil Conta Comigo ou os Centros de Atendimento à população).

O chamado Painel Financeiro mostra o orçamento total do órgão, a parcela destinada à covid-19 e os repasses por região e estados.

Ao site foi integrado o painel de leitos habilitados, termo utilizado quando o ministério arca com recursos de custeio dessas estruturas. Até hoje, haviam sido habilitados 12.827 leitos, enquanto outros 577 ainda estavam em análise.

Também é possível conferir atualizações sobre medicamentos. No painel, são disponibilizados dados sobre cloroquina e oseltamivir. Até o momento, a primeira teve 5,6 milhões de unidades repassadas. O segundo, 14,7 milhões.

O Localiza SUS conta também com painéis com informações sobre testes, vacinas, equipamentos de proteção individual (EPIs) e compras e contratos. Na página também foram incluídos links para as áreas de balanço de casos e óbitos pela covid-19.

Estudo com a vacina de Oxford é pausado após registro de reação adversa grave

O estudo da vacina da Universidade Oxford, no qual o Brasil participa através de parceria com a Fiocruz, foi pausado, segundo informações que a Stat, veículo internacional especializado em saúde e tecnologia, recebeu da própria AstraZeneca. De acordo com o comunicado da farmacêutica, os testes da imunização foram paralisados para verificação de dados sobre segurança da vacina.

A Stat afirma, em sua publicação, a ocorrência de uma reação adversa grave envolvendo um paciente participante do estudo no Reino Unido. Não há detalhes, porém, sobre a referida reação e nem quando ela teria ocorrido.

“Esse é um processo de rotina que precisa acontecer conforme sejam detectados potenciais problemas em um dos braços de teste”, afirma a AstraZeneca. A farmacêutica diz ainda que, em estudos com participação de muitas pessoas, como é o caso da fase 3 da vacina em questão, problemas de saúde ocorrerão aleatoriamente, mas tais casos precisam ser analisados por uma equipe independente.

A pausa pode impactar o cronograma de conclusão do estudo. A farmacêutica afirma que está trabalhando para revisar o evento encontrado e minimizar qualquer potencial impacto no cronograma. A reportagem procurou representantes da AstraZeneca no Brasil, mas ainda não teve retorno.

Folhapress