Denuncia nas eleições: aplicativo Pardal lançado pelo TSE

arte com logo do aplicativo pardal

Já está disponível a nova versão do aplicativo Pardal. Criado em 2014, pela Justiça Eleitoral, o app foi desenvolvido para receber denúncias de irregularidades em campanhas eleitorais. O objetivo é facilitar o trabalho de apuração por parte dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e do Ministério Público Eleitoral, com base na participação popular. Usando o recurso, toda a sociedade pode agir por uma democracia melhor.

Atualizado ao longo de cada pleito, o aplicativo traz novidades para as Eleições 2020, visando uma maior funcionalidade. Sua reformulação voltará o foco para os ilícitos cometidos na campanha eleitoral, apurando uma maior gama de denúncias.

Muitas vezes, o cidadão enviava apenas uma foto de uma propaganda irregular, mas sem explicar se aquele local era um prédio público, por exemplo – o que impossibilitava a apuração correta. Agora, além da foto, o denunciante deverá enviar um relatório demonstrando qual a irregularidade a ser apurada. Quando as denúncias tratarem de outro tema que não seja a propaganda eleitoral, o Pardal oferecerá o contato da ouvidoria do Ministério Público de cada local.

Entre as outras novidades, haverá um detalhamento maior na fase de identificação dos denunciantes e uma confirmação da denúncia, via e-mail. O aplicativo também foi aperfeiçoado para evitar o recebimento de denúncias falsas ou repetitivas (lixo eletrônico), e para permitir a anexação de denúncias relacionadas ao mesmo fato. As atualizações foram implementadas a partir de sugestões do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria TSE nº 210/2019, criado especificamente para trabalhar na evolução do Pardal.

O Pardal pode ser baixado gratuitamente na Apple Store (iOS) e na loja Google Play (Android).

Paulo Câmara lança edital de oficinas para beneficiar 18 mil jovens

O governador Paulo Câmara anuncia, na tarde desta terça-feira (13), nova fase do Programa Juventude Presente com o lançamento de edital para contratação de oficineiros. Os contratados vão ser responsáveis pela oferta de 590 oficinas de Conexão Sociocultural, que têm como objetivo atrair cerca de 18 mil jovens, de 12 a 29 anos, para atividades. A cerimônia terá transmissão online e será realizada por meio da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas.

Além do lançamento do edital, haverá anúncio de convênio com o Instituto Êxito de Empreendedorismo (Instituto Latino-Americano de Empreendedorismo, Inovação e Desenvolvimento Sustentável), que vai oferecer uma plataforma digital com cursos EAD.

Uma nova etapa também se iniciará na parceria com a Central Única das Favelas em Pernambuco (Cufa-PE). Desta vez, a participação terá como foco a produção de conteúdos para qualificar e capacitar as mulheres participantes do Programa Mães da Favela da Cufa.

Covid-19: MPF obtém liminar para garantir transparência de recursos federais recebidos pelo município do Recife

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) obteve decisão liminar, na Justiça Federal, que determina que o Município do Recife cumpra integralmente o disposto na Lei de Acesso à Informação (Lei nº 15.527/2011), na Lei de Regime Especial da Covid-19 (Lei Federal nº 13.979/2020), na Portaria nº 394/2020 da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e na Resolução nº 58/2019 do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), com relação à transparência de despesas realizadas no enfrentamento da pandemia da covid-19 com recursos oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS). O caso é de responsabilidade dos procuradores da República em Pernambuco Cláudio Dias, Rodrigo Tenório e Silvia Regina Pontes Lopes.

A liminar é decorrente de ação civil pública ajuizada em agosto pelo MPF contra o município, a União e três organizações sociais da área de saúde. A transparência das contratações decorrentes do enfrentamento da pandemia já tinha sido objeto de recomendação conjunta expedida pelo MPF e pelo Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO). No documento, ambos os órgãos defenderam que a Lei Ordinária Municipal nº 18.704/2020, ao afastar obrigações de transparência, viola os princípios constitucionais da publicidade e da moralidade administrativa, bem como a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 15.527/2011) e normas que vinculam o município do Recife à obrigatoriedade de manutenção do dever de transparência e controle dos gastos efetuados junto a entidades do terceiro setor. Só em 2020, o município já recebeu mais de R$310 milhões via Fundo Nacional de Saúde, dos quais cerca de R$64 milhões foram destinados ao combate à covid-19.

No entanto, após a expedição da recomendação, foi apurada a persistência de graves falhas na transparência ativa dos recursos vinculados ao SUS e repassados ao município para o enfrentamento da pandemia. Além disso, foi verificado que as organizações sociais da área de saúde acionadas pelo MPF – Fundação Professor Martiniano Fernandes (Imip Hospitalar), Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer (Hospital do Câncer de Pernambuco) e Instituto Humanize de Assistência e Responsabilidade Social – não fornecem, em seus portais da transparência, as informações mínimas previstas por lei. Conforme consta na ação, os valores repassados a essas organizações para a gestão de hospitais de campanha e outras unidades hospitalares ultrapassam R$ 150 milhões.

Na ação, o MPF frisou que não há, nos portais da transparência, discriminação de informação estruturada que identifique os contratos firmados por dispensa ou as notas de empenho registradas pelo Município do Recife e pelas organizações sociais de saúde referentes às contratações e aquisições realizadas com base na Lei Federal nº 13.979/2020. “Embora a Lei Federal tenha entrado em vigência em fevereiro de 2020 e os primeiros processos de dispensa de licitação, com fundamento na nova legislação, publicados em março de 2020, constatou-se que o site de transparência específico ‘Covid-19’ do Município do Recife somente foi disponibilizado em 6 de maio de 2020, ou seja, quase dois meses após a deflagração dos primeiros processos de dispensa com base no novo regramento da covid-19 por parte da gestão municipal”, argumentaram os procuradores da República na ação.

Os procuradores da República também reforçaram a necessidade de observância da Portaria nº 394 da STN, de 17 de julho de 2020, publicada em decorrência de recomendação conjunta do MPF e do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU). A norma estabelece a padronização de fontes de recursos que deverá ser observada para identificação das verbas federais vinculadas a ações e serviços públicos de saúde e repassadas para o enfrentamento da pandemia da covid-19.

Liminar – De acordo com a liminar, o Município do Recife fica obrigado, a partir da data da decisão (09/10), a cumprir integralmente as normas mencionadas na ação. O MPF, por sua vez, com colaboração do TCE-PE, deverá enviar ofício para o Município do Recife para apontar as falhas nas declarações realizadas anteriormente. O Município deverá, então, apresentar a documentação de acordo com a legislação em um prazo de dez dias úteis, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Processo nº 0813148-97.2020.4.05.8300 – 10ª Vara Federal em Pernambuco

‘Bacurau’ vence o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020

No último domingo (11), a 19ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro foi realizada de forma virtual e teve como vencedor o filme “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. O longa recebeu ao todo, seis Troféus Grande Otelo: Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Efeito Visual, Melhor Roteiro Original, Melhor Montagem Ficção, Melhor Direção e Melhor Ator.

O Troféu Grande Otelo de Melhor Ator foi dividido entre Fabrício Boliveira, por Simonal, e Silvero Pereira, por Lunga, em Bacurau. Já Andréa Beltrão, teve seu trabalho em Hebe reconhecido, vencendo como Melhor Atriz. Outros prêmios que também ganharam destaque, foi o da atriz Fernanda Montenegro que ganhou como Melhor Atriz Coadjuvante (A Vida Invisível) e Chico Diaz como Melhor Ator Coadjuvante (Cine Holliúdy).

“A Vida Invisível”, filme da autora Karim Aïnouz, teve o mérito de conquistar o total de cinco estatuetas, que foram – Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Direção de Fotografia.

No geral, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro escolheu os favoritos em 32 categorias, com 35 filmes nacionais e 10 internacionais na disputa. A premiação contou com as participações musicais especiais, como a de Paulinho Moska, que abriu a cerimônia cantando Luzia Luluza, de Gilberto Gil. O evento foi apresentado pelas atrizes Marina Person e Adriana Couto.

Segue abaixo a lista dos vencedores.

MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO

– Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

– Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL

– Turma da Mônica – Laços, de Daniel Rezende

MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA

– Cine Holliúdy – A Chibata Sideral, de Halder Gomes

MELHOR DIREÇÃO

– Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por Bacurau

MELHOR ATRIZ

– Andréa Beltrão, como Hebe Camargo, por Hebe

MELHOR ATOR

– Fabrício Boliveira, como Simonal, por Simonal

– Silvero Pereira, como Lunga, por Bacurau

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

– Fernanda Montenegro, como Eurídice, por A Vida Invisível

MELHOR ATOR COADJUVANTE

– Chico Diaz, como Véi Gois, por Cine Holliúdy

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

– Hélène Louvart, por A Vida Invisível

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

– Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por Bacurau

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

– Murilo Hauser, Karim Aïnouz e Inés Bortagaray, baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha, por A Vida Invisível

Diario de Pernambuco

Marcelo Rodrigues realiza caminhada pela Feira do Salgado

Na manhã deste domingo (11), o candidato à Prefeitura de Caruaru pelo PT, Marcelo Rodrigues, realizou uma caminhada pela Feira do Salgado. Ao seu lado estiveram candidatos e candidatas a vereador(a) também pelo Partido dos Trabalhadores.

Marcelo conversou com feirantes sobre as dificuldades neste período de pandemia e também escutou diversas reclamações sobre a falta de atenção do poder público.

João Campos lidera disputa no Recife

Pesquisa de intenção de voto para a Prefeitura do Recife realizada pelo Instituto RealTime Big Data e divulgada ontem mostra o candidato João Campos (PSB) na liderança da disputa à sucessão do prefeito Geraldo Julio. Ele aparece com 27%, abrindo vantagem sobre os demais concorrentes.

Mendonça Filho (DEM) e Marília Arraes (PT) estão tecnicamente empatados na segunda posição, com 16% e 14%, respectivamente. A Delegada Patrícia (Podemos) ocupa a quarta posição, com 10%, seguida pelo Coronel Feitosa (PSC) e Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), que aparecem com 2% cada. Carlos Andrade Lima (PSL) está com 1%. Os candidatos Charbel Maroun (Novo), Cláudia Ribeiro (PSTU), Thiago Santos (UP) e Victor Assis (PCO) não pontuaram. Os votos brancos e nulos somam 17%. Um total de 11% dos entrevistados não sabem em quem vão votar ou não responderam.

A pesquisa ouviu mil eleitores na capital pernambucana, entre os dias 8 e 10 de outubro. O levantamento tem nível de confiança de 95%, com margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

SEGUNDO TURNO
A pesquisa de intenção de voto traz ainda seis cenários de um possível segundo turno. Em todos, João Campos venceria os principais concorrentes. Contra Patrícia Domingos, o pessebista teria 44% ante 35%. Frente a Marília Arraes, o resultado é de 44% a 39%. No cenário 3, Campos derrotaria Mendonça Filho por 41% a 34%.

Numa eventual ausência de João Campos do segundo turno, o quarto cenário mostra que Marília Arraes teria 38% contra 35% de Mendonça Filho. Numa outra possível disputa, Marília teria 38% frente 36% de Patrícia.

Por fim, em um cenário entre Mendonça Filho e Patrícia Domingos, o candidato do DEM teria 36% contra 34% da candidata do Podemos. Nesses casos, em virtude da margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, a indicação é de empate técnico.

O DIA DOS CANDIDATOS
A pouco mais de um mês para as eleições municipais, que acontecem em 15 de novembro, a agenda política está ainda mais intensificada. Ontem, os candidatos aproveitaram o feriado para acompanhar eventos religiosos e fazer promessas relativas aos cuidados com as crianças. João Campos esteve no bairro da Macaxeira, na Zona Norte, onde prometeu criar espaços voltados para a primeira infância na cidade. Ele também conversou com moradores da comunidade do Buriti e fez gravações para o guia eleitoral.

Em conversa com moradores do bairro do Ipsep, na Zona Sul, Marília Arraes prometeu zerar a fila de creches no Recife. A petista assistiu a uma missa na paróquia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Mendonça Filho afirmou que, se eleito, criará dez mil vagas em creches da cidade. Ontem, ele visitou a Escola Leonarda Alves, em Nova Descoberta, na Zona Norte. Já a Delegada Patrícia distribuiu folhetos em Boa Viagem, na Zona Sul. Em um dos discursos, prometeu efetivo da Guarda Municipal na orla.

Diario de Pernambuco

Conheça as medidas de segurança contra Covid-19 para o dia da votação

Por causa da pandemia do novo coronavírus, uma série de protocolos de segurança serão adotados pela Justiça Eleitoral no primeiro e no segundo turno das eleições municipais nos dias 15 e 29 de novembro, respectivamente. Elaborado por uma equipe de especialistas dos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês e por técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o plano de segurança sanitária para as eleições municipais de 2020 é focado em duas frentes: mesários e eleitor.

Cartazes ilustrativos com o passo a passo da votação serão fixados nas seções eleitorais. Eleitores Horário de votação ampliado: 7h da manhã até as 17h. Até as 10h será preferencial para maiores de 60 anos. Máscaras: uso obrigatório, sem ela o eleitor não poderá votar. Caso seja necessário, o mesário pode pedir que o eleitor se afaste e abaixe a máscara para conferir a foto na identidade.

Distanciamento: será exigido mínimo de 1 metro. Comida: não será permitido comer ou beber nada na fila de espera. A medida é para evitar que as pessoas tirem a máscara.

Álcool em gel: será distribuído em todas seções para que os eleitores limpem as mãos antes e depois da votação. Caneta : o TSE recomenda que os eleitores levem sua própria caneta para assinar presença no caderno de votação.

Mesários Receberão máscaras e terão que trocá-las a cada quatro horas, usar álcool e uma proteção facial de acetato (face shield), que terá de ser usada o tempo todo. Covid-19 Tanto mesários quanto eleitores que estiverem com sintomas da covid-19 no dia do pleito não devem comparecer ao local de votação. Posteriormente, a ausência poderá ser justificada na Justiça Eleitoral.

Agência Brasil

Alunos do 2º ano retornam às aulas presenciais na rede privada nesta terça-feira (13)

Após o impasse jurídico que permeou o retorno das aulas nas unidades educacionais em Pernambuco na última semana, escolas da rede privada de ensino retornam nesta terça-feira (13) às aulas presenciais. Além do terceiro ano do ensino médio, que havia tido retorno marcado para a última terça-feira (6), agora os alunos do segundo ano poderão voltar para a sala de aula.

Na sexta-feira (9), cerca de seis escolas já haviam voltado às atividades presenciais para o 3º ano após o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) cassar uma liminar que proibia a reabertura de escolas particulares. Desta vez, a previsão é de que todas as unidades voltem a operar com as salas de aula respeitando os protocolos estabelecidos pelo Governo do Estado.

“A gente defendia desde o início o respeito a todos os protocolos. Queremos o retorno de quem estiver preparado. As escolas que estiverem preparadas vão retornar amanhã (hoje) e quem quiser permanecer no sistema online estará amparado para isso”, afirmou o tesoureiro do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), Arnaldo Mendonça.

Para os professores, a ação até o momento é de respeitar o que foi decidido pela Justiça. “Nós soubemos da decisão judicial e tivemos o entendimento de que teria que ser respeitada. Nosso corpo jurídico ainda irá avaliar e vamos ver a melhor ação, mas, por enquanto, vamos ampliar a fiscalização quanto ao cumprimento das medidas no retorno”, afirmou o presidente do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE), Hemilton Bezerra. Com o retorno escalonado, os alunos do 1º ano têm retorno previsto para o dia 20 de outubro.

A rede pública, por sua vez, permanece com as aulas presenciais suspensas até o próximo dia 21 de outubro, por meio de um acordo com o Governo do Estado. Em Pernambuco, o terceiro ano do ensino médio conta com cerca de 91,7 mil estudantes, enquanto que o segundo ano possui 108,8 mil, tanto na rede pública quanto na privada.

Folhape

Liberdade: uma palavra excluída do dicionário

Qual preço você pagaria para viver em uma sociedade sem fome e violência? Em Aghaia, os moradores foram privados da liberdade. Eles trabalham 14 horas por dia e não podem ultrapassar os muros dos distritos.

A realidade, que se passa no pós-guerra, em um período marcado por tragédias ambientais e escassez de recursos naturais, forma a trama de A Rainha Perdida, primeiro volume da trilogia da escritora Ana Cristina Melo. A obra marca a estreia da Editora Opala no mercado.

Um dos países criados pela nova divisão mundial, Aghaia é governado por Petrus, um rei que mantém um controle cruel sobre todos a ele subordinados. Nesse cerco encontra-se Ellena, jovem nascida no distrito 7 que descobre o improvável: a palavra “liberdade” foi abolida do dicionário.

Foi a partir daí que não parei de pensar o que mais a Capital nos esconde. Hector diz que, por enquanto, podemos descobrir um pouco mais nos livros, mesmo que ele esteja se arriscando para isso. Uma loucura dele, sem dúvida. Ladrões são severamente punidos. Eles e, às vezes, suas famílias. (A Rainha Perdida, pág. 13)

Envolto em discussões políticas e sociais, a história também se prende em um triângulo amoroso entre Ellena, Lukhas e Reed, os príncipes herdeiros dessa sociedade distópica. Esta é, aliás, uma das principais marcas da autora, que cria metáforas a partir de vivências cotidianas para fazer o leitor repensar “verdades” enraizadas e há muito reproduzidas.

A Rainha Perdida toca em diferentes temas essenciais, como a perspectiva de crescimento pessoal dentro das favelas, as diferenças entre áreas nobres e subúrbios, passando pela sustentabilidade e as novas tecnologias para utilização dos recursos naturais. Uma ficção distante dos enredos fantasiosos, segundo a autora, “com personagens tão humanos quanto eu e você”.

FICHA TÉCNICA:
Título: A Rainha Perdida
Autora: Ana Cristina Melo
Editora: Opala
ISBN: 9786599136900
Páginas: 368
Formato: 13,5 x 20,5 cm
Preço: R$ 49,90
Links de venda: https://bit.ly/2E0JrBT
https://bit.ly/3gcSY6c

Justiça e sociedade unem forças para proteger as crianças

No mês em que se comemora o Dia das Crianças (12/10), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inaugurou os trabalhos do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário. O objetivo é aproximar o Judiciário da sociedade, para poder propor ações de combate às violações de direitos humanos contra minorias e vulneráveis, entre elas, as crianças.

Assassinato, violência sexual, física, moral, abandono e evasão escolar atingem meninos e meninas, em todo o país, especialmente nos últimos meses, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Pesquisa do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, aponta que 56% das violações de direitos de crianças e adolescentes ocorreram, em 2019, na casa da vítima. Em quase 70% desses registros, foram relatadas violações diárias.

Esse ano, o número de registros foi menor. Mas, acreditam os especialistas, o motivo não está na redução da violência, mas na falta da presença dos professores e colegas. “Temos crianças vivendo em situações de muita vulnerabilidade, em casas de apenas um cômodo, convivendo com adultos agressores. E, dentro de casa, eles estão ainda mais suscetíveis. São muitos desafios simultaneamente”, afirma Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Públicas em Educação da Fundação Getúlio Vargas, e uma das especialistas convidadas a participar do Observatório.

Abandono escolar

Na casa da baiana Mariene Costa da Silva, moradora de um bairro rural na cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO), a 42 km de Brasília, ela e os dois filhos dividem a casa, de dois cômodos, com o avô e um tio. A mãe empresta seu telefone à caçula, de 9 anos, para que acompanhe as aulas virtuais que a rede pública do DF tem disponibilizado.

Não tem sido fácil para a menina acompanhar o ritmo. “Quando estou em casa, ela pode estudar por meio do meu celular. Mas quando saio pra trabalhar, levo ele comigo e ela fica sem aula”, conta Mariene, que não pode deixar de trabalhar presencialmente, pois é diarista.

Sem trabalhar, não há quem bote comida na mesa. O filho, de 17 anos, reclama da má qualidade do celular, da Internet sempre oscilante e do barulho que os parentes fazem. Assim como muitos adolescentes, Thiago luta com a falta de concentração e com as difíceis condições materiais para estudar on-line.

“Eu fico triste por eles, mas não consigo ajudar. Tentei ensinar, mas não consigo. Tenho pouco estudo. Meu medo é eles quererem largar os estudos, que nem eu fiz”, preocupa-se a mãe, revelando um medo bem real para os padrões brasileiros. Pesquisa recente feita pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em parceria com a Conselho Nacional de Juventude revelou que jovens de 15 a 29 anos cogitam não continuar os estudos quando a pandemia da Covid-19 acabar.

Na primeira reunião do Observatório de Direitos Humanos, realizada na última terça-feira (6/10), o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux, abordou a relação da pobreza e da desigualdade de renda como fatores responsáveis pelas elevadas taxas de abandono e atraso escolar entre os jovens de 15 a 17 anos.

Fux citou pesquisa do IBGE, com dados de 2018 sobre o índice de abandono à escola. Enquanto 12% dos jovens pobres de 15 a 17 anos não concluíram o ensino médio, entre os jovens mais ricos esse percentual era de apenas 1,4%. “Apesar dos significativos avanços, os indicadores mostram que há ainda muito por fazer para que os direitos preconizados no Estatuto da Criança e do Adolescente sejam uma realidade para todas as crianças e adolescentes.”

Para Cláudia Costin, que também participou da reunião on-line, o abandono escolar pode ser uma das piores consequências da pandemia. “Não concluir o ensino médio é reduzir a chance de um bom emprego. É um preço muito alto a se pagar”, afirma a educadora. Ela cita um outro ponto fundamental da ida dos estudantes à escola: o acesso à rede de proteção social que os colégios públicos ativam, quando necessário. “Bons educadores reconhecem quando uma criança está em sofrimento. E, quando eles deixam a escola, ficam mais vulneráveis às violências externas.”

Trabalho Infantil

A especialista acredita no poder de ressonância do Observatório, ao repercutir casos e ajudar a propor saídas. “A sociedade precisa sair da apatia. É nosso dever criar, gerir, acompanhar a aplicação de políticas públicas sérias e urgentes, para que o impacto da pandemia não comprometa o futuro desses jovens e de todo o país. O combate à erradicação do trabalho infantil, por exemplo, é um dos pontos fundamentais desse trabalho. Dados oficiais revelam que há quase um milhão de crianças em condições de trabalho infantil.”

A erradicação do trabalho infantil é um compromisso assinado voluntariamente pelo governo brasileiro com as Nações Unidas e tem prazo para terminar: 2025. Esse também é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

O Observatório é um órgão consultivo, que conta com lideranças da sociedade civil e magistrados, com experiência na área de combate às violações de direitos. Ele promove a articulação do Poder Judiciário com instituições nacionais e internacionais que atuem na defesa dos direitos humanos, estabelecendo parcerias para intercâmbio de informações, experiências e projetos. Essa cooperação busca gerar propostas de medidas concretas para o aprimoramento da ação do Poder Judiciário.