Turismo volta a crescer no País e tem alta de 28% no último mês, segundo pesquisa

Os negócios digitais do turismo no Brasil voltaram a crescer neste último mês de junho, com uma alta de 28% em relação a maio. É o que aponta levantamento da consultoria Conversion, especializada em SEO e marketing de performance.

De acordo com o estudo, que analisou o tráfego dos principais sites transacionais de e-commerce no Brasil a partir de ferramentas de inteligência competitiva digital, tais como SimilarWeb e SEMRush, o setor online como um todo cresceu 39,7% em junho na comparação com o momento anterior ao novo coronavírus (fevereiro). Já em maio, os negócios online apresentaram um desempenho ainda melhor quando comparado com a pré-pandemia no País, com aumento de 51% na audiência das lojas virtuais.

No caso do turismo, é a primeira vez, desde o início da pandemia, que o setor registra crescimento, depois de acumular perdas da ordem de 74% entre março e maio. Para Diego Ivo, CEO da Conversion, ainda é muito cedo, entretanto, para dizer que há um grande reaquecimento deste mercado. “Com a reabertura gradativa, é natural que as pessoas não fiquem só em casa e procurem novamente as atividades de laser e passeios turísticos”, comenta. “De qualquer forma, com as medidas de quarentena, as pessoas usaram de forma mais frequente a internet para comprar”, acrescenta Ivo.

Segundo o executivo, há um grande e irreversível movimento em prol do e-commerce, que tem batido recorde sobre recorde nestes meses de pandemia. “Os novos hábitos, especialmente os de consumir online, se consolidaram entre os consumidores brasileiros”, aponta o executivo.

“No primeiro momento as empresas tomaram um verdadeiro susto, mas muitas empresas já perceberam que os canais online são a solução e os investimentos estão sendo retomados”, afirma o CEO da Conversion, que prevê um crescimento em 70% nos negócios da consultoria até o fim do ano.

Auxílio emergencial: mais da metade dos que receberam ainda não consegue pagar todas as despesas

Entre as pessoas que já vêm recebendo o auxílio emergencial do governo federal, 57% ainda não conseguem pagar todas as despesas, sendo necessário priorizar o pagamento de uma conta em detrimento de outra. A conclusão é de uma pesquisa inédita da Boa Vista, que ouviu cerca de 1300 consumidores de todo o Brasil.

Entre estes 57%, o auxílio emergencial de R$ 600 (ou de R$ 1.200 para mulheres chefes de família), tem sido usado prioritariamente para pagar as contas de concessionárias (luz, água, etc) por 47%. Em seguida, 20% priorizam o valor para quitar as contas relacionadas à moradia. Em terceiro lugar vêm os gastos com supermercado, prioridade para 13%.

93% destinaram os recursos recebidos exclusivamente para as despesas da casa, enquanto uma minoria (7%) estendeu o emprego do valor a familiares e amigos.

Valor insuficiente

Entre os entrevistados da pesquisa que conseguiram receber as primeiras parcelas, 95% consideram o valor insuficiente. Somando todas as despesas da casa, 82% consideram o valor suficiente para pagar no máximo 40% das contas.

O que é o auxílio emergencial

O auxílio emergencial é um benefício financeiro do governo federal destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia da Covid-19.

Consumidor Positivo

A Boa Vista, por meio do seu site www.consumidorpositivo.com.br, oferece diversos serviços gratuitos ao consumidor que deseja limpar seu nome e organizar as finanças. No portal, é possível checar o score de crédito, verificar se há dívidas registradas no CPF, de quais valores e credores, e baixar materiais de apoio para organização da vida financeira, como planilhas e cartilhas, além de ter acesso a dicas de educação financeira e do Cadastro Positivo.

Esses e outros dados da pesquisa também estão ilustrados em forma de infográfico.

Metodologia

A pesquisa sobre o Auxílio Emergencial foi realizada pela Boa Vista, no último mês de junho, com cerca de 1300 pessoas, representantes das diferentes regiões do País e classes sociais. Para a leitura dos resultados considerar cerca de 3 p.p. (pontos percentuais) de margem de erro e 95% de grau de confiança.

PEIEX e Asces-Unita promovem lives de capacitação sobre exportação

O Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), localizado na Asces-Unita, tem promovido uma série de lives de capacitação gratuitas para os empresários locais interessados em exportação e comércio exterior. A próxima será realizada hoje, dia 22 de julho, às 19h, por meio da plataforma Zoom.

Com a temática de Formação de Preço na Exportação, a capacitação online contará com a presença dos palestrantes José Pimentel, master em finanças e internacionais e comércio exterior, e Isabelly Lemos, bacharel em Relações Internacionais, empreendedora e atuante na área de comércio exterior há oito anos.

O programa de qualificação é uma iniciativa da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que tem o objetivo de incentivar empresas nacionais a se inserirem no mercado internacional por meio da exportação de seus produtos. Em parceria com a Asces-Unita, o PEIEX tem um núcleo operacional em Caruaru, que visa impulsionar o desenvolvimento econômico de empresas locais por meio de uma melhor atuação no mercado internacional.

Em meio a pandemia, Paulistão retorna com mapa alternativo e clássico

Soccer Football - Brasileiro Championship - Palmeiras v Corinthians - Pacaembu Stadium, Sao Paulo, Brazil - November 9, 2019   Palmeiras' Willian reacts   REUTERS/Rahel Patrasso

A cidade de Itu, no interior paulista, fica a 100 quilômetros de São Paulo. É na capital, porém, que o Ituano mandará a partida desta quarta-feira (22), contra a Ferroviária às 16h30 (de Brasília). O duelo marca a volta da Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Paulista, após 128 dias de paralisação. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) explica não só a suspensão do torneio, como também o fato desse e outros jogos das duas rodadas finais do Estadual estarem agendados em lugares atípicos.

Primeiro estado a registrar casos e mortes pela covid-19, São Paulo passou de 20 mil mortes pelo vírus na última terça-feira (21). Na última semana, houve aumento de 14% nos óbitos pelo novo coronavírus no território paulista, após duas 21 dias de queda. O crescimento de 24% nos falecimentos pela doença no interior impulsionou o índice.

Em 1º de junho, o governo paulista colocou em prática o Plano São Paulo, que prevê a reabertura gradual das atividades econômicas em meio à quarentena decretada em 22 de março. O estado foi dividido em 17 regiões, qualificadas em cinco fases: Vermelha, Laranja, Amarela, Verde e Azul. Quanto mais avançada, maior a flexibilização autorizada.

EUA: Senado derrota tentativa de barrar transferências a polícias

.Congresso dos EUA aprova pacote contra coronavírus

O Senado dos Estados Unidos (EUA) derrotou nessa terça-feira (21) uma tentativa de impedir a transferência de gás lacrimogêneo, veículos blindados e outros armamentos dos militares para polícias locais, apesar das preocupações com seu uso durante protestos antirracismo em todo o país.

O placar, de 51 a 49, a favor da emenda para barrar as transferências ficou aquém dos 60 votos necessários para avançar. Só uma parte de republicanos se uniu aos democratas no apoio à medida.

“Nossas comunidades não são campos de batalha. O povo americano não é um combatente inimigo”, disse o senador democrata Brian Schatz, que propôs a medida como uma emenda à Lei de Autorização de Defesa Nacional, ou NDAA.

Republicanos e democratas vêm se desentendendo sobre a melhor maneira de responder aos protestos que varreram os EUA – e o mundo – em reação à morte de George Floyd, um negro norte-americano, sob custódia da polícia de Mineápolis.

O presidente republicano Donald Trump disse que planeja enviar forças federais a mais cidades comandadas por democratas, apesar de uma repressão federal de agentes não identificados e camuflados em carros sem insígnias contra manifestantes, em Portland, ter causado revolta em toda o país.

O senador republicano James Inhofe se opôs intensamente à emenda de Schatz, classificando o sistema de transferência de armas como um uso eficaz do dinheiro dos contribuintes e observando que ele é endossado por departamentos de polícia.

Artigo: A sutil arte de ligar a empatia

Por João Américo

Ajudar, tratar, dar, entregar, contribuir, alimentar, estender a mão, escutar, proteger, abraçar, acudir e cuidar, respeitar. Se você está vivo, é porque alguém, em algum momento da sua vida, fez alguma ou todas essas coisas, para e por você. Somos fruto do cuidado e do afeto de alguém, ou de muitas pessoas, nossos pais, familiares, cuidadores e amigos. Alguém parou de olhar para sua vida e seus interesses e, em algum momento, decidiu cuidar de mim e de você. E você ainda deve ser cuidado ou está cuidando de alguém nesse momento

Levando em consideração a premissa do cuidado, nunca foi tão importante, em tempos de pandemia, se importar e cuidar dos outros. A empatia é necessária e vital para a nossa sociedade. Ter a compreensão de que nossas necessidades estão interconectadas e até fundidas, indelevelmente, com o indivíduo a minha volta, é uma situação imposta pela pandemia, que revelou que não se pode ignorar, de uma forma o de outra. Não dá para ligar a indeferença para tudo o que nos cerca.

O comportamento do outro me influencia, e o meu influencia o do outro. Nesse momento drámatico de nossa existência, a solidareidade resvestida de empatia deve ser o norte para vencer a batalha da COVID-19. Os avisos foram dados. Se tentou, aqui e ali, manter a moral da causa em alta, mas perdemos a guerra, o inimigo venceu.

Essa cruzada contra o inimigo comum foi perdida, pois não conseguimos um nível de comprometimento estatal, cuidado mesmo, e por injunções conjunturais, sociais, econômicas, estruturais, nossa sociedade, em alguns nichos, não conseguiu ligar o botão da empatia, e em outros, a necessidade falou mais alto do que as medidas propostas. Desse modo, teremos que nos acustumar a viver com um inimigo, estamos dominados, rendidos e em alguns casos fomos abatidos por ele.

Temos que reconhecer: a COVID-19 venceu a batalha.

As mortes não causam tanto espanto como no começo, e o debate político, em algumas situações, falou mais alto do que salvar vidas. Sem um plano nacional, criou-se um salve-se quem puder. Medidas desarticuladas pelos Governadores e Prefeitos e uma falta de sintonia fina com a socidaedade, aliada à ausência de uma liderança nacional no esforço de guerra, nos trouxeram as marcas da doença e das mortes ao nosso cotididano

Quem são os culpados pela macabra marca de segundo país em em número de óbitos e infectados por coronavírus no mundo: o Presidente, o Governador, o Prefeito, eu, você, o rico industrial ou o pequeno comércio e a economia, ou simplesmente o colapso de uma teia intrincada de fatores, decisões e escolhas que pareciam aleatórias e individuais, e se tornaram coletivas.

O que faltou mesmo foi cuidado.

“De onde vem a indiferença temperada a ferro e fogo?”

Ipea divulga propostas para acelerar desenvolvimento após pandemia

O  presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos von Doellinger, durante o seminário Desafios para a Previdência e a Proteção Social no Brasil.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje (22) o documento Brasil Pós Covid-19, com um conjunto de propostas de curto e médio prazos para acelerar o desenvolvimento sustentável do Brasil pós-pandemia, em uma trajetória de crescimento e desenvolvimento.

O trabalho teve a participação de pesquisadores de todas as áreas da instituição e as propostas se dividem em quatro direções: atividade produtiva e reconstrução das cadeias de produção, inserção internacional, investimento em infraestrutura, além de proteção econômica e social de populações vulneráveis.

“O Ipea está cumprindo o seu papel, que é o de oxigenar o debate e apresentar soluções. O Ipea não executa nada. O papel é propor e responder às perguntas dos setores”, disse o diretor de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura do Ipea, André Rauen, em entrevista à Agência Brasil.

Entre as sugestões na área de infraestrutura, o Ipea propõe que o governo federal faça um programa emergencial de manutenção de rodovias federais, especialmente nas que passam por cidades que sofreram mais com o desemprego, um dos efeitos da pandemia. Para André Rauen, essa é uma forma mais rápida de dar maiores condições à população local. “A gente está usando a manutenção de infraestrutura para gerar emprego e renda”, disse.

Ainda nessa área, o documento propõe a criação de uma câmara para receber as diferentes demandas das concessionárias do setor. De acordo com o pesquisador, o equilíbrio financeiro dessas empresas foi afetado negativamente. “Elas já estão negociando com o governo e o Ipea propõe a criação de uma porta de entrada única para receber as demandas e dar um tratamento mais homogêneo a essas inúmeras solicitações que já estão chegando.

“Acho que precisa ter a participação de mais de um ministério, porque teve impacto socioeconômico. A ideia é que seja realizado entre ministérios, mas a operacionalização depende de como isso pode ser trabalhado no governo federal e se os ministérios vão aceitar”, completou.

O saneamento também faz parte das propostas. A intenção é aproveitar a aprovação do marco do setor para criar um vigoroso programa focado em áreas irregulares. “Levar água e esgoto para áreas irregulares, que são as comunidades de favelas, invasões, porque esses grandes contingentes populacionais são aglomerados e têm um potencial, como vimos agora na pandemia, de difundir doença se a gente não leva saneamento básico”, afirmou.

Outra proposta é o incentivo para a construção ferroviária privada no sistema de autorização. Segundo Rauen, essa medida teria impacto imediato na geração de emprego e renda. “Uma vez permitido, por exemplo, que grandes mineradoras e grandes produtores de commodities possam construir suas próprias ferrovias, eles iam partir para a contratação de pessoal de mão de obra mais básica, ou seja, isso seria um impacto direto da concessão privada importante para este momento”, lembrou.

O diretor do Ipea informou que as propostas foram elaboradas considerando o cenário de restrição fiscal do governo federal, mas acrescentou que uma das maneiras de conseguir o dinheiro é rever políticas que não funcionam. “Na área social será necessário dinheiro público, mas de maneira geral o que a gente quer é conseguir recursos por meio da reorientação de políticas já existentes”, observou.

Na área de transporte público, o pesquisador disse considerar que a mobilidade urbana é um tema super complexo, que não se consegue resolver da noite para o dia e exige debate intenso com uma quantidade enorme de atores com diferentes interesses. “A saída que a gente dá é o foco na redução desses problemas com um debate baseado nas evidências, porque não é trivial, mas é um problema complexo, que tem inclusive impactos sanitários, e um calcanhar de Aquiles por causa da aglomeração”, disse.

No texto de apresentação do documento, o presidente do Ipea, Carlos von Doellinger destacou que em poucos meses, desde que começou a pandemia, o país passou de um cenário razoavelmente promissor para o contexto atual, em que previsões indicam a possibilidade de retração da economia em até 6%. “Evidentemente há grande incerteza sobre a magnitude exata da queda da atividade econômica, mas não há dúvida de que ela foi considerável”.

O setor mais atingido foi o de serviços, que representa 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Na sequência veio o setor industrial, principalmente a indústria de transformação, mas em contraponto o setor agropecuário, por suas características próprias, ainda conseguiu manter crescimento positivo, apesar de em nível menor que as previsões do começo do ano.

Propostas

O presidente do Ipea afirmou que a complexidade do contexto atual indica que o país está vivendo um momento crítico e, por isso, propostas de políticas públicas e evidências robustas e objetivas são insumos críticos para ações governamentais de curto, médio e longo prazos. “Nossa intenção é prover subsídios para que o governo possa planejar a recuperação da atividade econômica, com vistas à melhoria das condições de emprego, de renda e das condições de vida das populações mais vulneráveis, assim como oferecer possibilidades concretas de proteção social e de políticas públicas de fomento setorial e regional, e úteis à sobrevivência das empresas, em especial daquelas mais vulneráveis em razão do porte e do setor de atuação”.

Na visão de Carlos von Doellinger, embora haja projeção de queda de 6% no PIB em 2020, percentual menor do que a média do mercado, a partir do segundo semestre do ano há previsão de recuperação da economia, com alta entre 3,6% e 4,7% no período, o que também está acima do mercado nos dois patamares. Para 2021, a expectativa é de um crescimento de 3,6% do PIB, em função da baixa base de comparação do ano anterior.

O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, destacou que diante do panorama atual dos impactos da pandemia na economia brasileira, o equilíbrio fiscal é pré-requisito para transformar este cenário. “A gente tem hoje um desequilíbrio fiscal e um déficit bastante elevado, mas precisa projetar para os próximos anos porque esse ajuste vai acontecer. Só vai ser crível com base em medidas concretas nessa direção, que precisam ser implementadas nos próximos meses. Os gastos sociais são importantes neste momento, mas é preciso saber quais estão sendo hoje efetivos e os que não estão”.

O documento defende que juntamente com as reformas fiscais necessárias, deveria ser executado um amplo conjunto de reformas microeconômicas por investimentos e a reforma tributária, que ajudaria a melhorar a eficiência da economia. “A reforma tributária é uma questão que vem de muitos anos e quanto mais rápido ela for aprovada, melhor. Isso apressaria nossa ida na direção de uma economia mais eficiente e melhoraria a percepção sobre a economia brasileira”.

Empréstimo

O documento propõe ainda a concessão de empréstimo favorecido, com pagamento vinculado ao faturamento futuro, e uso estratégico das compras públicas, para fomentar a atividade de micro e pequenas empresas. André Rauen disse que é preciso reconhecer que essas empresas foram muito atingidas pela crise e precisam de medidas urgentes. “Estamos propondo empréstimos para todas as microempresas, que vão pagar no Imposto de Renda. Não tem juros, só o principal. Ou todas são apoiadas, ou não há o efeito de tração na economia, e precisamos desse efeito para a reativação. A gente garante que não vai ter inadimplência porque vai pagar quando declarar o Imposto de Renda”.

Sobre as compras, o pesquisador afirmou que o Poder Executivo deveria criar um espaço de market place gov, como ocorrem com as empresas de vendas Amazon e Mercado Livre. “Todas as repartições podem entrar e negociar com o cliente. Para compras de valor mais baixo, tudo poderia ser feito pelo market place, para compras rotineiras de fornecimento básico”, informou Rauen.

Setor externo

Na avaliação do Ipea, o setor externo no Brasil foi, de certa forma, preservado das piores consequências da crise, com crescimento significativo das exportações, especialmente dos produtos do setor agropecuário. Houve forte concentração nos mercados importadores da China. Mas as importações brasileiras sofreram contração, o que beneficiou o saldo comercial.

O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas chamou a atenção para o fato de que os investimentos diretos foram mantidos em nível razoável, considerando o ambiente de crise que o mundo vive. “Diria que, de fato, o setor externo está em situação bem melhor que os demais. Isso não quer dizer que deve relaxar”, ressaltou.

Uma das propostas nessa área é estimular o setor produtivo com atividades que fazem do comércio exterior vetor de recuperação da economia. “Continuidade da agenda de integração econômica com outros países, estímulo à produtividade e à competitividade do Brasil, buscar parcerias internacionais para novos investimentos, especialmente em infraestrutura e em novas plantas produtivas do país”, completou.

Mercado de Trabalho

As propostas do Ipea incluem ainda a criação de programas de subsídio temporário à contratação de trabalhadores e renovação de programas de redução de jornada. Além disso, sugerem a prorrogação dessa medida, implementada na Medida Provisória 936/2020, com reduções nas despesas do governo em benefícios emergenciais.

“A prorrogação tem um prazo e um conjunto de ideias para aumentar a flexibilização do mercado de trabalho e evitar demissões. Neste momento, algumas empresas estão com insegurança muito grande de quantas horas e quantos trabalhadores elas precisam. A ideia é manter o máximo possível o emprego, evitando demissões e fazendo com que a retomada seja a mais rápida”, avaliou José Ronaldo Souza Júnior, observando que ações e o auxílio emergencial do governo permitiram que a perda de empregos fosse menor desde o início da pandemia.

Covid-19: pacientes oncológicos devem manter uso de máscaras

Uso de máscara para proteção contra o novo coronavírus.

Após a flexibilização do isolamento social determinado para evitar o contágio pelo novo coronavírus, o uso de máscaras vai continuar durante muito tempo. O instrumento de defesa contra a covid-19 é fundamental, especialmente para os pacientes oncológicos.

A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo médico epidemiologista Alfredo Scaff, da Fundação do Câncer. Com o objetivo de proteger os pacientes com câncer, a instituição sem fins lucrativos criou a campanha #UmporTodos, em suas redes sociais, para captar recursos usados na fabricação de máscaras de tecidos por costureiras de comunidades do Rio de Janeiro.

O material é produzido pela organização não governamental (ONG) Pipa Social, que atua na geração de renda de 49 comunidades do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense por meio da costura e do artesanato. A distribuição de máscaras aos pacientes oncológicos é feita pela entidade filantrópica Davida – Casa do Bom Samaritano.

 

Fundação do Câncer. Ong Pipa Social
Fundação do Câncer. Ong Pipa Social – Divulgação/Ong Pipa Social

As doações podem ser feitas no site da Fundação do Câncer. A campanha não tem prazo para ser encerrada. “A ideia é não parar com a campanha”, reforçou Scaff. Da meta inicial de R$ 30 mil, já foram arrecadados até o fim de junho passado R$ 20 mil.

O valor das doações é investido na produção das máscaras de tecido pelas costureiras das comunidades, que têm assim uma forma extra de geração de renda. Depois de confeccionadas, as máscaras são doadas aos pacientes oncológicos em situação de vulnerabilidade social e a seus familiares. Além de doadores individuais, Alfredo Scaff pretende buscar também doações de empresas, “que podem colaborar com mais recursos” para ampliar o universo de beneficiados.

Alto risco

O epidemiologista da Fundação do Câncer destacou que os pacientes oncológicos constituem um grupo de alto risco neste momento de relaxamento da pandemia do novo coronavírus. “Este momento é muito crítico para os grupos de risco”, afirmou. Os pacientes devem continuar com o distanciamento e ficar a maior parte do tempo possível de máscara, mesmo em casa, da mesma forma que seus familiares, recomendou.

“Por causa do tratamento, eles têm a imunidade rebaixada e, caso se contaminem com a covid-19, que ataca também o sistema imunológico, pode ser uma catástrofe. Pode ser muito grave para esses pacientes”, assegurou Scaff. Segundo o médico, a máscara serve também como uma lembrança para a pessoa tomar os cuidados com o distanciamento, lavar as mãos, usar álcool gel, não ficar próximo das pessoas. “Infelizmente, até que tenhamos uma vacina ou um tratamento eficaz contra essa doença, a gente vai ter que fazer uso da máscara. Não tem outra saída”.

As máscaras já estão sendo encaminhadas para serviços que estavam mais descobertos, como o Hemorio, que trata pacientes de leucemia, e os movimentos Outubro Rosa Niterói e Unidas pela Vida, disse Scaff.

Interrupção

O médico da Fundação do Câncer alertou que os pacientes oncológicos não devem interromper os tratamentos durante a pandemia, já que se trata de uma doença tempo dependente, ou seja, “se você perder tempo no tratamento, a doença pode avançar e aí o tratamento fica muito mais dificil”. Nas visitas aos centros de referência e em outras atividades em que seja necessário ir à rua, os pacientes precisam, algumas vezes, da ajuda de familiares e cuidadores, que também devem estar protegidos pelo uso de máscaras.

A aposentada Márcia Maria Rodrigues de Souza, de 54 anos, sai de Itaipu, na região oceânica de Niterói, onde mora com seu filho de 26 anos, para continuar o tratamento de câncer de mama no Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), no centro da cidade. Em entrevista à Agência Brasil, Márcia defendeu o uso da máscara. “Ela é muito importante para a gente, tanto para não contaminar quanto para não ser contaminado. Quando as duas pessoas usam, o risco fica bem mais baixo”. Márcia lembrou que a máscara, além de proteger o rosto, evita que as pessoas fiquem levando a mão à boca ou ao nariz. “Isso é automático. Mas se você está com a máscara, você lembra que não pode tocar. É muito importante”.

Márcia fez quimioterapía entre 2018 e 2019. Após a cirurgia, ela complementa o tratamento com aplicações do remédio Herceptin e a realização periódica de exames de sangue e ecocardiogramas.

A aposentada Georgina dos Santos, de 67 anos, moradora do Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, se desloca todos os dias a um casarão na Rua das Palmeiras, situado a cerca de um quilômetro de sua casa, onde funciona a ONG Pipa social. Ali, Georgina e outras mulheres complementam a aposentadoria com a costura.

Engajamento

A campanha está recebendo também o engajamento de artistas, como a atriz e apresentadora Cissa Guimarães, que gravou um vídeo para o facebook da Fundação do Câncer, convidando as pessoas a fazer doações.

“Todo mundo sabe como é importante o uso da máscara para conter a disseminação do novo coronavírus. E todo mundo sabe também que grupos de risco, como os pacientes de câncer, precisam se cuidar ainda mais, pois têm muito mais chances de desenvolver um quadro grave de covid-19. Por isso, convido todos a participar da campanha #UmporTodos da Fundação, que ajudar a proteger quem está em tratamento e gerar renda para quem precisa”, disse Cissa.

Trump: sem distanciamento, norte-americanos devem usar máscara

U.S. President Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma mudança em suas falas sobre os protetores faciais, encorajou nessa terça-feira (21) os norte-americanos a usarem uma máscara se não puderem manter distância social das pessoas ao seu redor, em um esforço para conter a disseminação do novo coronavírus.

No primeiro briefing focado na pandemia em meses, Trump disse a repórteres, na Casa Branca, que a situação do vírus provavelmente vai piorar antes de melhorar.

O presidente tem relutado em usar máscara em público.

Casos

O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informou, nessa terca-feira (21), que há 3.819.139 casos do novo coronavírus, com um aumento de 57.777 em relação à contagem anterior. O número de mortes aumentou em 473, para 140.630.

A contagem de casos de covid-19 é feita com base em dados levantados até a tarde do dia anterior.

Os números do CDC não refletem necessariamente casos relatados por estados individualmente.