Economia e praticidade motivam opção por contabilidade digital

A era digital nos serviços para empresas já era crescente antes da pandemia, mas com o isolamento social e a crise financeira, pequenas e médias empresas estão readequando seus custos, sem perder a qualidade dos serviços. A Contabilidade é uma despesa significativa para MEI e empresas optantes do Simples.

A Razonet, startup de contabilidade digital, que atende MEIs e optantes pelo Simples Nacional registrou uma queda de 12% de empresas cadastradas na plataforma depois do início das restrições (março e abril).

“Em janeiro e fevereiro (antes da pandemia) tivemos 81 novos clientes. De março a abril (durante a pandemia) tivemos 71 novos clientes. Isso representa uma queda de 12% de procura durante os meses de isolamento social.
Já de maio até hoje (05/06) tivemos 74 novos clientes, 4.3% de aumento de novos contratos o que demonstra uma retomada da economia e a migração de contabilidade por preço, pois muitas empresas no Brasil estão reestruturando seus custos, sem perder a qualidade. Somos uma contabilidade totalmente digital, simples, segura, que evoluiu de uma contabilidade tradicional com valores que reduzem em até 50% o custo mensal em relação ao mesmo serviço. Nos diferenciamos no mercado oferecendo um excelente trabalho operacional e um atendimento pessoal, próximo ao cliente, ainda que por meios eletrônicos”, explica Luana Menegat, CEO da Razonet.

Um dos maiores impactos da Razonet está na redução expressiva de custo com a contabilidade. A mensalidade é fixa para MEI em R$ 19,90 por mês; Simples Serviços – a partir de R$ 85,90 por mês; e Simples Comércio e Indústria – a partir de R$ 199,90 por mês. No site da Razonet é possível fazer a simulação para visualizar a economia da mudança para a contabilidade digital: https://www.razonet.com.br/#simulador

Em Caruaru, adolescentes em internação provisória iniciam curso de tapeçaria

Adolescentes em internação provisória na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Caruaru, no Agreste do Estado, estão usando a criatividade para aprender uma nova vocação. Nesta sexta-feira (5), eles foram inseridos em um curso de tapeçaria, com certificação do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). A oferta da qualificação profissional na instituição, que é vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) de Pernambuco, ocorre de olho no mercado de confecções, que tende a ser uma das forças motrizes da retomada econômica da região após a pandemia da Covid-19.

As aulas estão ocorrendo dentro do Centro de Internação Provisória (Cenip) Caruaru, com adaptações para cumprir as recomendações de distanciamento social. As turmas, por exemplo, foram reduzidas a apenas três alunos, todos de máscaras. Haverá aulas para grupos diferentes pela manhã e à tarde ao longo de quatro sextas-feiras, com carga horária total de 24 horas/aula. A agente socioeducativa Joselma Batista, que atua na unidade, está responsável pela oferta do conteúdo. O material usado nas aulas foi disponibilizado por meio de uma parceria firmada com uma microempresária do ramo de confecções.

Os itens produzidos no curso, assim como outras produções artesanais do Cenip Caruaru, ficarão à disposição de funcionários da Funase e de familiares dos socioeducandos, além de passarem a compor o catálogo de produtos da instituição em exposições, quando esse tipo de evento voltar a ser realizado. Além do Cenip Caruaru, o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Cabo de Santo Agostinho, unidade da Funase no Grande Recife, também desenvolveu o curso de tapeçaria, em maio deste ano. Na próxima semana, na unidade de internação provisória de Caruaru, serão reiniciados o curso de informática e o grupo de leitura e reflexão.

Para a coordenadora geral do Cenip Caruaru, Maria Clara Amorim, a realização dessas atividades busca oportunizar a transformação de realidades através do aprendizado. “Durante a pandemia, reforçamos as atividades esportivas. Agora, sentimos que já é possível retomar as atividades profissionalizantes, com grupos menores de adolescentes e outros cuidados. Nesse curso específico, a ideia é produzir tapeçaria de vários tamanhos, modelos e com harmonia de cores. Buscamos que, ao saírem da Funase, os adolescentes possam colocar em prática, junto às famílias, o aprendizado que obtiveram na instituição”, avalia.

Cesta de compras de famílias de renda mais baixa tem queda de 0,30%

Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação da cesta de compras de famílias com renda até 2,5 salários mínimos, registrou deflação (queda de preços) de 0,30% em maio deste ano. A taxa ficou abaixo da registrada em abril, que indicou inflação de 0,04%.

Segundo os dados divulgados hoje (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-C1 acumula taxas de inflação de 0,81% no ano e de 2,59% em 12 meses.

Na comparação com o Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a inflação para todas as faixas de renda, o IPC-C1 registrou deflação menos intensa em maio e inflação maior em 12 meses, já que o IPC-BR teve taxas de -0,59% em maio e de 1,83% em 12 meses.

Sete das oito classes de despesa que compõem o IPC-C1 registraram queda em suas taxas de variação de abril para maio: alimentação (de 1,29% para 0,67%), habitação (de 0,16% para -0,25%), educação, leitura e recreação (de -0,76% para -1,97%), saúde e cuidados pessoais (de 0,29% para 0,19%), despesas diversas (de 0,34% para 0,14%), transportes (de -1,87% para -1,97%) e comunicação (de 0,05% para 0,03%).

Por outro lado, o grupo vestuário teve alta na taxa, apesar de continuar registrando deflação (de -0,24% para -0,17%).

Agência Brasil

IGP-DI tem inflação de 1,07% em maio

Supermercados de São Paulo ainda enfrentam desabastecimento de frutas, verduras e legumes após as fortes chuvas desta semana

O Índice Geral de Preços–Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido em todo o país pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve inflação de 1,07% em maio deste ano. A taxa é maior que a de abril (0,05%). O índice acumula inflação de 2,89% no ano e de 6,81% em 12 meses.

O aumento da taxa foi puxado pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja inflação subiu de 0,11% em abril para 1,77% em maio.

O comportamento foi puxado pelos preços de commodities como soja e minério de ferro, além da gasolina.

O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, caiu de -0,18% em abril para -0,54% em maio. Já o Índice Nacional de Custo da Construção recuou de 0,22% em abril para 0,20% em maio.

Ministério do Desenvolvimento Regional abre vagas para 249 profissionais temporários

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) abriu edital para a contratação de 249 profissionais que irão integrar quadros técnicos da Pasta por até 2 anos. Serão preenchidas vagas para engenheiros, arquitetos e analistas administrativos. O objetivo é atender à necessidade temporária e excepcional de interesse público, de acordo com a Lei n. 8.745/1993.

A admissão dos profissionais será feita por meio do chamamento público já disponível e as vagas são destinadas a aposentados do Regime Próprio de Previdência Social da União.

“Esse chamamento público permitirá que reforcemos o quadro do MDR para atender à demanda que temos atualmente. Isso vai garantir mais celeridade à análise e acompanhamento de processos e obras públicas sob supervisão do Ministério, possibilitando que as ações sejam aplicadas de forma mais efetiva e alcancem seu objetivo principal: beneficiar a população”, afirma o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Serão contratados 144 engenheiros, além de arquitetos – oito vagas são destinadas a pessoas com deficiência. A maior parte dos profissionais, 119, atuará no Distrito Federal. Outros 16 deles desempenharão atividades nos estados do Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, sendo quatro para cada unidade federativa. Outras nove posições serão preenchidas para atuação na Bahia, Ceará e Minas Gerais – três por Unidade Federativa.

Os engenheiros exercerão atividades de planejamento, coordenação e elaboração de projetos e relatórios de obras públicas em geral.

Também há 105 vagas para analistas administrativos, com seis voltadas para pessoas com deficiência. Todas as oportunidades são para atuação no Distrito Federal.

Presidente da Fundação Palmares responde críticas de Alcione

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, não engoliu as críticas realizadas por Alcione e respondeu a cantora nas redes sociais. No Twitter pessoal, fez menção à Jessye Norman e disse desprezar as declarações e a %u201Cinsuportável música%u201D de Alcione.

Em uma publicação seguinte, Sérgio Camargo cita Ella Fitzgerald e diz que não suporta “nem 30 segundos da voz de Alcione%u201D. Segundo o presidente da Fundação Palmares, as duas cantoras foram citadas porque %u201Csuas escolhas definem você%u201D.

Recentemente, a cantora Alcione, em live com a sambista Tereza Cristina, criticou o atual momento político e enfatizou que não gosta do atual presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo. %u201CHoje eu vi aquela matéria do zé ninguém lá da Fundação Palmares. Ainda dou na cara dele para parar de ser um sem noção.%u201D

Correio Braziliense

Procuradoria conclui que Adélio agiu sozinho em facada e pede arquivamento de inquérito

O Ministério Público Federal em Minas Gerais se manifestou pelo arquivamento provisório do segundo inquérito policial que apura a possível participação de terceiros no atentado contra o presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018.

No documento enviado à Justiça Federal, a Procuradoria afirma ter concluído, após análise do material reunido pela Polícia Federal, que Adélio Bispo de Oliveira concebeu, planejou e executou sozinho o atentado.

Adélio, declarado inimputável por ter doença mental, cumpre medida de segurança no presídio federal de Campo Grande (MS).

Segundo o Ministério Público Federal, Adélio já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha do então candidato Bolsonaro foi programado e, portanto, o autor da facada não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime.

Os representantes da Procuradoria afirmam ainda que Adélio não mantinha relações pessoais com nenhuma pessoa na cidade mineira, tampouco estabeleceu contatos que pudessem ter exercido influência sobre o atentado.

Além disso, frisam os procuradores que ele não efetuou ou recebeu ligações telefônicas ou troca de mensagens por meio eletrônico com possível interessado no atentado ou relacionadas ao crime.

As investigações da polícia, de acordo com a Procuradoria, deixaram claro que, nas contas bancárias de Adélio e de seus familiares também investigados, não houve movimentação financeira incompatível com seus trabalhos ou com seus padrões de vida.

A apuração não encontrou valores atípicos ou de origens desconhecidas nas contas do suspeito ou de seus familiares. “Não há respaldo à hipótese de que o delito pudesse ter sido praticado mediante pagamento”, afirma o Ministério Público Federal.

Apesar de as conclusões do inquérito apontarem para Adélio como único autor do crime, o pedido de arquivamento enviado à Justiça Federal é provisório, em razão de diligências que dependem de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para serem concluídas e que poderiam, em tese, revelar a existência de grupo ou pessoas no atentado.

Para a Procuradoria, resta a identificação da origem dos honorários alegadamente pagos para a defesa de Adélio Bispo, a qual não foi contratada pelo próprio acusado nem por seus familiares.

“Nesta investigação, também não há suspeita de participação dos advogados na infração penal. E a identificação da origem dos honorários alegadamente contratados faz-se igualmente necessária à completa elucidação do fato. Trata-se da linha de investigação ainda pendente, em coerência com a orientação de exaurimento de todas as hipóteses cogitadas”, diz a manifestação.

Com a conclusão da Polícia Federal de que não houve mandante da facada, o foco do presidente no caso passa a ser o julgamento no STF sobre a perícia em materiais apreendidos com advogados do autor do crime.

O caso foi remetido à corte em fevereiro, mas está parado. Como a ação ainda não foi distribuída internamente, não foi escolhido nem sequer o ministro relator. A decisão sobre o assunto é considerada importante porque pode fornecer elementos para abrir novas frentes de investigação.

Como o jornal Folha de S.Paulo mostrou em abril, a PF descartou no inquérito a participação de terceiros no planejamento ou na execução da facada, confirmando a tese de que Adélio agiu sozinho.

Esse foi o segundo inquérito aberto pela PF sobre o caso. O primeiro, finalizado ainda no mês do atentado, setembro de 2018, já havia demonstrado que Adélio atuou por conta própria ao tentar assassinar o então presidenciável durante um ato de campanha em Juiz de Fora. O autor está preso desde então.

A pressão sobre a investigação se elevou com afirmações de Bolsonaro que puseram em xeque o trabalho da PF. O presidente e seus apoiadores voltaram a propagandear a versão de que o crime teria sido encomendado a Adélio, o que nunca ficou provado nos inquéritos.

A insatisfação de Bolsonaro com o resultado foi um dos ingredientes alegados por ele para a troca no comando da corporação, o que levou ao pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Agora, o STF terá que decidir se autoriza ou não a análise de celulares, documentos e outros itens apreendidos pela PF no escritório do advogado Zanone de Oliveira Júnior, que assumiu a defesa de Adélio logo após o fato. Desde o fim do ano passado, ele é representado pela DPU (Defensoria Pública da União).

A corte dirá se o exame dos materiais viola o sigilo profissional do advogado, garantido pela Constituição. A perícia foi suspensa em 2019, após a Justiça atender a um pedido apresentado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O debate judicial estava ocorrendo no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), que em fevereiro resolveu encaminhar o caso ao STF por se tratar de assunto constitucional.

Os registros recolhidos no escritório de Zanone poderiam fornecer pistas sobre possíveis contratantes ou financiadores de Adélio, abrindo caminho para eventualmente se chegar a nomes de terceiros envolvidos na tentativa de assassinato. O defensor sempre refutou essa hipótese.

O advogado Antônio Pitombo, que representa Bolsonaro no processo, confirmou à reportagem que as atenções agora se voltam para o Supremo. “Há uma prova pertinente e relevante que depende do julgamento de um mandado de segurança, que se encontra no STF”, afirmou, referindo-se aos itens apreendidos.

Mesmo sem um veredito, a PF trabalha com a possibilidade de reabrir a investigação no futuro caso o STF autorize o pente-fino nos materiais.

Folhapress

‘Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele’, diz mãe de Miguel

Na última terça-feira (2), Mirtes Renata saiu da sua casa, localizada no Barro, uma comunidade humilde na Zona Oeste do Recife, para trabalhar no apartamento dos patrões, em um prédio de luxo, no bairro de São José, centro da cidade. Era empregada doméstica. Há quatro anos, cuidava da casa e dos filhos de Sérgio Hakcer, prefeito de Tamandaré – Litoral Sul -, e sua esposa, Sari Corte Real.

Em plena pandemia, Mirtes não teve escolha: precisou levar o filho, Miguel Otávio, 5 anos, ao trabalho. Em tempos normais, o menino passava o dia na escola, pela manhã, e na creche, à tarde. Mas com esses espaços fechados, a criança teve que acompanhar a mãe no serviço. O que ela não poderia imaginar é que, ao final do dia, voltaria para casa sem seu pequeno nos braços.

Miguel morreu em um acidente no prédio, após entrar no elevador de serviço atrás da mãe, que havia saído para passear com a cadela da família para a qual trabalhava. Câmeras do circuito interno do edifício, mostram o momento que o menino entra no elevador e a patroa, Sari, aperta o botão do último andar e a porta se fecha. A criança desceu no 9º andar, onde caiu de uma sacada na parte onde ficam os condensadores dos apartamentos.

“Eu não consigo mais entrar no quarto direito. Eu vejo a cama do meu filho, mas não vejo meu filho ali. Eu olho para aquela bicicleta, mas não vejo meu filho naquela bicicleta. Eu olho para todos os cantos da casa e não vejo meu filho. Tá muito difícil”, conta Mirtes em entrevista à repórter Sabrina Rocha, da Rede Globo, veiculada pelo Bom Dia Pernambuco na manhã desta quinta-feira (4).

Mirtes conta que ao retornar para o edifício, foi avisada pelo zelador que alguém havia caído do prédio. “Quando eu abri a porta, eu vi meu filho ali, estirado no chão. ‘Meu filho, não deixa mãe, filho’. Aí eu peguei, devagarzinho, virei ele. Eu disse ‘meu amor, meu amor, mamãe tá aqui, não deixa mamãe, respira’. Toquei nele aqui (pescoço), ele ainda tava tendo pulsações, ele tava respirando, mas assim, ele não piscava, só olhava fixo”.

Em seguida, de acordo com Mirtes, ela gritou pedindo ajuda à patroa, que desceu e, junto com um médico, morador do edifício, levou Miguel de carro para o Hospital da Restauração. “Não demorou muito não e veio a notícia que meu filho virou estrelinha, que meu filho tá lá junto com Jesus e Maria. Ele tá lá no colinho de Maria. Eu pedi para Jesus tirar a minha vida e dar a ele para ele para ele permanecer vivo porque ele era minha razão de viver. Aquela criança era minha razão de viver. Eu fazia tudo por ele para ter a felicidade dele, para ter o bem estar dele”, relata a mãe emocionada.

A empregada doméstica acredita que “faltou paciência” por parte da patroa a quem entregou seu filho enquanto precisou se ausentar da casa por alguns minutos a fim de cumprir seu trabalho. “No período que eu tava andando com a cadela, que ele entrou no elevador, não tiveram paciência de tirar ele do elevador, pegar pelo braço e ‘saia’. Porque se fossem os filhos da minha ex-patroa, eu tiraria. Ela confiava os filhos dela a mim e à minha mãe. E no momento que eu confiei meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência para cuidar, para tirar (ele do elevador)”.

“Eu não vou dizer que eu tô com raiva, que eu tô com ódio dela porque a dor pela morte do meu filho tá prevalecendo, mas eu espero que a justiça seja feita porque se fosse o contrário, eu acho que eu não teria nem direito a fiança. Porque foi uma vida, uma vida que se foi por um pouco de falta de paciência. Deixar uma criança sozinha, dentro de um elevador, isso não se faz”, acrescenta Mirtes. “Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu vá morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar para que a morte do meu filho, meu único filho seja resolvida, que a justiça seja feita”. “Eu vou lutar, eu vou batalhar nem que eu vá morar debaixo da ponte, mas eu vou batalhar pra que a morte do meu filho, meu único filho seja resolvida, que a justiça seja feita”.

Diario de Pernambuco

Primeira quinzena de junho será decisiva para retorno das aulas presenciais em Pernambuco

Diante da incerteza do comportamento da curva de transmissão da Covid-19 em Pernambuco, ainda é incerto quando será a retomada das atividades da educação. A Secretaria Estadual de Educação (SEE), junto com entidades ligadas ao tema, está elaborando um plano específico para o setor. Uma das poucas certezas é que será gradual o retorno das aulas presenciais em escolas, faculdades e universidades pernambucanas, públicas e privadas.

No Estado, as aulas nas unidades de ensino estão suspensas desde 18 de março, devido à pandemia, e continuarão assim até o dia 30 de junho, por conta da renovação de um decreto do Governo do Estado. De acordo com o secretário estadual de Educação, Fred Amâncio, os primeiros 15 dias deste mês de junho serão fundamentais para definir quando serão retomadas as aulas presenciais.

“Não temos data estabelecida. Temos até modelagem de etapas, mas a primeira só vai ser estabelecida após a avaliação da primeira quinzena de junho para saber se realmente está se consolidando a estabilização dos casos de coronavírus no Estado”, explicou o gestor. O secretário falou que o plano específico do setor estará totalmente alinhado com o Plano de Convivência com a Covid-19, lançado pelo Poder Executivo no início deste mês.

Atualmente, a educação básica (educação infantil e ensinos fundamental e médio) é composta por mais de um milhão de estudantes, sendo 400 mil na rede privada e 580 mil nas escolas estaduais. Ainda faltam nessa conta os números de alunos matriculados nos colégios municipais das outras 183 cidades pernambucanas.

“No caso da educação básica, uma das nossas grandes prioridades é o terceiro ano do ensino médio por causa da preparação dos jovens para o Enem e vestibulares. Por isso, estamos analisando uma matriz para ver qual a prioridade na retomada das atividades”, disse Fred Amâncio.

Ele explicou que será preciso controlar o volume de pessoas nas escolas. Por isso, uma das alternativas é implantar uma espécie de rodízio das turmas. “Sabendo que o desenho pode variar de escola para escola. Como vamos ter que trabalhar a questão do distanciamento, por exemplo, não poderemos colocar todos os estudantes ao mesmo tempo em sala de aula”, comentou. Por conta disso, as unidades de ensino terão deverão que mesclar aulas presenciais e a distância. “Vamos ter que fazer uma adaptação do calendário escolar. Tem um prejuízo que fatalmente vai implicar em a gente usar o ano letivo de 2021”, disse.

Segundo o secretário de educação, está sendo planejado não apenas o ano letivo de 2020, mas os seguintes também. “Sabemos que é um ano muito complexo para todos, sobre todos os aspectos, que vai não só da área de educação, mas econômico, social e emocional. Mas nosso trabalho é pensar e fornecer alternativas para que a gente possa dar continuidade ao processo de aprendizagem do estudante”, falou.

Dia do Meio Ambiente: Vamos repensar a nossa relação com o planeta?

Por Alessandro Azzoni

O Dia Mundial do Meio Ambiente teve como objetivo primordial chamar a atenção de toda a população mundial, independente da sua esfera social, para os problemas ambientais e a importância da preservação dos recursos naturais. A data foi escolhida na Conferência das Nações Unidas, em 1972, sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, justamente para relembrar a realização do evento.

Muitos questionam sobre a tutela ou proteção jurídica do Meio Ambiente como trava para o crescimento econômico, mas ao nos depararmos com situações que mudem nosso dia-a-dia, acabamos repensando algumas atitudes. Um bom exemplo foi a crise hídrica de 2014, no Estado de São Paulo, com a iminência da falta do bem mais precioso para a humanidade. Na ocasião, a população aderiu e foi a responsável para que esse bem esgotável não chegasse ao fim. Com os reservatórios à mingua, cabia somente à população mudar seus hábitos para que o fornecimento fosse mantido.

Estamos vivendo um novo momento de mudanças em nossas vidas com a Covid-19, doença causada por um vírus capaz de se multiplicar e comprometer as vias respiratórias, levando rapidamente ao óbito. Em 2013, Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) apontava que 70% das novas doenças em humanos tiveram origem animal. Historicamente, uma sequência de fatos já fazia o alerta: em 2002 foi a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), de origem zoonótica; em 2005 veio a gripe aviária, causada pelo vírus influenza hospedado em aves; em 2009, a gripe suína originária de uma cepa de vírus H1N1 que teve início em porcos. Podemos, ainda, colocar nessa conta o Aedes aegypti e as transmissões da dengue, zica e chikungunya, além da leptospirose, transmitida pela unira de animais infectados nos grandes centros urbanos.

Muitas dessas novas doenças se deram pelo desmatamento e pelo avanço dos centros urbanos, acelerando a aproximação entre animais selvagens e humanos e a invasão de habitats naturais. Podemos concluir que o crescimento da população e avanço das economias em busca do desenvolvimento fazem com que as nações busquem mais espaços para acomodar o crescimento populacional. E, por vezes, as populações que não acompanham esse desenvolvimento econômico ficam às margens das cidades, fazendo com que as periferias avancem para as áreas de florestas e matas que deveriam ser protegidas. Tal contato contribuiu para o surgimento de zoonoses, disseminando contaminações por patologias entre animais e seres humanos.

Por isso, a reflexão que fazemos neste 5 de junho deve ser ainda maior: que mundo estamos buscando para as presentes e futuras gerações? A Covid-19 tem refeito nosso padrão de vida. Damos mais valor ao contato humano, lembramos com nostalgia dos encontros nas casas de nossos parentes hoje isolados, em bares com nossos amigos, em casas noturnas dançando, viajando.

A população está pensando mais no futuro e o consumismo foi substituído, mesmo que indiretamente, pelo consumo consciente, criando uma cultura de poupar para nos prepararmos para um futuro incerto. Deixamos de sair com os nossos carros, as ruas estão mais vazias e as emissões de CO2 foram reduzidas. O ar está mais limpo em todos os grandes centros urbanos. Em São Paulo, por exemplo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) observou uma diminuição de cerca de 50% nos poluentes primários como o monóxido de carbono e os óxidos de nitrogênio, além da diminuição em cerca de 30% do material particulado inalável proveniente da frota de veículos.

O ponto de equilíbrio que devemos buscar é o ponto de intersecção dos pilares econômico, social e ambiental, denominado como o tripé da sustentabilidade, conhecido como triple button line.

Fica o convite para repensarmos nossa relação com o planeta, como meio ambiente que proporcionou e proporciona nossa existência. Preservar não é sinal de retroceder e, sim, de avançar para um futuro certo, com qualidade de vida a toda a população.

*Alessandro Azzoni é advogado, economista e especialista em Direito Ambiental