Bretas condena Cabral a mais 14 anos de prisão por corrupção

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral - Valter Campanato Arquivo/Agência Brasil

O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado a mais 14 anos de prisão por corrupção. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (29), pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Cabral foi condenado juntamente com outros réus, responsáveis por atos de corrupção envolvendo compras superfaturadas e licitações direcionadas de produtos hospitalares envolvendo o Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Cabral foi condenado por corrupção passiva, pois, no entendimento de Bretas, ele possuía comando hierárquico, como governador. “Principal idealizador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos, o condenado Sérgio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro. Vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extrema”, escreveu o juiz.

Além dele, foram condenados o ex-diretor do Into e ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes (15 anos de reclusão), o ex-subsecretário de Saúde Cesar Romero, (18 anos de prisão), os empresários Miguel Iskin, (22 anos e nove meses), e Gustavo Estellita, a (19 anos e seis meses), e Luiz Carlos Bezerra, assessor de Cabral, a (4 anos e um mês).

O advogado Márcio Delambert, que defende Cabral, se pronunciou sobre a nova condenação por meio de nota: “A defesa irá recorrer por discordar da pena aplicada. A postura de auxiliar as autoridades será mantida”. A reportagem não conseguiu contato com as demais defesas.

China informa que número de mortos pelo coronavírus subiu para 170

As autoridades chinesas de Saúde chinesas anunciaram no último boletim divulgado, refente às 24 horas de quarta-feira (29), o número de mortes causadas pelo novo coronavírus (2019-nCoV) subiu de 132 para 170. O total de casos confirmados da doença é de 7.711 e o número de pacientes que se recuperaram é de 128. O boletim foi divulgado às 7h30 de quinta-feira (30), no horário de Pequim.

O boletim anterior, que trazia os dados de terça-feira (28), informava que haviam sido confirmados 5.974 casos de pneumonia causada pelo coronavírus em 31 províncias do país.

A última notificação informa que a provícia chinesa de Hubei é a área mais afetada com 4.586 casos e 162 mortes. Há casos confirmados em Taiwan (8), Hong Kong (10) e Macao (7).

Pelo menos 75 casos foram confirmados em outros países, incluíndo oito nações asiáticas, França, Alemanha e Finlândia, que reportaram um total de dez casos. Os EUA e o Canadá notificaram sete casos. Na quarta-feira, os Emirados Árabes anunciaram a confirmação de quatro casos de contaminação pelo coronavírus.

OMS promove segunda reunião de emergência nesta quinta-feira

A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza hoje (30) a segunda reunião de emergência para avaliar se o surto de coronavírus constitui emergência internacional de saúde.

Nessa quarta-feira (29), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o aumento contínuo de casos e evidências de transmissão entre pessoas fora da China é profundamente preocupante. “Embora o número de casos fora da China seja relativamente pequeno, ele tem potencial para uma epidemia ainda maior.”

A OMS promoveu a primeira reunião de emergência há uma semana e concluiu que era muito cedo para declarar emergência internacional de saúde. Até aquele momento, a transmissão de pessoa para pessoa havia sido descoberta somente na China.

Estudo sobre coronavírus
Um instituto de pesquisa filiado ao governo da China informou que o novo coronavírus pode ter se originado em morcegos.

O Instituto de Virologia de Wuhan, da Academia Chinesa de Ciências, anunciou nessa quarta-feira (29) os resultados de análises sobre o vírus em seu site oficial. O relatório diz que a sequência genética do novo coronavírus é 96% idêntica à de um vírus encontrado em morcegos.

O líder da equipe de especialistas médicos do governo chinês, Zhong Nanshan, repercutiu a descoberta. Em entrevista à mídia estatal, ele disse que o novo coronavírus tem a mesma origem que os vírus que foram encontrados em morcegos em 2017.

Zhong afirmou que, assim como no caso da Síndrome Respiratória Aguda (Sars), o coronavírus pode ser transmitido de morcegos para humanos por meio de outros animais silvestres. Ele afirmou que testes genéticos estão sendo feitos em vários tipos de animais silvestres para determinar a causa.

Brasil tem 9 casos suspeitos de coronavírus

O Ministério da Saúde informou hoje (29) que existem nove casos considerados suspeitos de coronavírus no Brasil. Em São Paulo, há três casos; em Santa Catarina, dois; e nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Ceará, um em cada. Até o momento, o ministério foi notificado de 33 suspeitas de casos. Após testes para vírus mais comuns e verificações, 24 pacientes foram descartados para coronavírus.

Um caso é tratado como suspeito se a pessoa esteve na China nos últimos 14 dias e apresentou tosse e febre ao retornar. Neste caso, o paciente é colocado em isolamento e são realizados testes para checar, primeiro, se o que essa pessoa tem é influenza ou outra gripe. Caso os exames não acusem essa possibilidade, é feito o teste para coronavírus.

No momento, apenas o primeiro caso suspeito, da estudante de Minas Gerais, está na etapa de teste para coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, é possível que o resultado do teste seja conhecido na próxima sexta-feira (31).

Atualmente, 6.065 casos de coronavírus foram confirmados em todo mundo, sendo 5.997 somente na China, onde 132 pessoas já morreram. Não houve ainda nenhuma morte em outros países.

Déficit primário do Governo Central somou R$ 95,1 bilhões em 2019

As receitas extras do pré-sal e o empoçamento de recursos que não conseguiram ser gastos fizeram o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cumprir a meta de déficit primário, com folga, em 2019. Segundo números divulgados hoje (29) pelo Tesouro Nacional, o resultado ficou negativo em R$ 95,1 bilhões no ano passado, contra déficit de R$ 120,3 bilhões registrado em 2018.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Esse foi o sexto ano seguido de resultado negativo nas contas públicas. Mesmo assim, o resultado de 2019 foi o melhor desde 2014, quanto o déficit tinha chegado a R$ 23,482 bilhões.

Apesar da queda no déficit, o resultado veio pior que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo o Prisma Fiscal, pesquisa do Ministério da Economia divulgada todos os meses, as instituições financeiras esperavam déficit de R$ 86,533 bilhões para o Governo Central no ano passado.

Em novembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha previsto que o déficit primário fecharia 2019 em torno de R$ 80 bilhões.

Déficit maior
Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, o déficit primário veio maior que o esperado por causa de capitalizações de estatais, que consumiram R$ 10,1 bilhões em 2019, dos quais R$ 9,6 bilhões apenas em dezembro. Desse total, a maior despesa ocorreu com a Emgepron, empresa da Marinha que teve injeção de dinheiro do governo para a construção de corvetas.

Apenas em dezembro, o déficit primário somou R$ 14,6 bilhões, queda de 55,8%, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em relação aos R$ 31,7 bilhões registrados em dezembro de 2018.

De acordo com o Tesouro Nacional, três fatores contribuíram para a diminuição do déficit em 2019. O primeiro foi o fato de a receita líquida ter vindo R$ 2,4 bilhões acima do projetado no ano passado. Isso ocorreu por causa do leilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal, que somou R$ 69,9 bilhões, e pela nova política de pagamentos de dividendos das estatais ao Tesouro Nacional, que totalizaram R$ 21,2 bilhões no ano passado. O pagamento de Imposto de Renda e de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido decorrente da venda de subsidiárias de estatais também ajudou a reforçar a arrecadação em cerca de R$ 12 bilhões.

O segundo fator foi a execução da despesa ter ficado R$ 41,5 bilhões abaixo do programado. Parte dessa diferença deve-se ao represamento de R$ 17,4 bilhões de recursos em ministérios. Chamado de empoçamento, esse processo ocorre quando a equipe econômica libera recursos, mas os ministérios não conseguem gastá-los por problemas de gestão ou de subvinculações orçamentárias que dificultam o remanejamento de verbas.

Com a entrada dos recursos da cessão onerosa, o governo descontingenciou (desbloqueou) a totalidade do Orçamento em novembro. Apesar do desbloqueio, os órgãos federais não tiveram tempo de fazer licitações e executar as despesas, resultando em R$ 7 bilhões autorizados, mas não gastos pelo governo, além do empoçamento.

Despesas
Em 2019, as receitas líquidas acumulam alta de 5,6% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As despesas totais, em contrapartida, subiram em ritmo menor, 2,7% acima da inflação. Os gastos com a Previdência Social subiram 3% além da inflação, contra alta de 1,3%, também acima da inflação, dos gastos com pessoal.

As demais despesas obrigatórias, no entanto, acumularam queda de 6,6% descontada a inflação, por causa principalmente da redução de 42,6% dos gastos com os créditos extraordinários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) (-34,3%) e com subsídios e subvenções (-30,6%). Todas as variações negativas consideram o IPCA.

As despesas de custeio (manutenção da máquina pública) acumularam alta de 7,9% acima da inflação no ano passado, mas boa parte do aumento decorreu do pagamento de R$ 34,1 bilhões do Tesouro à Petrobras, por causa do acordo da cessão onerosa.

Os investimentos (obras públicas e compra de equipamentos) somaram R$ 56,593 bilhões, alta de 2,3% além da inflação em relação ao ano passado. Em valores corrigidos pela inflação, os investimentos atingiram níveis semelhantes aos de 2008. Sem a capitalização das estatais, os investimentos teriam totalizado R$ 46,5 bilhões.

Os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), programa de investimentos federais, somaram R$ 27,081 bilhões em 2019, queda de 5,6% em relação a 2018, descontada a inflação.

Agência Brasil

Pernambuco adota placa Mercosul próxima segunda; veja o que muda

A partir do dia 3 de fevereiro, as lojas de Pernambuco estão autorizadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) a comercializarem a placa de veículos do Mercosul. O novo padrão passa a incluir um QR Code, troca o segundo número por uma letra equivalente e retira o nome da cidade e a sigla do estado de registro. A mudança não é obrigatória, mas todas as placas emitidas daqui para a frente já serão no novo padrão.

A adoção do novo modelo no estado atende a uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito, baixada em 2019. A placa Mercosul já foi implantada nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. De acordo com o diretor geral do Detran-PE, Sebastião Marinho, o novo formato vai aumentar a quantidade de combinações possíveis para uma placa.

O atual estilo – de três letras e quatro números – iria colapsar em 2020, visto que estava esgotando a quantidade de combinações possíveis para formar o número da placa. Agora, com quatro letras e três números, as possibilidades aumentam de 150 para 450 milhões. “As novas combinações darão uma sobrevida de 20 a 30 anos para os estados trabalharem”, destaca.

Obrigatória?
Como já citado, não é obrigatório aderir à nova placa. A não ser que o dono do veículo queira ou esteja em uma dessas cinco situações: primeiro emplacamento; mudança de categoria (táxi virar carro comum, por exemplo); mudança de município ou estado; furto/roubo/extravio ou dano; e segunda placa traseira.

Sebastião do Detran deixa claro que não existirá uma “caça às bruxas”. “Quem tem placa cinza poderá continuar circulando tranquilamente e não sofrerá impacto nenhum nas fiscalizações. No sistema, o que estiver cadastrado como cinza, permanece cinza, e o que for Mercosul, fica Mercosul”, esclarece.

O preço da nova placa será definido pelas próprias lojas, mas estima-se que deve custar entre R$ 120 e R$ 150, no máximo.

Mudanças
Dentre as alterações estruturais que a placa Mercosul traz, a primeira é a mudança do segundo número para uma letra. No caso de quem já tem placa, os dígitos de 0 a 9 serão convertidos em letras – de A a J – no momento da nova emissão do objeto. Ainda, o nome da cidade e do estado de registro saem de cena, ficando apenas o nome do Brasil.

O comércio das placas fica condicionado a apenas duas pessoas: fabricante e estampador. O QR Code, devidamente autorizado pelo Contran e pela Serpro (empresa de tecnologia do governo federal), deve ser gravado a laser na chapa metálica, antes de ser repassada para o estampador, que aplica as pinturas finais. “Com isso, a gente consegue ter um controle quantitativo de placas revendidas. Não tem aquela figura do atravessador ou intermediador”, exemplifica Sebastião.

“O QR Code da placa é indelével. Nossa fiscalização terá um aplicativo que irá lê-lo e identificar informações, como quem fabricou, onde a chapa ficou guardada e para qual estampador foi repassada. Vamos saber sobre o histórico daquele veículo. Isso com certeza irá diminuir o número de fraudes”, conclui o diretor geral do Detran-PE.

Também muda a questão das cores que identificam o tipo de veículo. Atualmente, a cor está presente em toda a placa. No novo modelo, apenas as letras ficarão coloridas.

Nova placa será exigida quando for:
– Primeiro emplacamento
– Mudança de categoria (ex: táxi passa a ser carro comum)
– Mudança de município ou estado
– Furto/roubo/extravio ou dano
– Segunda placa traseira
– Vontade do proprietário

Novidades
– QR Code
– Troca do segundo número por uma letra
– Retirada do nome da cidade e do estado
– Cor da categoria do veículo somente na letra, não na placa inteira

Equivalência do número com letra
0 – A / 1 – B / 2 – C / 3 – D / 4 – E / 5 – F / 6 – G / 7 – H / 8 – I / 9 – J

Cores por categoria
Como era:
Cinza: veículo comum/particular
Branco: veículos oficiais públicos
Branco com letras vermelhas: veículos de autoescola
Vermelho: táxi, ônibus e demais veículos de transporte
Azul: veículos de consulados
Verde: veículos em teste
Preta: veículos antigos, de colecionador

Como fica:
Letra preta: veículos comuns/particulares
Letra azul: veículos oficiais públicos
Letra vermelha: veículos de transporte, como táxi, ônibus e carro de aluguel, além de autoescola
Letra dourada: veículos de consulados
Letra verde: veículos em teste
Letra cinza prata: veículos antigos, de colecionador

Diario de Pernambuco

Coronavírus: estudo aponta que 30 metrópoles estão em risco de contágio

Enquanto surgem os primeiros casos de pessoas que contraíram o 2019-nCoV fora da China, cientistas alertam que a epidemia pode durar meses, com risco elevado – ao menos por enquanto – para 30 grandes cidades de vários países, segundo um estudo divulgado na terça-feira (28) pela Universidade de Southampton, no Reino Unido. Nenhuma região brasileira aparece no mapeamento elaborado pela equipe WorldPop da instituição, especializada em levantamentos populacionais.

Com base no número de viajantes aéreos que se espera chegar das províncias mais afetadas da China continental, os pesquisadores calculam que Bangcoc, na Tailândia, é atualmente a cidade onde há maior chance de disseminação global do vírus. A lista continua com Hong Kong (China), seguida por Taipei (Taiwan, República da China). Sydney (12), Nova York (16) e Londres (19) estão entre outras 30 cidades internacionais classificadas na pesquisa.

Os países ou as regiões em maior risco são Tailândia (1º), Japão (2º) e Hong Kong (3º). Os Estados Unidos estão em sexto lugar, a Austrália, em 10º, e o Reino Unido, na 17ª posição. Os países da América Latina não aparecem no rol da Universidade de Southampton. Muitos países preparam a repatriação de seus cidadãos.

“É vital que entendamos os padrões de movimento populacional, tanto na China quanto no mundo, para avaliar como esse novo vírus pode se espalhar, tanto no mercado interno quanto internacionalmente. Ao mapear essas tendências e identificar áreas de alto risco, podemos ajudar a pautar intervenções de saúde pública, como exames e campanhas”, explica Andrew Tatem, diretor da WorldPop e professor de Geografia e Ciências Ambientais da instituição.

A equipe usou dados anônimos de telefone celular e endereço IP, além de dados de viagens aéreas internacionais, para entender os padrões típicos de movimento de pessoas na China e no mundo todo, durante as celebrações do ano-novo chinês, que duram 40 dias. A partir disso, os pesquisadores identificaram 18 cidades chinesas (incluindo Wuhan, o epicentro da epidemia) com alto risco de contágio pelo novo coronavírus e estabeleceram o volume de passageiros aéreos que provavelmente viajariam dessas cidades para destinos globais durante um período de três meses.

Evolução
Os pesquisadores reconhecem que a análise é baseada em padrões de viagem quando não há surtos, mas destacam que uma alta proporção de pessoas viajou com sintomas em um estágio inicial da epidemia, antes que as restrições fossem colocadas em prática. De fato, é provável que os cordões de viagem coincidam apenas com os últimos estágios dos números máximos da população que deixa Wuhan durante o período de férias. Segundo as autoridades de Wuhan, é provável que mais de 5 milhões de pessoas já tenham deixado a cidade. “A disseminação do novo coronavírus é uma situação em rápida evolução, e estamos monitorando de perto a epidemia, a fim de fornecer análises mais atualizadas sobre a possível propagação, incluindo a eficácia do bloqueio de transporte nas cidades chinesas e a transmissão por pessoas que retornam do feriado do ano-novo Lunar, que foi prorrogado até 2 de fevereiro”, assinala o principal autor do relatório, Shengjie Lai.

Também com modelos matemáticos, especialistas em epidemiologia calculam que o surto de 2019-nCoV deve durar por muitos meses. “Não é algo que vai acabar na próxima semana, ou no próximo mês”, afirma Alessandro Vespignani, professor da Northeastern University e integrante de um grupo de pesquisadores que administra um painel on-line sobre o surto. “O melhor cenário será que continue na primavera, no verão (do Hemisfério Norte) e depois se esvaeça”, diz David Fisman, professor da Universidade de Toronto que escreveu uma análise do vírus para a Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas.

“Sem pânico”
Nos últimos dias, especialistas calcularam um parâmetro importante para qualquer surto: o número básico de reprodução, ou R0. Isso representa quantas pessoas sofreram contágio para cada paciente infectado. As estimativas variam de 1,4 a 3,8, segundo Fisman – considerados moderados. “Por si só, não é motivo de pânico”, diz Maimuna Majumder, pesquisadora da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston.

Ela explica que a taxa é de 1,3 para a gripe sazonal (que causa milhões de casos por ano) e entre 2 e 5 para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que resultou em 8 mil casos e 774 mortes, principalmente na China continental e Hong Kong em 2002-2003. Em comparação, a taxa de sarampo varia de 12 a 18.

Quarentena e medidas de isolamento, lavagem sistemática das mãos e uso de máscaras podem ajudar a reduzir o número médio de pessoas infectadas. Se a taxa cair abaixo de um, a epidemia será extinta. Mas os efeitos das medidas de controle implementadas pela China não surtirão efeito em uma ou duas semanas, dizem os pesquisadores, com base no ciclo do vírus.”Quanto mais aprendemos sobre ele, mais ele se parece com o Sars”, diz Fisman. “O Sars era controlável, espero que esse vírus também seja. Mas não saberemos por mais algumas semanas”, acrescenta.

O número oficial de casos é de 4,5 mil na China, com 131 mortos. Cinquenta pacientes de outros países foram infectados e há mais de 10 nações afetadas na Ásia, na Austrália, na Europa e na América do Norte. A Alemanha, segundo país europeu a registrar um paciente, depois da França, informou nesta terça-feira (28) o primeiro contágio entre humanos no Velho Continente: um homem que teve contato com uma colega chinesa que visitou o país. O Japão também anunciou um caso de coronavírus em seu território, um homem de 60 anos. Ele não viajou à China, mas transportou turistas de Wuhan em um ônibus.

Colaboração
Nesta terça-feira (28), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, em nota, que Pequim concordou em receber a visita de especialistas internacionais “o mais rápido possível” para trabalhar com colegas chineses na compreensão do surto. O diretor-geral da agência das Nações Unidas, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esteve com o presidente Xi Jinping, na capital chinesa. Segundo o comunicado, a “Comissão Nacional de Saúde apresentou as fortes capacidades e recursos de saúde pública da China para responder e gerenciar surtos de doenças respiratórias”.

“Interromper a propagação desse vírus na China e no mundo é a maior prioridade da OMS”, frisa Tedros. A organização reconhece que ainda há muito a se entender sobre o 2019-nCoV. “A fonte do surto e a extensão em que ele se espalhou na China ainda não são conhecidas. Embora o entendimento atual da doença permaneça limitado, a maioria dos casos relatados até o momento foi mais branda, com cerca de 20% dos infectados experimentando doenças graves”, ressalta o texto.

Embora pouco se saiba sobre o vírus, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) divulgou que autoridades de saúde do país tentam desenvolver uma imunização contra o coronavírus. “Nós já começamos no NIH e com muitos de nossos colaboradores o desenvolvimento de uma vacina”, declarou Anthony Fauci, pesquisador do instituto. “O processo é longo e incerto, mas estamos procedendo como se tivéssemos que criá-la.”

Correio Braziliense

Novo erro no Sisu 2020 impede candidatos de acessarem lista de espera

Participantes do Enem enfrentaram um novo problema no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) nesta quarta-feira (29). Dessa vez, a falha foi na lista de espera. Candidatos que haviam se inscrito em apenas uma opção de curso, ao invés das duas possíveis, não conseguiam se inscrever na lista de espera. O sistema permite aos aprovados declarar interesse nas vagas não preenchidas a partir da primeira chamada.

De acordo com estudantes, o problema tem sido resolvido pelo Ministério da Educação (MEC). A pasta comandada por Abraham Weintraub não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O Sisu reúne as vagas de instituições públicas de ensino superior que usam o Enem para selecionar os alunos.

Esses participantes recebiam as mensagens “opção não considerada na lista de espera” e “você indicou interesse em participar da lista de espera na outra opção”.

O assunto permaneceu entre os mais comentados no Twitter na manhã desta quarta. Internautas criaram a hashtag #erronalistadeespera para falar dos erros. A vestibulanda mineira Aline Dório, 18, identificou o erro logo após a meia noite, quando tentou se inscrever. Ela só havia anotado uma opção de curso, de Ciência da Computação da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

“Quando vi, entrei em desespero, porque estou em primeiro na lista”, diz ela, que mora em Iptainga (MG). “Pensei ‘não vai dar certo, vou ter que fazer pré-vestibular'”.

Aline conta que o sistema liberou o acesso à lista de espera no meio da manhã. A reportagem também identificou essa falha em cursos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

As inscrições do Sisu abriram na terça-feira (21) já com falhas. Além de lentidão, candidatos recebiam mensagens equivocadas do sistema informando que o prazo havia se encerrado.

No meio da semana passada, candidatos se queixaram de que o Sisu apresentava participantes aptos nas suas duas opções de curso e, com isso, as notas de corte parciais estariam elevadas de modo exagerado.

Em edições anteriores, o sistema informava que a nota do participante não era considerada no cálculo da nota de corte da segunda opção. Depois de negar que havia erros, o MEC divulgou comunicado em que defendeu o novo formato.

A divulgação da lista de aprovados chegou a ser barrada pela Justiça por causa da divulgação de notas do Enem com erros. O governo Bolsonaro, entretanto, conseguiu reverter a decisão na terça (28) e os resultados foram liberados.

Folhapress

Nomeação do novo presidente do INSS é publicada no Diário Oficial

Foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira (29) duas portarias que mudam o comando do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Uma delas exonerando do cargo de presidente Renato Rodrigues Vieira; e a outra nomeando Leonardo Rolim, até então secretário de Previdência, para o cargo.

A substituição foi anunciada nessa terça (28) pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, durante coletiva de imprensa. Segundo ele, a exoneração foi feita a pedido do próprio Vieira.

A saída de Renato Vieira ocorre em meio a buscas de solução para as filas do INSS. Mais de 1,3 milhão de pedidos estão aguardando pela análise de solicitação por mais de 45 dias, prazo que é estabelecido pela legislação brasileira. Diante desse cenário, o governo já anunciou a contratação de militares da reserva e civis para uma força-tarefa.

Durante a coletiva de ontem, Marinho disse que a opção por Rolim se deve à capacidade operacional e ao conhecimento técnico que ele tem sobre o tema e os problemas da pasta, além da relação estreita com servidores do INSS.

Marinho disse que a indicação tem caráter provisório, até que o governo chegue a um nome definitivo para presidir o órgão.

“Teremos um pouco mais de cuidado para buscar o nome. Podemos aguardar mais tempo para achar quem irá assumir, para termos alguém que tenha familiaridade com o tema e não precise reiniciar o processo”, disse ele durante a coletiva de imprensa.

Agência Brasil

Chefe da OMS convoca nova reunião de emergência na quinta sobre coronavírus

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira que convocará na quinta o comitê de emergência sobre o coronavírus que apareceu na China, a fim de determinar se a epidemia constitui ou não um alerta internacional.

“Decidi reunir novamente amanhã o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional sobre o novo #coronavírus (2019-nCoV) para me aconselhar sobre a questão de saber se a epidemia atual constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus no Twitter.

“A maioria dos mais de 6.000 casos do novo #coronavírus é encontrada na China – apenas 1%, ou seja, 68 casos, foram registrados hoje em 15 outros países”, acrescentou.

AFP