‘Cloroquina está sendo vista como salvadora, mas não é’, diz médica do Incor

A cardiologista e intensivista Ludhmila Abrahão Hajjar, 42, diretora de ciência e tecnologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, diz que está havendo um otimismo exagerado em relação à cloroquina, que há riscos cardíacos no uso da droga e que jamais a adotaria para casos leves.

“Cloroquina não é vacina. Está sendo vista como salvadora, e não é. Mas se você fala isso, já começa a apanhar porque virou uma questão nacional de pressão. Mas a realidade científica é essa, não tem evidência”, diz a médica e professora do InCor (Instituto do Coração).

Ela fez parte de comissão de especialistas que se reuniu com presidente Jair Bolsonaro há duas semanas para discutir a cloroquina. Bolsonaro ouviu deles sobre a falta de evidência da droga, porém, seguiu defendendo o seu uso.

Hajjar também integra um grupo de pesquisadores que tem estudado a eficácia e a segurança da cloroquina. Dados preliminares de uma pesquisa em Manaus (AM) apontaram que altas doses da substância aumentam a taxa de letalidade em pacientes graves internados.

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Segundo a médica, o principal gargalo da pandemia tem sido a falta de estrutura das UTIs brasileiras. “Não é só ter respirador. Quando eu intubo um doente, ele fica 15 dias na UTI. Vai precisar de fisioterapeuta 24 horas, antibiótico. Muitas vezes, morre de infecção, maus tratos, não tem gente para cuidar, não tem profissional, não tem material”, afirma.

FOLHA – Há otimismo exagerado em relação à cloroquina?

LUDHMILA – Muito. Isso reflete o que a gente está vivendo, milhares de pessoas infectadas, mortes e vidas em risco. E, ao mesmo tempo, o impacto socioeconômico e certos países buscando soluções rápidas. Mas, infelizmente, não temos.

Os ensaios in vitro demonstram um potencial da cloroquina de inibir a replicação do vírus e a entrada dele na célula. Porém, em estudos clínicos há uma escassez de dados e muita controvérsia. Boa parte do otimismo vem de um único grupo de pesquisa da França, mas os dados são cientificamente fracos.

De lá pra cá, alguns outros estudos, também não confirmatórios, apontam que há resultados diferentes, contraditórios. Não temos que ter expectativa grande e nenhum achismo em relação ao uso da cloroquina até que se tenha dados comprovados.

FOLHA – O uso da cloroquina pode trazer riscos à saúde?

LUDHMILA – Os efeitos adversos não são desprezíveis. Muita gente argumenta ao contrário: ‘ah, é uma droga segura, usada há anos na malária, na artrite reumatoide, no lúpus, as pessoas usam em casa’. Mas a hipótese é que um dos principais efeitos colaterais dessa medicação seja no coração, a arritmia cardíaca.

Quando a pessoa está com o coração normal é mais difícil que a arritmia aconteça. Mas a gente tem que lembrar que até 40% dos pacientes infectados pela Covid-19 têm algum tipo de injúria ao sistema cardiovascular. É possível que no meio da infecção o sistema vascular fique exposto, fique mais suscetível ao efeito colateral dessa medicação.

Nós temos visto isso aqui em São Paulo, os franceses relataram mais de 30 casos de pessoas que tiveram problemas graves com essas drogas, e as autoridades de lá reforçaram a condição de ela ser usada apenas em ambiente hospitalar. Tanto a cloroquina como a azitromicina podem induzir essa arritmia. A associação das duas torna-se isso ainda mais possível.

FOLHA – E por que essa pressão em torno do uso?

LUDHMILA – Surgiram pessoas que foram acumulando experiências e não evidências científicas, por exemplo, a Nise [Yamaguchi] com os casos da Prevent Senior. Eu já disse: ‘Nise, isso não dá para ser replicado enquanto não tiver estudo comparativo, com grupo controle e que tenha a mesma gravidade da doença, as mesmas comorbidades. Eu não posso pegar isso e começar a pressionar o Brasil’.

Eu jamais adotaria hoje a cloroquina na forma leve, de forma preventiva, sem ter evidência cientifica. Eu não mudaria a prática clínica baseada só em experiência. Cloroquina não é vacina. Está sendo vista como salvadora, e não é.

FOLHA – Quais são as outras opções terapêuticas estudadas hoje para a Covid-19?

LUDHMILA – Uma é com medicação com efeito antiviral e a outra, com ação anti-inflamatória. Vários estudos estão acontecendo no mundo, por exemplo, com os antivirais lopinavir e o ritonavir, que são medicações para o HIV. Tem o remdesivir, o mundo tem uma grande expectativa sobre essa droga. Ela foi eficaz no ebola, um antiviral de amplo espectro, coisa que não existia até recentemente.

Antibióticos a gente dá para todos os pacientes graves porque há muita pneumonia bacteriana associada. Também há estudos sobre terapia anti-inflamatória, como corticoides, anticorpo monoclonal, e com anticoagulante. Muitos hospitais têm usado esse arsenal todo, mas, de novo, nada baseado em evidências.

FOLHA – Ou seja, não existe ainda um tratamento padrão?

LUDHMILA – Não existe. Mas se você fala isso, já começa a apanhar porque a cloroquina virou uma questão nacional de pressão. Mas a realidade científica é essa.
Isso foi falado no encontro com o presidente Jair Bolsonaro. Mas parece que ele não se convenceu, certo?

Ele estava ali mais para ouvir, estava zero combativo. Ele disse: ‘tenho dois problemas: o vírus de um lado e o impacto na mortalidade, e do outro o impacto socioeconômico dessa doença. Então, queria ouvir de vocês o que tem estudo, de resultado preliminar’. Aí as pessoas envolvidas em estudos como eu falaram isso, os estudos estão acontecendo e não temos nada.

Só que ai também haviam pessoas que foram contar experiências pessoais, que são sempre cheias de emoção: ‘ah! eu evitei a internação do meu doente, o meu doente ficou muito bem!’. Não dá. Assim não consigo falar de algo tão sério. Aí cabem todas as interpretações. Ele ouviu e não emitiu opinião.

FOLHA – E sobre o isolamento, o que os cientistas recomendaram?

LUDHMILA – O isolamento surgiu na conversa porque a gente acabou entrando no assunto. O tema central foi a cloroquina. Alguns de nós, nos posicionamos que a melhor estratégia para evitar transmissão era intensificar as medidas de isolamento, não tem nada melhor que isso, infelizmente.

FOLHA – Qual tem sido o impacto da Covid-19 nas UTIs do país?

LUDHMILA – Gigante. Quando eu intubo um doente, ele fica 15 dias na UTI. Lá, vai precisar de fisioterapeuta 24 horas, a UTI tem que ter todas as normativas de segurança em termos de infecção. Muitas vezes, esse doente vai morrer de infecção secundária, maus tratos, não tem gente para cuidar, não tem profissional, não tem material. Essa questão da estrutura das UTIs é central nessa situação atual, é o nosso principal gargalo.

Municípios e regiões que sequer têm UTIs, quando têm, não há estrutura. Eu vejo o número de internações aumentando progressivamente a cada dia, o Brasil batendo mais de cem mortes em 24 horas e as UTIs não estruturadas para receber esses doentes. Uma coisa é Einstein, Sírio, Oswaldo Cruz, Samaritano, outra coisa é a realidade Brasil que não é essa.

FOLHA – E UTI não é feita só de respirador…

LUDHMILA – Exatamente, não é só respirador. Como se eu carregasse o meu respirador debaixo do braço. O respirador dá oxigênio, ponto. Tem que ter alguém cuidando do respirador, aspirando o doente, tem que ter antibiótico, protocolo, tem quer a hora do desmame.

Antes de começar os casos em São Paulo, eu falei com os italianos e eles me deram várias dicas: ‘Ludmila, não se anima, não extube o paciente antes de três dias, cinco dias. O doente está inflamado, é uma anestesia prolongada’, existem muitas pecularidades no tratamento dessa doença.

É uma pneumonia de longa duração. Esse doente ficará 15 dias em média na UTI, de sete a dez dias intubado. Precisando de cuidados de fisioterapia 24 horas, de respirador bom, de antibióticos, de nutrição, de profilaxia de trombose, de prescrição adequada. O desafio é gigantesco.

É preciso um esforço sobre-humano para capacitar rapidamente fisioterapeutas e enfermeiras das enfermarias para atuar na UTI, tem usar telemedicina. Individualmente, eu tenho tentado, não paro de atender telefonemas, ajudando colegas do Brasil todo. Eles dizem: ‘eu intubei, olha esse raio-X, o que eu faço?’ Eu falo: ‘faz isso’. ‘Ah, mas eu não tenho isso’, ‘então vamos fazer assim’. A gente tem feito aulas diárias, lives, contando a experiência de São Paulo, da Itália, da China. Estamos diante de uma guerra, os doentes da UTI podem ter taxa de mortalidade de até 80%.

FOLHA – Como conseguir motivar os profissionais nesse momento de tanto medo, estresse e falta de proteção?

LUDHMILA – Os profissionais de saúde estão muito inseguros com as mortes de colegas, muita gente pedindo demissão. Está superdifícil contratar gente no interior do Brasil. Os governadores têm perguntado como fazer para motivar os profissionais de saúde. É hora de as lideranças assumirem o seu papel e manterem as equipes motivadas e seguras.

A questão financeira também é fundamental. Não basta só chamar para a guerra no sentido motivacional. É preciso buscar formas de remunerar melhor, arranjar um fundo, um adicional insalubridade por tudo o que os profissionais da linha de frente estão vivendo. É guerra, e a gente precisa desses soldados.

Folhapress

Brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente, diz Mandetta

Health Minister Luiz Henrique Mandetta gestures during a press conference regarding the COVID-19, coronavirus pandemic at the Planalto Palace, Brasilia on March 18, 2020. (Photo by Sergio LIMA / AFP)

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse neste domingo (12) que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente Jair Bolsonaro e alertou que os meses de maio e junho serão os mais duros.

Ao ser questionado sobre a divergência de opiniões entre ele e o presidente, Mandetta pediu um alinhamento de discurso para evitar “dubiedade”.

“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, em supermercado, grudadas, isso é claramente uma coisa equivocada. Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva o brasileiro a uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro, o presidente, quem ele escuta”, disse em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Mandetta também afirmou que o ministério acredita que maio e junho serão os meses mais duros no combate ao coronavírus.

Os técnicos do ministério trabalham com a hipótese de que o pico do surto seja atingido entre o fim de abril e início de maio. No entanto, a pasta esclarece que isso não significa que, após esse período, vai se seguir uma queda nos índices de casos registrados e óbitos.

A tendência é que esse período de alta transmissão da doença se mantenha na sequência por até dez semanas, provocando uma grande pressão sobre o sistema de saúde.

O ministro voltou a defender as políticas de isolamento social como forma de evitar a propagação do vírus.

“Quem vai escrever essa história é o comportamento da sociedade”, afirmou. Mandetta também afirmou que a realização de testes em massa em toda a população é inviável neste momento.

Folhapress

Agreste se une contra o novo coronavírus

A instalação de um hospital de campanha em Garanhuns, com os custos compartilhados pelas 26 prefeituras do Agreste Meridional, para reforçar o atendimento aos doentes da região contaminados pelo novo coronavírus, foi uma das sugestões apresentadas na primeira reunião da Frente Operacional de Combate ao Covid 19 no Agreste (Foco Agreste), sábado, em Garanhuns, transmitida ao vivo pelo Facebook.

A ideia partiu da prefeita de Capoeiras, Neide Reino (PSB), e teve o apoio imediato da maioria dos 14 prefeitos que participaram da primeira reunião da Foco Agreste, que durou cerca de três horas. Outro consenso entre os participantes foi a necessidade urgente de se ampliar a UTI do Hospital Dom Moura, em Garanhuns, que só dispõe de 16 respiradores.

O deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos), que também esteve na reunião, junto com os deputados federais Fernando Rodolfo (PL), idealizador do movimento, André Ferreira (PSC) e Daniel Coelho (PSDB), propôs a formação de um comitê da Foco Agreste para levar as demandas dos prefeitos da região ao governador Paulo Câmara.

Recomendação – O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, informou na Foco Agreste que cerca de 50 prefeituras ainda não elaboraram seus planos de contingência para a pandemia do Covid-19. Ele deu prazo de uma semana para que estas prefeituras tomem as providências, sob risco de não receberem recursos do governo do estado para combater a pandemia, recomendação que irá propor a Paulo Câmara.

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), fez um balanço das providências que tem tomado na pandemia, como barreiras sanitárias e abrigos para moradores de rua. Já a prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida (PSB), comunicou ter recebido a informação do primeiro caso de Covid-19 no seu município enquanto participava da reunião pela plataforma virtual.

Os prefeitos que participaram da primeira reunião da Foco Agreste relataram enfrentar grandes dificuldades de recursos no combate à pandemia. A Foco Agreste – que teve a participação do presidente da seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Garanhuns, Jorge Lima de Matos – fará nova reunião na próxima terça-feira, quando debaterá, entre outros assuntos, os efeitos econômicos da pandemia no Agreste e a dramática situação da bacia leiteira da região.

Fernando Rodolfo explica que a Foco Agreste tem por objetivos dar unidade às ações dos prefeitos da região, centralizar informações, tirar dúvidas sobre a doença e questões relacionadas ao auxílio emergencial, ajudando a combater as fake news (notícias falsas). “A pandemia, infelizmente, chegou ao interior de Pernambuco, e é preciso juntar forças de toda a sociedade para combater com racionalidade e eficácia o seu avanço ”, justificou Rodolfo. A íntegra da reunião do comitê de crise do Agreste está disponível em vídeo no perfil www.facebook.com/focoagreste.

TJPE fecha o mês de março com mais de 250 mil atos praticados

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) fechou o mês de março com mais de 250 mil atos praticados, no 1º e 2º Graus, entre sentenças, decisões, despachos, julgamentos monocráticos e acórdãos. Desses, 120 mil foram realizados entre 18 e 31 de março, quando as unidades do Judiciário estadual passaram a funcionar de forma remota.

Os números foram reunidos pela Coordenadoria de Planejamento e Gestão Estratégica do TJPE. Os dados mostram que, apesar de todas as adversidades enfrentadas por magistrados, servidores, e pela instituição, para garantir o trabalho remoto funcionando, a produtividade registrou o pleno funcionamento do Judiciário.

Tendo em conta as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos órgãos nacionais e estaduais voltadas à prevenção do coronavírus (covid-19), o Tribunal de Justiça de Pernambuco adotou o funcionamento remoto, a partir do dia 18 de março, como forma de preservar a saúde de magistrados, servidores e da população que utiliza os serviços da Justiça. O objetivo foi ajudar na prevenção da covid-19, reduzindo a possibilidade de transmissão da doença com o fechamento dos prédios públicos.

Segundo o presidente do TJPE, desembargador Fernando Cerqueira, o maior desafio é fazer com que um Poder secular, como o Judiciário, que tem como princípio a pacificação social, possa inovar e se adaptar aos novos tempos sem colocar em risco a segurança jurídica do cidadão. ”Com a pandemia do coronavírus e todas as mudanças causadas pelo alto índice de transmissão e letalidade da doença, foi preciso nos ajustarmos com a agilidade que era necessária para salvar o bem mais precioso que temos, a vida. Mais do que uma cobrança por produtividade, esses dados demonstram o esforço dos nossos magistrados e servidores para atender a população, superando condições não tão favoráveis para trabalhar de casa, enfrentaram situações complexas, a ansiedade causada por tudo que a sociedade está vivendo e, mesmo assim, estão entregando uma prestação jurisdicional adequada”, avaliou.

1º Grau

No 1º Grau da Justiça estadual, destacam-se os seguintes números: no período de 1 a 31 de março foram assinadas 40.132 sentenças; 28.370 decisões; e 132.600 despachos. Dos referidos números, no período de suspensão do funcionamento presencial do TJPE, foram efetuadas 20.841 sentenças, 13.320 decisões, e 64.263 despachos.

2º Grau

No 2º Grau do TJPE, o mês de março apresentou 2.831 acórdãos, 2.756 decisões monocráticas, 5.472 despachos e 1.391 julgamentos monocráticos, totalizando 12.450 movimentações finais. Desse número apresentado, no período em que o funcionamento presencial foi suspenso, foram registradas 1.466 decisões monocráticas, 2.258 despachos, 667 julgamentos monocráticos e 622 acórdãos, chegando a um total de 5.013 atos cumpridos.

Juizados Especiais Cíveis e Criminais de Pernambuco

Em todo o mês de março, os Juizados Especiais de Pernambuco produziram 11.373 sentenças; 4.933 decisões; e 16.299 despachos. Desse número, no período de 18 a 31 de março, foram efetuadas 4.757 sentenças, 2.272 decisões e 8.009 despachos.

I Colégio Recursal dos Juizados Especiais

Em seu relatório estatístico, o I Colégio Recursal dos Juizados Especiais, que é composto por oito turmas recursais cíveis e duas turmas recursais fazendárias, apresenta um comparativo referente ao número de recursos julgados pelas turmas recursais da Capital nos meses de fevereiro e março, respectivamente.

Em fevereiro foram julgados 1.473 recursos. Em março, mês que teve início o home office nas unidades do Judiciário pernambucano, foram julgados 1.538 recursos, sendo desses, 655 durante no período de home office (18 a 31 de março).

Prefeitura de Caruaru divulga cronograma de distribuição dos kits alimentares para os estudantes

Seguindo com as ações de combate à Covid-19, a Prefeitura de Caruaru anuncia a distribuição dos kits alimentares para os estudantes da rede municipal de ensino. A distribuição seria iniciada no  último sábado (11), mas foi adiada começando na próxima quarta e segue durante a semana. A ideia é funcionar das 9h às 17h, atendendo todas as unidades, seguindo um cronograma cuidadosamente definido para que não aconteça aglomerações durante a entrega.

O município atende 43.325 alunos em toda a rede. “Tivemos o cuidado de formatar um combo com alguns produtos que são oferecidos nas escolas e que irão garantir que os alunos estejam bem alimentados durante esse período de quarentena”, explica Henrique Oliveira, Secretário de Educação do município.

Cada família que tem um aluno matriculado na rede terá direito a um kit alimentação. Para famílias com dois ou mais alunos, serão entregues dois kits. Para a retirada dos alimentos, as mães, pais ou responsáveis precisarão apresentar algum documento de identificação do estudante, como RG ou Certidão de Nascimento. No caso de famílias com mais de um aluno matriculado na rede municipal, o adulto responsável deverá se dirigir para a escola da criança mais nova. Os estudantes do programa de Educação de Jovens e Adultos também serão atendidos pelos kits.

A distribuição será feita por distritos, turnos e perfil das unidades de ensino. Em cada escola serão respeitadas as recomendações dos órgãos de saúde no atendimento às pessoas, garantindo a segurança dos profissionais e população. “É importante reforçar também que apenas uma pessoa compareça às escolas e que as crianças, idosos e pessoas que fazem parte do grupo de risco fiquem em casa”, acrescenta o secretário.

TJPE fecha o mês de março com mais de 250 mil atos praticados

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) fechou o mês de março com mais de 250 mil atos praticados, no 1º e 2º Graus, entre sentenças, decisões, despachos, julgamentos monocráticos e acórdãos. Desses, 120 mil foram realizados entre 18 e 31 de março, quando as unidades do Judiciário estadual passaram a funcionar de forma remota.

Os números foram reunidos pela Coordenadoria de Planejamento e Gestão Estratégica do TJPE. Os dados mostram que, apesar de todas as adversidades enfrentadas por magistrados, servidores, e pela instituição, para garantir o trabalho remoto funcionando, a produtividade registrou o pleno funcionamento do Judiciário.

Tendo em conta as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos órgãos nacionais e estaduais voltadas à prevenção do coronavírus (covid-19), o Tribunal de Justiça de Pernambuco adotou o funcionamento remoto, a partir do dia 18 de março, como forma de preservar a saúde de magistrados, servidores e da população que utiliza os serviços da Justiça. O objetivo foi ajudar na prevenção da covid-19, reduzindo a possibilidade de transmissão da doença com o fechamento dos prédios públicos.

Segundo o presidente do TJPE, desembargador Fernando Cerqueira, o maior desafio é fazer com que um Poder secular, como o Judiciário, que tem como princípio a pacificação social, possa inovar e se adaptar aos novos tempos sem colocar em risco a segurança jurídica do cidadão. ”Com a pandemia do coronavírus e todas as mudanças causadas pelo alto índice de transmissão e letalidade da doença, foi preciso nos ajustarmos com a agilidade que era necessária para salvar o bem mais precioso que temos, a vida. Mais do que uma cobrança por produtividade, esses dados demonstram o esforço dos nossos magistrados e servidores para atender a população, superando condições não tão favoráveis para trabalhar de casa, enfrentaram situações complexas, a ansiedade causada por tudo que a sociedade está vivendo e, mesmo assim, estão entregando uma prestação jurisdicional adequada”, avaliou.

1º Grau

No 1º Grau da Justiça estadual, destacam-se os seguintes números: no período de 1 a 31 de março foram assinadas 40.132 sentenças; 28.370 decisões; e 132.600 despachos. Dos referidos números, no período de suspensão do funcionamento presencial do TJPE, foram efetuadas 20.841 sentenças, 13.320 decisões, e 64.263 despachos.

2º Grau

No 2º Grau do TJPE, o mês de março apresentou 2.831 acórdãos, 2.756 decisões monocráticas, 5.472 despachos e 1.391 julgamentos monocráticos, totalizando 12.450 movimentações finais. Desse número apresentado, no período em que o funcionamento presencial foi suspenso, foram registradas 1.466 decisões monocráticas, 2.258 despachos, 667 julgamentos monocráticos e 622 acórdãos, chegando a um total de 5.013 atos cumpridos.

Juizados Especiais Cíveis e Criminais de Pernambuco

Em todo o mês de março, os Juizados Especiais de Pernambuco produziram 11.373 sentenças; 4.933 decisões; e 16.299 despachos. Desse número, no período de 18 a 31 de março, foram efetuadas 4.757 sentenças, 2.272 decisões e 8.009 despachos.

I Colégio Recursal dos Juizados Especiais

Em seu relatório estatístico, o I Colégio Recursal dos Juizados Especiais, que é composto por oito turmas recursais cíveis e duas turmas recursais fazendárias, apresenta um comparativo referente ao número de recursos julgados pelas turmas recursais da Capital nos meses de fevereiro e março, respectivamente.

Em fevereiro foram julgados 1.473 recursos. Em março, mês que teve início o home office nas unidades do Judiciário pernambucano, foram julgados 1.538 recursos, sendo desses, 655 durante no período de home office (18 a 31 de março).

Prefeito de Duque de Caxias está internado com covid-19

 O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, fala durante reunião sobre concessões das principais rodovias estaduais e federais que cortam o Estado do Rio de Janeiro

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, está internado na unidade de tratamento semi-intensivo de um hospital do Rio de Janeiro. O teste para o novo coronavírus covid-19 deu positivo.

Caxias é o 18º município mais populoso do Brasil e terceiro do estado do Rio. É também o segundo município fluminense em número de mortes por covid-19 (16 entre 81 casos confirmados), ficando atrás apenas da capital (106), segundo dados divulgados no domingo (12) pela Secretaria Estadual de Saúde.

De acordo com a prefeitura de Caxias, Reis está internado desde a madrugada de sábado (11) no Hospital Pró-Cardíaco e apresenta “evolução satisfatória”. Ele está sendo monitorado por um cardiologista e por um pneumologista.

O prefeito já tinha feito mais dois testes para covid-19, com resultado negativo nas duas ocasiões.

Itália registra menor número de mortes diárias por coronavírus

Day three of Italy's nationwide coronavirus lockdown, in Rome

A Itália registrou 431 novas mortes pela epidemia de Covid-19 neste domingo (12), em comparação com 619 contabilizadas no dia anterior, e o número de novos casos diminuiu para 4.092 em relação aos 4.694 anteriores.

A contagem de mortes teve o menor aumento diário desde 19 de março.

O número total de mortos desde o início do surto em 21 de fevereiro chegou a 19.899, informou a Agência de Proteção Civil, a segunda maior quantia do mundo depois da registrada pelos Estados Unidos.

O número de casos oficialmente confirmados subiu para 156.363, o terceiro maior globalmente, somente atrás de Estados Unidos e Espanha.

Foram contabilizadas 3.343 pessoas em unidades de terapia intensiva neste domingo contra 3.381 no sábado –nono declínio diário consecutivo. Dos infectados, 34.211 foram declarados recuperados contra 32.424 anunciados no dia anterior.

China registra 108 novos casos de covid-19, 10 de contágio local

A China registrou 108 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, incluindo dez de contágio local, o número mais alto desde 28 de março, informou na última noite a Comissão de Saúde do país.

Até a 0h de segunda-feira (hora local) morreram duas pessoas devido à covid-19, ambas na cidade de Wuhan, centro da epidemia.

Os dez casos de contágio local ocorreram nas províncias de Guangdong, próximo a Macau, no sul do país, e de Heilongjiang, na fronteira com a Rússia, um novo centro de infecção na China devido ao fluxo de viajantes entre os dois países vizinhos.

A cidade de Suifenhe, que fica do lado chinês da fronteira e se encontra sob quarentena desde quarta-feira passada (8), registrou já cerca de 200 casos confirmados e mais de 100 casos assintomáticos, informou a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

CHINA-HEALTH/USA, por Ringo Chiu

A maioria dos casos foi diagnosticada em chineses que moram na Rússia e voaram de Moscou para Vladivostok (leste), entrando na China pelo posto fronteiriço em Suifenhe.

As autoridades chinesas destacaram vários médicos e funcionários de saúde para um hospital de campanha montado na última semana em Suifenhe, para tentar conter o surto.

As autoridades proibiram a entrada de estrangeiros no país, no fim do mês passado, mas muitos chineses radicados no exterior estão voltando ao país, à medida que a doença se alastra pelo resto do mundo e levou a China a contar com centenas de casos importados.

Segundo a Comissão de Saúde chinesa, 88 pacientes receberam alta após terem superado a doença, nas últimas 24 horas, mas devido às 108 novas infecções registradas, o número total de infectados no país asiático aumentou para 1.156, no segundo dia consecutivo de inversão de tendência de descida.

Papa apela ao “contágio da esperança” para derrotar o coronavírus

Papa Francisco durante audiência transmitida pela internet de dentro do Vaticano

O papa Francisco propôs ontem, no domingo (12) a redução ou mesmo a anulação da dívida dos países pobres. Ele apelou a um “cessar-fogo mundial e imediato” e a uma redução das sanções internacionais, considerando a pandemia da covid-19.

Na sua mensagem de Páscoa, lida numa basílica de S. Pedro vazia, o papa desejou que “sejam aligeiradas as sanções internacionais que impedem os países que as sofrem de proporcionarem um apoio conveniente aos seus cidadãos” e apelou à solidariedade internacional “reduzindo, se não mesmo anulando, a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres”.

Armas
Na mensagem, ele apelou a um “cessar-fogo mundial e imediato”. “Não é tempo de continuar a fabricar e a traficar armas, desperdiçando avultados capitais que deveriam ser utilizados para tratar as pessoas e salvar vidas”, disse.

O chefe da igreja católica pediu ainda à Europa “solidariedade” e “soluções inovadoras” diante da pandemia da covid-19.

Francisco dirigiu os seus pensamentos “a todos aqueles que foram atingidos diretamente pelo coronavírus”, aos “doentes, aos que morreram e às famílias”.

Num mundo “oprimido pela pandemia, que coloca uma dura prova à nossa grande família humana”, é preciso responder com o “contágio da esperança”, afirmou.