Petrobras se ajusta à economia parada e reduz produção de petróleo

A combinação de forte contração da demanda global por combustíveis, excesso de oferta de óleo e queda de preços no mercado internacional colocou o setor petroleiro em xeque. Para se adequar ao momento que chama de “a pior crise da indústria do petróleo nos últimos 100 anos”, a Petrobras anunciou, ontem, novas medidas capazes de assegurar a sustentabilidade da companhia. Decidiu reduzir ainda mais a produção de barris diários, postergar desembolsos de caixa e promover um enxugamento mais severo nos custos, que inclui corte nos salários dos funcionários.

O presidente Roberto Castello Branco chegou a afirmar que está preparando a estatal para um cenário de barril de petróleo a US$ 25. No entanto, a forte retração na demanda e a guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita levaram o valor do barril a menos de US$ 20 pela primeira vez, desde fevereiro de 2002, o que provocou novos ajustes na Petrobras.

Desde ontem, a produção de petróleo passa a sofrer corte de 200 mil barris diários, volume que inclui a redução anunciada em 26 de março, de 100 mil barris diários. Para decidir quais campos de exploração terão a produção diminuída, a Petrobras levará em consideração condições mercadológicas e operacionais. “A duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada”, explicou.

A companhia também está ajustando o processamento de suas refinarias conforme a demanda por combustíveis. Como parte das ações destinadas a promover o corte anunciado de US$ 2 bilhões de gastos operacionais em 2020, foram tomadas decisões para poupar aproximadamente R$ 700 milhões em despesas com pessoal. A empresa vai postergar o pagamento, entre 10% a 30%, da remuneração mensal de empregados com função gratificada, como gerentes, coordenadores, consultores e supervisores.

Além disso, adotou mudanças temporárias de regimes de turno e de sobreaviso de cerca de 3,2 mil empregados, mais alterações na jornada de trabalho, com redução de 8 horas para 6 horas para aproximadamente 21 mil empregados. A Transpetro, subsidiária que cuida da parte de transnporte de petróleo e derivados, também aprovou plano de resiliência, que consiste em medidas para reduzir a estrutura de custos, tanto de gastos operacionais quanto de investimentos, postergando ou otimizando desembolsos, no valor de R$ 507 milhões em 2020.

Na semana passada, a Petrobras tinha anunciado o adiamento, para 15 de dezembro, do pagamento de dividendos, no valor de R$ 1,7 bilhão, e redução de gastos com recursos humanos em R$ 2,4 bilhões, postergação do pagamento do Programa de Prêmio por Performance 2019 e das horas-extras. Ontem, a petroleira reforçou que “segue monitorando o mercado e, em caso de necessidade, realizará novos ajustes”.

Já a BR Distribuidora, que tem a Petrobras como principal acionista, comunicou aos fornecedores e parceiros que precisa distribuir os volumes contratados de acordo com as demandas e necessidades do mercado, dialogando com cada um. “A decisão considerou o cenário atípico, fazendo com que a companhia identificasse a necessidade de flexibilizar o percentual de variação de volume assegurado em contrato até que todo o mercado se normalize”, explicou. Paralelamente, a distribuidora também tomou algumas medidas junto à sua revenda, prorrogando o prazo para cumprimento do volume contratado.

ANP suspende 17ª rodada de licitações
A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou, ontem, a suspensão temporária da 17ª Rodada de Licitações de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural, no regime de concessão, que estava prevista para este ano. A ANP atendeu à determinação do Ministério de Minas e Energia (MME) que, em ofício, solicitou a suspensão temporária das ações relativas à 17ª rodada, especificamente as relacionadas com a publicação do pré-edital e da minuta de contrato, em face ao atual cenário econômico e social decorrente da pandemia do novo coronavírus. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definirá um novo cronograma para a licitação, que será submetido à avaliação por seus integrantes. A ANP também aguardará nova deliberação do CNPE quanto ao planejamento plurianual das rodadas de licitações programada para o biênio 2020-2021. “A medida não suspende a Oferta Permanente de Áreas para Exploração e Produção”, disse o órgão regulador.

Diario de Pernambuco

Onze novos casos e mais uma morte por Covid-19 em Pernambuco

De acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) nesta quinta-feira (02), 11 novos casos da Covid-19 foram registrados no Estado. Com a atualização, Pernambuco contabiliza 106 ocorrências pelo novo coronavírus, passando de uma centena pela primeira vez. Outro óbito também foi confirmado em informe, subindo para 9 as vítimas fatais.

A última morte trata-se de uma mulher de 37 anos, residente no Recife, com relatos de problemas cardíacos. “No dia 25/03 foi atendida em uma emergência de uma unidade privada, sendo medicada para dor no corpo e dor de garganta, recebendo alta médica. No dia 26/03, relatou desconforto respiratório intenso, dores no corpo, além de apresentar cianose (coloração azul-arroxeada) das extremidades, sendo socorrida na mesma emergência, onde foi entubada, mas não resistiu”, diz o boletim. Familiares e contatos da paciente estão sendo monitorados.

Os novos casos são divididos da seguinte maneira: 2 são do sexo masculino, com idades entre 31 e 61 anos; e 9 do sexo feminino, na faixa etária entre 33 e 71 anos. Dos pacientes, 10 são residentes do Recife e 1 de Jaboatão dos Guararapes.

As ocorrências confirmadas, 106 no total, estão distribuídas por 12 municípios: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Palmares, Belo Jardim, Caruaru, Petrolina, Ipubi, Aliança, Goiana. Há um caso no Arquipélago de Fernando de Noronha e ocorrências de pacientes em outros Estados e países.

No momento, 30 pacientes estão internados, sendo 19 em UTI/ UCI e 11 em leitos de isolamento. Outros 50 estão em isolamento domiciliar e 17 já se recuperaram da Covid-19.

As três novas curas anunciadas são de dois homens, 47 e 34 anos, ambos residentes do Jaboatão dos Guararapes e uma mulher, de 39 anos, moradora do Recife.

DiARIO DE PERNAMBUCO

Campanha Pernambuco Solidário recebe duas toneladas de alimentos

Pelo menos duas toneladas de alimentos, água e produtos de higiene e limpeza foram recebidos através de doações da campanha Pernambuco Solidário contra o Coronavírus, montante que será distribuído para municípios do Estado e direcionados ao público que necessita dos donativos. A ação é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).

Com o intuito de estimular instituições da sociedade civil e condomínios residenciais, além de empresas privadas, a ideia pretende minimizar a situação de quem vive em situação de pobreza e de extrema pobreza nos municípios – todos eles, inclusive, devem receber donativos, mas não há data definida, já que depende da logística das equipes de cada cidade, de acordo com a Secretaria. Para o gestor da pasta, Sileno Guedes, o impacto será positivo para as famílias, principalmente neste período de isolamento social. Ele também agradeceu aos médicos pernambucanos pela iniciativa junto ao Cremepe.

Para o presidente do órgão médico, Mário Fernando Lins, o Conselho se sente no direito de cuidar das pessoas no que diz respeito a suas necessidades básicas, como alimentação e higiene. A ação, ainda de acordo com ele, encoraja que mais profissionais e a sociedade se engajem na campanha.

Pernambuco Solidário contra o Coronavírus

A ação Pernambuco Solidário contra o Coronavírus foi pensada com o objetivo de mobilizar entidades da sociedade civil, a exemplo de igrejas, Organizações não Governamentais (ONGS) e condomínios residenciais, a doar produtos que podem ser coletados pela Secretaria, em domicílio, para contribuições de, no mínimo, 50 kg ou 50 litros de água.

Para marcar data e horário da entrega das doações, as instituições devem entrar em contato com a Ouvidoria Social através do número 0800 081 4421 , (81) 3183-3055, ou pelo Whatsapp (81) 98494 1969, das 9h às 16h. Além dos contatos de telefone, o email pesolidario.covid19@gmail.com também pode ser utilizado. Através desses canais citados, é possível agendar o dia para que o caminhão disponibilizado pelo Governo do Estado passe no endereço indicado para o recolhimento.

Já as empresas, indústria e comércio que quiserem doar poderão entregar no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (CEASA), na BR 101 Sul, Km 70, Nº 550, Curado, Recife. No entanto, o #PernambucoSolidario também é voltado para pequenas doações. Nesse caso, o ponto de entrega é na SDSCJ, que fica na Av. Cruz Cabugá, 665 – Santo Amaro.

Folhape

Lula e Doria esquecem diferenças e trocam afagos sobre crise do coronavírus

Adversários históricos e ferrenhos, o ex-presidente Lula e o governador João Doria (PSDB) esqueceram as diferenças políticas e trocaram afagos em uma rede social em meio à crise do coronavírus.

“Nossa obsessão agora tem que ser vencer o coronavírus. Chegamos ao ponto do Doria ter que mandar a PM invadir fábrica pra pegar máscara. A gente tem que reconhecer que quem tá fazendo o trabalho mais sério nessa crise são os governadores e os prefeitos”, escreveu o petista.

Doria respondeu ao ex-presidente: “Temos muitas diferenças. Mas agora não é hora de expor discordâncias. O vírus não escolhe ideologia nem partidos. O momento é de foco, serenidade e trabalho para ajudar a salvar o Brasil e os brasileiros”.

Folhapress

Procurador-geral de Justiça requer ao TJPE intervenção estadual

Como a representação junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) foi recebida sem o pedido do sigilo procedimental, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informa que o requerimento de intervenção estadual é para o município de Goiana, na Região Metropolitana do Recife. O procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu de Barros, protocolou a representação, na quarta-feira (1º/04).

A representação da Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco está fundamentada em quatro linhas de investigações ― Procedimento Investigatório Criminal, instaurado pelo próprio MPPE; Relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE); Inquérito Policial, instaurado pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco); e Inquérito Cível por atos de improbidade, instaurado pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Goiana ―, que revelaram irregularidades em quase todas as Secretarias Municipais da cidade, confirmando os fatos alegados na denúncia protocolada na Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco, em novembro de 2019, por vereadores de Goiana, que indicavam diversas ilicitudes, atos de corrupção, além da alegação que o município estava desgovernado.

A vasta documentação colhida nos procedimentos de investigações comprovam nove ilicitudes, com práticas de infringência a vários princípios constitucionais, conduta de improbidade administrativa e crimes contra a administração pública.

Em síntese, as nove ilicitudes da Administração Pública de Goiana, iniciam com o (1) descumprimento de preceito constitucional mínimo de 25%, da receita resultante de impostos, a ser aplicado na educação, no exercício financeiro de 2017, sendo um dos motivos que ensejou a rejeição das contas do município pelo TCE; e a (2) reincidência contumaz do descumprimento de preceito constitucional mínimo a ser aplicado na educação, no exercício financeiro de 2019.

Na prestação de contas do exercício financeiro de 2018, o Município de Goiana (3) declarou ter aplicado na educação o percentual de 25,23%, registrando itens que não poderiam integrar a constituição desse percentual, a exemplo de compra de veículos de passeio de marca renomada, que totalizam mais de 2 milhões de reais. Os dados foram extraídos do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).

Além disso, o Poder Executivo de Goiana (4) realizou abertura de créditos adicionais de R$ 2.707.900,95, sem a devida autorização do Poder Legislativo. Na área da previdência, (5) o Município de Goiana não fez o repasse integral das contribuições previdenciárias recolhidas dos servidores, no exercício financeiro do ano de 2017, consequentemente, centenas de servidores e seus familiares estão sob a ameaça concreta de falta de coberturas previdenciárias em futuras aposentadorias. No exercício de 2017, também (6) não foram repassados R$ 1.664.848,86 da contribuição patronal normal e suplementar devidas.

No Portal da Transparência, (7) o Poder Executivo municipal não disponibilizou integralmente para a sociedade o conjunto de informações exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº101/2000), pela Lei Complementar nº 131/2009, pela Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) e pela Constituição Federal, apresentando nível de transparência ‘insuficiente’, conforme aplicação de metodologia de levantamento do Índice de Transparência dos Municípios de Pernambuco (ITMPE).

Somente com a contratação (8) de uma empresa para recolhimento do lixo no município, o procedimento instaurado pela DRACO identificou indícios de diversos crimes de fraude em licitação, além de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, sejam por superfaturamento de um contrato de R$ 9.892.766,17, sejam em razão dos atos de ilegalidade constantes em contratos, inclusive aditivos contratuais firmados no dia 1º de janeiro de 2018, em pleno feriado internacional.

Por fim, o Poder Executivo de Goiana, por meio dos seus atos administrativos, promoveu o resultado de (9) descontinuidade nas ações de planejamento no setor de saúde, fato que afronta o princípio constitucional do direito à saúde, direito fundamental da pessoa humana, uma vez que coloca a atual rede de saúde do município, frente à situação de calamidade, totalmente vulnerável, podendo causar um risco iminente para disseminação generalizada do Covid-19.

O MPPE aguarda a análise da representação pelo pleno do TJPE, que pode legitimamente aceitar ou não o pedido de intervenção.

Cuidados com a gestão financeira são fundamentais em meio à crise

Durante o período de crise causado pelo avanço da pandemia do Coronavírus, a gestão financeira – em especial, o controle do fluxo de caixa – merece atenção especial das micro e pequenas empresas. Pesquisa realizada pelo Sebrae entre os dias 20 e 23 de março, junto a um universo de 9.105 donos de pequenos negócios, revelou que, na média, a redução no faturamento das empresas foi de 69%.

Diante desse cenário, o analista do Sebrae, Adalberto Luiz, explica que o importante neste momento é manter o equilíbrio entre o que está sendo faturado e o que há de despesa. “O controle de fluxo caixa é fundamental para todos e o empreendedor deve adotar uma postura realmente criativa, buscando alternativas para a geração de receitas”, destacou.

Quando se trata de controle de caixa é preciso analisar as entradas, ou seja, as receitas que são decorrentes de vendas, e também as saídas, que incluem as despesas e os custos que a empresa possui. De acordo com o analista, o primeiro passo é verificar o volume de vendas no período e analisar outras possibilidades para compensar a perda de negócios pelo fato de não estar atuando normalmente. A orientação também vale para os microempreendedores individuais (MEI) que sofrem o impacto na redução da prestação de serviços.

O uso da internet e das redes sociais é uma alternativa para chegar até o cliente e oferecer os produtos e serviços. Mesmo não funcionando normalmente, a empresa pode manter o negócio com entregas em domicílio (delivery) e não precisa necessariamente criar uma loja virtual para realizar o atendimento. As plataformas das principais redes sociais, como Instagram e Facebook, possuem recursos para anúncios pagos e o Whatsapp também oferece uma versão voltada para os negócios individuais ou de menor porte, chamado Whatsapp Business.

O Sebrae também disponibiliza aos donos de pequenos negócios a plataforma Mercado Azul (incluir link), que funciona com uma vitrine digital para anunciar e encontrar fornecedores, de forma gratuita, em todo o país. Além disso, para facilitar as transações financeiras, as operadoras de cartões de crédito já oferecem a possibilidade de pagamento por meio de envio de links para os clientes.

Em relação às despesas, o analista orienta avaliar tanto os custos fixos quanto os custos variáveis. No primeiro caso, o empresário deve buscar renegociar com os credores com o objetivo de postergar os pagamentos ou até mesmo propor os parcelamentos dos custos, como aluguel, por um certo período. Já os custos variáveis devem ser avaliados de acordo com a produção, tendo em vista a queda nas vendas. “Esse é o momento que o empreendedor tem que ter muito cuidado ao tomar decisões seja para tomar um crédito, seja para demitir. Vale lembrar que demissões geram um custo muito alto e que depois será necessário um novo custo para contratar.” alertou o analista.

Deputado jornalista Fernando Rodolfo destina R$ 1 milhão pra Hospital Mestre Vitalino

O deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE) acertou hoje (02) com o governo do estado que a emenda individual de R$ 1 milhão que remanejou, a pedido do governador Paulo Câmara, no combate à pandemia do novo coronavírus em Pernambuco será destinada ao Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

“O Mestre Vitalino tem sido uma referência, no Agreste, na luta contra os malefícios do Covid-19. Tenho absoluta convicção de que os recursos redirecionados da nossa emenda serão muito bem aplicados, ajudando a atenuar os graves efeitos da pandemia no interior”, justificou ele.

Em ofício do dia 26 último, Rodolfo havia comunicado a Paulo Câmara, seu adversário político, em resposta a ofício do governador, que remanejaria R$ 1 milhão de suas emendas individuais ao orçamento fiscal da União para o combate à pandemia do coronavírus em Pernambuco.

“Embora politicamente opostos, até com alguma virulência, jamais deixaríamos, como pernambucano, de atender o apelo de Vossa Excelência, conforme o Ofício Circular 1/2010 que nos foi encaminhado, no sentido de remanejar a destinação de emendas parlamentares individuais no combate à expansão do Covid-19”, assinalou o deputado do PL.

Empresas exploram novas ferramentas para sobreviver durante a crise

A necessidade de adotar um regime de quarentena ou permanecer o máximo de tempo possível em sua casa é uma indicação que vem sendo constantemente incentivada por governantes e autoridades da saúde em todo mundo nos últimos dias. A medida tem se mostrado, até o momento, uma das orientações mais eficazes no combate a pandemia global do coronavírus. Entretanto, um dos efeitos colaterais diretos do isolamento social é a redução significativa ou até mesmo suspensão das atividades comerciais, entre elas lojas, restaurantes e demais estabelecimentos que devem grande parte de seu faturamento a venda direta com a presença física de público.

Neste cenário, inúmeros empreendimentos estão buscando alternativas para manter as atividades em funcionamento parcial, sem comprometer as orientações básicas de combate a disseminação do vírus, que compreendem em evitar aglomerações e práticas sociais que envolvam contato físico. Muitos têm adaptado as vendas para o formato online e explorado as ferramentas tecnológicas para estimular as vendas. “Sabemos o tamanho da importância de seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das autoridades locais nesse momento tão complicado. Ao mesmo tempo, nos vimos com o desafio de encontrar uma maneira de manter o negócio em funcionamento para ao menos amenizar o impacto econômico dessa pandemia”, comenta Bruno Esperança, diretor geral da Esalflores, maior rede de floriculturas do país.

Com matriz em Curitiba (PR) e unidades nas cidades de São Paulo (SP), Guarulhos (SP) e Recife (PE), a Esalflores, além de direcionar as vendas para a plataforma de e-commerce, passou também a executar vendas via telefone e chamada de vídeo. “Adaptamos as operações para um modelo de contingência e estamos focando em três propósitos: garantir a manutenção das flores e plantas, pois são produtos naturais vivos e perecíveis que não resistiriam ao cancelamento integral das atividades; subsidiar a sobrevivência mínima da empresa para evitar a paralisação total; e manter o suprimento desse serviço para o público, já que em um momento de reclusão, nós julgamos que cultivar plantas em casa e manter um contato com a natureza pode ajudar muito a atravessar esse período tão delicado”, conta o empresário. Entretanto, o formato atual de funcionamento não representa nem 10% do faturamento em dias normais. “O formato de venda em vídeo guia, em que levamos o cliente para passear pela loja e escolher os produtos por meio de uma vídeo chamada, está sendo testado e os resultados nos surpreenderam bastante, mas ainda assim a demanda está muito abaixo do normal”, completa Bruno Esperança.

Para a NESH Eco.Cosméticos, marca de cosméticos naturais e veganos localizada em Curitiba (PR), a opção foi disponibilizar um número de whats app para as vendas. “Colocamos todo o estoque disponível para a comercialização pelo whats app. É uma opção viável e estamos nos adaptando a trabalha-la da melhor forma, mas quebra um pouco do fluxo da ideia de loja da nossa marca, até porque nossas linhas de produtos envolvem sensações e experiências, e diferente de uma plataforma de e-commerce por exemplo, que garante a exposição e descrição de todos os produtos, no whats app esse tópico é mais limitado”, explica o idealizador da NESH, Thiago Pissaia. A mesma medida foi adotada pela chocolateria Cuore di Cacao, que viu a crise explodir bem perto da Páscoa, época do ano mais importante para a empresa. Nos últimos dias, a forma encontrada pela chocolateria para comercializar seus produtos foram os pedidos via WhatsApp.

No segmento da gastronomia, inclusive, estão os empreendimentos que sentiram mais rapidamente os efeitos econômicos do coronavírus. Centenas de negócios tiveram que adequar seus serviços a novos formatos. “Para manter seus serviços ativos e preservar algum fluxo de caixa, muitos estabelecimentos optaram por dar exclusividade ao serviço via delivery ou para ações de retirada de pedidos no balcão. São várias as plataformas, já bastante populares no Brasil, que proporcionam esse suporte, e até representam uma boa parte do faturamento de diversos empreendimentos, porém muitos empreendimentos passaram a aderir a este sistema somente devido aos efeitos da crise e estão tentando se adaptar”, conta o diretor geral da Associação de Brasileira de Bares e Restaurares (Abrasel – PR), Luciano Bartolomeu. Marcas como Cookie Stories, Bangalô dos Pastéis, Soho Burger Gallery e O Barba continuam com suas cozinhas funcionando atendendo a crescente demanda de quem está em casa. Até a cervejaria Way Beer, uma das grandes referências do mercado cervejeiro brasileiro, lançou uma ação de venda de chope em lata, com compra via WhatsApp e entrega gratuita.

Já muitos bares e restaurantes que resolveram suspender totalmente os seus serviços estão apostando em vouchers para consumo futuro para movimentar o caixa. O Sirène Fish & Chips, por exemplo, maior rede de fish n’ chips da América Latina, lançou a campanha “Super Ação Sirène”. Em parceria com o PicPay, fintech que permite o pagamento das compras direto pelo smartphone, com cartão de crédito ou valor de transferência, a rede oferece vouchers para serem utilizados nas unidades do Sirène após o período de quarentena. Para participar é bem fácil, basta o cliente ter a plataforma PicPay, escolher no campo de busca a unidade do Sirène que pretende contribuir e adquirir vouchers com valores entre R$ 20 e R$ 500. Além de ajudar o empreendimento a girar o caixa das próximas semanas, o usuário terá R$ 8 de cashback, além de benefícios e brindes exclusivos do empreendimento, como tênis, meias e bonés.

“Estamos passando por um período de incertezas quanto ao Coronavírus, mas família mesmo nunca abandona. Desenvolvemos um plano diferenciado e cheio de novidades para que todo mundo continue unido nesse período que estaremos com operações restritas. Nossos clientes poderão comprar vouchers do Sirène para consumo na unidade que estiver afim depois que tudo isto passar. É uma forma de ficarmos juntos, nos ajudarmos e tocarmos a vida”, completa Lucas Lopes, sócio fundador da rede.

Cortes de 50% nos recursos do Sesc e do Senac prejudicam empresas, trabalhadores e população

O Governo Federal não aceitou o pacote de medidas no valor de R$ 1 bilhão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), administradora de um dos maiores sistemas de desenvolvimento social do mundo, o Sistema CNC-Sesc-Senac, para o combate à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), no Brasil. Ao contrário, publicou a Medida Provisória Nº 932/20, no último dia 31/3, que institui cortes de 50% nas contribuições das empresas para o Sistema S por um período de 3 meses.

A decisão do Governo gera um profundo impacto na atuação das duas instituições em Pernambuco. O Sesc e o Senac deixarão de realizar mais de 3,1 milhões de atendimentos ao público e inscrições em cursos e serviços no estado. Com a redução do orçamento dos S, será necessário fechar unidades, podendo chegar a até 29 equipamentos do Sesc e do Senac no território pernambucano.

Em todo o País, conforme alertou já na semana passada a CNC, será preciso fechar 265 unidades do Sesc e Senac com a diminuição dos recursos, além de reduzir mais de 36 milhões de atendimentos, no Brasil. A redução dos atendimentos do Sesc e do Senac vai ocorrer em municípios que, em muitos casos, necessitam da infraestrutura dessas instituições para atendimento básico à população.

“A sociedade será a maior prejudicada, diante do atual contexto do País e do risco da perda, em alguns meses, de grande parte do que foi construído em sete décadas e meia de prestação de serviços de educação e bem-estar ao povo brasileiro”, ressalta o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE, Bernardo Peixoto. Com o fechamento temporário das empresas do comércio na maioria dos estados brasileiros, é provável que o número de demissões aumente, o que representa uma redução ainda maior das verbas que serão destinadas ao Sesc e ao Senac.

O discurso de corte de gastos, no entanto, é contraditório, já que o Governo Federal não apresentou proposta alguma na contenção de impostos. “A diminuição e a isenção de tributos seria uma medida efetiva na proteção do comércio, principalmente em relação às micro e pequenas empresas”, informa Peixoto. A redução da contribuição para os empresários tem um efeito mínimo, já que a conservação desses serviços protegeria ao mesmo tempo a saúde da população e dos seus trabalhadores.

Para evitar o fechamento das unidades e a redução dos atendimentos, a CNC havia enviado, na semana passada, ao presidente da República Jair Bolsonaro, aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e aos presidentes da Câmara Rodrigo Maia e do Senado David Alcolumbre um plano de ações do Sesc e Senac, no valor de R$ 1 bilhão, para conscientização, combate ao novo Coronavírus (Covid-19) e prestação de serviços à sociedade nos próximos três meses.

IMPACTO – 50% de corte na arrecadação compulsória em 3 meses em Pernambuco

Números gerais em PE
Menos 3.126.611 atendimentos, vagas e inscrições nos serviços oferecidos por Sesc e Senac

Números gerais no Brasil
Menos 36.409.873 atendimentos, vagas e inscrições nos serviços oferecidos

Grupo de estudos virtual sobre artes é realizado em Caruaru

Considerando o período de quarentena, em virtude da pandemia do COVID-19, em que as autoridades em saúde recomendam o isolamento social, a produtora caruaruense Circullus e o Ateliê Humberto Botão lançam, conjuntamente, programação virtual voltada para as artes visuais. Neste sentido, estão abertas as inscrições para o I grupo de estudos sobre artes, com tema “Arte e Sociedade: pontes ou muros?”, com mediação do artista visual e professor Caju Galon.

A iniciativa busca estimular o entendimento sobre a dinâmica entre a arte contemporânea e a sociedade buscando fronteiras, transformações e conceitos fundamentais para compreender essa relação. Serão quatro encontros, aos sábados, que acontecerão através da plataforma virtual TeamLink.

O grupo de estudos abordará questões como arte e sociedade; o século XX e as vanguardas: rupturas; transições e transformações; e a pluralidade atual. Ao final, será emitido certificado de participação com carga horária de 18h/aula. O grupo de estudos disponibiliza 20 vagas e tem como público alvo artistas visuais, produtores culturais e pessoas interessadas no tema.

A participação se dará de forma gratuita, mediante inscrição através do link: https://forms.gle/PfUQRNgQHyBHZzcq5, até o dia 8 de abril ou até haver vagas disponíveis.

*Sobre o facilitador*

Caju Galon é artista multimídia e professor de artes visuais. É especialista em Arte e Tecnologia (UFRPE) e integrante do coletivo Atelier D43. Trabalhou em diversas ações culturais e exposições coletivas na América do Sul e França.