Processo Seletivo para Hospital Universitário Oswaldo Cruz oferece 670 vagas

Estão abertas as inscrições para o processo que selecionará 670 profissionais de saúde para atuar no complexo hospitalar da Universidade de Pernambuco (UPE). Os interessados têm somente até o próximo sábado (28/03) para efetivarem suas inscrições no site (www.upenet.com.br). Segundo o Governo de Pernambuco, os profissionais serão utilizados no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), centro de referência em Pernambuco para o atendimento de casos da Covid-19.

Estão sendo oferecidas vagas para os seguintes cargos: Enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, biomédicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos intensivistas, clínicos, infectologistas e pediatras, além de técnicos em enfermagem e flebotomistas.

As inscrições gratuitas são feitas, exclusivamente, pelo site   www.upenet.com.br.

O processo seletivo será realizado em uma única etapa eliminatória e classificatória em avaliação curricular, com validade de 12 meses, podendo ser prorrogável por igual período. A convocação para as contratações será através de publicação no Diário Oficial do Estado e através de e-mail dirigido ao endereço eletrônico constante na ficha de inscrição do candidato classificado.

O resultado final será divulgado no dia 04 de abril. O certame, executado pela Universidade de Pernambuco – UPE, está regido por meio do Decreto N° 48.840 assinado pelo governador Paulo Câmara e pela Portaria Conjunta SAD/UPE Nº 036, de 24 de março de 2020.

O Complexo Hospitalar da UPE é composto pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), pelo Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e pelo Pronto Socorro Cardiológico Universitário (Procape).

O candidato que não atender à convocação para a sua contratação, no prazo máximo de três dias úteis, juntamente com a apresentação dos documentos para a comprovação dos requisitos para a contratação, citados no Edital, será considerado desistente, sendo automaticamente excluído do processo seletivo simplificado e será imediatamente convocado outro candidato, respeitadas a classificação geral dos candidatos aprovados.

Fernando Rodolfo atende a pedido de Paulo Câmara e destina R$ 1 milhão ao combate do coronavírus

O deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE) atendeu a pedido de Paulo Câmara, seu adversário político, e comunicou ao governador, em ofício que acaba de lhe enviar, o remanejamento de R$ 1 milhão de suas emendas individuais ao orçamento fiscal para o combate à pandemia do coronavírus em Pernambuco.

“Embora politicamente opostos, até com alguma virulência, jamais deixaríamos, como pernambucano, de atender o apelo de Vossa Excelência, conforme o Ofício Circular 1/2010 que nos foi encaminhado, no sentido de remanejar a destinação de emendas parlamentares individuais no combate à expansão do Covid-19”, assinala.

Fernando Rodolfo enfatiza, ainda, que tomou a decisão de realocar R$ 1 milhão de suas emendas porque “acima das divergências políticas está o bem comum” e existe “a necessidade premente de mais recursos públicos para enfrentar o novo coronav

Queda média de 26% no segmento de transporte revela impacto da crise

Em meio ao isolamento social e ao fechamento ou restrição de vários segmentos, a demanda por carga vem caindo drasticamente. Segundo pesquisa da NTC&Logística, associação que reúne 10 mil transportadoras, na média, a queda chega a 26,14% desde o início da crise do coronavírus, indicando o forte impacto provocado pela pandemia na atividade econômica.

O levantamento, divulgado ontem, mostra que, nas cargas fracionadas, o recuo é de 29,81%, enquanto nas de lotação total a redução é de 22,91%. O dado mais preocupante, contudo, é a forte retração, de mais de 55%, de transporte de cargas da indústria de embalagens, um indicador antecedente dos resultados da economia.

Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística, explicou que a pesquisa foi realizada na segunda e na terça-feira, com 695 associados. “A ideia é fazer semanalmente, porque os resultados estão mudando muito rapidamente. Na segunda-feira, a queda geral estava em 19%, na terça aumentou para 23%. E fechamos em 26%. Vai subir mais, na medida em que atividades continuarem paradas”, alertou.

De acordo com o levantamento, na carga fracionada o setor de lojas foi o que mais cortou pedidos, com recuo de 40,74%. O setor de embalagens teve a maior redução, 55,36%, no segmento de carga completa, quando todo o conteúdo do caminhão vai para um único destino. Esse número mostra que mais queda vem por aí, uma vez que embalagem é um insumo utilizado por todas os setores da indústria. Se cai a procura por embalagem, em seguida, a demanda geral acompanha o movimento.

“A gente espera noticiar a volta da carga e não só o sumiço dela. Mas tende a piorar bastante porque São Paulo entrou em quarentena esta semana. Falei com dois grandes empresários do setor e, de ontem para hoje, a queda é de 50%”, detalhou Valdívia. Segundo ele, como o volume de cargas está caindo, o faturamento também recua na mesma proporção. Pior do que isso: os clientes não estão pagando nos vencimentos, afirmou.

O presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, ressaltou que a média geral é de queda de 26,14%, mas há setores que continuam sendo abastecidos. “Não houve recuo na entrega de medicamentos. As farmácias estão sendo atendidas, houve crescimento”, destacou.

Segundo Pelucio, algumas medidas do Ministério dos Transportes são positivas, como a prorrogação do registro nacional e a liberação das balanças nas pesagens. “No entanto, precisamos de apoio nas estradas. Os restaurantes estão fechados. Para que o setor de cargas possa continuar abastecendo o Brasil precisamos que os motoristas tenham uma rede de suporte, com restaurantes, borracharias, para que cheguem ao destino”, assinalou.

Plataforma
O TruckPad, maior plataforma de conexão entre caminhoneiros e cargas da América Latina, também realizou um levantamento, a partir de uma base de mais de 10 mil contratantes de frete, e os resultados estão em linha com a pesquisa da NTC&Logística. A queda é de cerca de 25% no volume de cargas nesta semana, em relação à operação normal das transportadoras.

O movimento das cargas chamadas last mile (entregas de última milha, representando o último percurso) teve recuo de quase 30%. São as entregas realizadas em estabelecimentos comerciais, como lojas de ruas e de shopping centers. “Já para as cargas completas, também chamadas full truck load, que ocupam toda a capacidade de um veículo, a pesquisa aponta queda de 20%, demonstrando que há uma desaceleração no agronegócio, no comércio atacadista e uma boa parte da indústria”, destacou o estudo da TruckPad.

Correio Braziliense

Coronavírus: bancos mudam horário para atender idosos, gestantes e pessoas com deficiência

Já prevendo a alta demanda dos bancos nos dias de pagamento dos benefícios aos aposentados e pensionistas, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) recomendou que as agências adotem um horário de funcionamento exclusivo para idosos, gestantes e pessoas portadoras de deficiências. A intenção é evitar a propagação da COVID-19 entre as pessoas dentro do grupo de risco.

De acordo com a nova grade de horários, as instituições bancárias vão abrir às 9h para atender as pessoas desse grupo. A partir das 10h, o público em geral poderá utilizar as mesmas unidades bancárias. Além disso, as agências devem agir em regime contingenciado, ou seja, com limite de pessoas no local.

Incentivo ao uso do Internet Banking

Para tentar reduzir o número de pessoas nas agências, os bancos ampliaram também as funções do ‘Internet Banking’. Pensando nos idosos que não têm familiaridade com os canais digitais, a FEBRABAN publicou uma cartilha com instruções de como acessar a conta online. O conteúdo está disponível no link http://bit.ly/2xD2T4g

A Federação Brasileira de Bancos informou ainda que casas lotéricas, postos dos correios e supermercados poderão realizar operações bancárias. Saques de conta corrente e poupança e recebimento dos benefícios de programas sociais (INSS, seguro desemprego, PIS e FGTS) são algumas das funções que poderão ser feitas nesses estabelecimentos.

Segundo a FEBRABAN, todas as medidas foram definidas dentro das orientações do Banco Central. Cada banco deve informar os clientes das mudanças. O Santander, Bradesco, Caixa, entre outros bancos, já adotaram as precauções.

INSS online
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) determinou, na segunda-feira (23), que não haverá atendimento presencial em todas as agências do país. A medida consta na Portaria nº 412, de 20 de março de 2020, assinada pelo presidente do INSS.

O intuito dessa ação é evitar aglomerações e a proliferação da COVID-19. No período em que as agências estiverem fechadas, os atendimentos serão feitos online, pelo site meu.inss.gov.br, e na Central de atendimento 135.

Além disso, o INSS afirmou que não houve alterações no calendário de pagamento dos benefícios. As datas estão disponíveis no site do instituto ou no link https://www.inss.gov.br/o-calendario-de-pagamento-de-beneficios-de-2020-ja-esta-disponivel/

EUA registram cerca de 70.000 casos e mais de mil mortos por coronavírus

A lone pedestrian crosses 14th Street dowtown as the US Capital is almost deserted by traffic during the 6pm usual rush hour in Washington on March 25, 2020. – Local authorities have decided to shut down all non-essential businesses from March 25th to April 24th to fight the Covid-19 (Coronavirus) outbreak and avoid it’s spread. (Photo by Eric BARADAT / AFP)

Subiu para 1.031 o total de mortos pela Covid-19 nos Estados Unidos, onde existem 68.572 casos da doença, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

Com esses números, os Estados Unidos seguem como o terceiro país com mais infecções, depois da China e da Itália, que registrou 827 mortes nas últimas 24 horas.

A taxa de mortalidade pelo novo coronavírus no território americano é de 1,5%, embora se acredite que o número real de infectados seja muito maior.

O estado de Nova York é o mais atingido pela pandemia, segundo o monitoramento da universidade, que calcula 280 mortes na cidade de Nova York desde o surgimento do surto.

Depois de ser detectado na cidade chinesa de Wuhan no final de dezembro, o novo coronavírus matou 21.000 pessoas em todo o mundo.

Uma projeção compartilhada com o Congresso no início deste mês estima que 70 a 150 milhões de pessoas possam ser infectadas com o vírus nos Estados Unidos, um país de 329 milhões de pessoas.

A principal causa de morte entre os americanos em 2018 foram as doenças ligadas ao coração, que de acordo com o último número oficial disponível, causou aproximadamente 650.000 óbitos, enquanto gripe e pneumonia causaram cerca de 60.000 falecimentos.

Petrolina confirma segundo caso do novo coronavírus

A prefeitura de Petrolina, sertão de Pernambuco, confirmou, nessa quarta-feira (25), o segundo caso de contaminação pelo novo coronavírus. O paciente é um homem de 53 anos, com histórico de viagem recente a outros estados do país.

Ele está internado em um hospital da rede particular e seu estado de saúde é estável. As pessoas que tiveram contato com o paciente estão em isolamento domiciliar e são monitoradas pela Secretaria de Saúde.

“Foram notificados mais 2 pacientes com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), já com exames coletados. Um paciente recebeu alta e encontra-se em isolamento domiciliar, sendo monitorado pela Secretaria de Saúde. O outro segue internado e ambos aguardam o resultado do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE). Temos 14 casos de SRAG em investigação, sendo 1 deles já confirmado para Influenza A e outro anteriormente para H1N1. Nenhum óbito relacionado a essas doenças foi registrado na cidade. Não é preciso pânico, pois a prefeitura tem um grupo que avalia e monitora toda a situação”, destacou a secretária de Saúde de Petrolina, Magnilde Albuquerque, em nota publicada no site da prefeitura.

Petrolina conta com duas confirmações da Covid-19 e oito casos suspeitos em investigação, onze casos já foram descartados. A prefeitura reforçou que está dedicando todos os esforços para manter sob controle a proliferação do vírus na cidade e pediu para que a população permaneça em casa, em isolamento social.

Folhape

Após fala de Bolsonaro, Mandetta diz que fica e pede racionalidade em quarentena

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, endossou nesta quarta-feira (25) o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro e criticou medidas fortes de restrições de circulação por causa da pandemia de coronavírus.

Mandetta falou em racionalidade e afirmou que as determinações sobre quarentena foram feitas de forma desorganizadas, precipitadas e ocorreram muito cedo. Ele defendeu que haja melhores critérios conversados entre o Ministério da Saúde e governadores.

“Temos que melhorar esse negócio de quarentena, foi precipitado, foi desarrumado”, disse. Mandetta afirmou que as restrições de circulação podem comprometer, inclusive, o sistema de saúde.

O ministro participou de entrevista coletiva realizada de forma remota, mas fez apenas uma fala inicial. Ele se retirou antes de atender as perguntas encaminhadas pelos jornalistas. Em sua fala, Mandetta disse que fica no cargo e só sai quando o presidente achar que ele não serve ou se ficar doente.

O ministro disse defender critérios de quarentena baseados em patamares de números de casos de cada estado. Assim, medidas poderiam ser tomadas de acordo com o avanço da doença.

Ele também citou as preocupações econômicas, um dos principais argumentos de Bolsonaro. “Se não tivermos cuidado com atividade econômica, essa onda de dificuldade que a saúde vai trazer vai provocar uma onda de dificuldade ainda maior com crise econômica”, diz.

Em pronunciamento na noite desta terça-feira (24), Bolsonaro criticou o fechamento de escolas e do comércio, contrariou orientações dos órgãos de saúde e atacou governadores.

Assim como Bolsonaro, o ministro da Saúde também citou alternativas para quarenta, que poderia ser focada apenas em idosos e de pessoas com sintomas. “Tem várias maneiras de fazer quarentena, a horizontal, a vertical, isso tudo tem um bando de gente estudando. Não vamos fazer nada que a gente não tenha confiança”, disse. “Antes de adotar o fecha tudo, existe a possibilidade de trabalhar por bairro, existe a possibilidade de fazer redução em determinados aparelhos.” Ele também falou da importância da fé. “Que as igrejas fiquem abertas, mas não se aglomerem.”

Ministério da Saúde registra 2.433 casos da doença e 57 mortes nesta quarta-feira. A evolução no número casos, com relação ao dia anterior, tem caído desde segunda-feira, quando se iniciaram restrições mais fortes de circulação em vários estados do país, como São Paulo (onde está a maioria dos casos e mortes).

Nesta quarta, esse avanço foi de 11% no Brasil. No dia 22, por exemplo, o aumento no número de casos havia representado um salto de 37% na comparação com o dia anterior.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, diz que não é possível identificar impactos nessa evolução. “Não há menor possibilidade de ter algum resultado com algo implementado há alguns dias atrás”, disse ele. Mandetta afirmou que o número de casos está dentro do esperado para esta época.

Segundo pesquisa Datafolha, o ministério que Mandetta coordena é mais bem avaliado que o presidente da República na crise do coronavírus. Dos 1.558 entrevistados entre 18 e 20 de março, 55% aprovam o trabalho da pasta da Saúde. Já Bolsonaro tem sua gestão da pandemia aprovada por 35%.

No domingo (22), em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro afirmou que Mandetta havia exagerado e usado palavras inadequadas. Ele se referia à declaração de que, em abril, o sistema de saúde entrará em colapso. Nos bastidores, Bolsonaro cobrou do médico um discurso mais afinado ao do Palácio do Planalto no combate à pandemia do coronavírus.

O presidente se irritou, de acordo com auxiliares próximos, com o fato de Mandetta não tê-lo defendido, em entrevistas à imprensa, por ter participado de manifestação a favor do governo em Brasília em meio à crise do coronavírus –a recomendação da pasta era para evitar aglomerações.

Folhapress

Pensei que fosse montagem, diz Caiado sobre pronunciamento de Bolsonaro

Horas depois de anunciar um rompimento com Jair Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, 70, (DEM), afirmou à reportagem que o presidente da República perdeu as condições de liderar o enfrentamento à crise do coronavírus.

Caiado, que é médico, disse ter pensado ser “uma montagem” o pronunciamento de Bolsonaro na TV na noite de terça-feira (24), em que o presidente voltou a minimizar o risco do vírus e atacou a restrição ao funcionamento de atividades econômicas.

“Minha indignação é ele tratar de um assunto do qual ele não tem o menor conhecimento. Não se assessorou de ninguém para produzir um texto tão irresponsável”, declarou o governador.

O político goiano, que impôs limitações ao comércio no estado para amenizar os efeitos do vírus, criticou o risco econômico como argumento para flexibilizar essas medidas.

“Ele deve ter sido contaminado por algum empresário que só enxerga cifrão”, afirmou.

“Está mais preocupado com CNPJ do que com CPF.”
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Pergunta – Como avalia o comportamento do presidente na crise?

Ronaldo Caiado – Minha indignação é ele tratar de um assunto do qual ele não tem o menor conhecimento. Não se assessorou de ninguém para produzir um texto tão irresponsável e que provocou uma insegurança nas orientações de como o cidadão deve se comportar.

Ele deve ter sido contaminado por algum empresário que só enxerga cifrão. É uma situação que eu não vou admitir. Sou governador, tenho a prerrogativa de legislar sobre essa matéria. As decisões do presidente na área de saúde não interferem no estado de Goiás. Aqui, vamos continuar com o decreto que vale até dia 4 [de abril].

Quais seriam as consequências de uma redução dessas restrições?

RC – Aqui em Goiás, não vai ter muita consequência, porque o que vai ser colocado em prática são as decisões que eu vou decretar. Os goianos podem se sentir protegidos. As decisões na área de saúde serão tomadas por mim.

Seria um erro flexibilizar as regras agora?

RC – Na quarentena, o importante é que você vai calibrando. Você vê a chegada do vírus, a agressividade, o nível de contaminação e o percentual de pacientes internados por problemas respiratórios agudos. Eu não tenho como acertar com o coronavírus: “Olha, vamos fazer um acordo? Você faz isso aqui, e eu vou fazer aquilo”. As pessoas têm que parar de ser primárias nesse assunto. No dia 4, eu vou dizer qual é a situação e vou testar [possíveis flexibilizações].

Outros governadores já haviam manifestado insatisfação com o presidente. Seu discurso chama atenção porque era um aliado de primeira hora. O presidente perdeu condições de governar neste momento de crise?

RC – Para mim, nesta situação específica da saúde, totalmente. Eu vou me guiar por decisões que tomarei junto com a parte técnica do Ministério da Saúde, ouvindo a comunidade científica. Eu, como médico com 44 anos de formado, não posso admitir que um presidente da República vá prescrever cloroquina na porta do palácio. Isso é uma irresponsabilidade completa. Todo mundo sabe que não cura todos os casos e que as complicações são grandes.

Alguns políticos dizem acreditar que o presidente está esvaziado. Essa situação pode alimentar um processo de impeachment?

RC – Já vimos essa tese de impeachment logo no início do governo. O que eu espero é que ele reflita melhor, não se sinta dono da verdade e tenha humildade em ouvir as pessoas antes de tomar posições que podem constranger seus aliados, como eu fui até poucas horas.

Ouvir aquele depoimento dele em rede nacional foi algo constrangedor. Eu, de repente, tive que ouvir de alguns empresários: “E agora, eu cumpro sua ordem ou a ordem do presidente?”.

Ele já tem uma vida dentro da Câmara, um ano e dois meses de presidente. Precisa parar de fomentar essas crises. Toda crise provoca sequelas do ponto de vista econômico e de emprego. Para quê motivar um quadro que é frágil e não modular esse processo?
A equipe econômica até hoje tem atuado de uma forma totalmente distante da vida como ela é. Quando nada está dando certo, de repente a responsabilidade é da classe médica, do governador, de todo mundo, menos do presidente e do seu ministro?

O sr. disse pela manhã que o presidente coloca uma escolha entre as vidas e a sobrevivência econômica.

RC – O que eu vou dizer é que está mais preocupado com CNPJ do que com CPF.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou recentemente que se arrependia de ter votado em Bolsonaro. O sr. se arrepende?

RC – Eu sempre tive simpatia pela candidatura do Bolsonaro, apoiei em vários momentos muito delicados. Não tenho pé em duas canoas, sempre fui muito convicto das minhas posições. Todos desejamos que ele dê certo. Queremos que o Brasil saia da crise, mas, nesse momento especifico, talvez a maior crise desta geração, o comportamento dele realmente tem sido de sucessivas declarações malsucedidas e altamente prejudiciais à organização de uma estrutura para combater a virose.
Esse negócio de ficar arrependido… Chorar leite derramado não é muito meu estilo. Problemas existem, eu não sou perfeito, todos nós erramos, mas todo erro tem limite. Espero que a gente supere isso com o maior número de vidas salvas e, depois, possamos recuperar a economia. Porque não tem economia se nós tivermos um avanço continuado dessa doença, com centenas de milhares de óbitos no decorrer desse período.

O sr. disse que, a partir de agora, só tratará com o presidente por comunicados oficiais. Como fica a relação?

RC – Protocolar. De uma forma protocolar, o governador de Goiás conversará com o presidente da República.

O ministro Mandetta tem condições de conduzir a pasta de acordo com uma visão científica, dado o comportamento divergente do presidente?

RC – Meu respeito ao Mandetta é pelo preparo dele. Ele se dedica, tem preparo intelectual, tem conteúdo. Um governo tem que ser alicerçado por pessoas que têm esse nível. O presidente não vai decidir o que o Mandetta vai fazer. O Mandetta vai fazer o que sua formação e a sua conduta vão determinar que seja feito. Ele não vai prescindir da sua posição de médico para ter cargo.

Ele saberá tranquilamente tratar conosco do assunto e nós vamos saber calibrar isso. Tendo uma quarentena de 15 dias, para depois ir modulando, as pessoas que devem e as atividades que podem, por que isso é um colapso mundial? Onde está escrito? Essa ganância doida não tem lógica nesse momento.

O sr. já declarou mais de uma vez que o presidente lava as mãos para a crise.

RC – A responsabilidade de um presidente da República num momento tão delicado como esse é de minorar as crises. O que eu não posso é transferir a responsabilidade. Isso resolve algum problema? Eu não estou muito mais criando um meio de cultura para fomentar a desordem e a desobediência civil? Lógico que eu estou.

Essa tentativa de lavar as mãos é inaceitável para um governante, inadmissível. Você sabe quantos colegas médicos estão se contaminando, na frente de guerra, de repente ver o presidente da República falando que aquilo é uma gripezinha, um resfriado? Pô, cara, espera aí. Veja bem o desmerecimento.

O que o sr. pensou quando viu o pronunciamento do presidente, com essas expressões?

RC – Sinceramente, eu vi depois. Chegou a mim e eu pensei que fosse alguma montagem. Eu quis me certificar de que aquilo era realmente verdade. Eu refleti muito, analisei muito. Será que nós estamos errados? Será que ele tem alguma fonte, alguma base científica, algo que realmente sustente a tese dele? Ninguém tem hoje direito de fazer saúde na tese do achismo. Então você encerra todas as publicações científicas, desativa todos os centros acadêmicos, desrespeita todas as autoridades de cada área e vai ser o dono do mundo.

No Recife, IPTU 2021 poderá ser antecipado até junho

Contribuintes do Recife ganharão um incentivo para antecipar o pagamento Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD) referentes ao próximo ano. Os valores, idênticos aos lançados sem descontos em 2020, contarão com um abatimento de 15% para quem optar pelo pagamento integral do tributo até o dia 30 de junho.

A possibilidade de antecipação do tributo foi aprovada na última terça pela Câmara do Recife, que também autorizou a prefeitura a contratar até R$65 milhões em empréstimo junto ao Banco do Brasil para compra de insumos de saúde para combate à Covid-19.

De acordo com o secretário de Finanças do Recife, Ricardo Dantas, a medida, que visa minimizar os impactos financeiros feitos pela Prefeitura do Recife nesse combate a pandemia na Cidade, pretende ofertar um equilíbrio dos cofres públicos com a queda da arrecadação. “Fomos procurados por grandes contribuintes com a proposta de antecipar o pagamento e assim foi feito. Contudo, não poderíamos fazer para alguns e para outros não, por isso, a necessidade de ofertar a possibilidade para quem puder fazer essa antecipação, fazê-la com esse desconto e sem a incidência de correção”, explica o secretário.

Ele ressalta, ainda, que qualquer interpretação que não seja de que é facultativo ao cliente antecipar ou não, é falsa. “ Em um momento em que toda atividade econômica está deprimida em função das medidas restritivas, essa medida procura compensar essa queda e oferecer a possibilidade de ajudar o município a colocar mais equipamentos necessários para montar toda estrutura para atender as vítimas mais graves do Covid-19”, argumenta Dantas.

Para o contribuinte que dividiu o IPTU deste ano, a Secretaria de Finanças também está abrindo a possibilidade de antecipar os vencimentos e pagar com descontos o valor do imposto. “Estamos dando como incentivo o mesmo valor do desconto de quem pagou a cota única deste ano. Desta forma, quem optar por antecipar as parcelas que terminariam em novembro em cota única para ser quitada até o fim de abril, terá um desconto de 10% no valor devido do imposto”, complementa o secretário de finanças.

O contribuinte que tem dúvidas, pode entrar em contato com a Secretaria de Finanças do Recife pelo “Fale conosco” do Portal de Finanças: portalfinancas.recife.pe.gov.br.

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