O Dia Nacional de Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio, foi vivenciado pelos usuários, familiares e trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial de Caruaru, nesta quinta-feira (16). Eles percorreram as ruas do bairro Boa Vista, em caminhada, empunhando faixas alusivas ao tema deste ano: ‘A gente não quer só comida, a gente quer viver, trabalhar e amar em liberdade’.
A concentração foi no CAPS III, onde houve falas ao microfone dos profissionais do serviço, de entidades, como o Programa Atitude, participantes e usuários. De lá, eles seguiram pela Avenida Santa Maria da Boa Vista, indo até a Avenida Caruaru, no Boa Vista I, encerrando na Associação dos Moradores.
O ato foi organizado pela Secretaria de Saúde de Caruaru (SMS), por meio da Rede de Atenção Psicossocial-RAPS do município, e contou com o apoio de movimentos sociais, grupos, coletivos e entidades da área da Saúde e Assistência Social. “A data marca a desinstitucionalização das pessoas que sofrem de problemas mentais ou relacionados ao uso programático de drogas, para que tenham um tratamento digno, humano e em liberdade, como é aqui em Caruaru, e o ato é para lembrar isso. É um trabalho que não é feito sozinho. É necessário que toda a população se engaje, pois em algum momento, podemos passar por situações de sofrimento psíquico, por isso é importante esse apoio de todos”, enfatizou a coordenadora de Saúde Mental de Caruaru, Gislane Oliveira.
Um trabalho desenvolvido no município, que é reconhecido pelos próprios usuários. “Eu sou agradecida por ser bem atendida aqui no CAPS, por vocês que são bons enfermeiros, bons assistentes sociais, bons psicólogos… obrigada”, declarou em fala, ao microfone, a usuária Marcia José da Silva, de 35 anos, que há quatro anos é atendida na Casa de Apoio do CAPS III. A mesma gratidão é declarada por Maria de Lourdes Patrício, mãe de Maria Laís Patrício, de 14 anos, atendida também pela unidade. “Eu tinha um certo receio, mas agora eu amei o serviço que é feito aqui no CAPS, depois que eu passei a trazer minha filha para o acompanhamento. Ela é muito bem acolhida e o tratamento é muito humanizado e isso faz bem, ajuda na melhora”. Destacou Lourdes.
Além da passeata, a Rede de Atenção Psicossocial-RAPS do município de Caruaru, através da coordenação de Saúde Mental, está realizando uma semana de atividades nos dispositivos de saúde.
A data alusiva ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial (18 de maio) marca as mobilizações em torno do fechamento dos manicômios e a formalização de novas legislações no país, a implantação da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) e a instauração de novas práticas de cuidados em saúde mental, a partir do importante movimento que foi a Reforma Psiquiátrica Brasileira (Lei 10.216), que se tornou referência internacional.
Em Caruaru, os usuários que precisam de tratamento de saúde mental contam com a Unidade de Atenção Psicossocial – UAP (que fica no Complexo Jacqueline) e o Centro de Atenção Psicossoal – CAPS. O acesso é pela Rede de Atenção Básica, através das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s).