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No terceiro dia da greve nacional promovida pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), cerca de 14.750 trabalhadores aderiram à paralisação, o que representa 80% do total de 18.434 trabalhadores lotados nos locais onde acontecem os movimentos. São 28 bases envolvidas, de 12 estados: AM, CE, BA, MG, SP, PE, RJ, PR, RS, CE, ES (abaixo lista completa).
Durante o dia, ocorreram atos e acampamentos em diversas unidades da Petrobrás por todo o país. Destaque para ato na sede administrativa da empresa, o edifício-sede (Edise), no Rio de Janeiro, onde a Comissão de Negociação Permanente da FUP segue desde o fim de sexta-feira (31/1), cobrando interlocução com a gestão da empresa para suspender as demissões em massa no Paraná e outras medidas unilaterais que descumprem o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Participaram da mobilização cerca de 200 pessoas, entre elas trabalhadores da Fafen-PR e suas famílias, que chegaram no Rio de Janeiro na tarde de ontem, para cobrar – na porta da empresa – resoluções dos seus pleitos. Também participaram do ato representantes de movimentos sociais e políticos, além dos petroleiros em greve.
Durante o ato, seguranças da Petrobrás proibiram a entrada de alimentos e água para os representantes da FUP, à revelia da decisão do TRT, que determinou o ato legal durante o final de semana. Os deputados federais Jandira Feghali e Glauber Braga também tiveram seu acesso negado. Jandira declarou que irá entrar com ação contra a diretoria da Petrobrás, por ter agido de forma inconstitucional.
De acordo o diretor da FUP, Devyd Barcelar, após pressão da sociedade e diversas manifestações de apoio em todo território nacional, a gestão da companhia voltou atrás e permitiu agora, no fim do dia, a entrada de comida e bebida para os diretores da FUP e do Sindiquímica-PR que ocupam o prédio – além do próprio Deyvid, integram a Comissão Permanente de Negociação Cibele Vieira, Tadeu Porto, José Genivaldo da Silva e Ademir Jacinto.
“Continuaremos resistindo e exigindo que a Petrobrás sente à mesa para dialogar conosco. Não iremos aceitar calados o desmonte da companhia, demissões em massa e não cumprimento das cláusulas do Acordo Coletivo”, afirmou Barcelar.
No início da noite de hoje a FUP surpreendeu e projetou no edifício sede da Petrobrás algumas frases de resistência, com motes que vem defendendo durante a greve: Privatização da Petrobrás, isso é da sua conta!, FAFEN-PR resiste, Defender a Petrobras é defender o Brasil.
Reinvindicações
A FUP reivindica a suspensão imediata do programa de demissões de 1.000 funcionários da Fafen-PR, comunicado pela Petrobrás e que, segundo a empresa, será iniciado em 14 de fevereiro. As demissões ferem a cláusula 26 do ACT, que determina que qualquer demissão em massa deve ser negociada previamente com os sindicatos, o que não ocorreu.
Além disso, os petroleiros querem que a Petrobrás estabeleça todos os grupos de trabalho (GTs) determinados no ACT para negociar pontos que não foram consensuais entre a empresa e a categoria. Esses pontos envolvem a tabela de turno dos trabalhadores da Petrobrás; o banco de horas; o plano de saúde; e a participação nos lucros e resultados (PLR). Ainda que já tenha aberto alguns GTs, a empresa tem tomado decisões por conta própria, sem o devido diálogo com os sindicatos nesses ambientes, como determinado pelo ACT.
Unidades que aderiram à greve nacional – 03/02
Amazonas
Refinaria de Manaus (Reman) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01
Rio Grande do Norte
Polo de Guamaré – trabalhadores aprovaram indicativo de suspensão de PT’s a partir das 00:00h desta terça, 04/02
Base 34 – trabalhadores em estado de greve
Ceará
Terminal da Transpetro em Mucuripe – adesão parcial dos trabalhadores nesta segunda (03)
Temelétrica TermoCeará – sem rendição no turno desde às 15h de 02/02
Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) – sem rendição no turno desde às 23h de 31/01
Pernambuco
Refinaria Abreu e Lima (Rnest) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores
Terminal Aquaviário de Suape – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02 com 100% de adesão dos trabalhadores
Bahia
Refinaria Landulpho Alves (Rlam) – sem rendição no turno desde às 23h de 31/01
Terminal Madre de Deus – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02
Nos campos de produção, estão sendo realizados piquetes permanentes até às 15h, com adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados
Espírito Santo
Base 61, polo de produção terrestre em São Mateus – 100% de participação dos trabalhadores terceirizados e próprios
Minas Gerais
Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) – sem rendição no turno desde a zero hora de 01/02
Refinaria Gabriel Passos (Regap) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01
Rio de Janeiro
Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02
Norte Fluminense – atrasos de 2 horas em todas as bases de terra, em Macaé; as plataformas estão seguindo a orientação do Sindicato de realizar levantamento de pendências de segurança, efetivo e se houve embarque de equipes de contingência a bordo
São Paulo
Terminal de Barueri – adesão dos trabalhadores na manhã do dia 03/02
Refinaria de Paulínia (Replan) – sem rendição no turno desde às 23h30 de 31/01
Refinaria de Capuava, em Mauá (Recap) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02
Refinaria Henrique Lages, em São José dos Campos (Revap) – cortes alternados nos turnos
Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) – cortes alternados nos turnos
Paraná
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02
Fábrica de Xisto (SIX) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02
Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FafenPR/Ansa) – sem trabalhadores da operação e da manutenção no interior da unidade. Acampamento na porta da fábrica prossegue desde o dia 21/01
Terminal de Paranaguá (Tepar) – sem rendição no turno desde a zero hora 01/02
Santa Catarina
Terminal de Guaramirim (Temirim) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)
Terminal de São Francisco do Sul (Tefran) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)
Base administrativa de Joinville (Ediville) – trabalhadores aderiram à greve nesta segunda (03/02)
Rio Grande do Sul
Terminal de Niterói (Tenit) – adesão à greve na manhã de 03/02
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – sem rendição no turno desde as 07h de 01/02