Para além de um artista nordestino, Luiz Gonzaga foi cantador de todo um País, e como tal permanece trinta anos depois de sua morte. Hoje, 13 de dezembro, se vivo estivesse, completaria 107 anos, e não por acaso, a data celebra, também, o Dia Nacional do Forró, instituído para celebrar o seu nascimento.
Como um dos gênios da Música Popular Brasileira, senão o maior deles, é indispensável e sempre será, trazê-lo à tona para reforçar a perenidade de sua obra e o peso trazido à identidade brasileira, urbanizando o xote, o xaxado e o baião quando de Exu, no Sertão pernambucano, propagou o Nordeste em prosa, versos e cantorias entremeadas às bonitezas e agruras inerentes à Região.
E nem é preciso tomar por base os números de sua trajetória, para se chegar à conclusão de que Gonzaga foi ‘Rei’, embora mereça ressalva citar a vendagem desenfreada dos seus 78rpm’s e LP’s a partir da década de 1950, com suas cantorias ressentidas e entoadas pelo pujante de uma voz sertaneja que bradava letras emprestadas de parceiros fieis como Zé Dantas, Humberto Teixeira e João Silva, entre tantos outros compositores que assinaram as centenas de músicas gravadas por ele.
Luiz Gonzaga do Nascimento tem inteireza cultural incontestável e integra o imaginário do cancioneiro nacional, como artista cuja imensidão de legado, sob a regência de uma sanfona, percorre do instrumental a movimentos como a Tropicália e o Udigrudi.
O universo gonzaguiano é vasto, imensurável, sem fim. Permanece intacto e ressoado, mesmo quando vem à tona em ritmos estilizados, universitários e ausentes da tríade sanfona, triângulo e zabumba, “Seu Luiz” se faz presente como referência maior, seja em releituras, shows ou rodas de diálogos, é lembrança incontroversa. O dia de hoje, portanto, é de comemoração e de brios tomados pela satisfação de ter como representante maior da cultura nordestina as proezas do velho ‘Lua’ que ganha homenagens em espaços diversos em Recife, Caruaru e Exu.
No Cais do Sertão
O parabéns para Gonzagão começa a partir das 19h com o ‘dois pra lá, dois pra cá’ de Toinho do Baião, Beto Ortiz e Josildo Sá, que se apresentam no espaço Umbuzeiro (vão livre do Cais). Sessão de autógrafos de “Glossário Gonzaguiano”, de Daniel Bueno, também integra a programação. O acesso e gratuito.
Na Capital do Forró
Hoje se encerram as comemorações da III Semana Viva Gonzaga em Caruaru, Agreste do Estado. No Parque de Eventos Luiz Gonzaga, mais de 50 artistas entoam repertório que remete ao Rei do Baião, com acesso gratuito ao público.
E na terra de ‘Seu Luiz’
Em Exu, no Sertão, a cidade onde nasceu Luiz Gonzaga, a 17ª edição do Festival Viva Gonzagão ganha programação especial. O Parque Aza Branca recebe a ‘sanfoneata’, caminhada realizada por pelo menos 80 sanfoneiros que saem do centro da cidade até o espaço, tocando o Rei do Baião. Amanhã, nomes como Joquinha Gonzaga e Flávio Leandro dão continuidade às festividades e no domingo, uma missa será celebrada às 11h. A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) também celebra Gonzagão com a Tenda Literária, espaço que exalta sua obra através do teatro e do cinema.
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