Depois de ser considerado Hors Concours pela 23ª edição do Cine PE, o longa pernambucano Frei Damião – O Santo do Nordeste foi super premiado no 14º Comunicurtas, festival de cinema promovido pela Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande. O documentário levou os prêmios de Melhor Fotografia (Breno Cesar), Melhor Som (Pablo Lopes, Paulo Umbelino, Pedrinho Moreira e Moabe Filho) e Melhor Roteiro (Nadezhda Bezerra), dentro da Mostra de Longas-Metragens.
No processo de pesquisa e entrevista para a elaboração do roteiro do longa, uma das categorias em que o filme foi premiado, foram colhidas diversas informações sobre a vida e obra de Frei Damião, além de casos considerados milagres pelos devotos. “No meio de tanto riqueza de informação, escolher o que contar e como contar talvez tenha sido a parte mais difícil. O melhor foi a descoberta de um personagem muito além do senso comum, do imaginário coletivo e ter isso em mãos para contar uma boa história”, comentou Nadezhda Bezerra, roteirista do longa.
Ter o reconhecimento pelo seu trabalho, por quem faz cinema e, ainda, em casa, foi uma sensação maravilhosa para Nadezhda. “Foi ainda mais especial receber esse prêmio em um festival na minha cidade natal, onde estão minhas raízes e grandes memórias afetivas”, comentou.
Realizado desde 2006, o Comunicurtas surgiu para preencher a falta de espaços voltados para filmes de curta-metragem e independentes em Campina Grande. Ao enxergar a cultura como uma contrapartida social, o Comunicurtas busca possibilitar o acesso ao multiculturalismo existente no Brasil. O tema deste ano foi “Cinema, juventude e preservação”.
O Festival Comunicurtas aconteceu entre os dias 25 e 29 de novembro. A exibição do longa sobre o capuchinho Frei Damião ocorreu no dia 28, no histórico Cine Teatro São José. Na Mostra Longas-Metragens, o filme concorreu com Incursão (PB); Tente entender o que tento dizer (SP); Jackson, na Batida do Pandeiro (PB); A Princesa de Elymia (PB) e O Seu Amor de Volta (mesmo que ele não queira) (PB).
Para Pablo Lopes, produtor e produtor executivo do longa, que também foi premiado na categoria “Melhor Som”, os prêmios geram uma sensação de trabalho bem feito. “Receber prêmio é sempre bom. Fora que prêmios técnicos como som e fotografia são importantes para a equipe envolvida, pois a produção ajuda na visibilidade dos profissionais”, comentou. Já receber prêmio de melhor roteiro de longa, para o produtor, sintetiza bem como a obra foi desenvolvida da melhor forma possível. “Documentário é muito decidido na montagem, então considero que esse prêmio também contempla montagem e direção”, concluiu.
Fest Aruanda
Além do Comunicurtas, o documentário Frei Damião – O Santo do Nordeste foi exibido em outro festival de cinema da Paraíba nesse fim de novembro: o 14º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, que acontece de 28 de novembro a 4 de dezembro no Cinépolis Manaíra Shopping, em João Pessoa. O longa foi exibido no sábado (30), na mostra Sob o Céu Nordestino, de caráter não competitivo.
O Fest Aruanda começou como uma mostra de cinema da UFPB e terminou se transformando em um festival nacional no ano de 2005. Desde então, vem prestigiando artistas e produções audiovisuais brasileiras e, além disso, levando cultura de forma gratuita à população. Seu principal objetivo é fomentar, reconhecer e contemplar novos talentos e futuros profissionais da área do audiovisual do país.
Celebrando o centenário do cinema paraibano, que é o principal homenageado da edição, o 14º Fest Aruanda do evento tem como proposta explorar a pluralidade de gêneros e a diversidade temática, estética e geográfica do Brasil. O festival é patrocinado pela Energisa (Usina Cultural) e pelo Armazém Paraíba, via Lei Federal de Incentivos – Ministério da Cidadania, com chancela da UFPB.
Sobre o filme
O filme Frei Damião – O Santo do Nordeste tem o desafio de contar a história do capuchinho que é um grande símbolo de fé e cultura para o Nordeste, região onde se dedicou a evangelizar. Conhecido como “Mensageiro de Deus”, Frei Damião andou mais de um milhão de quilômetros. Durante 66 anos, a pé, a cavalo ou de carro, percorreu estados nordestinos como Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Ceará, nas Santas Missões.
O objetivo do longa, através de imagens inéditas captadas pelos cineastas Otacílio Cartaxo e Machado Bitencourt na década de 60, entrevistas, depoimentos, testemunhos de milagres e reinterpretação de acontecimentos, é também mostrar um ser humano que está acima da religião. Para Pablo Lopes, produtor e produtor-executivo do documentário, o filme é sobre uma pessoa forte dentro de uma religião, mas que representa algo muito mais de fé, sensação e sensibilidade. O longa não foca apenas nos seus adoradores, mas se preocupa em mostrar o legado do capuchinho também para aqueles que não o conhecem e desejam entender o significado dele para uma legião de seguidores.
A expectativa é de que o documentário Frei Damião – O Santo do Nordeste vá para salas comerciais do Brasil em 2020, com distribuição da EloCompany. O filme contou com o incentivo da Ancine e patrocínio master do Café Santa Clara, além de patrocínio da Petrovia, da CHESF, do BNB, da Kicaldo, da Atiaia Energia e da Loja do Condomínio.