HRA promove ações alusivas ao Setembro Amarelo

A partir desta segunda-feira (16), o Hospital Regional do Agreste (HRA), através do Núcleo de Educação Permanente (NEP), inicia as ações em alusão ao Setembro Amarelo. Serão realizadas palestras, dinâmicas em grupos e ginástica laboral.

Todos os colaboradores da unidade são convidados a participar. Para Maria Monalis, enfermeira-residente e palestrante do evento, a programação foi desenvolvida com foco na conscientização da percepção do outro no convívio em grupos. “Atualmente, passamos mais tempo no trabalho do que em casa. Dessa forma, convivemos intensamente com nossos colegas de trabalho, o que possibilita perceber mais facilmente alguma alteração de comportamento. Além de também estarmos com pacientes e acompanhantes, que podem dar demonstrações que precisam de ajuda. O que a gente precisa é perceber, prestar atenção no outro”, explicou.

Artigo – A voz do povo não pode ser fake

Por Bárbara Rubim

Desde 2012, o consumidor brasileiro pode gerar a própria energia e receber créditos em sua conta de luz, economizando. Essa possibilidade veio por meio da edição da Resolução Normativa 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Em maio de 2018, a ANEEL deu início a processo de revisão desta norma, propondo a revisão da forma como é valorada a energia produzida pelo consumidor a partir de fontes renováveis, por meio de sistemas de geração distribuída (GD).

De acordo com a Agência, ao permitir a compensação integral da energia consumida da rede de distribuição pela energia injetada, o prosumidor (como é chamado o consumidor que produz a própria energia) deixa de remunerar alguns agentes do setor elétrico, que vão ter que buscar sua remuneração por outras vias – como, por exemplo, por meio de aumento tarifário aos demais consumidores.

Por outro lado, a geração de eletricidade próxima aos centros de consumo é benéfica ao setor elétrico, auxiliando no fortalecimento de diversos atributos importantes, tais como a redução de perdas técnicas (aquelas que ocorrem porque a energia precisa ser transportada por grandes distâncias), a redução no fator de carga das redes (reduzindo a necessidade de expansão da rede de distribuição e/ou aliviando a rede em momentos críticos), a redução – no médio e longo prazo – da quantidade de energia a ser contratada em leilões para abastecimento da sociedade, etc.

O grande desafio que se colocou à frente da ANEEL foi, assim, o de calcular o benefício e o impacto de cada um dos lados da balança de modo a se conseguir chegar a um possível caminho ideal – caso, da análise, venham resultados concretos, isentos e embasados capazes de demonstrar o desequilíbrio e o dano imediato passível de ser causado pelo caminho atual.

De maio para cá, muitas discussões, debates e análises foram feitas por todos os agentes do setor. Para não alongar muito este texto, citaremos apenas um exemplo, que, a nosso ver, é bastante icônico e representativo do momento atual:

A análise publicada pela Agência em janeiro de 2019 (Análise de Impacto Regulatório) foi marcada por um erro metodológico em uma das planilhas de cálculo que fez com que o resultado obtido trouxesse um equívoco com relação ao possível impacto causado pela geração remota ao setor elétrico. O tamanho do equívoco? Módicos bilhões de reais. Reconhecido o erro e corrigida a planilha, a própria metodologia adotada pela Agência levaria à recomendação de alternativa de mudança mais branda para a geração remota do que a trazida na análise anterior e, por consequência, sugerida pela ANEEL como caminho a seguir em sua nota técnica. Ou seja, a geração remota poderia sofrer desvalorização de sua energia na casa de 28% (alternativa 1) ao invés dos cerca de 40% (alternativa 3) propostos inicialmente.

Não obstante isso, as manifestações recentes dos diretores da ANEEL têm indicado que a Agência considera, na verdade, adotar premissa ainda mais severa para ambas as modalidades (junto à carga e remota) – ao que parece desconsiderando 1) o equívoco anterior; 2) as análises anteriores; 3) a mensuração de qualquer benefício da GD ao setor.

Esses fatos, aliados a recentes entrevistas e colocações bastante controversas, têm alimentado nos consumidores, nos trabalhadores, nos empresários e na sociedade a preocupação de que o processo de revisão da REN 482 possa falhar em sua missão de realizar uma análise metodologicamente acertada, tecnicamente forte e, acima de tudo, imparcial sobre este importante momento vivido no setor. Essas preocupações têm se manifestado de diversas formas.

Uma delas são as quase 200 mil assinaturas que a petição criada pedindo o #CenarioZero482 já possui.

Para garantir que a não haverá dúvida de que existe uma grande parcela da sociedade que apoia a geração distribuída e defende, ao menos por ora, a manutenção das suas regras tais como estão, iniciou-se de forma orgânica um movimento que diz claramente: #TaxarOSolNão.

É bastante claro que o processo de revisão em questão não objetiva estabelecer uma taxação ao uso da irradiação solar. Contudo, é inegável que o efeito prático ao cidadão, consumidor, comerciante e produtor rural será praticamente esse. O do desestímulo. Desestímulo à geração própria num momento em que essa possibilidade traz mais de 45 mil empregos ao país, R$6,5 bilhões em investimentos, e, quiçá, a economia de 90% nos custos com eletricidade do Poder Público, se o Executivo for bem sucedido no desenvolvimento de projeto de geração própria por meio do sol, conforme recentemente anunciado pelo nosso Presidente (mas somente se sair antes da revisão da REN 482).

Logo, #TaxarOSolNão é, como aprendemos no colégio, a metáfora sendo usada para ajudar a explicar a realidade de forma mais lúdica – chamando a atenção para que as pessoas procurem conhecer o tema e se engajar mais. Em processos complexos, o lúdico é essencial. No setor elétrico, um bicho extremamente complexo*, essa pode ser a única forma de verdadeiramente se envolver mais a sociedade. Não é exatamente isso que a Agência faz ao dizer que “a nossa conta de luz tem vilões?” (ou será que ela espera mesmo um mocinho? Será que devemos contar que esse mocinho é a geração distribuída?).

A sociedade tem enviado uma mensagem clara de que há um descontentamento profundo com relação à forma como a revisão da REN 482 tem sido conduzida pela Agência. É no mínimo triste que a resposta da ANEEL a tal mensagem não seja buscar compreender o descontentamento e, se possível, demonstrar a tecnicidade e imparcialidade de suas análises, construindo o diálogo, mas sim descreditar o movimento, as pessoas e o esforço feito.

Se a voz do povo, que dizem ser a voz de Deus, é falsa, qual será a verdadeira?

*O setor elétrico é um conjunto complexo de agentes regulados, e não um bicho de verdade.

Pagar contas será o objetivo de 56% dos consumidores que vão sacar o FGTS

13 de setembro de 2019 – 68% dos consumidores entrevistados pela Boa Vista, em uma pesquisa realizada entre os meses de agosto e setembro, em todo o país, têm direito ao saque imediato do FGTS no valor de R$ 500. Deste percentual, 67% pretendem realizar o saque tão logo ele seja liberado. Considerando apenas os consumidores desempregados, o percentual aumenta para 81%.

A pesquisa também identificou que 56% dos que farão o saque do FGTS utilizarão o dinheiro para pagar as contas, sendo que 42% irão pagar as que estão atrasadas e 14% as que estão em dia.

O levantamento da Boa Vista identificou ainda que guardar o valor do FGTS será a opção de 14% dos consumidores entrevistados que farão o saque. Outros 12% afirmam que pretendem usar o valor para fazer compras no varejo. 6% para fazer viagens. Por fim, outros 12% dos consumidores usarão o valor com outros fins.

Não irão sacar
Ainda dentro dos 68% dos consumidores que possuem o direito do saque, 33% afirmam não pretender retirar o valor do FGTS. Quando questionados sobre o motivo, 64% por não enxergarem necessidade em fazer o saque, ao passo que 28% não consideram o valor suficiente. 8% apontam outros motivos não especificados.

Tipos de contas
Sobre os tipos de conta que pretendem pagar com o valor do FGTS, 37% disseram que pagarão débitos do cartão de crédito. Dívidas pagas com boleto serão a finalidade do FGTS de 27% dos consumidores que farão o saque. 11% usarão o valor para o pagamento de dívidas de crediário, enquanto 10% pagarão empréstimos. 7% usarão o dinheiro para pagar despesas normalmente pagas com cheques. Contas de telefone (6%) e financiamento de automóvel (2%) foram os outros tipos de dívidas apontadas.

Comprometimento da renda
A pesquisa também questionou os consumidores que pretendem pagar contas com o saque do FGTS sobre o quanto essas dívidas representam no orçamento familiar. Para 78%, as contas representam mais de 25% do orçamento doméstico. Para 22%, as dívidas apontadas como destino do FGTS representam menos de 25% da renda familiar mensal.

Volume de dívidas
Para 46% dos consumidores que farão o saque, o valor do FGTS possibilitará o pagamento de menos da metade das dívidas. 14% afirmam conseguirão pagar todos os débitos com o valor do saque. Já para 9% mais da metade das contas poderão ser pagas com o valor do saque. Os 31% restantes afirmam que utilizarão o valor para outros fins.

Controle das finanças
Para 52% dos consumidores que pretendem fazer o saque imediato do FGTS, a quantia possibilitará retomar totalmente o controle das finanças pessoais. Para 24%, o saque permitirá retomar o controle do orçamento apenas em parte. Para os outros 24%, esse valor não possibilitará a retomada das finanças.

Metodologia
A pesquisa sobre o uso do FGTS foi feita pela Boa Vista entre os meses de agosto e setembro, de forma quantitativa, com cerca de 300 respondentes. Os resultados consideram 5% de margem de erro.

Dia da Alfabetização: analisando o analfabetismo funcional

Aamanhã, 14 de setembro, é vivenciado, em todo o Brasil, o Dia Nacional da Alfabetização que é caracterizado como o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de ler e escrever de maneira adequada. Mas, apesar dos dados quanto à alfabetização no Brasil estarem demonstrando crescentes avanços, com queda na taxa do número de analfabetos, ainda há um fator que preocupa: o analfabetismo funcional.

A pedagoga, mestra em Ciências da Educação e professora do curso de Pedagogia da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Ane Monteiro, explica que o termo analfabetismo funcional nasceu nos Estados Unidos, na década de 30, no exército, para leitura e compreensão de instruções escritas para as tarefas militares. “Esse tipo de analfabetismo significa a incapacidade de compreender um texto depois de lido. Ou seja, é uma leitura mecânica onde a preocupação em ler as palavras e frases não está associada à interpretação por não haver uma assimilação contextual a medida em que as frases são lidas”, diz.

Ainda segundo Monteiro, as atribuições do analfabetismo funcional estão associadas ao vocabulário restrito na oralidade, argumentações limitadas e insuficiência quanto aos sinônimos das palavras impelidos pela ausência do exercício da leitura. “Essa característica está associada a 13 milhões de brasileiros acima de 15 anos em todo o país (IBGE – 2015). Essa realidade repercute em todo âmbito nacional de desenvolvimento econômico e social, por conseguinte, no setor de empregabilidade”, destaca.

A profissional sugere uma reflexão acerca da prática pedagógica como uma das formas para chegar a mudanças. “O romper com o analfabetismo funcional nos põe a refletir sobre a prática pedagógica como fator decisivo, desde a Educação Básica, o comprometimento e o amor a profissão docente também são determinantes. Contudo, não bastam apenas essas instâncias, as condições da educação no país se perpetuam por séculos”, conclui.

Pitágoras Caruaru e Facebook promovem workshops gratuitos

As micro e pequenas empresas respondem por 96% do conjunto de empreendedores do país. Alvos de políticas específicas, são consideradas essenciais na economia, pois empregam 60% das pessoas economicamente ativas. Para movimentar seus negócios e incrementar as vendas, essas empresas mantêm páginas em redes sociais e 75% delas atribuem o aumento de suas receitas às transações realizadas por meio de novas ferramentas digitais, especialmente as redes sociais, segundo pesquisa realizada em 2017 pela Morning Consult, a pedido do Facebook, sobre a importância da rede social para os empreendedores.

Embora os dados acima representem um avanço, nem todos os micro e pequenos empresários têm noções de como a digitalização pode contribuir com suas receitas. Justamente para ajudar a transformar essa realidade, a Pitágoras Caruaru promove, o Impulsione com Facebook, no próximo dia 19.

Por meio de workshops gratuitos, o programa de desenvolvimento vai capacitar micro e pequenos empreendedores, profissionais liberais e amantes do mundo digital para o uso assertivo das ferramentas do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp Business, além de Empreendedorismo do Futuro em uma realidade Regional, ministrado por Kaic Rannys, Assessor de Relações Públicas da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação do Estado de Pernambuco

Para o professor Thiago Cabau, diretor da Pitágoras Caruaru “o projeto é uma rica oportunidade para reconhecer o potencial das redes sociais como um dos principais canais de comunicação entre empresas e consumidores e entender como as ferramentas podem ampliar as oportunidades de negócios”, declara Thiago.

O Impulsione com Facebook percorre oito capitais brasileiras (Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Pará e o Distrito Federal).

Digitalização

Mais de 130 milhões de brasileiros utilizam o Facebook todos os meses no Brasil. Dados do Instituto Locomotiva, em parceria com o Ibmec, revelam que micro e pequenas empresas que se digitalizam aumentam, em média, 20% o seu faturamento médio mensal. De acordo com o mesmo estudo, as ferramentas que as MPEs mais utilizam para crescer e gerenciar seus negócios são justamente o WhatsApp, Facebook e Instagram.

“O alto índice de engajamento é um dos motivos para apostar na ferramenta. Ao engajar a empresa nos canais digitais é possível conquistar novos mercados e aumentar o número de clientes, além de aumentar sua visibilidade diante dos concorrentes”, comenta o professor Thiago Cabau, diretor da Pitágoras Caruaru

Para se inscrever, basta acessar o link:https://www.pitagoras.com.br/paginas/impulsione-com-facebook

Serviço:

Impulsione com o Facebook

Data: 19 de setembro de 2019

Horários: 16:00 às 18:00 e 19:00 às 21:00 horas

Local: Pitágoras Caruaru

Endereço: Rua: Frei Caneca, 16, Mauricio de Nassau

Inscrições: https://www.pitagoras.com.br/paginas/impulsione-com-facebook

Seminário Cartas da Imortalidade acontece neste fim de semana em Caruaru

Com o tema “Nascer, Morrer, Renascer ainda e Progredir Sempre Tal é a Lei”, a Sociedade de Estudos Espíritas de Caruaru (SEEC), que este ano comemora 20 anos, promove neste sábado e domingo, 14 e 15 de setembro, o 4º Seminário Cartas da Imortalidade. O evento ocorrerá no Centro de Convenções do SENAC e os ingressos custam R$ 40,00 reais e estão sendo vendidos nas casas espíritas ou por meio desse link: https://www.eventbrite.com.br/e/seminario-cartas-da-imortalidade-ano-4-tickets-59793516016. Toda renda arrecadada será destinada às obras de caridade desenvolvidas pela SEEC.

Neste ano, os palestrantes serão: Alaor Borges (MG), Clóvis Nunes (BA), Guilherme Velho (PE), Nilton Souza (CE) e Silvio Romero (PE). Também serão lançados os livros “Vida após a Vida” de autoria de Guilherme Velho e “Cartas da Imortalidade” de Nilton Sousa.

Clóvis Nunes é escritor, conferencista internacional e pesquisador de fenômenos paranormais e Silvio Romero também é conferencista e orador espírita.

No dia 15, à tarde, a entrada será gratuita, durante a sessão pública de psicografia conduzida pelos médiuns Alaor Borges e Nilton Souza. Este último é natural do Ceará, professor de História desde 1996 e concilia atividades mediúnicas na Sociedade de Estudos Espíritas Casa de Francisco e no Lar Clara de Assis onde atende crianças carentes. Médium desde a juventude, já recebeu mais de 2 mil cartas de espíritos que escreveram aos familiares.

Para Josemar Sabino, Presidente da SEEC, a 4ª edição do Seminário Cartas da Imortalidade é especial, pois esse ano a instituição comemora 20 anos de existência em Caruaru. “ Relembrando as orientações do alto, através de Francisco Cândido Xavier e seu mentor espiritual Emmanuel, a maior caridade que podemos fazer pela doutrina espírita é sua própria divulgação. Nesse sentido, a SEEC, ao longo dos seus 20 anos vem se propondo em iluminar consciências. Motivo de muita alegria para todos nós. Ainda mais promovendo seminários destinados a acolher o sofrimento daqueles que perdem seus entes queridos, como o ‘Cartas da Imortalidade’, multiplicando os princípios do Cristo nos corações dos homens.”, destaca Sabino.

Histórico – A SEEC é uma instituição religiosa, fundada em 03 de outubro de 1999, sem fins lucrativos e de utilidade pública. A sociedade tem como missão promover o pensamento espírita por meio de estudos e pesquisas, objetivando o melhoramento do ser. Através da Casa de Auxílio Maria de Nazaré, a SEEC presta importante serviço filantrópico à sociedade caruaruense.

Sargento da PM mata bandido em tentativa de assalto

Foto: Blog do Adielson Galvão

Pedro Augusto

Um policial militar reformado, identificado como sargento Maciel, foi vítima de tentativa de assalto, na manhã da última quinta-feira (12), no Sítio Lagoa de Pedra, na zona rural de Caruaru. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele estava conduzindo uma motocicleta, quando foi surpreendido por dois criminosos, que também se encontravam numa moto. Tão logo a dupla anunciou o assalto, houve troca de tiros, o sargento Maciel acabou sendo atingido com um tiro num dos ombros.

Mesmo ferido, o PM reformado conseguiu revidar à investida matando a tiros o bandido Wanderley João da Silva Costa, de 18 anos. Este último chegou a ser encaminhado para o Hospital Regional do Agreste, porém morreu minutos depois. Já o seu comparsa, que ainda não foi identificado, escapou correndo para um matagal. Informações que possam levar até a sua prisão podem ser repassadas para o Disque Denúncia Agreste (3719-4545).

Após deixar o HRA para onde também foi levado, sargento Maciel foi ouvido na Delegacia de Caruaru.

Pais de Marielle são contrários à federalização das investigações

Os pais da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta no dia 14 de março de 2018, são contra a federalização das investigações do crime que provocou também a morte do motorista Anderson Gomes. Para o pai de Marielle, Antônio Francisco Silva Neto, a transferência das investigações para o âmbito federal é desnecessária, após um ano e meio de condução do caso pelas autoridades do Rio de Janeiro. Ele questionou a proposta de federalização feita pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge faltando pouco tempo para ela deixar o cargo.

“Porque vai para a esfera federal começar um inquérito que já tem esse longo período de investigação? Acho que não é necessário. Nós acreditamos nas autoridades no Rio de Janeiro, que já deram passo importante na prisão dos dois envolvidos. Porque agora, no final do mandato dela pedir a federalização? Não vejo necessidade. Confiamos no pessoal do Rio de Janeiro que já têm envolvimento com o pessoal da Polícia Federal na investigação. Se ela tinha esse interesse, deveria ter feito o pedido antes e não no final do seu mandato”, disse durante uma entrevista na sede da Anistia Internacional Brasil, na zona sul do Rio.

A advogada Marinete Silva, mãe de Marielle, reforçou o argumento. Segundo a mãe, a federalização não faz sentido no momento e seria mais doloroso para as famílias que são contra. “Não tem porque sair. Até porque, isso indo para a esfera federal hoje, a gente não sabe na mão de quem vai cair este processo”.

“Se tem uma investigação há um ano e seis meses, integrada com a Polícia Federal, não há porque sair do estado onde aconteceu todo o crime para ir à esfera federal”.

Conforme a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, o que deve existir é uma integração das autoridades envolvidas com poderes investigativos. “Nós não opinamos quem deve estar a frente da investigação. O que nós dizemos é que quem quer que seja tem que trabalhar de forma integrada e cooperada para trazer as respostas o quanto antes”, disse.

Ofícios
Ainda na entrevista desta quinta-feira (12), a Anistia Internacional divulgou os textos de dois ofícios, um encaminhado ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o outro ao procurador-geral de Justiça, José Eduardo Gussem. Nos ofícios a entidade cobra informações atualizadas sobre as investigações do crime e informa que após seis meses das reuniões com as autoridades para tratar do crime, quando foi firmado o compromisso de aplicação de recursos e esforços para descobrir os mandantes do crime “não houve evoluções significativas, gerando dúvidas sobre a prioridade dada pelo governo a este caso”, como aponta o texto encaminhado a Witzel.

De acordo com a diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, a entidade vai continuar com a cobrança até que sejam identificados os autores do crime. “Nós não vamos parar até que essas respostas venham. Não vamos parar até que o governador do estado do Rio de Janeiro, até que o procurador do estado do Rio de Janeiro, que as autoridades responsáveis nos tragam a informação com as provas suficientes sobre quem mandou matar e porque mandou matar. Também não vamos descansar até que essas pessoas sejam levadas à Justiça e sofram o julgamento justo e sejam responsabilizadas. Esse é o compromisso da Anistia Internacional. O que a gente quer reiterar aqui hoje é isso. A morosidade não é resposta. O silêncio não é resposta”, apontou Jurema.

Para Jurema Werneck, cabe às autoridades responderem quem são os mandantes e elas têm a obrigação de dizer se o procedimento aplicado na investigação está certo. “Do nosso ponto de vista o que precisamos saber é quem mandou matar e porque e também se tudo que foi feito foi de forma adequada. Nós não vamos discutir se foi esse ou aquele. Não cabe a nós. Cabe às autoridades envolvidas e encarregadas das investigações, vir a público e dizer se todas as matérias [jornalísticas], que saíram ao longo do tempo, são verdadeiras”, explicou.

Em resposta ao pedido da Agência Brasil para uma declaração do governo do estado ao ofício encaminhado pela Anistia ao governador. A Secretaria de Estado de Polícia Civil, escolhida para atender ao pedido informou apenas que “a investigação está sob sigilo”. Já o Ministério Público não respondeu até o momento da edição desta matéria.

18 meses
O crime completa um ano e meio no próximo sábado. Para o pai de Marielle é muito tempo sem respostas sobre os autores da morte da filha e do motorista Anderson.

“538 dias do assassinato da minha filha. Desde o início nossas perguntas são as mesmas. Quem mandou matar Marielle e por quê? Dois indivíduos estão presos e esperamos que sejam levados a júri e condenados exemplarmente, porque se não forem condenados os assassinos e os mandantes, para nós será uma decepção muito grande para a sociedade nacional e internacional da mesma forma. É inadmissível que uma defensora dos Direitos Humanos seja assassinada nos dias de hoje no Brasil e com toda tecnologia que temos não serem descobertos os mandantes”, afirmou Antônio Francisco.

Na visão da mãe da vereadora apesar do tempo sem a solução do crime não é possível perder a esperança de que o caso vai ser resolvido. “Não posso deixar de ter esperança de saber quem mandou matar a minha filha. A gente tem que ter esperança sempre. Independente da minha dor profunda”, contou.

A diretora da Anistia afirmou que durante todo esse tempo, várias vezes autoridades indicaram que a solução do caso estava próxima, mas não foi isso que ocorreu. “Em diferentes momentos recebemos das autoridades essas informações. Em todos os momentos das autoridades não estavam falando a verdade como a gente vê até agora”.

Marinete está confiante também na audiência, prevista para o dia 4 de outubro, com o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz, apontados como suspeitos de participar dos assassinatos e presos em unidade federal no norte do país. “Não quer dizer que eles vão delatar diretamente quem mandou, mas a gente já tem alguma coisa para que sejam levados a júri e a gente tenha alguma coisa mais concreta em relação a morte da minha filha”, disse.

Deputados oferecem R$ 100 mil a quem der informação sobre ataque a Bolsonaro

Dois deputados federais do PSL estão oferecendo recompensas no valor de R$ 100 mil cada por informações que levem ao suposto mandante do atentado cometido há um ano contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O autor do ataque, em Juiz de Fora (MG), é Adélio Bispo de Oliveira, que, segundo a Polícia Federal, agiu sozinho. Mas essa conclusão não convence parte dos apoiadores do presidente.

O primeiro a ter a ideia foi Loester Trutis (MS), que publicou um vídeo nas redes sociais com a oferta do pagamento. “Vamos oferecer uma recompensa de R$ 100 mil para informações que levem à prisão e à condenação do mandante, porque eu acredito que exista uma ajuda externa para o Adelio. Algumas questões não foram esclarecidas”, afirma Trutis no vídeo.

A seu lado aparece Ciro Fidélis, apresentado como um empresário de Campo Grande. Dono de lojas na cidade, ele também é assessor do parlamentar na Câmara. O valor da recompensa seria pago pelos dois. “Há questões importantes: quem paga o advogado do Adelio, que é extremamente caro? Como ele tinha dinheiro para fazer viagem ao interior e acompanhar os filhos do Bolsonaro? Como ele tinha quatro celulares no seu apartamento, e por quê? Como ele pagava cartão de crédito internacional, se não tinha trabalho?”, questiona Fidélis.

Trutis pede que informações sejam fornecidas via WhatsApp, para depois serem encaminhadas por ele à Polícia Federal. O deputado faz ainda um apelo para que familiares, amigos e ex-militantes do PSOL, partido ao qual Adelio pertenceu, deem informações.

No vídeo, o parlamentar usa uma camisa amarela que mandou fazer com os dizeres “Meu Partido é o Brasil”, idêntica à que Bolsonaro vestia no dia do atentado. Só que com uma diferença: um risco vermelho na altura da barriga, simbolizando o local onde a faca perfurou o presidente.

Na verdade, o atentado não resultou em sangramento externo, mas nos órgãos internos do então candidato. Após o vídeo de Trutis, seu colega de bancada Bibo Nunes (RS) tomou a mesma atitude. “Quero informação confiável sobre o caso. Não é chegar qualquer coisa. Se for informação comprovada sobre o atentado, dou R$ 100 mil do meu bolso”, afirmou.

Ele diz que confia no trabalho da PF. “Mas também tenho o direito de achar que alguém mandou matar”, declarou Nunes. De acordo com Trutis, empresários têm entrado em contato com ele oferecendo ainda mais dinheiro. “Queremos chegar a uma recompensa de R$ 500 mil, diz ele.

Folhapress

Marcelo Odebrecht sai da prisão domiciliar e visita sede da empresa

O empresário Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo que leva seu sobrenome, conseguiu a progressão do regime e não está mais cumprindo prisão domiciliar. Na quinta (12), o empreiteiro pode deixar sua casa, onde estava preso desde dezembro de 2017, quando deixou a Custódia da Polícia Federal, em Curitiba.

Uma das primeiras coisas feitas pelo empreiteiro ao conquistar a progressão foi visitar a sede da empresa, em São Paulo. Marcelo cumprimentou algumas pessoas e foi aplaudido por funcionários. Ele percorreu vários andares do prédio localizado na marginal Pinheiros.

Marcelo teria que cumprir o regime de prisão domiciliar até junho de 2020, mas conquistou a progressão após como benefício da “cláusula de eficiência”, que estava prevista em seu acordo.

Por esse instrumento, caso Marcelo conseguisse provar com novas evidências o que disse à Justiça, ele poderia reduzir seu período de prisão domiciliar.

E foi o que aconteceu. Assim que deixou a prisão em Curitiba, o empreiteiro passou a dedicar muitas horas do seu dia para analisar emails antigos. Foram milhares de mensagens que ele enviou para o Ministério Público Federal.

Marcelo foi preso no dia 19 de junho de 2015. Ele estava em sua casa, no Morumbi (região oeste de São Paulo).

Setenta e oito executivos da Odebrecht fecharam colaboração com as autoridades. A empreiteira foi uma das principais empresas envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato.

Folhapress