Dallagnol e Moro combinaram reunião com a PF, apontam conversas vazadas

Fotos: Arquivo/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil (Fotos: Arquivo/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil)
Fotos: Arquivo/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil
Diário de Pernambuco
O conteúdo de novas conversas atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, foram divulgadas nesta segunda-feira (15) em parceria do site The Intercept Brasil com a rádio Band News FM. O conteúdo dos diálogos, que teriam sido realizados por mensagens de celular, foi divulgado no programa O é da coisa, e aumentam as suspeitas sobre a imparcialidade de Moro.
De acordo com a reportagem dos jornalistas Reinaldo Azevedo e Leandro Demori, Dallagnol e Moro, que na época era o responsável por julgar os casos da Lava-Jato, combinaram uma reunião para tratar das fases que seriam lançadas pela operação. Segundo teria escrito o procurador, integrantes da Polícia Federal participariam do encontro.
Uma primeira mensagem atribuída a Dallagnol foi enviada a Moro em 3 de setembro de 2015: “Caro, quando seria um bom dia e hora para reunião com a PF, aí, sobre aquela questão das prioridades? Sua presença daria uma força moral nessa questão da necessidade de priorização e evitaria parecerr que o MPF quer impor agenda”.
Sem resposta, Dallagnol teria voltado a tocar no tema quase um mês e meio depois, em 16 de outubro: “Caro juiz, seria possível reunião no final de segunda para tratarmos de novas fases, inclusive capacidade operacional e data considerando recesso? Incluiria PF também”. No dia seguinte, Moro teria respindido: “Penso que seria oportuno. Mas segunda sera um dia difícil. Terca seria ideal”.
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Em outro conjunto de diálogos, iniciado em 16 de janeiro de 2016, Dallagnol perguntou para Moro se seria possível usar recursos da 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual o então juiz federal Moro atuava, para financiar um comercial em defesa das 10 medidas contra a Corrupção, defendidas por Dallagnol e enviadas ao Congresso Nacional.
Segundo Azevedo, Dallagnol escreveu a Moro: “Você acha que seria possível a destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos, se estiverem disponíveis, para um vídeo contra a corrupção, pelas 10 medidas, que será veiculado pela Globo? A produtora está cobrando apenas custos de terceiros. O que daria uns R$ 38 mil. Se achar ruim algum aspecto, há alternativas que estamos avaliando, como crowdfunding e cotização entre as pessoas envolvidas na campanha”.
Em seguida, ao encaminhar arquivos com o orçamento e o roteiro da peça publicitária para Moro, Dellagnol teria acrescentado: “Avalie de modo absolutamente livre e, se achar que pode, de qualquer modo, arranhar a imagem da Lava-Jato, de alguma forma, sem nós queremos”.
No dia seguinte, Moro respondeu: “Se for uns R$ 38 mil, acho que é possível. Deixe ver na terça e te respondo.”
Na matéria, publicada depois no blog de Reinaldo Azevedo, o jornalista e o editor do Intercep, Leandro Demori ressaltam que “uma vara federal, qualquer uma, não dispõe de recursos destinados a atos publicitários de nenhuma natureza”.
“Como uma vara federal não gera recursos, mas os recebe do TRF — que, por sua vez, tem a dotação orçamentária definida pelo Conselho da Justiça Federal —, ou o dinheiro teria de sair do caixa para despesas correntes, e não parece ser o caso, ou decorreria de depósitos judiciais ou multas decorrentes das sentenças aplicadas pelo juiz. Em qualquer hipótese, trata-se de uma ilegalidade”, afirmam.
Pedido de acesso às conversas
Desde que o Intercept começou a divulgar os áudios, Moro, Dallagnol e outros citados nas conversas questionam a autenticidade das conversas. Em entrevista ao Correio, Moro disse que alguns trechos podem corresponder à verdade, mas as conversas podem ter sido modificadas ou descontextualizadas. Por isso, o ex-juiz federal e hoje ministro solicita acesso ao material para que uma perícia seja feita.
Após a divulgação de conversas entre outros procuradores da Lava-Jato, o Correio entrou em contato com um deles, que, pedindo anonimato, confirmou o conteúdo do que havia sido atibuído a ele e a colegas. “Me recordo dos diálogos com os procuradores apontados pelo site. O grupo não existe mais. No entanto, me lembro do debate em torno do resultado das eleições e da expectativa sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça”, disse.

TSE vai definir cidades que vão emitir Documento Nacional de Identificação

Foto: Site Oficial/BR/Divulgação
Foto: Site Oficial/BR/Divulgação
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve definir em novembro deste ano as cidades que vão participar do projeto-piloto para as primeiras emissões do Documento Nacional de Identificação (DNI), documento digital que reunirá informações da identidade (RG), CPF, título de eleitor e carteira nacional de habilitação dos cidadãos.
De acordo com o tribunal, responsável pela gestão do programa, técnicos trabalham na identificação das localidades que apresentam condições técnicas para iniciar a emissão do DNI. Cidades com maior número de pessoas cadastradas no sistema biométrico de votação das urnas eletrônicas devem participar do projeto inicial.
Segundo a Justiça Eleitoral, mais de 100 milhões de pessoas já foram cadastradas pela biometria em todo o país.
Em 2018, o projeto-piloto do documento único foi lançado pelo governo federal e pelo TSE, que fornecerá a base de dados da biometria dos eleitores para compor o banco de informações. No início de janeiro, o governo federal retomou iniciativas passadas para criar a base digital que unifique diversos documentos.

Presidente da Infraero diz que sua missão é reestruturar empresa

O novo presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Hélio Paes de Barros Júnior, disse nesta segunda-feira (15) que a empresa “está viva”. Tenente-brigadeiro do Ar, Paes de Barros já havia assumido o comando da Infraero no começo do mês, após cumprir seis meses de quarentena ao deixar a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em dezembro de 2018.

Durante a assinatura simbólica do termo de posse, Barros disse que sua missão frente à empresa é assegurar sua reestruturação. “A Infraero está viva e estamos juntos”, disse Paes de Barros. “Para empresas não existem verdade absolutas. Elas dependem do cenário em que estão envolvidas. O tempo passou e a Infraero terá sempre uma posição de pujança do cenário brasileiro”, acrescentou.

A extinção da empresa, responsável pelo controle de mais de 50 aeroportos e por 35% do movimento de passageiros nos aeroportos do país, chegou a ser cogitada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, o que ocorreria após a concessão dos aeroportos por ela administrados para a iniciativa privada.

Entretanto, após debates internos, o governo decidiu que a empresa deve se concentrar na atuação em pequenos aeroportos regionais. Segundo o Paes de Barros, o plano de reestruturação da Infraero prevê, em um primeiro momento, focar na cessão dos aeroportos para a iniciativa privada.

Concessões

Em março, foram privatizados 12 terminais administrados pela Infraero, divididos em três blocos. O governo pretende passar para a iniciativa privada mais 22 aeroportos no próximo ano e repassar os demais terminais até 2022.

Após esse período a empresa vai se concentrar no desenvolvimento da aviação regional. Entre as possibilidades estudadas estão a de a Infraero oferecer serviços técnicos, consultorias e também atuar na gestão operacional dos terminais.

De acordo com Paes de Barros, em todo o país existem cerca de 600 localidades com aeroportos de pequeno porte que poderiam ser alvo de atuação da Infraero. Desses, 28 são considerados prioritários pelo governo.

“Vamos trabalhar de mãos juntas para que possamos fazer com que essas pequenas cidades, no futuro, possam alavancar seus aeroportos e se transformarem em aeroportos de médio porte”, disse.

Acordo entre Vale e MPT indenizará famílias de vítimas de Brumadinho

A minerado Vale e o Ministério Público de Minas Gerais (MPT-MG) assinaram neta segunda-feira (15) um acordo da conciliação em que a mineradora pagará a cônjuge ou companheiro, filho, mãe e pai, individualmente, R$ 700 mil, sendo R$ 500 mil para reparar o dano moral e R$ 200 mil a título de seguro adicional por acidente de trabalho às vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Irmãos de trabalhadores falecidos receberão individualmente R$ 150 mil por dano moral. A audiência foi conduzida pela juíza titular da 5ª Vara do Trabalho de Betim, Renata Lopes Vale.

O documento diz também, em relação ao dano material, que as famílias dos trabalhadores mortos na tragédia receberão pensão mensal calculada até a data em que a vítima completaria 75 anos, considerando como base de cálculo o salário mensal, gratificação natalina, férias acrescidas de um terço, Participação nos Lucros e Resultados de 3,5 salários e cartão-alimentação de R$ 745 por mês.

O acordo fixa indenização mínima de R$ 800 mil, mesmo que a renda mensal acumulada do trabalhador falecido não alcance tal projeção. Para o pagamento antecipado da indenização, em única parcela, será aplicado deságio de 6% ao ano. A Vale pagará ainda indenização por danos morais coletivos de R$ 400 milhões, no dia 6 de agosto deste ano.

O documento prevê também que a mineradora garantirá estabilidade no emprego por três anos, contados a partir de 25 de janeiro de 2019, a todos os trabalhadores próprios e terceirizados que estavam trabalhando na Mina do Feijão no dia do rompimento da barragem.

O acordo contempla também o pagamento de auxílio-creche de R$ 920 mensais para filhos com até 3 anos de idade e auxílio-educação, de R$ 998 mensais, para filhos com até 25 anos de idade; e plano médico nos moldes do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente em 25 de janeiro de 2019, vitalício e sem coparticipação para os cônjuges ou companheiros(as) de empregados próprios e terceirizados e até que os filhos/dependentes completem 25 anos. Para pais e mães de falecidos, o acordo contempla atendimento médico, psicológico, psiquiátrico pós-traumático na rede credenciada até a respectiva alta médica.

Vale
A Vale informou, por meio de nota, que o acordo assinado com o MPT encerra a fase de conhecimento da Ação Civil Pública. “A partir de agora, os familiares dos trabalhadores vítimas do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão poderão se habilitar para receber reparação, iniciando a execução do acordo individual”, diz a nota.

O acordo ainda determinou a liberação do valor de R$ 1,6 bilhão, inicialmente bloqueado da mineradora Vale.

Governo vai instalar 1 mil radares em rodovias federais

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse hoje (15) que o governo vai instalar 1 mil radares para controle de velocidade nas rodovias administradas pela União. De acordo com o ministro, o número de radares faz parte de um acordo que o governo federal e o Ministério Público Federal (MPF) fecharam para reduzir de 8 mil para 2,2 mil o número de pontos a ser monitorados.

“Existe uma diretriz do presidente que estamos seguindo de facilitar a vida do cidadão”, disse o ministro sobre a decisão do governo de diminuir os pontos de monitoramento. “A gente verificou tecnicamente onde são os pontos que obrigatoriamente tem que ter radar e chegamos a mil equipamentos para 2,2 mil faixas monitoradas e isso foi acordado com o Judiciário e o MPF” disse o ministro.

O contrato assinado ainda na gestão do ex-presidente Michel Temer estava orçado em R$ 1 bilhão para a instalação de 8.015 radares em cinco anos. A instalação dos novos aparelhos foi suspensa em abril, após questionamentos sobre a medida.

O ministro disse que, em um cenário de corte de gastos no governo, não seria razoável manter o contrato como estava. “É razoável nesse cenário de orçamento você ter contrato de R$ 1 bilhão de radar?”, questionou. “Não é só o radar que salva vidas, a manutenção rodoviária, a correção geométrica, a sinalização salva vidas”.

De acordo com o ministro, com a revisão, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela manutenção das estradas administradas pelo governo, deve conseguir uma economia de cerca de R$ 600 milhões.

Passagens aéreas
O ministro disse também que espera uma redução no valor das passagens aéreas a partir de setembro. De acordo com Freitas, a redução vai ocorrer a partir do aumento da oferta de voos. “O que vai acontecer é uma quantidade maior de oferta de voos e a entrada de empresas low cost, de baixo custo no país. As companhias que já operam no Brasil estão trazendo uma quantidade maior de aviões. A gente vai aumentar a oferta e isso naturalmente vai ter efeitos sobre as tarifas e a gente vai perceber isso a partir de setembro”, disse.

Entre as empresas que já solicitaram autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar no país, a espanhola Globalia, dona da Air Europa, deve começar a voar no segundo semestre de 2020.  O ministro disse que três ou quatro empresas low cost estão em tratativas com o governo, mas que as companhias devem começar com voos internacionais, para depois oferecerem rotas domésticas no Brasil. “Temos empresas se estabelecendo no Brasil, com autorização na Anac, mas até serem operacionais há um caminho, que deve levar entre seis e oito meses”, disse.

Proibição de telemarketing de telefônicas começa nesta terça-feira

Entra em vigor nesta terça-feira (16) a lista Não Perturbe para as operadoras de telecomunicações. Os clientes incluídos nesse grupo não poderão ser objeto de ligações de telemarketing de empresas para a venda de serviços, como pacotes de telefonia, acesso à internet e TV paga. A medida foi uma determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

As pessoas que não desejarem receber esse tipo de chamada podem incluir seu nome no site criado para a iniciativa, no ar a partir desta terça-feira (16).

A lista vai ser única e atingirá as principais empresas do setor: Algar, Claro/Net, Nextel, Oi, Sercomtel, Sky, TIM e Vivo. Essas empresas também deverão, nesse prazo, criar e divulgar amplamente um canal por meio do qual o consumidor possa manifestar o seu desejo de não receber ligações.

Segundo a Anatel, se uma pessoa solicitar a sua inclusão e continuar recebendo ligações de oferta de bens e serviços de telecomunicações, ele pode ligar para o número 1331 e fazer uma reclamação. As sanções podem variar de advertência a multa de até R$ 50 milhões.

Outras medidas

Outra decisão da Anatel é que essas empresas não poderão mais efetuar ligações telefônicas com o objetivo de oferecer seus pacotes ou serviços de telecomunicações para os consumidores que registrarem o número na lista nacional a ser criada.

As companhias vão ter de abrir canais para que seus clientes possam solicitar a inclusão no grupo, que passará a não poder mais receber ligações com ofertas de serviços de telecomunicações. Assim, na prática, as empresas ficam impedidas se oferecer seus produtos e serviços utilizando o telemarketing.

A agência determinou ainda que as áreas técnicas estudem medidas para combater os incômodos gerados por ligações mudas e realizadas por robôs, mesmo as que tenham por objetivo vender serviços de empresas de setores não regulados pela Anatel. Segundo a Anatel, estudos de mercado estimam que pelo menos um terço das ligações indesejadas no Brasil são realizadas com o objetivo de vender serviços de telecomunicações.

Além dessa iniciativa, a Anatel deve discutir novas ações relacionadas à prática do telemarketing. De acordo com o comunicado do órgão, o Conselho Diretor da autoridade solicitou que a área técnica elabore propostas para limitar os abusos nessas chamadas, mesmo que de outros serviços fora da área de telecomunicações.

LDO será votada em agosto na Comissão Mista de Orçamento

O relatório do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020 deve ser votado no início de agosto na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. O parecer do deputado Cacá Leão (PP-BA) seria examinado na última quarta-feira (10), mas a reunião foi cancelada em razão da votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara.

“Fizemos uma reunião com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e da CMO, senador Marcelo Castro (MDB-PI), para que a LDO não interferisse na reforma da Previdência”, disse Leão. “Adotamos a cautela de deixar a LDO para o segundo semestre. Na primeira semana de agosto, acredito que vamos votá-la na comissão e no plenário do Congresso Nacional”, acrescentou.

Constitucionalmente, deputados e senadores devem aprovar a LDO pelo Congresso antes do recesso legislativo, em sessão conjunta da Câmara e do Senado. No entanto, o recesso, que começaria dia 18 de julho, foi antecipado após a conclusão da votação do primeiro turno da reforma da Previdência sem a análise do parecer na CMO.

Com 2.996 emendas apresentadas, a maioria delas (1.918) de redação, o prazo para sugestões de alteração no texto foi encerrado no início de julho.

Reajuste salarial

O relatório da proposta da LDO de 2020 (PLN5/2019) deve incluir a permissão para que o Executivo autorize reajuste salarial para o funcionalismo público em 2020. A medida contraria o governo que, na proposta original, enviada ao Congresso em abril, prevê a possibilidade de aumento apenas aos militares.

Ao apresentar o relatório preliminar, no final de junho, Cacá Leão defendeu, entre outros pontos, a prorrogação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Previsto para ser extinto em 2020, o fundo divide recursos da União entre estados e municípios.

Salário Mínimo

O texto em análise prevê ainda que o salário mínimo seja reajustado para R$ 1.040 em 2020, sem ganho acima da inflação. Na comparação com o valor atual do mínimo, R$ 998, o aumento nominal será de 4,2%, mesma variação prevista para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Para os dois anos seguintes, a proposta sugere que a correção também siga apenas a variação do INPC.

Em relação à meta fiscal, o projeto da LDO prevê para 2020 um déficit primário de R$ 124,1 bilhões para o governo central, que abrange as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. A meta para este ano é de um déficit de R$ 139 bilhões.

ARTIGO — Informação é a chave para evitar suspensão de planos de saúde pela ANS

Por João Moreira

O mercado de seguros é extremamente dinâmico, principalmente com a movimentação de apólices adaptáveis às necessidades dos contratantes, sinistros nas horas mais indevidas ou prêmios que podem variar de centenas a milhões de reais. Quando falamos no seguro saúde, os movimentos de mercado são ainda mais rápidos e intensos, com a incidência de variáveis a exemplo de inflação médica, consultas, exames, internações, entre outras.

Nesse cenário, órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tornam-se essenciais no auxílio do controle de iniciativas dos planos de saúde, bem como nos serviços prestados aos segurados no país. Desde 2000, a instituição é responsável por promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulamentar as operadoras setoriais, fomentar a relação entre prestadoras e consumidores, além de contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país.

Porém, um dos principais desafios da ANS, bem como dos segurados, se encontra no relacionamento junto às seguradoras. É comum ouvirmos reclamações referente ao atendimento realizado pelas operadoras de planos de saúde. Nesse contexto, uma vez que o objetivo da Agência é defender o interesse dos segurados, as operadoras que apresentam maior número de reclamação e rejeição do público podem sofrer com suspensão dos serviços.

Todas as operadoras são avaliadas por meio do Monitoramento da Garantia de Atendimento, levando em consideração as reclamações registradas pelos beneficiários nos canais da ANS. Muitas delas envolvem autorização para realização de procedimentos, franquia e coparticipação, suspensão ou rescisão de contratos e cobertura assistencial.

Tendo isso em mente, agora vamos imaginar um cenário que uma operadora de plano de saúde consegue compreender as reais necessidades de seus clientes, consegue dar andamento às solicitações previamente para solucionar quaisquer reclamações e, ciente das dificuldades passadas pelos consumidores, consegue entrar em contato com eles para solucioná-las antes das mesmas chegarem à ANS. É dessa forma que identificamos a relação direta entre a qualidade cadastral da operadora e a suspensão de planos de saúde.

Nenhuma operadora de seguros tem a intenção de falhar no atendimento e receber reclamações de seus clientes, muito menos sofrer a suspensão de seus planos. Porém, com o volume de atividades complexas acumuladas na rotina dos negócios, o relacionamento com os beneficiários pode ser prejudicado, abrindo espaço para insatisfações.

Soluções com foco em qualificação e validação de dados cadastrais permitem que as taxas de contato entre as seguradoras e operadoras com seus beneficiários sejam ampliadas significativamente. Em alguns casos elas aumentam em mais de duas vezes, impactando positivamente a resolução de reclamações.

Essas ofertas possibilitam, inclusive, a antecipação de descontentamentos, pois promovem a aproximação entre operadoras e seguradoras junto aos consumidores. Dentre os resultados, podemos destacar uma visão mais completa dos benefícios, do ponto de vista do consumidor, assim como uma melhor gestão desses serviços, se considerarmos a perspectiva da companhia que os oferece.

A compreensão do cliente é essencial para oferecer um serviço com foco nas reais necessidades de cada indivíduo e a análise de dados ajuda nessa jornada. Em diversos momentos, as seguradoras e operadoras de planos trabalham com base em informações genéricas e limitado entendimento do mercado e de seus segurados, a consequência é um contingente enorme de clientes invisíveis às lentes usadas pelos modelos tradicionais de prospecção e relacionamento no mercado.

Ainda há o desafio de educar empresas sobre a possibilidade de adotar a tecnologia como aliada em todas as etapas da jornada dos seus clientes. Dessa maneira, é possível aperfeiçoar o conhecimento sobre esses consumidores e concentrar seus esforços de maneira estratégica para promover resultados; ou mesmo para obter um melhor posicionamento no Monitoramento da Garantia de Atendimento da ANS, responsável pelo monitoramento e acompanhamento do acesso dos beneficiários às coberturas contratadas.

Pesquisa revela que jovens recorrem ao trabalho voluntário

Com tantas exigências no mercado de trabalho, é natural que os jovens se preocupem em desenvolver habilidades comportamentais e técnicas para atender os requisitos das empresas. Afinal, já se foi o tempo em que apenas a faculdade era o suficiente para conseguir uma boa oportunidade. Então, quem busca a tão sonhada vaga de estágio precisa se desdobrar para alcançar este objetivo.

Deste modo, se dedicar em atividades extracurriculares, seja em um curso livre, palestras, oficinas e até mesmo um trabalho voluntário, é uma boa opção para superar a concorrência. E o trabalho voluntário, por exemplo, é algo que merece um destaque no currículo, pois é sempre muito valorizado pelos recrutadores, já que possibilita o desenvolvimento de outras habilidades importantes para o ambiente corporativo. E de acordo com pesquisa especializada, essa tem sido uma alternativa entre os jovens universitários que estão buscando aumentar a competitividade na corrida em busca do estágio.

Sobre a pesquisa
A pesquisa realizada pela Companhia de Estágios, consultoria especializada em programas de estágio e trainee, contou com a participação de 4.044 estudantes de diversas regiões do Brasil, e revelou que 8,3% dos universitários entrevistados participam de algum trabalho voluntário como forma de investir mais na própria carreira. Comparando com os anos anteriores, houve um aumento, já que em 2018, 8,0% alegaram fazer voluntariado com o mesmo objetivo, enquanto em 2017, 7,5% responderam a mesma coisa. Apesar de ser um crescimento tímido, o mercado costuma olhar com bons olhos para aqueles se envolvem com práticas sociais. Ou seja, participar de algum voluntariado, não faz bem apenas para que recebem o impacto da ação, mas também para quem pratica, já que a tarefa, mesmo não sendo remunerada, traz um senso de responsabilidade e de equipe, qualidades que são muito requisitadas hoje em dia pelos profissionais, independente da área de atuação.

O que diz o especialista…
Segundo o diretor da Companhia de Estágios, Tiago Mavichian, muitas empresas valorizam este tipo de atividade no currículo e que em alguns casos pode até ser um fator de desempate. “Toda atividade fora da universidade agrega, no entanto, quem procurar por trabalho voluntário mostra que tem como principal objetivo o aprendizado, já que a prática não é remunerada. Além disso, é possível perceber algumas características importantes em quem participa de atividades sociais, como trabalho em equipe, iniciativa e até mesmo liderança. Se envolver com este tipo de tarefa contribui com o desenvolvimento de muitas competências, não apenas comportamentais, mas também técnicas e tudo isso é avaliado num processo seletivo” detalha.

Para Mavichian o desenvolvimento de habilidades não é a única vantagem, uma vez que, também é possível aumentar a rede de relacionamento. Ele diz que deixar uma marca positiva para o maior número de pessoas possível é uma boa estratégia de crescimento profissional. “O trabalho voluntário permite aumentar o networking e isso é algo que todo profissional deve ter, no entanto, para um universitário é muito importante, pois, ele está no início da carreira e um bom contato pode abrir muitas portas” – diz.

Como incluir no currículo?
Qualquer tipo de trabalho voluntário é bem-vindo, independente da área de estudo do estagiário. Pode ser algo que envolva uma organização de eventos, um trabalho para uma ONG ou até mesmo alguma atividade que a própria universidade possibilite dentro ou fora dela. Existem várias opções de voluntariado, então, cabe ao estudante ver o que combina com o próprio perfil. No entanto, uma das dúvidas acerca do assunto é sobre como colocar essa experiência no currículo de forma organizada. O diretor da Companhia de Estágios diz que alguns fatores precisam ser levados em consideração na hora de elaborar o documento. “Se é uma primeira experiência, pode ser colocado logo após as informações sobre a faculdade que estuda, se não for, é aconselhável por um tópico de informações adicionais ou atividades extracurriculares e acrescentar essa experiência do voluntariado. Alguns sites de emprego já possuem um espaço dedicado a isso, então fica mais fácil ainda de organizar”, comenta.

De olho nos requisitos
Embora o trabalho voluntário seja importante na hora da avaliação do currículo, é importante ficar de olho no que o mercado tem exigido dos profissionais. “Na verdade, uma coisa não substitui a outra. Porém, em tempos de crise é necessário buscar alternativas de aprendizado e o trabalho voluntário pode ser o caminho. No entanto, o candidato que consegue participar de outras atividades além dessa, como oficinas ou cursos livres, acaba tendo um destaque maior. Pois, durante a entrevista queremos avaliar o que ele conseguiu extrair de cada experiência que ele teve, sejam elas profissionais ou não” conta Mavichian.

Sobre a empresa
Fundada em 2006, a Companhia de Estágios tem atuação nacional e impacta mais de 4 milhões de estudantes. As ações da empresa já selecionaram mais de 12 mil estagiários para programas de estágios da Amazon, Twitter, Scania, Sanofi, DuPont, Goodyear, AkzoNobel, Cyrela, Amil, Microsoft, entre outras com soluções tecnológicas de inteligência artificial, jogos online e realidade virtual.

Petrobras investirá em startups de inovação

A Petrobras lança na quinta-feira (18/07), em parceria com o Sebrae, uma chamada de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) voltada para startups e pequenas empresas inovadoras. O edital prevê o financiamento de até 10 projetos, em seis diferentes áreas, com valores que vão de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão, totalizando R$ 10 milhões nessa etapa. O evento ocorrerá às 14h, na CESAR Apolo, no Recife.

A iniciativa faz parte do programa Petrobras Conexões para Inovação e foi criado para estimular o desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendam às necessidades de negócio de petróleo, gás e energia.

“Essa é apenas a primeira iniciativa que visa aproximar a Petrobras das startups. Por meio dela, investiremos até R$ 60 milhões nos próximos cinco anos em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, explica Orlando Ribeiro, gerente executivo do Cenpes, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras.

Fomento à inovação

As empresas contempladas terão acesso a fontes de recursos financeiros, base de clientes, investidores e rede de mentores, além de tempo para amadurecer e validar soluções propostas e ampliar sua visibilidade de mercado. “A ideia é criar um ambiente favorável à inovação, aproximando empresas, instituições de ciência e tecnologia e investidores”, explica o engenheiro da Petrobras e líder do projeto, Ricardo Ramos. “Queremos encontrar pequenas empresas e startups que atuem na área de tecnologia para superarmos juntos o período crítico que vai da concepção de uma tecnologia ou solução inovadora até sua viabilidade comercial”. Estudos apontam que muitos projetos e empresas fracassam nessa fase.

A parceria com o Sebrae, nesse sentido, é estratégica. Além da estar presente em praticamente todo país, a instituição é especializada e reconhecida na capacitação de micro e pequenas empresas para sua inserção competitiva no mercado. “As empresas aprovadas no Programa contarão com o Sebrae durante toda a execução dos projetos de PD&I. Os empresários terão acesso a consultorias especializadas para melhoria de processos gerenciais e tecnológicos, além do apoio intensivo no monitoramento físico-financeiro dos projetos. Este apoio será fundamental para promover a melhoria do nível de competitividade do negócio durante a execução do projeto e para que tudo ocorra em consonância com as regras impostas pelo Regulamento da ANP, explica o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick.

Quem pode participar?

Qualquer micro ou pequena empresa inovadora, com ou sem parceria de instituições científicas e tecnológicas, pode apresentar projetos nas áreas de tecnologias digitais, captura e utilização de carbono, novas energias, nanotecnologia, corrosão e catalisadores. “São áreas importantes não apenas para a estratégia tecnológica da nossa empresa, mas para todo setor de óleo e gás”, explica Ramos. As inscrições abrem em 1º de agosto e podem ser feitas até o dia 05 de setembro, no site http://www.sebrae.com.br/editalpetrobrassebrae/2019.

Critérios de avaliação

As empresas selecionadas terão até dois anos para desenvolver seus projetos. Na seleção, serão avaliados o impacto da solução proposta para o negócio da Petrobras, a consistência e a viabilidade do projeto, incluindo facilidade de implantação da solução proposta, a capacidade técnica da equipe, o grau de inovação, o nível de maturidade tecnológica e o potencial de ganho de escala.