Manifestantes voltam às ruas em defesa de mais recursos para educação

Convocados por entidades sindicais e movimentos estudantis, professores, técnico-administrativos e estudantes participaram hoje (13), em várias cidades do país, de atos contra o contingenciamento de recursos da educação, em defesa da autonomia das universidades públicas e contra a reforma da Previdência.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), foram agendados atos em ao menos 170 cidades dos 26 estados, além do Distrito Federal. A manifestação nacional foi uma continuidade da mobilização de maio, organizada em defesa da manutenção das verbas para o ensino superior. Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), os contingenciamentos anunciados pelo governo afetam não só o ensino superior, mas também a educação básica, o ensino médio e programas de alfabetização.

De acordo com a UNE, os protestos também são contra a proposta do Ministério da Educação (MEC) de instaurar o programa Future-se, que, segundo a pasta, busca o fortalecimento da autonomia administrativa, financeira e da gestão das universidades e institutos federais. Para as entidades sindicais e movimentos estudantis, o projeto transfere atribuições dos governos para o mercado.

Distrito Federal

Um pequeno grupo de manifestantes começou o dia fechando parte da Rodovia DF-075, também conhecida como Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), que liga o centro da capital federal a outras regiões administrativas no sentido de Goiânia. Portando faixas e cartazes com palavras de ordem contra o bloqueio de verbas para a educação, o grupo queimou pneus, interrompendo parcialmente o tráfego de veículos.

Pouco antes das 9h, profissionais da educação, estudantes, sindicalistas e outros manifestantes começaram a se concentrar no Conjunto Cultural da República, na Esplanada dos Ministérios. Devido à concentração de pessoas, três faixas do Eixo Monumental tiveram que ser bloqueadas ao tráfego de veículos enquanto os manifestantes caminhavam em direção ao Congresso Nacional. A certa altura, participantes da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que também protestavam na Esplanada dos Ministérios, uniram-se ao ato.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal não suspendeu as aulas nas quase 700 escolas públicas da rede de ensino, mas ainda aguarda informações das coordenações regionais para fazer um balanço do impacto dos atos. “A pasta terá o balanço no decorrer do dia e reitera que as aulas não ministradas durante a paralisação deverão ser repostas, em datas a serem definidas pelas direções das escolas, ainda neste semestre, garantindo o cumprimento dos 100 dias letivos por semestre”, informou a secretaria, em nota.

Principal instituição universitária da capital, a Universidade de Brasília (UnB) suspendeu as atividades. A paralisação dos docentes foi aprovada em assembleia geral realizada ontem (12), pela associação que representa a categoria, mas a adesão efetiva caberá a cada professor.

Pernambuco

No Recife, embora a Universidade Federal de Pernambuco não tenha suspendido as aulas, professores e técnicos de vários departamentos dos três campi (Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão) da instituição aderiram ao movimento e não compareceram ao trabalho. Alunos de outras instituições, como o Instituto Federal, também não tiveram aulas. Além da capital, manifestações foram agendadas em, pelo menos, outras quatro cidades do estado: Arco Verde, Caruaru, Garanhuns e Petrolina, de acordo com a CNTE.

Bahia

Em Salvador, manifestantes se reuniram no Largo do Campo Grande, de onde saíram em caminhada até a Praça Castro Alves. Expondo faixas e cartazes, o grupo pediu mais investimentos em educação. No mesmo horário (10h), uma manifestação semelhante ocorria em Feira de Santana

Ceará

Em Fortaleza, os manifestantes se concentraram na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica. Participam professores, estudantes e outros trabalhadores da educação. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a previsão é que ao menos 12 cidades cearenses sediassem alguma atividade alusiva à mobilização ao longo do dia, entre elas Juazeiro do Norte, Sobral e Itapipoca.

Rio de Janeiro - Estudantes e profissionais de educação pública fazem manifestação no centro da cidade em protesto contra a política educacional do governo federal. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estudantes e profissionais de educação participam de manifestação no centro do Rio – Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a manifestação partiu da Igreja da Candelária pouco depois das 18h e seguiu pela Avenida Rio Branco, entrando na Avenida Chile, até a sede da Petrobras. O ato reuniu milhares de pessoas, ligadas a centrais sindicais, partidos políticos, sindicatos de diversas categorias e estudantes secundaristas e universitários.

O policiamento foi reforçado durante o ato, que seguiu pacífico até a chegada à Petrobras, por volta de 18h45. No local, as lideranças da manifestação discursaram, com apoio de um carro de som, criticando a redução de verbas para a educação e as reformas econômicas em curso no Congresso. A chuva, que começou tímida no início do protesto, se intensificou e acabou dispersando os manifestantes que deixaram o local, em busca de transporte ou um lugar para se abrigar.

Senado cobra ajuda para estados em troca da reforma da Previdência

A aprovação da reforma da Previdência no Senado tramitará em paralelo com uma agenda de ajuda para estados e municípios, disseram os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Eles se reuniram com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir o endosso do governo com a aprovação do pacote de medidas que compõem a revisão do pacto federativo.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet informou que Guedes comprometeu-se em ir à próxima reunião de líderes no Senado, na próxima terça-feira (20), explicar a revisão do pacto federativo. Ela e Jereissati, relator da reforma da Previdência na CCJ, conversaram com Guedes sobre o cronograma de discussão e votação da proposta no Senado, anunciado mais cedo.

Os dois senadores explicaram que a agenda do pacto federativo é de autoria do Senado e é composta por quatro propostas de emenda à Constituição (PECs) e dois projetos de lei, alguns dos quais já tramitam no Congresso. No início da tarde, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tinha afirmado que o pacote seria composto de até seis PECs.

Segundo Tebet e Jereissati os seis pontos são: extinção da Lei Kandir (lei que desonera de tributos estaduais as exportações de produtos básicos e semielaborados, mediante compensação anual pela União); garantia de pagamento do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX) no fim de cada ano; partilha dos recursos da cessão onerosa (leilão de barris extras do pré-sal) com estados e municípios; elevação de 30% para 70% da fatia dos governos locais no Fundo Social do Pré-Sal; adiamento do pagamento de precatórios (dívidas pagas por ordens judiciais) de 2024 para 2028 e securitização (conversão e venda ao mercado) da dívida ativa dos estados.

“Ele [Guedes] vai na terça-feira justamente para falar que tem o caixa dos R$ 4 bilhões do FEX; que concorda em relação aos projetos de cessão onerosa, que aliás é uma pauta do governo; do Fundo Social [do Pré-Sal] e também da relação à questão da prorrogação de 2024 para 2028″, disse Simone Tebet.

Para os senadores, a discussão do pacto federativo não corre o risco de atrasar a tramitação da reforma da Previdência. Jereissati disse que, ao contrário, a agenda de ajuda aos governos locais facilita a aprovação da reforma no Senado. “Ela [a pauta do pacto federativo] facilita com que o coração da reforma ande e já vá para a promulgação. A discussão de uma não vai atrapalhar nem contaminar a outra”, assegurou.

Acidente deixa 51 feridos em túnel no Rio

Um acidente, no início da noite dessa terça-feira (13), no túnel prefeito Marcello Alencar, na região central do Rio, deixou 51 pessoas feridas. O acidente envolveu dois ônibus urbanos e cinco carros na galeria em direção à Rodoviária Novo Rio

As vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas para a vários hospitais. Algumas delas tiveram de usar colete cervical, devido ao choque. Conhecido também como Túnel da Via Expressa, ele atravessa os bairros do centro, além da Gamboa e Saúde, na região portuária. Com 3.382 metros de extensão, é o maior túnel subterrâneo do país, permitindo a ligação da ponte Rio-Niterói e da Avenida Brasil com o Aterro do Flamengo.

Os feridos foram encaminhadas para quatro hospitais, alguns distantes da região central: o Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste, Getúlio Vargas, na Penha, zona norte, Miguel Couto, na Gávea, zona sul; além do Souza Aguiar, no centro do Rio. Ninguém ficou gravemente ferido.

De acordo com o Centro de Operações da prefeitura do Rio, o acidente ocorreu por volta das 18h e chegou a interditar totalmente as pistas do túnel em direção à Rodoviária Novo Rio.

Câmara instala hoje comissão para analisar aposentadoria de militares

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou para esta quarta-feira (14), às 10 horas, a reunião da instalação da comissão que vai debater a aposentadoria dos militares. Na ocasião, será eleito o presidente e designado relator do colegiado.

Segundo o Projeto de Lei 1645/19, enviado pelo governo em março deste ano, os militares passarão a contribuir mais para a previdência especial e a trabalhar mais para terem direito a aposentadorias e pensões.

Pelo texto, haverá um aumento progressivo na alíquota de contribuição para a previdência dos militares. Atualmente, essa alíquota está em 7,5%. A proposta é que a cada ano seja aplicado o aumento de um ponto percentual até 2022, quando essa alíquota deve chegar a 10,50%, valor a ser praticado desse ano em diante.

A proposta do governo também prevê a reestruturação das carreiras militares. Com o conjunto de medidas, o impacto fiscal líquido deve ser de pelo menos R$ 10,45 bilhões em dez anos. Até 2022, pode alcançar R$ 2,29 bilhões.

A nova regra estabelece um aumento de cinco anos no tempo de serviço, aumentando de 30 para 35 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Já a idade mínima para aposentadoria varia de acordo com a patente do militar. Quanto mais alta a patente, maior idade mínima. Essa variação já existe na regra atual e, na proposta do governo, todas as idades são aumentadas. No caso de general de Exército, a maior patente, a idade mínima aumentaria para 70 anos.

O governo apresentou o modelo de idade mínima apenas com as patentes do Exército. As idades aumentam de cinco a seis anos para a maioria das patentes. No caso de subtenente e major, no entanto, a idade mínima aumentaria em nove anos.

Aposentadoria militar
As contribuições pagas atualmente referem-se às pensões para cônjuge ou filhos, por exemplo, e passarão dos atuais 7,5% da remuneração bruta para 10,5% em 2020, de maneira escalonada. Pensionistas, alunos, cabos, soldados e inativos passarão a pagar a contribuição.

Os militares que já tiverem 30 anos de serviço ativo na data em que a nova lei entrar em vigor terão direito de transferência para a reserva remunerada assegurado. O militar da ativa que ainda não preencher os requisitos para passar à inatividade deverá cumprir o tempo que falta para completar 30 anos de serviço acrescido de um pedágio de 17% do tempo faltante. Dessa forma, um militar com dez anos de carreira deverá trabalhar 3,4 anos além dos 30 anos. Quem tem 15 anos nas Forças Armadas deverá trabalhar 2,5 anos a mais, totalizando 32,5 anos. Quem tiver 20 anos precisará trabalhar 1,7 ano a mais, totalizando 31,7 anos.

Câmara aprova texto-base da MP da Liberdade Econômica

O Plenário da Câmara aprovou o texto-base à Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica, uma emenda aglutinativa apresentada pelo relator da matéria, deputado Jerônimo Georgen (PP-RS) que retira pontos aprovados na comisão mista considerados inconstitucionais. O texto-base foi aprovado por 345 votos a favor, 76 contras e uma abstenção. Após a aprovação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão e convocou os deputados para a votação dos destaques na tarde desta quarta-feira (14).

A MP 881/19, ou MP da Liberdade Econômica, estabelece garantias para a atividade econômica de livre mercado, impõe restrições ao poder regulatório do Estado, cria direitos de liberdade econômica e regula a atuação do Fisco federal. A versão aprovada libera pessoas físicas e empresas para desenvolver negócios considerados de baixo risco, que poderão contar com dispensa total de atos como licenças, autorizações, inscrições, registros ou alvarás. O relator também inseriu na proposta temas como a nstituição da carteira de trabalho digital; agilidade na abertura e fechamento de empresas e a substituição dos sistemas de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

Por outro lado, o texto final do relator retirou diversos temas que não faziam parte na MP original, como taxas de conselhos de Farmácia e isenção de multas por descumprimento da tabela de frete rodoviário.

Georgen, entretanto, manteve na MP o fim das restrições de trabalho aos domingos e feriados, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana. Pelo texto, o trabalhador poderá trabalhar até quatro domingos seguidos, quando lhe será garantida uma folga neste dia. Originalmente, a prosposta era de até sete semanas ante do trabalhador ter uma folga dominical.

Para a votação dos destaques nesta quarta-feira, houve um acordo com a oposição para que não houvesse obstrução, como ocorreu na noite de hoje. Em troca haverá a votação nominal, pelo sistema eletrônico, em todos os destaques.

Famílias entregues ao abandono no Luiz Bezerra Torres

Por Augusto Neto

A ideia parece boa, junta-se pessoas de bairros mais carentes da cidade, aquelas geralmente sem acesso a uma boa educação, a uma saúde eficiente e o mínimo de segurança, faz-se um conjunto residencial distante do centro e coloca-se todo mundo lá. Pronto, está resolvido o problema da habitação.

É assim que os moradores do Luiz Bezerra Torres se sentem, é como aquele presente que você espera tanto , a embalagem é belíssima mas quando você vai brincar, percebe que veio com defeito.

Esqueceram que além de infraestrutura, falta o principal, o cuidado com as pessoas, um local que não tem uma farmácia , um Supermercado, uma padaria !! Não se tem um posto de segurança. A sensação de quem visita , é que lá é um imenso gaiolão, com famílias inteiras com medo, trancadas numa prisão domiciliar, um verdadeiro condomínio fantasma.

Ouvi o relato de uma moradora que diz que vive em pânico dentro de casa, com medo que um assaltante possa roubar o pouco que ela tem. Dez mil pessoas entregues a própria sorte, morando num lugar onde mototaxistas não querem ir, onde farmácias não fazem entrega, onde ônibus são assaltados dia sim, dia não.

Uma mãe me procurou e falou, meu filho, não estou defendendo bandidos, mas o que vc faria se seus pais não tivessem empregos , ficassem dois dias sem comer, sem perspectiva nenhuma de vida? A saída pra muita gente aqui é assaltar mesmo, pra vender o roubo e comer, disse ela em tom de desespero.

No país de quase 30 milhões de desempregados, a insegurança anda de mãos dadas com a falta de oportunidades.

Aqui o problema não está a 10km do centro, está dentro de cada um dos governantes que constroem favelas urbanizadas como se isso fosse diminuir ou resolver um dos piores sentimentos que o ser humano é capaz de sentir , o do abandono.

Augusto Neto é jornalista

Polícia apreende 530 mil cigarros contrabandeados em Caruaru

A Polícia Federal (PF) apreendeu cerca de 530 mil cigarros contrabandeados que estavam armazenados em um galpão localizado no parque 18 de Maio, em Caruaru, agreste pernambucano. As apreensões ocorreram na última quinta-feira (8) quando, depois de uma investigação, policiais flagraram a ação de dois suspeitos, que transportavam os cigarros para o depósito.

De acordo com a PF, foram apreendidas 53 caixas de cigarros estrangeiros, o correspondente a 530 mil cigarros. Os suspeitos foram detidos e confessaram que comercializavam a mercadoria entre Caruaru e Cupira, também no agreste. Com eles, a polícia encontrou a quantia de R$ 6.108 em dinheiro, que os suspeitos confessaram ser advindos da comercialização de cigarros.

Os suspeitos foram detidos e encaminhados à Delegacia de Caruaru. Depois de realizarem o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), cada homem pagou uma quantia de 10 mil reais, correspondente à fiança, e responderão ao processo em liberdade.

Segundo a Polícia Federal, há uma rede organizada por trás do contrabando que mobiliza fabricantes, depósitos, rede de distribuição e vendedores; além disso, esse tipo de crime costuma estar ligado à práticas como sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos.

Folhape

PSL decide expulsar deputado Alexandre Frota após críticas a Bolsonaro

O PSL decidiu em reunião nesta terça-feira (13) expulsar o deputado Alexandre Frota (SP) da legenda. A situação de Frota no partido se complicou nos últimos meses, e o deputado foi retirado da vice-liderança do partido na Câmara e da comissão da reforma tributária.

Além disso, ele perdeu o comando do diretório municipal de Cotia. No segundo turno da reforma da Previdência, o deputado se absteve de votar. Ele havia chegado a ser o coordenador do PSL na comissão especial da Previdência. Expulso, Frota não poderá ser acusado de infidelidade partidária e pode buscar uma outra legenda. Segundo informou a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, duas novas casas possíveis são o PSDB e o DEM.

Em abril, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Frota fez críticas ao governo, num reflexo das dificuldades do Executivo com o Congresso após cem dias de mandato.

Integrante da tropa de choque de Bolsonaro (PSL) durante a campanha de 2018, o deputado disse que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, era o maior responsável pela falha na articulação política. Ainda segundo Frota, o escritor Olavo de Carvalho, que deveria ter tido seu espaço reduzido por Bolsonaro, tinha mais influência do que os militares.

Folhapress

Morre João Carlos Barroso, de ‘Roque Santeiro’ e ‘Zorra Total’, aos 69 anos

O ator João Carlos Barroso morreu na noite de segunda-feira (12), aos 69 anos, segundo confirmaram duas sobrinhas e amigos do carioca. Segundo o ator Mario Cardoso, ele enfrentava uma batalha contra um câncer. Barroso fez nome na TV Globo e esteve em novelas como “Roque Santeiro”, “O Bem Amado” e “Estúpido Cupido”, e em humorísticos como “Zorra Total” e “Trapalhões”. Ele também atuou como dublador, como quando deu voz a Arthur no filme “A Espada Era Lei”.

O último papel de Barroso na TV foi como o delegado Mesquita na novela “Sol Nascente”, de 2016 a 2017, na Globo. A sobrinha Ghis Lima, filha de irmão de João, confirmou que a morte aconteceu às 19h de terça. “Meu tio era a pessoa mais maravilhosa do mundo, sempre muito generoso e carinhoso, se dedicou à família em primeiro lugar.”

João nasceu em 1950, no Rio de Janeiro e cresceu como um garoto que sonhava jogar futebol. Em 1961, com 11 anos, foi abordado por uma equipe de argentinos para fazer um teste para um filme que começariam a rodar, fez um teste e passou. Assim, esteve em Pedro e Paulo, ao lado de nomes como Jardel Filho, Francisco Cuoco e Jece Valadão. Os primeiros papéis renderam prêmios como ator revelação.

Passou a participar de programas na TV Tupi, TV Rio, TV Continental e TV Excelsior e no Grande Teatro Infantil. Na década de 1970, já na TV Globo, participou da última novela em preto e branco (“Estúpido Cupido”) e da primeira a cores, quando foi filho de Lima Duarte, o Eustórgio, em “O Bem Amado”. Ele foi o Toninho Jiló em “Roque Santeiro”.

Desde a madrugada, colegas e amigos do ator prestaram homenagens nas redes sociais. Um deles foi André Gonçalves. “Barrosinho… que saudades… Meus sentimentos à família e aos amigos”, postou. Marcio Cesar Nogueira também escreveu sobre o amigo. “É com imensa tristeza que recebo esta notícia. Nosso grande amigo. João Carlos Barroso – Barrosinho, colega de profissão e de grandes lutas. Parceiro de futebol dos artistas inúmeras vezes, nos deixou. Que Deus o receba em seu reino de luz. Meus sentimentos à família.”

Folhapress

Iniciativa desenvolvida em Pernambuco recebe incentivo para a agricultura familiar

Em abril deste ano, a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciaram as entidades selecionadas para receber investimentos de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, por meio do edital de reaplicação de Tecnologias Sociais. O objetivo da seleção é apoiar iniciativas que promovem a geração de trabalho e renda, localizadas em qualquer parte do país.

O Serviço de Tecnologia Alternativa – Serta, de Ibimirim/PE, foi um dos habilitados para reaplicar a metodologia Mutirão Ciranda – Jovens e Mulheres da Agricultura Familiar. Criado em 1989, o Mutirão Ciranda iniciou suas atividades com mobilizações em pequenas comunidades na busca por alternativas e soluções voltadas à agricultura familiar e à aplicação da ecotecnologias (termo também conhecido como tecnologia verde – um segmento da tecnologia voltado à aplicação de métodos, práticas e resolução de problemas ambientais). O objetivo era envolver estudantes do curso técnico-profissional em agroecologia em iniciativas de promoção do desenvolvimento sustentável, com a inclusão de jovens, mulheres e povos tradicionais na gestão do território e da agricultura.

Segundo Paulo José Santana, um dos educadores no Serta, atualmente os mutirões são planejados em conjunto com as famílias de agricultores para identificar as necessidades e possibilidades locais. “A partir disso são levantados os recursos humanos, de conhecimentos, ferramentas, além de recursos financeiros”, explica.

Reaplicação

Paulo também explica que com a reaplicação desta tecnologia social os mutirões serão realizados em mais 22 municípios, de sete regiões de Pernambuco: Zona da Mata Sul e Norte, Agreste Central e Meridional, Sertão do Moxotó e Sertão do Pajeú. Cerca de 250 pessoas receberão assistência técnica e extensão rural qualificada para transição agroecológica. Deste público, 57% são mulheres, 39% são jovens e 10% de lideranças indígenas das etnias Kambiwá, Xucuru, Fulni-ô e Kapinawá. O investimento social para a execução será de R$ 980 mil.

O fundador do Serta, Abdalaziz de Moura, explica que a participação de lideranças indígenas está sendo fundamental para os mutirões e esta troca de conhecimentos é muito benéfica. “Os índios nos ajudaram a incluir a questão da espiritualidade e da relação entre o território com a natureza, além da valorização da cultura na educação. Em contrapartida, nós os instruímos a recuperar o solo que sofria com erosões, e a utilizar recursos disponíveis nas terras, como galhos, restos de plantas”, afirma.

Socorro França, liderança indígena da etnia Kapinawá, diz que a comunidade tem crescido em conhecimento. “As trocas de experiências são muito boas. Nós aprendemos a recuperar o solo e isso tem sido importante, pois tínhamos algumas terras degradadas”, diz. “Nós índios, estamos acostumados a fazer tudo em grupo. A fazer mutirão. Acho que o projeto também se beneficia dessa nossa experiência”, finaliza.

Dentro da metodologia estão previstos oito cursos temáticos, o desenvolvimento de um plano de comunicação para promover as ações dos mutirões, 12 encontros de intercâmbio para troca de experiências entre as comunidades e 12 semanas pedagógicas, nas quais serão trabalhadas a promoção da dignidade, da qualidade de vida e o protagonismo comunitário.

Certificação de Tecnologia Social

Após ser certificado como Tecnologia Social pela Fundação BB em 2017, o Serta foi capaz de sistematizar o projeto e resgatar elementos históricos, aprimorar objetivos e resultados. De acordo com Santana, com a certificação e a remodelagem para a reaplicação da metodologia em outras regiões, abre-se a possibilidade de investimento de recursos nas comunidades, além de oferecer uma assistência técnica mais especializada para as famílias. “Além disso, também esperamos a construção de cinco feiras orgânicas e cinco cozinhas artesanais que serão implantadas de acordo com o grau de protagonismo e do potencial produtivo de cada município e beneficiário”, explica o educador.

Saiba mais

O Serta é uma escola que oferece ensino técnico de formação profissional em agroecologia para 1.250 estudantes nas unidades de Glória do Goitá, na região da Zona da Mata, e Ibimirim, no sertão do Moxotó, em Pernambuco.

Confira a lista de municípios atendidos com a reaplicação:

Região Metropolitana
Recife, Camageribe, Abreu e Lima, Araçoiaba

Zona da Mata Sul
Palmares, Maraial, Jaqueira, São Benedito do Sul, Quipapá

Zona da Mata Norte
Tracunhaém, Timbaúba, Glória do Goitá

Agreste Meridional
Águas Belas

Agreste Central
São Benedito do Una, Pesqueira, Buíque

Sertão do Moxotó
Ibimirim, Inajá, Betânia

Sertão do Pajeú
Iguaraci, São José do Egito, Solidão