Mercado reduz estimativas para crescimento da economia e inflação

As previsões do mercado financeiro para a expansão da economia e o índice de inflação em 2025 foram reduzidas, de acordo com a edição desta segunda-feira (17) do Boletim Focus. A pesquisa é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para este ano, a expectativa para o crescimento da economia caiu de 2,01% para 1,99%. Para 2026, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) passou de 1,7% para 1,6%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 2% para os dois anos.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.

A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,98 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 6.

Inflação
A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 5,68% para 5,66% este ano. É a primeira redução na projeção após mais de 20 elevações.

Para 2026, a projeção da inflação subiu de 4,4% para 4,48%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,78%, respectivamente.

A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Puxada pela alta da energia elétrica, em fevereiro, a inflação oficial ficou em 1,31%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior resultado desde março de 2022, quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%). Em 12 meses, o IPCA soma 5,06%.

Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros na reunião de janeiro, o quarto aumento seguido da Selic, que consolida um ciclo de contração na política monetária.

Em relação às próximas reuniões, o Copom já confirmou que elevará a Selic em um ponto percentual, para 14,25% ao ano, na reunião que ocorre esta semana, mas não informou se as altas continuarão na reunião de maio, apenas que observará a inflação.

Até o fim deste ano, a estimativa do mercado financeiro é que a taxa básica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Duda Salabert aciona PGR para pedir prisão de Bolsonaro por manifestação no Rio de Janeiro

A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por declarações dadas por ele durante a manifestação que reuniu apoiadores e aliados na praia de Copacabana neste domingo. Na ocasião, segundo a parlamentar, o ex-mandatário proferiu “proferiu declarações que afrontam diretamente a ordem democrática e a segurança institucional do país”.

Na denúncia, a deputada destacou o momento em que o ex-presidente questionou o motivo de ter sido derrotado na última eleição presidencial, em “tom conspiratório” e incentivando “dúvidas sobre a idoneidade do processo eleitoral”. “Nosso governo fez o seu trabalho, por que perdeu a eleição?”, disse Bolsonaro no trecho separado pela parlamentar.

— Em seu discurso, Bolsonaro põe à prova mais uma vez o processo eleitoral brasileiro, um pilar do nosso estado democrático. Sua atitude demonstra que sua estratégia criminosa ainda está em andamento e não muda na sua tentativa de tomar o poder pela via autoritária — disse a deputada ao Globo.

Salabert também argumenta que a manutenção de Bolsonaro em liberdade seria uma grave ameaça à garantia da lei e da ordem, por ele “persistir na disseminação de dúvidas infundadas sobre as eleições de 2022”. A deputada ainda solicita que a PGR proíba o ex-presidente de usar redes sociais e de participar de eventos públicos que possam servir de plataforma para “novas incitações antidemocráticas”.

Adesão do público ato divide opiniões
Um levantamento do grupo de pesquisa do “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common, estimou que, no auge do ato convocado Bolsonaro neste domingo, 18,3 mil apoiadores do ex-presidente estavam na Praia de Copacabana. O grupo utiliza um método que analisa imagens aéreas, aplicando um software especializado para identificar e contabilizar o número de pessoas presentes. Já a PM divulgou que 400 mil pessoas passaram pela manifestação, sem explicar a metodologia.

Em outro levantamento, o Datafolha divulgou um cálculo de público na manifestação de 30 mil pessoas. O instituto também usou imagens aéreas. Elas foram obtidas às 11h10m.

A PM do Rio é subordinada ao governador Cláudio Castro (PL) — aliado de Bolsonaro e um dos oradores do evento. O Globo procurou a PM para entender a metodologia utilizada na contagem, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

A discrepância entre os números é significativa: a estimativa da PM indica um público quase 22 vezes maior que o calculado pelos pesquisadores da USP. O grupo acadêmico acompanhou a manifestação e produziu imagens aéreas entre 10h, horário de chegada de Bolsonaro, e 12h, quando ele encerrou seu discurso. A contagem foi realizada com o auxílio do software, e a estimativa de 18,3 mil pessoas corresponde ao pico do evento, durante a fala do ex-presidente.

— Essa foi uma manifestação pequena para os padrões de mobilização do bolsonarismo — afirmou Pablo Ortellado, que coordena o Monitor do Debate Político ao lado de Márcio Moretto.

O Globo

Eduardo Leite admite pela primeira vez sair do PSDB para disputar a Presidência em 2026

Enquanto o PSDB discute seu futuro com a possibilidade de fusão com quatro partidos, o governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite, se vê diante de uma encruzilhada para viabilizar seu projeto presidencial em 2026. Anteontem, pela primeira vez, ele admitiu a possibilidade de deixar o partido.

— Tenho 24 anos de PSDB, com muito orgulho, mas a gente tem que encontrar o caminho que nos dê a capacidade de contribuir. Se estreitar o caminho através do PSDB, vamos ter que procurar aquele que melhor me permita a participação — disse o governador, durante almoço com empresários.

O tucano — assim como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que concluiu o movimento — recebeu convite para se filiar ao PSD, mas resiste. No partido de Gilberto Kassab, ele não teria legenda para disputar o Planalto, já que a sigla tende a lançar a candidatura própria do governador do Paraná, Ratinho Júnior, ou apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas ( Republicanos). Essa decisão depende dos movimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, mesmo inelegível, mantém-se como figura central na articulação da direita.

Plano mantido

Entre os partidos que negociam se unir ao PSDB, Republicanos e MDB dificilmente apoiariam uma candidatura presidencial de Leite. Já Podemos e Solidariedade indicam que poderiam apoiar o governador. A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), tem bom relacionamento com Leite e interesse em aderir a um projeto avesso à polarização.

Nos bastidores, o Podemos tem feito sucessivos acenos aos tucanos, em uma tentativa de mostrar fidelidade. Integrantes do partido afirmam ter facilitado a saída de dois senadores, Oriovisto Guimarães e Styvenson Valentim, que se filiaram ao PSDB. Os tucanos negam relação entre os episódios.

Apesar de ter assumido que pode deixar o PSDB, aliados de Leite asseguram sua fidelidade partidária e descartam uma saída da legenda. Por enquanto, a sigla e o governador mantêm publicamente a defesa de sua candidatura ao Planalto em 2026. Ao GLOBO, o presidente nacional, Marconi Perillo, afirmou que o projeto “Eduardo Leite presidente” tem sido apresentado aos demais partidos como uma prioridade:

— A candidatura própria de Eduardo, que representa o centro democrático, é prioridade. Estamos colocando como central (nas negociações).

Já em vídeo publicado nas redes sociais esta semana, Leite destacou o papel do PSDB na construção de um “futuro melhor” para o Brasil.

— Os brasileiros querem mais solução e menos briga política. O PSDB tem coragem e competência para colocar o país nos eixos. A gente já fez uma vez, e vai fazer de novo — afirmou o gaúcho.

Aliados do governador afirmam que o projeto presidencial é “inegociável”. Leite não tem interesse, segundo eles, em concorrer ao Senado.

Além das indefinição em relação ao seu futuro, Leite ainda não decidiu quem será seu candidato à sucessão no governo do Rio Grande do Sul. Seu vice, Gabriel Souza (MDB), manifesta intenção de disputar, mas enfrenta resistência interna. Tucanos sugerem outros nomes, como o do secretário da Casa Civil, Artur Lemos, e da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, considerada próxima a Leite.

Reunião com o Republicanos

Após perder espaço em eleições recentes, o PSDB negocia uma fusão ou federação com partidos como Podemos, Solidariedade, Republicanos e MDB. A estratégia é um esforço para a legenda, que já comandou o Planalto e historicamente polarizou o debate nacional com o PT, se recuperar após sucessivas derrotas eleitorais.

Caciques tucanos se reuniram com dirigentes do Republicanos anteontem para debater um possível acordo. A conversa foi vista como positiva dentro do PSDB, mas a prioridade, no momento, é uma costura com Podemos e Solidariedade. Um eventual apoio a Eduardo Leite em 2026 não foi colocado à mesa.

Nas eleições passadas, o PSDB não disputou pela primeira vez a Presidência. A sigla se aliou a Simone Tebet (MDB) e indicou sua vice, a senadora Mara Gabrilli. A aliança foi definida após o próprio Leite desistir de ser candidato, assim como o ex-governador de São Paulo João Doria. A depender de com qual sigla decida se unir, o PSDB pode acabar fora da disputa mais uma vez.

Pesa contra os tucanos o mau desempenho nas urnas na eleição presidencial de 2018. Na ocasião, o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tinha a maior coligação e o maior tempo de TV, mas obteve só 4,64% dos votos, ficando em quarto lugar.

Além disso, o partido também viu sua capilaridade minguar nos últimos anos. O número de prefeitos eleitos no ano passado representa menos de um terço do alcançado em 2000, enquanto a bancada na Câmara caiu de cem para 13 desde 1998.

O Globo

Receita começa a receber nesta segunda declarações do Imposto de Renda

O prazo de entrega da Declaração Anual do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2025, ano-calendário 2024, começa às 8h desta segunda-feira (17) e termina às 23h59 do dia de 30 de maio. O programa gerador da declaração está disponível desde quinta-feira (13).

As pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888, assim como aquelas que obtiveram receita bruta da atividade rural acima de R$ 169.440, são obrigadas a declarar. As pessoas que receberam até dois salários mínimos mensais durante 2024 estão dispensadas de fazer a declaração, salvo se se enquadrarem em outro critério de obrigatoriedade.

A Receita Federal calcula receber 46,2 milhões de declarações do Imposto de Renda Pessoa Física este ano, o que representará um acréscimo de quase 7%, na comparação com 2024, quando foram entregues 43,2 milhões de declarações.

A Receita recomenda que os contribuintes organizem seus documentos com antecedência, para evitar contratempos no envio da declaração.

Quem não entregar no prazo fixado, está sujeito a multa mínima de R$ 165,74 e a um valor máximo correspondente a 20% do imposto devido.

1º de abril
Neste primeiro momento, os contribuintes não terão a declaração pré-preenchida para agilizar a entrega. De acordo com a Receita Federal, em 2025, o preenchimento dos campos do documento começa a ser implementado nesta segunda-feira, com a importação dos dados, e somente estará disponível ao público em 1º de abril. A data é a mesma da liberação do programa de preenchimento e entrega online e por dispositivos móveis pelo aplicativo Meu Imposto de Renda.

O acesso ao Meu Imposto de Renda exigirá autenticação via Plataforma Gov.BR (níveis ouro ou prata), com acesso por meio da página da Receita, e-CAC, qualquer navegador ou aplicativo da Receita Federal.

Declaração pré-preenchida
A expectativa da Receita é alcançar, este ano, 57% das declarações por meio do sistema pré-preenchido. No ano passado, foram 41,2% nessa condição.

As informações importadas são de rendimentos, deduções, bens, direitos, dívidas e ônus reais da declaração do IR apresentadas pelo próprio contribuinte no ano anterior; de declarações auxiliares (como o carnê-leão); e ainda das declarações de terceiros, como fontes pagadoras, imobiliárias ou serviços médicos, por exemplo.

A declaração pré-preenchida depende da colaboração de terceiros, porque importará os dados somente se as fontes enviarem as informações. Se não houver envio das informações dentro do prazo ou se erros forem cometidos, a declaração pré-preenchida pode ficar incompleta ou conter dados incorretos.

Por isso, é de inteira responsabilidade do contribuinte a verificação da correção de todos os dados preenchidos na declaração. Se for o caso, este deverá fazer as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias,

Desde 2022, para fazer a declaração pré-preenchida, o cidadão precisa de uma conta no portal Gov.br de nível prata ou ouro, com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados. O documento pode ser acessado em qualquer plataforma (online, aplicativo para dispositivos móveis ou Programa Gerador da Declaração.

O contribuinte que optar pela declaração pré-preenchida, após 1º de abril, tem prioridade na hora de receber a restituição.

Mudanças
As principais mudanças na entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2025, em relação ao ano anterior, envolvem a atualização dos limites de obrigatoriedade de entrega da declaração (descritos acima); obrigatoriedade de declaração a quem teve rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos; e para quem atualizou, no ano passado, valor de mercado de imóveis declarados anteriormente.

Restituições
As restituições serão liberadas também a partir de 30 de maio, em cinco lotes, até 30 de setembro.

Na liberação de restituições, após as prioridades previstas em lei (idosos, pessoas com deficiência), quem fizer a declaração pré-preenchida e optar pelo recebimento da restituição por Pix deve receber mais rapidamente.

Dentro de cada grupo, a regra geral é a de que aqueles que enviam a declaração mais cedo recebem a restituição primeiro. As consultas à restituição devem ser feitas no site da Receita Federal ou no aplicativo..

Confira a ordem de prioridades nas restituições:

1º – idade igual ou superior a 80 anos;

2º – idade igual ou superior a 60 anos, deficientes e portadores de moléstia grave;

3º – pessoa que tenha maior fonte de renda vinda do magistério;

4º – quem usou a declaração pré-preenchida e optou pela restituição no Pix;

5º – quem usou a declaração pré-preenchida ou optou pela restituição no Pix;

6º – demais contribuintes.

Para quem tiver imposto a pagar, o vencimento da primeira cota (ou cota única) será em 30 de maio. Demais cotas vencerão no último dia útil de cada mês subsequente, até a oitava cota, em 30 de dezembro.

Para saber mais sobre as regras da declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física 2025-2024, a Receita Federal publicou a Instrução Normativa nº 2.255, no Diário Oficial da União da última quinta-feira.

Caixa libera abono salarial para nascidos em fevereiro

Cerca de 1,7 milhão de trabalhadores com carteira assinada nascidos em fevereiro e que ganham até dois salários mínimos podem sacar, a partir desta segunda-feira (17), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e no Portal Gov.br.

Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 2 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador. Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e vão até 15 de agosto.

Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial de 2025 será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.

O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal; e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. O saque iniciará nas datas de liberação dos lotes e acabarão em 29 de dezembro de 2025. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho.

Quem tem direito
Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.

Pagamento
Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.

Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.

O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade via terminais de autoatendimento e portal www.bb.com.br/pasep ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.

Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.

Anistia: entre o perdão e a impunidade

Por Brenno Ribas

A anistia é um tema complexo que desperta debates acalorados no Brasil. Prevista na Lei nº 6.683/1979, a chamada Lei da Anistia foi sancionada durante a ditadura militar e teve um papel crucial na transição para a democracia. Seu principal objetivo era perdoar crimes políticos cometidos entre 1961 e 1979, permitindo o retorno de exilados, a libertação de presos e a reintegração de servidores afastados. No entanto, a forma como essa lei foi aplicada gerou questionamentos que permanecem até hoje.

O grande ponto de controvérsia está no fato de que a anistia não beneficiou apenas opositores do regime, mas também agentes do Estado responsáveis por perseguições, torturas e mortes. Assim, enquanto trouxe liberdade para muitos que lutaram pela democracia, também impediu que aqueles que cometeram graves violações de direitos humanos fossem responsabilizados. Esse aspecto fez com que a lei fosse interpretada como um instrumento de impunidade, protegendo crimes que, segundo tratados internacionais, são imprescritíveis, como a tortura.

Recentemente, o debate sobre a anistia voltou à tona, especialmente após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino defender que a ocultação de cadáver não pode ser protegida por essa lei. O argumento é que esse tipo de crime tem natureza permanente: enquanto o corpo não for encontrado, a infração continua acontecendo. Essa tese poderia abrir um precedente importante para responsabilizar agentes da repressão que participaram de desaparecimentos forçados durante o regime militar.

A discussão sobre a anistia, no entanto, não se restringe ao passado. Nos últimos anos, grupos políticos têm defendido a concessão de anistia para aqueles que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O argumento central é que essas pessoas estariam sendo perseguidas politicamente. No entanto, há uma diferença fundamental entre crimes políticos e ataques às instituições democráticas. No primeiro caso, trata-se de uma oposição ao governo baseada em ideais e manifestações legítimas. No segundo, há a tentativa de subverter a ordem constitucional por meio da violência.

A anistia, por sua própria natureza, deve ser aplicada com critério e responsabilidade. Não pode ser utilizada como ferramenta para apagar crimes graves ou enfraquecer a democracia. Se, no passado, ela serviu para facilitar a transição política, hoje, o Brasil precisa decidir se está disposto a revisitar essa história e corrigir possíveis injustiças. Afinal, até que ponto o perdão pode ser confundido com impunidade?

*Por Brenno Ribas*

Advogado especialista em Direito Eleitoral e professor de Direito Constitucional do UniFavip Wyden

Deputado Edson Vieira apresenta relatório favorável para reconhecimento da Vaquejada de Surubim como Patrimônio Cultural Imaterial

O deputado estadual Edson Vieira (União) apresentou relatório favorável, na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, ao Projeto de Resolução 2462/2024, que busca conceder à Vaquejada de Surubim o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco. A iniciativa, proposta pelo ex-deputado e atual prefeito de Surubim, Cléber Chaparral, reforça a preservação dessa tradição, um dos eventos mais emblemáticos do Brasil.

“A Vaquejada de Surubim é um símbolo da identidade nordestina. Relatar esse projeto é, para mim, uma honra e um compromisso com a valorização dessa manifestação cultural. Nosso objetivo é garantir que essa tradição continue viva, respeitando as normas de bem-estar animal e promovendo o desenvolvimento econômico da região”, destacou Edson Vieira.

Realizada no Parque J. Galdino, a Vaquejada de Surubim se consolidou como uma das maiores do país, atraindo competidores, turistas e apaixonados pelo esporte de diversas partes do Brasil. O reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural Imaterial reforça sua importância e assegura sua continuidade dentro dos princípios de proteção e regulamentação exigidos pela legislação vigente.

Com mais de 80 anos de história, a Vaquejada de Surubim é um marco para Pernambuco, movimentando a economia local, gerando empregos e fortalecendo a cultura popular. O projeto agora avança na Assembleia Legislativa, e sua aprovação representará um passo significativo para a proteção e o fortalecimento da vaquejada em Pernambuco.

Raquel Lyra se Filia ao PSD: O Que Isso Significa para Pernambuco?

Por João Américo de Freitas
A política em Pernambuco está passando por uma grande mudança. No último dia 10 de março de 2025, a governadora Raquel Lyra oficializou sua filiação ao PSD (Partido Social Democrático), em um evento que foi uma verdadeira demonstração de força política. Mais do que um simples ato partidário, essa movimentação coloca Raquel no centro do tabuleiro político pernambucano e sinaliza um novo rumo para o estado. Mas o que isso significa para Pernambuco? Vamos mergulhar nos detalhes dessa história e entender como ela pode impactar o futuro político local.

O ato de filiação de Raquel Lyra ao PSD não foi algo discreto. Pelo contrário, foi uma cerimônia pensada para mostrar poder e união. Realizado em um ambiente que mais parecia um comício ou uma convenção partidária, o evento reuniu pesos-pesados da política nacional, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, além de deputados, senadores e até ministros do partido, como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). Políticos de legendas rivais, como PT e PL, também marcaram presença, provando que Kassab sabe jogar o jogo político com habilidade.

Raquel, que antes era um nome forte no PSDB – onde ficou por nove anos –, agora não só entrou para o PSD como assumiu o comando do diretório estadual em Pernambuco, tomando o lugar de André de Paula. Esse movimento é um recado claro: ela está se preparando para voos maiores, mirando a reeleição em 2026. E o PSD, com certeza, está feliz em ter uma governadora como carta na manga.

A chegada de Raquel Lyra ao PSD mexe com o equilíbrio de forças em Pernambuco. O estado sempre foi um terreno disputado, com o PT dominando a esquerda e o PSDB sendo uma opção de centro-direita. Agora, com Raquel no PSD, o partido ganha um peso que não tinha antes. Ela é a primeira mulher a governar Pernambuco, uma figura carismática e com experiência política – foi prefeita de Caruaru antes de chegar ao governo estadual. Isso dá ao PSD uma vantagem para atrair eleitores e aliados que querem algo novo, mas sem se jogar nos extremos da polarização.

E tem mais: essa filiação pode ser um divisor de águas nas próximas eleições. Com o controle do PSD em Pernambuco, Raquel tem nas mãos uma estrutura partidária que pode ajudar a formar alianças locais e fortalecer sua base para 2026. O evento de filiação mostrou que o partido tem apoio nacional – os ministros presentes são prova disso –, o que significa que recursos e capital político devem chegar ao estado para turbinar os planos de Lyra.

O PSD, liderado por Gilberto Kassab, vem crescendo no Brasil com uma estratégia simples: ser um partido “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, como ele gosta de dizer. Em Pernambuco, trazer Raquel Lyra para o time é um golpe de mestre nessa jogada. Kassab quer transformar o PSD em uma força nacional, e ter uma governadora como Raquel no comando estadual é um passo gigante para isso. Ela traz visibilidade, liderança e um perfil que pode agradar tanto quem está cansado do PT quanto quem não quer embarcar no bolsonarismo.

Para Raquel, o PSD oferece uma plataforma perfeita. Sai do PSDB, que vinha perdendo força, e entra em um partido em ascensão, com estrutura e apoio nacional. É como trocar de carro no meio da corrida – e pegar um modelo mais potente para a reta final

Olhando para frente, a filiação de Raquel Lyra ao PSD pode mudar a cara da política pernambucana. Se ela conseguir usar o partido para consolidar seu poder, a reeleição em 2026 fica mais palpável. Mas não vai ser fácil. O PT, que ainda tem uma base sólida no estado, não vai ficar de braços cruzados. E outros grupos, como o PL, também podem tentar atrapalhar os planos dela.

Ainda assim, o movimento é promissor. O PSD, com Raquel à frente, pode se tornar uma alternativa real no estado, atraindo quem busca uma política mais pragmática e menos ideológica. E, se Kassab continuar jogando bem suas cartas, Pernambuco pode ser só o começo de uma expansão ainda maior do partido no Nordeste.
A filiação de Raquel Lyra ao PSD é um daqueles momentos que podem marcar a história política de Pernambuco. Ela está mostrando que não veio para brincar – quer deixar sua marca como governadora e, quem sabe, ir além. O PSD, por sua vez, ganha uma líder que pode colocar o partido no mapa do estado de vez.

Claro, o futuro é incerto. Política é como um jogo de xadrez: cada jogada abre novas possibilidades, mas também novos riscos. Será que Raquel vai conseguir unir o PSD e sua base eleitoral? Será que o partido vai entregar o que ela precisa para 2026? Só o tempo vai dizer. Por enquanto, uma coisa é certa: Pernambuco está de olho em Raquel Lyra, e ela parece pronta para o desafio.

A filiação de Raquel Lyra ao PSD no dia 10 de março de 2025 não foi só uma troca de partido – foi uma jogada estratégica que pode transformar a política em Pernambuco. Com ela no comando do PSD estadual, o partido ganha força, e Raquel se posiciona como uma líder ainda mais influente. O impacto disso vai ser sentido nas próximas eleições e no equilíbrio de poder do estado. Uma coisa é fato: a política pernambucana nunca mais será a mesma.

João Américo de Freitas é advogado

Por unanimidade, Cidadania aprova fim de federação com PSDB

Da CNN Brasil

O Diretório Nacional do Cidadania decidiu não renovar a federação com o PSDB, que estava válida desde as eleições de 2022. O martelo foi batido de forma unânime em reunião na manhã deste domingo (16), em Brasília.

O partido alega que a parceria gerou desvantagem ao Cidadania, como a redução de sua representação nas prefeituras, câmaras municipais e estaduais, além da diminuição do número de cadeiras no Congresso Nacional.

A própria legenda divulgou que representantes dos estados relataram uma “convivência difícil e desvantajosa” para o Cidadania. Agora, a intenção é recuperar a identidade e definir os novos rumos, pensando nas eleições de 2026.

De acordo com o presidente do partido, Comte Bittencourt, o Cidadania ainda não decidiu se vai disputar o próximo pleito sozinho ou se vai realizar outra federação.

A legenda precisa esperar até o ano que vem para oficializar a separação com PSDB, já que a legislação determina que uma federação precisa vigorar por, no mínimo, quatro anos.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se o partido decidir sair da federação antes do prazo, ela não poderá ingressar em outra ou entrar em uma coligação nas duas eleições seguintes, além de perder acesso ao fundo partidário até o prazo acabar.

A decisão segue a Executiva Nacional do partido, que também foi unânime na votação para o fim da aliança no mês passado.

Renovação

No pleito de 2022, o Cidadania elegeu cinco deputados federais. No mesmo ano, perdeu para o PSDB o único senador que tinha, Alessandro Vieira (SE) — que hoje está no MDB. Recentemente, a sigla deixou de ter uma deputada, Carmen Zanotto (SC), que se elegeu prefeita em Lajes.

O Cidadania passa por um processo de renovação desde 2019, quando adotou o novo nome e abandonou a nomenclatura Partido Popular Socialista (PPS). A legenda surgiu nos anos 1990, após romper com o antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Federações partidárias

A união de partidos em federações foi instituída pelo Congresso Nacional na Reforma Eleitoral de 2021 e funciona como um teste para eventual fusão. Elas são diferentes das coligações, que são uniões entre siglas apenas para uma disputa eleitoral.

A diferença básica entre as duas é o tempo de compromisso. Na coligação, os partidos se unem apenas durante a eleição e funcionam como um só perante a Justiça Eleitoral. Enquanto que, na federação, as siglas mantém suas identidades, mas atuam de forma conjunta pelo período mínimo de quatro anos.

Atualmente, existem três federações no Brasil:

  • Federação Brasil da Esperança, com PT, PCdoB e PV.
  • Federação PSOL-Rede, com PSOL e Rede.
  • Federação PSDB-Cidadania, com PSDB e Cidadania.

Denis Galdino, um dos maiores assaltantes de bancos do país, é preso

Brasília (DF) 16/03/2025 - Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina, anunciaram hoje (16) a prisão de um dos maiores assaltantes de banco no Brasil, identificado como Denis Galdino, de 42 anos. Foto: Policía Civil/Divulgação

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em conjunto com a Polícia Civil de Santa Catarina, anunciaram neste domingo (16) a prisão de um dos maiores assaltantes de banco no Brasil, identificado como Denis Galdino, de 42 anos. Ele é um dos criminosos mais procurados no país e foi localizado no município de Cachoeiras de Macacu, na região metropolitana do Rio, onde se escondia usando identidade falsa.

O criminoso é um dos principais articuladores de quadrilhas especializadas em roubos a bancos. Ele possui extensa ficha criminal, com passagens por 17 estados, e já foi preso em flagrante no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal.

Segundo as investigações, Galdino utilizava documentos falsificados para escapar da polícia e continuar praticando crimes. Em um dos casos mais emblemáticos, ele se passou por um jornalista do Paraná, causando verdadeiro pesadelo à vítima real, que passou dois anos tentando provar inocência.

Denis Galdino estava foragido desde fevereiro de 2024, quando participou de roubo a uma agência bancária, no município de Joinville, no estado de Santa Catarina. Na ocasião, seis criminosos invadiram o local e, em menos de 10 minutos, levaram quase meio milhão de reais. Cinco criminosos foram presos pelo crime, restando apenas o criminoso capturado nesse sábado.

Após o crime, o assaltante se refugiou no Complexo da Penha, zona norte do Rio, e permaneceu no local por meses, contando com a proteção de criminosos locais. Recentemente, agentes da especializada identificaram sua localização em Cachoeiras de Macacu.

Denis planejava participar de um evento religioso, na tentativa de despistar as investigações. Agora, com a prisão, os agentes fazem diligências para apurar a possível participação do criminoso nos recentes ataques a caixas eletrônicos no estado do Rio.

Em vários roubos, os criminosos utilizaram a mesma técnica: o uso de explosivos para violar terminais bancários e subtrair altas quantias.