Os super-humanos e a desigualdade

A matéria de capa da The Economist de 22/03/2025 analisa a ascensão dos super-humanos. Pessoas com muitas posses que podem lançar mão de ferramentas e substâncias que permitem atuar no corpo humano para otimizar suas capacidades. Alguns já flertam com a “juventude eterna”, como Bryan Johnson, hoje com 47 anos, CEO da Kernel, uma empresa que desenvolve interfaces cérebro-máquina. Apresentando-se como um “atleta do rejuvenescimento”, Johnson fez da sua vida um experimento. Dorme às 20h30, acorda às 5h, ingere um coquetel de 100 suplementos e remédios indicados por uma equipe de cientistas. Um regime no qual despende US$ 2 milhões por ano. Faz uma hora de exercícios físicos e se alimenta de uma dieta vegana. A partir das 11h não come mais nada. Fez uma transfusão com o sangue de seu filho, depois de verificar o sucesso com ratos. Eoutra para substituir o plasma de seu sangue por uma proteína chamada albumina.  Outros superbilionários como Peter Thiel e Elon Musk têm-se ocupado de implantes cerebrais e uso de drogas que amplificam a mente e o corpo. A ciência e a medicina vistas não apenas como restauradores do corpo diante da doença. Mas como instrumentos para ampliar o poder físico e cognitivo. E a própria longevidade. Esses tratamentos são de três categorias: suplementos, terapias genéticas e implantes neurais.

Tome-se o caso da epidemia atual da obesidade. Os ricos já dispõem de medicamentos como o Mounjaro, que foi aprovado pela Anvisa para o diabetes tipo 2. O Monjauro é mais eficaz do que um outro remédio também muito usado para reduzir a obesidade, o Ozempik. A versão do Mounjaro para reduzir peso estará nas farmácias brasileiras a partir de junho. A um preço em torno entre R$ 4 e 6 mil o frasco. Enquanto isso os pobres cada vez mais padecem de obesidade. Inclusive porque consomem mais os alimentos ultraprocessados. Outras drogas, como a Ritalin, a NAD+ e a metformin são vistas como amplificadoras do ciclo de vida e da capacidade mental. Já existem clínicas que inserem genes nas células. Algumas incentivadas por bilionários como Peter Thiel. Outros já se aventuram com equipamentos concebidos para transferir sinais diretamente para o cérebro humano a partir de chips de silicone. Sejam externos, sejam implantados no cérebro. Elon Musk fundou a Neuralink para desenvolver esses mecanismos. Há experimentos com implantes cerebrais para mover membros  ou para restarar a visão de quem a tenha perdido. Para Musk, somente um cérebro humano capaz de atingir simbiose com a inteligência artificial pode ter esperança de permanecer relevante num mundo de máquinas inteligentes.

Impossível não comparar o potencial dessas tecnologias com a realidade dos nossos indicadores econômicos e sociais. Elas já começam a produzir resultados ainda incipientes. Mas em pouco tempo podem escalar. E daí surge a questão de como fomentar o acesso aos não-ricos. A história da tecnologia mostraque ela sempre foi apropriada pelos privilegiados. Às vezes seus benefícios são negados a grandes contingentes por séculos. O saneamento, por exemplo. A ONU estabaleceu o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 6, que visa garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos até 2030. Não obstante, metade da população do planeta ainda não tem acesso a serviços adequados de saneamento. No Brasil, esse número chega a 24,3 milhões de pessoas. Em Pernambuco, 66% da população não tem acesso à coleta de esgoto. No Recife, 50,5%. Ou 751 mil pessoas. O acesso a medicamentos básicos é muito restrito para a população de baixa renda. Por isso, o governo federal criou o Programa Farmácia Popular. Os medicamentos mais sofisticados permaencem uma quimera para muita gente. Imagine-se o acesso a equipamentos que ampliem as capacidades cognitivas e retardem de verdade o envelhecimento. O contraste torna-se ainda mais aviltante quando se observam outros indicadores. Como o acesso à educação de qualidade. Ricos e pobres frequentam escolas que em nada se parecem. Delas saem jovens com capacitações tão desiguais que dificilmente permitirão alguma competição menos injusta pelas

oportunidades de renda e desenvolvimento profissional.

O desenvolvimento tecnológico nessa área do aprimoramento humano (o chamado human enhancement) deve ser elogiado. O retardamento do envelhecimento e a ampliação de capacidades físicas e cognitivas já são realidade. Infelizmente, para muito poucos. O desafio é duplo. Primeiro, como criar regras e instituições que viabilizem o acesso também dos não-ricos a essas tecnologias. O segundo é como induzir que os investimentos e a competitividade possibilitem novas conquistas na área e o barateamento desses medicamentos e equipamentos.

Maurício Rands, advogado formado pela FDR da UFPE, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

Fórmula 1: Piastri vence GP da China; Bortoleto termina em 14º

Formula One F1 - Chinese Grand Prix - Shanghai International Circuit, Shanghai, China - March 23, 2025
McLaren's Oscar Piastri celebrates with a trophy on the podium after winning the Chinese Grand Prix. REUTERS/Go Nakamura/ PROIBIDO REPRODUÇÃO
© REUTERS/Go Nakamura/ PROIBIDO REPRODUÇÃO

O Grande Prêmio da China, realizado na madrugada deste domingo (23), em Xangai, deixou as maiores emoções para o pós-prova. O australiano Oscar Piastri, da McLaren, que largou na ponta, venceu a corrida sem maiores problemas, e foi acompanhado no pódio por Lando Norris, também da McLaren, e George Russell, da Mercedes.

No entanto, o que chamou mais atenção na China foi o que aconteceu após o fim da disputa. Os dois pilotos da Ferrari – Lewis Hamilton e Charles Leclerc – além de Pierre Gasly, da Alpine, acabaram desclassificados.

Leclerc e Gasly foram punidos pelo mesmo motivo: a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) identificou que os carros dos dois estavam abaixo do peso mínimo exigido. Já Hamilton foi desclassificado após ser constatado que a prancha de madeira que fica abaixo do carro estava com espessura menor do que a permitida.

As punições foram especialmente custosas para a Ferrari, que viu seus pilotos perderem 18 pontos no total (Leclerc, quinto, havia somado dez pontos; Hamilton, em sexto, somara oito), total considerável na corrida pelo título de construtores. Já Gasly não havia somado pontos, pois terminou na 11ª colocação.

No entanto, juntando-se as três punições, o brasileiro Gabriel Bortoleto, que havia concluído a prova em 17º lugar, subiu para a 14ª posição. Depois de abandonar a prova em sua estreia na categoria, no GP da Austrália, o piloto da Sauber conseguiu terminar uma corrida na Fórmula 1 pela primeira vez.

Com os resultados, Piastri foi a 34 pontos na classificação de pilotos, em quarto lugar. Ele está atrás Norris (líder com 44), Max Verstappen, da Red Bull (segundo com 36), e George Russell, que tem 35.

A próxima corrida será no Japão, no dia 6 de abril.

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 5

Erilene (27 anos), Mauro (05 anos) Elias (06 meses) - Família Beneficiária do Programa Bolsa Família - CRAS de Sobradinho 1 - Brasília (DF). Na foto eles seguram o cartão do programa Bolsa Família.
Fotos: Lyon Santos/ MDS

A Caixa Econômica Federal paga nesta segunda-feira (24) a parcela de março do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 5.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 668,65. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 20,5 milhões de famílias, com gasto de R$ 13,7 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Os beneficiários de 550 cidades receberam o pagamento na terça-feira (18), independentemente do NIS. A medida beneficiou moradores do Rio Grande do Sul, afetados por enchentes no ano passado, e de mais nove estados, afetados por chuvas ou por estiagens ou com povos indígenas em situação de vulnerabilidade. A lista dos municípios está disponível na página do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.

Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família. O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Regra de proteção

Cerca de 3,11 milhões de famílias estão na regra de proteção em março. Em vigor desde junho de 2023, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 367,39.

Calendário Bolsa Família 2025 - março
Calendário Bolsa Família 2025/Março – Arte EBC

Auxílio Gás

Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que atende a famílias inscritas no CadÚnico. Como o benefício só é concedido a cada dois meses, o pagamento voltará em abril.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Sudene reuniu instituições financeiras para debater expansão do crédito em projetos de saneamento no Nordeste

Na última sexta-feira (21), a Sudene promoveu um encontro do Comitê Regional das Instituições Financeiras Federais (Coriff) com o objetivo de debater a ampliação da oferta de crédito para projetos estruturantes de saneamento básico no Nordeste. A reunião contou com a presença de agentes financeiros federais como BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNB e Finep, além de representantes de concessionárias públicas e privadas e empreendedores do setor. O evento será realizado no Mar Hotel, em Recife, às 10h

 

O encontro teve foco em estreitar o diálogo entre instituições financeiras e o setor produtivo, com o intuito de ampliar o acesso a crédito para obras que garantam serviços de saneamento de qualidade, essenciais para o desenvolvimento regional. Serão discutidas as oportunidades de financiamento para projetos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e águas pluviais, áreas prioritárias para a região.

 

Saneamento básico é uma das agendas prioritárias da Sudene, alinhada a metas de desenvolvimento regional estabelecidas no Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) e no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). Segundo o PLANSAB 2022, 89% dos domicílios nordestinos contam com abastecimento de água – menor indicador registrado no País -, enquanto a cobertura por rede coletora ou fossa séptica atinge 59,5% das casas. O esgotamento sanitário, fundamental para a saúde pública, cobre somente 24,6% das residências, revelando a urgência de ações no setor.

 

“A aproximação com os principais financiadores federais tem como objetivo fortalecer a capacidade de investimento em infraestrutura de saneamento, uma condição essencial para a promoção de saúde, qualidade de vida e competitividade regional”, comenta o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. A expectativa é que o encontro resulte na ampliação de projetos que contribuam para a universalização dos serviços de saneamento no Nordeste, especialmente em áreas de vulnerabilidade social e ambiental.

 

Espera-se que a colaboração entre o setor público, privado e as instituições financeiras promova um salto qualitativo nos índices de saneamento da região, melhorando as condições de vida da população e impulsionando o desenvolvimento sustentável. O evento também tratará de ações mais amplas de mobilização de recursos em setores essenciais para o desenvolvimento regional.

Julgamento de Bolsonaro no STF pela trama golpista começa nesta terça-feira (25); veja detalhes

Por Daniel Gullino

Do jornal O Globo

Dois anos e cinco meses após o resultado eleitoral que, para a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), deu origem a uma tentativa de golpe, o Supremo Tribunal Federal (STF) começará na terça-feira a decidir se aceita tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados réus por tentarem se manter no poder após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro de 2022.

Para isso, a Corte preparou um esquema especial, que inclui segurança reforçada, transmissão da TV Justiça e até precauções contra ciberataques. O planejamento diferenciado ocorreu desde a convocação de três sessões extraordinárias, duas delas de manhã, para analisar o caso.

Um plano de segurança foi elaborado em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Haverá um policiamento reforçado e um controle de acesso mais rigoroso. O reforço também ocorre na segurança digital, contra eventuais ataques hackers.

Outro diferencial é a transmissão da TV Justiça — que é regra no plenário, mas só acontece nas turmas em casos excepcionais. Além disso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, irá fazer pessoalmente a sustentação oral, função que nas turmas geralmente fica com subprocuradores.

O que será julgado?

A Primeira Turma do STF vai decidir se aceita abrir uma ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentar dar um golpe de Estado no país.

Quem foi acusado pela PGR?

Quando?

Terça-feira, a partir das 9h30. A previsão é que o julgamento dure o dia inteiro e, se for preciso, continue na quarta-feira, no mesmo horário.

Quais são os crimes?

Os oito denunciados são acusados pela PGR de cometerem os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Onde?

O julgamento do caso acontecerá no plenário da Primeira Turma do STF, que fica em um prédio anexo à sede do STF, na Praça dos Três Poderes.

Passo a passo do julgamento

O julgamento começa com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. Depois, quem vai se manifestar é o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Na sequência, será a vez das defesas dos acusados. Em seguida, os ministros vão se posicionar se aceitam a denúncia, ou seja, se defendem que os acusados virem réus, ou se vão rejeitá-la. A ordem de votos é a seguinte: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Etapas do processo

Coronel Alberto Feitosa faz apelo à presidente da OAB-PE por mulheres condenadas no 8/1

Em discurso no plenário e em publicação nas redes sociais, o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) fez um apelo pelas 26 mulheres presas em decorrência do 8 de janeiro. A menor pena aplicada a elas foi de 12 anos de prisão.

“Nós temos, pela primeira vez, uma mulher na presidência da OAB Pernambuco. Deixo aqui meu apelo pelas 26 mulheres presas no 8 de janeiro. São cuidadoras de idosos, funcionárias de creches, donas de casa, aposentadas, empresárias, mães de crianças. A OAB nacional e a OAB-PE precisam se manifestar sobre essas condenações”, declarou o parlamentar.

Ele destacou que muitas dessas mulheres têm mais de 60 ou 70 anos e são mães de filhos menores. “Famílias estão sendo penalizadas por sentenças que chegam a 17 anos de prisão. Que crimes essas mulheres cometeram para justificar penas tão severas? As instituições que representam o Direito no Brasil precisam se posicionar”, afirmou Feitosa.

O deputado também anunciou que voltará a abordar a anistia aos presos do 8 de janeiro no plenário da Assembleia Legislativa, em discurso previsto para amanhã.

Com 22% da matriz elétrica, energia solar é a 2ª maior fonte do país

Placas de energia solar instaladas para gerar eletricidade

A geração de energia solar superou a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no Brasil. Desse total, 1,6 GW foi adicionado ao sistema neste ano, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A maior parte da geração de energia solar, 37,6 GW, vem de potência instalada na geração própria, nos telhados ou em quintais de cinco milhões de imóveis em todo o país. O restante, cerca de 17,6 GW, vem das grandes usinas solares conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Segundo a Absolar, a fonte solar evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO²) na geração de eletricidade. A tecnologia representa atualmente a segunda maior fonte de energia do país, correspondendo a 22,2% de toda a capacidade instalada da matriz elétrica.

Apenas de janeiro a março, os consumidores instalaram mais de 147 mil sistemas solares, que passaram a abastecer cerca de 228,7 mil imóveis. Desde 2012, ressalta a Absolar, o setor fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 251,1 bilhões em novos investimentos, criou mais de 1,6 milhão de empregos verdes e contribuiu com mais de R$ 78 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.

Estados

De acordo com a Absolar, a geração própria solar está presente em mais 5,5 mil municípios e em todos os estados brasileiros. As grandes usinas fotovoltaicas centralizadas também operam em todos os estados do país.

Entre as unidades consumidoras abastecidas pela geração de energia solar própria, as residências lideram, com 69,2% do total de imóveis, seguidas pelos comércios (18,4%) e pelas propriedades rurais (9,9%). Nos estados, Minas Gerais aparece em primeiro, com mais de 900 mil imóveis com geração solar própria. Em seguida, vêm São Paulo, com 756 mil, e Rio Grande do Sul, com 468 mil.

Desafios

Apesar da expansão da energia solar no país, a Absolar manifesta preocupações. Conforme a entidade, o crescimento poderia ser ainda maior, não fossem os cancelamentos de projetos pelas distribuidoras e a falta de ressarcimento aos empreendedores pelos cortes de geração renovável.

Outro problema são os entraves à conexão de pequenos sistemas de geração própria solar, sob a alegação de inversão de fluxo de potência, sem os devidos estudos técnicos que comprovem eventuais sobrecargas na rede. A Absolar pede a aprovação do projeto de lei que institui o Programa Renda Básica Energética (Rebe) e atualiza a Lei 14.300/2022, que Instituiu o marco legal da microgeração e minigeração distribuída.

No caso das grandes usinas solares, a ausência de ressarcimento pelas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os cortes de geração traz insegurança jurídica e maior percepção de risco.

Flávio Dino vota pela cassação da deputada Carla Zambelli

São Paulo (SP), 17/03/2025 - O ministro do Supremo Tribunal Federal - STF, Flávio Dino, fala sobre

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino votou, neste domingo (23), pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

A decisão do ministro acompanhou a do relator do processo, Gilmar Mendes, levando à soma de quatro decisões favoráveis pela cassação da parlamentar, contra zero votos contrários. Também acompanharam a tese do relator, os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Carla Zambelli se tornou ré no STF em agosto de 2023, após sacar uma arma de fogo e perseguir o jornalista Luan Araújo pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

“É uma contradição insanável que um representante político ameace gravemente um representado, como se estivesse acima do cidadão ao ponto de sujeitá-lo com uma arma de fogo, em risco objetivo de perder a sua vida”, destacou Dino ao declarar seu voto.

Outros sete ministros devem votar no plenário virtual até o dia 28 de março. Caso a parlamentar seja condenada, deverá cumprir cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

Na sexta-feira (21), o advogado de defesa da deputada, Daniel Bialski, declarou em nota enviada à redação da Agência Brasil que houve cerceamento de defesa, impedida de fazer sustentação oral no julgamento. “Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado – cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste”, declarou.

Marina Pacheco: A Arte e a Paixão que Correm nas Veias de Nova Jerusalém

 

A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém não é apenas um espetáculo, mas um legado construído com amor, arte e dedicação. Marina Pacheco carrega isso no sangue. Neta de Diva e Plínio Pacheco, idealizadores e construtores da cidade-teatro, e filha de Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova e coordenador-geral da Paixão, e de Tânia Gulde, empresária e chef, Marina cresceu imersa nesse universo, entre as muralhas que fazem de Nova Jerusalém a maior encenação ao ar livre do mundo.

Desde pequena, sua conexão com o espetáculo era evidente. Ainda pequena, estreou no palco como uma das Crianças de Jerusalém no Sermão da Montanha, dando seus primeiros passos na arte que se tornaria parte essencial de sua vida. Com o passar dos anos, consolidou sua presença na encenação, assumindo o papel de Maria Madalena, uma das personagens mais marcantes da história. Mas sua atuação vai muito além dos palcos.

Marina é Arquiteta por formação e também é a diretora de arte do espetáculo, ela é a mente criativa por trás dos figurinos e adereços, elementos fundamentais para a grandiosidade e autenticidade da Paixão de Cristo. Sua sensibilidade e atenção aos detalhes elevam a encenação a um nível ainda mais impressionante, unindo tradição e inovação.

Apaixonada pela arte e pelo espetáculo que ajudou a moldar, Marina não apenas honra a história de sua família, mas também imprime sua marca, garantindo que Nova Jerusalém continue emocionando gerações. Seu talento e dedicação fazem dela uma peça fundamental nesse espetáculo grandioso, onde cada cena, cada traje e cada detalhe carregam o peso de uma história que transcende o tempo.

Paixão de Cristo de Nova Jerusalém – Pernambuco.
A temporada 2025, será de 12 a 20 de abril, e os ingressos já podem ser adquiridos no site novajerusalem.com.br
Em até 12X nos cartões de crédito, com juros da operadora.

Abertura dos portões às 16h
Início dos espetáculos às 18h

Mulheres contraem mais dívidas e são mais empenhadas em quitá-las

Comércio eletrônico,Cartão de Crédito
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Únicas responsáveis por muitas famílias de renda mais baixa, as mulheres continuam enfrentando mais o endividamento do que os homens, no país. Levantamentos realizados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pela Serasa (empresa que reúne dados de crédito) mostram o impacto das dívidas para o público feminino.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada neste mês pela CNC, mostra que, apesar de a diferença entre os gêneros ter diminuindo em relação a 2024, o percentual de mulheres endividadas (76,9%) em fevereiro deste ano ainda era superior ao percentual dos homens (76%). Em fevereiro do ano passado, a diferença era de 1,6 ponto percentual (78,8% das mulheres contra 77,2% dos homens).

“Historicamente e até hoje, existe uma diferença salarial entre homens e mulheres. Isso vem diminuindo ao longo do tempo, e tem todo um processo de maior independência feminina no mercado de trabalho, e de independência dentro da estrutura familiar. Antigamente, a diferença era ainda maior, e elas dependiam muito mais do cônjuge ou de algum outro familiar. Então, o endividamento é maior porque aquela pessoa precisa de mais crédito, já que ela tem menos renda para conseguir lidar com seu dia-a-dia e sua vida”, afirma o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), ressalta que, além da diferença salarial, há problemas também na dificuldade de conseguir de crédito pelas mulheres.

“A gente percebe, no empreendedorismo feminino, que as mulheres têm mais dificuldade de tomar crédito. Elas empreendem, de maneira informal, com mais frequência”, afirma. “Elas usam a informalidade como uma forma de subsistência”

Além disso, há a questão de muitas mulheres, principalmente de faixas de renda mais baixas, terem que arcar sozinhas com as despesas familiares.

Segundo pesquisa divulgada neste mês pela Serasa, 93% das mulheres participavam financeiramente das despesas familiares e, em 33% dos lares, elas eram as únicas responsáveis. O percentual é ainda maior nas faixas de renda mais baixa (classes D e E), onde, em 43% dos casos, o encargo das despesas recai exclusivamente sobre elas.

Esses dados mostram apenas um lado do desafio enfrentado pelas mulheres, já que 90% das entrevistadas afirmaram que precisavam aliar o trabalho remunerado com as tarefas domésticas.

“As mulheres seguram a casa sozinhas, têm dupla jornada. Além disso, com todas as despesas que têm no dia a dia, para sustentar uma casa e os filhos. Mesmo assim, elas se preocupam em não ficar com valores em aberto, de não ficar com dívidas, até para não ter dificuldade em solicitar crédito”, destaca Tamires Castro, especialista da Serasa.

Segundo a pesquisa da Serasa, 40% das mulheres entrevistadas priorizam uma preocupação com as dívidas, na hora de organizar o orçamento familiar. E elas fecham 25% mais acordos que os homens no Feirão Serasa Limpa Nome, que busca regularizar a situação dos devedores para tirar seus nomes da lista de negativados (o que dificulta a concessão de crédito por outras empresas).

Segundo Felipe Tavares, mesmo tendo um grau de endividamento superior ao dos homens, as mulheres demonstram mais consciência sobre o orçamento.

“Mesmo antes, quando tinham menos independência [financeira], elas já tinham um papel muito ativo na gestão do orçamento familiar. Quando a gente vê esse aumento da renda e da independência, a administração financeira tende a ser melhor nos orçamentos geridos por mulheres”.

A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios financeiros apontados pelas mulheres, segundo a Serasa. Oito em cada dez mulheres (85%) já tiveram algum pedido de crédito negado.

Nos 12 meses que antecederam a pesquisa, entre as mulheres pediram crédito, a maioria foi para pagar despesas inesperadas (26%) e cartão de crédito (22%).

Dicas
“A gente vê muitos bancos oferecendo o cartão de crédito como opção para acúmulo de milhas e benefícios. Isso é, em certa medida, verdade, mas é preciso ter um cuidado. A tentação é maior nesse caso, porque não tem aquela dor imediata de ficar sem o dinheiro, consegue-se parcelar, e a dificuldade de controle é maior”, afirma Merula Borges.

Felipe Tavares destaca que nem toda dívida é ruim, já que, muitas vezes, elas permitem o acesso a bens como automóveis e eletrodomésticos. É importante, no entanto, analisar as condições do crédito antes de contrair qualquer dívida, além gerir bem o próprio orçamento.

Governo reduz IPI de eletrodomésticos da linha branca, geladeiras; comércio. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Eletrodomésticos estão entre os produtos que podem ser comprados com dívidas bem planejadas Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Eletrodomésticos estão entre os produtos que podem ser comprados com dívidas bem planejadas Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
“Ter dívidas não é algo ruim. Ter dívidas ruins é algo ruim. Se você fizer uma dívida consciente, com boas taxas, boas condições, que caiba no seu orçamento, aquilo vai ser muito benéfico para sua vida. O crédito não é problema, o problema é você gerir bem o orçamento. Então, a dica é que se preste muita atenção se a taxa de juros é pós-fixada, se ela está indexada a algum indicador de inflação, se tem algum seguro embutido ali, algum serviço embutido na dívida que pode ser tirado para ficar mais barato”.

Tamires Castro destaca que é importante controlar o orçamento, sabendo exatamente o quanto se ganha e o quanto se gasta, para evitar contrair dívidas que se tornem difíceis de pagar.

“A gente precisa ter clareza de tudo que a gente ganha e de tudo o que a gente gasta. Tem que entender o que é de fato aquilo que entra e aquilo que a gente tem de despesas fixas que não pode negociar, que a gente tem que pagar. E, como há uma preocupação das mulheres em negociar dívidas, é importante identificar descontos, para conseguir pagar as dívidas com esses descontos”.