Academia Internacional de Cinema (AIC) prepara estudantes

A escolha de uma profissão e a relação com oportunidades no mercado de trabalho é algo que sempre suscita muita preocupação e discussão por parte de pais e filhos. Mas há espaço, e muito, além dos tradicionais cursos, que sempre atraem a atenção de estudantes e familiares. O mercado audiovisual é um deles. Além de cinema e televisão, o surgimento das plataformas de streaming como Netflix e a estratégia de produção de conteúdo nacional adotada por parte de algumas plataformas tem ampliado o mercado para profissionais que trabalham na área. Aliado ao aquecimento do mercado, existe também uma demanda por profissionais qualificados. Um desses profissionais é o diretor, também chamado de realizador.

O trabalho do diretor consiste em supervisionar e dirigir a execução das filmagens, utilizando recursos humanos, técnicos, dramáticos e artísticos necessários para a realização do produto audiovisual – seja para televisão, cinema ou internet. Os aspectos técnicos inerentes à formação de um diretor exigem conhecimentos práticos e um contato mais direto com o dia-a-dia de um set de filmagem. Igualmente importante é a interação entre escola e mercado. Cursos de caráter técnico, como o Filmworks – o Curso de Formação Profissional em Direção Cinematográfica da AIC, passam a ser uma opção para quem quer obter uma formação específica em direção audiovisual, com ênfase na prática, num período relativamente mais curto do que uma faculdade. O modelo funciona tanto para quem já cursou uma faculdade e quer fazer uma imersão na área, aprofundar os conhecimentos práticos e buscar uma porta de entrada para o mercado, como para quem sai do segundo grau à procura de uma profissão.

Um diferencial deste curso é a realização de festival exclusivo para estudantes apresentarem suas produções e ainda participarem de premiações em categorias diversas – o Filmworks Film Festival (FWFF). Todos os anos os alunos podem inscrever os seus filmes no evento nas áreas de roteiro, direção, arte, fotografia, atuação, som, edição, bem como prêmios para Melhor Filme, Júri Popular, New Vision (primeiro semestre do Filmworks), Curta Livre (produzidos por alunos de cursos livres) e Melhor Documentário. O Júri oficial é composto por profissionais do mercado, convidados especialmente pela AIC. Durante todo o curso, o aluno também tem contato com o mercado através de seus professores, que são profissionais atuantes na área, e participando de eventos como a Semana de Orientação (palestras sobre criação audiovisual com cineastas convidados) e a Semana de Cinema e Mercado (palestras com produtores, distribuidores e outros profissionais de mercado), além de aulas especiais que acontecem ao longo do ano.

Outro diferencial está no planejamento da carreira dos estudantes. No último módulo, o aluno participa de sessões de orientação como um profissional da área para entender melhor como dar os primeiros passos no mercado de trabalho: o que esperar do mercado, como abordar as produtoras e os players, quais os rumos e as dificuldades. Com um portfólio em mãos, e com a experiência obtida no Filmworks Film Festival, os estudantes podem começar a explorar caminhos para suas carreiras.

O curso é dividido em 4 módulos organizados de maneira progressiva no que diz respeito aos desafios e ao aprendizado. A preocupação do curso é ainda articular teoria com diferentes desafios práticos, contribuindo para o desenvolvimento de repertório técnico e artístico necessários para a elaboração, a produção e a realização de filmes, conectando os alunos com questões fundamentais da cinematografia atual. Todo semestre, os estudante produzem um projeto audiovisual, além de exercícios de escrita de roteiro, filmagem e pós-produção, passando por todas as etapas da realização.

Após ataques, campanha por placas de Marielle já arrecada R$ 28 mil

Menos de um dia depois que circularam nas redes sociais imagens de dois candidatos do PSL-RJ exibindo uma placa destruída que homenageava a vereadora Marielle Franco, uma campanha feita por simpatizantes e apoiadores das causas defendidas por ela já arrecadou ontem (4) 14 vezes o valor definido como meta para fazer novas placas.

O valor estipulado foi de R$ 2 mil para a confecção de 100 placas. Em apenas 24 minutos, a quantia foi obtida. Por volta das 15h desta quinta-feira, as doações já somavam R$ 28 mil com a adesão de mais de mil
pessoas. A organização da campanha fará mil placas e destinará o dinheiro restante para outras ações de homenagem à vereadora ainda não divulgadas.

A homenagem havia sido colada sobre uma das placas que identifica a Praça Floriano, no centro do Rio de Janeiro, mais conhecida como Cinelândia. A placa, que não foi instalada pela prefeitura, mudava informalmente o nome do logradouro para Rua Marielle Franco e informava: “Vereadora, defensora dos direitos humanos e das minorias, covardemente assassinada no dia 14 de março de 2018”.

Campanha da placa

A campanha para fazer novas placas foi lançada pelo site de humor Sensacionalista, que posta notícias falsas que abordam com ironia questões políticas e sociais do Brasil e do Mundo. Sócio do site, o jornalista Nelito Fernandes conta que a equipe ficou estarrecida quando viu a imagem da placa quebrada e decidiu agir para reconstruir a homenagem à vereadora assassinada a tiros.

“A gente vê um acirramento das opiniões em um sentido sempre de desconstruir. Essa vai ser uma eleição em que as pessoas vão votar contra. Poucos vão votar a favor. Já que destruíram a homenagem, decidimos que vamos construir outra”.

Para não ser acusada de “incitar o vandalismo”, a campanha imprimirá placas de tamanho diferente do padrão de identificação das ruas do Rio de Janeiro e distribuirá as homenagens no dia 14 de outubro, quando o assassinato completa oito meses.

“O que foi quebrado não foi uma placa, foi a Marielle, mais uma vez. A imagem de uma mulher, negra, que se recusou a cumprir o destino de servir o cafezinho. Que mal Marielle fez para merecer esse ódio?”, questionou Nelito.

Retirada da placa

Em um vídeo postado nas redes sociais, o candidato a deputado estadual Rodrigo Amorim, e o candidato a deputado federal Daniel Silveira, ambos do PSL-RJ, retiram a homenagem da placa que foi colocada na esquina da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, onde Marielle cumpria seu primeiro mandato quando foi assassinada.

No vídeo, Daniel defende que o assassinato não justificava colar a placa, o que classificou de vandalismo. Já Rodrigo afirma que outras 60 mil pessoas foram assassinadas no país.

Dias depois, os candidatos levaram a placa a um ato político para apoiadores em Petrópolis, na Região Serrana. O ato foi registrado em mais um vídeo postado nas redes sociais, e Amorim e Silveira exibem a placa quebrada ao meio. Os dois foram fotografados com os pedaços da placa nas mãos, e as imagens se espalharam nas redes.

Com a repercussão, os dois políticos fizeram uma transmissão ao vivo no Instagram em que afirmam que repudiam o assassinato de Marielle e defendem que seus algozes têm que ser investigados e punidos severamente.

Na gravação transmitida na internet, eles afirmam que não haverá pedido de desculpas e defendem que retiraram a homenagem como se fosse uma pichação qualquer, sem a intenção de atingir a imagem da vereadora, porque buscavam restaurar o patrimônio público havia sido depredado.

Uso da radicalização

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, mapeou que a postagem dos links e imagens relacionados ao caso teve grande repercussão no Facebook, especialmente em páginas de esquerda e veículos de imprensa. Apesar disso, páginas de direita também postaram a história, com bem menos repercussão.

Apesar de muitas pessoas terem postado a imagem por indignação, o pesquisador acredita que o episódio pode se converter em votos para os candidatos. “É uma coisa que choca as pessoas que consideram bárbaro. Mas isso pode ser considerado irrelevante ou até mesmo positivo por quem poderia votar neles, e eles surfam nessa exposição”, diz o analista. Ortellado ainda alerta que a polarização dificulta que a indignação seja compartilhada com “o outro lado”.

“Há um antagonismo exacerbado de tal maneira que tudo que um lado afirma, o outro nega automaticamente. Com a esquerda indignada, parte da direita vai defender”, diz ele. Como exemplo, cita o próprio assassinato da Marielle, que foi seguido por uma onda de notícias falsas contra a vereadora e relativizações sobre o número de homicídios no Brasil, que já passa de 60 mil por ano.

Ortellado lembra ainda que a campanha de Donald Trump, que venceu a eleição para a presidência dos Estados Unidos, se beneficiou dessa mídia espontânea.

Linguista da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Lucas Calil acredita que os diferentes polos do espectro político aproveitam publicações de impacto nas redes sociais para reforçar a adesão de seus eleitores. No caso de candidatos ao parlamento, notícias mais impactantes podem servir ainda para diferenciar as candidaturas de outras que estão no mesmo campo político que elas, destacando-as aos olhos dos eleitores polarizados.

“Eles vão cada vez mais ao polo limite de seus valores, para não perder espaço e garantir a arena polarizada”, diz ele. Calil vê protagonismo das redes sociais nesse processo porque as informações são recebidas e as posições reforçadas por pessoas próximas. “As pessoas têm entre si uma relação de confiança totalmente diferente do que com os meios de comunicação. Elas estão em grupos que reúnem família, colegas de trabalho. É totalmente diferente de um jornal dizer algo para você”.

O coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fábio Malini, avalia que episódios como esse revelam uma defesa da “eliminação do adversário”, retratado como um “inimigo público”.

“O que a gente viu com esse episódio é que os limites já foram ultrapassados”, diz o pesquisador. “A gente vive no país uma situação em que já se tem, por parte de um grupo de políticos, uma visão de que se ganha voto com apologia à violência política.”

Para Malini, a justificativa de combater o vandalismo não se sustenta, porque o ato foi teatralizado para ser viralizado na internet. “Há uma bolha que sustenta essa postura.”

Agência Brasil

Em entrevista à sua medida, Bolsonaro é docilizado e parabeniza Palocci

Em entrevista exibida pela TV Record no mesmo horário do debate entre os presidenciáveis na TV Globo, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) não foi pressionado, recebeu perguntas propícias para expor suas pautas e foi exibido como uma figura dócil, ainda fragilizada devido à facada que recebeu no início de setembro. Bolsonaro foi proibido por seus médicos de participar do debate por estar em recuperação após ser esfaqueado.

Na terça-feira (2), o bispo Edir Macedo, proprietário da TV Record, manifestou apoio a Bolsonaro. O anúncio da entrevista revoltou os adversários do capitão reformado. As coligações de Fernando Haddad (PT), de Henrique Meirelles (MDB) e de Guilherme Boulos (PSOL), além do deputado Wadih Damous (PT-RJ), pediram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que a exibição da entrevista fosse proibida. Eles alegaram que levar a entrevista com Bolsonaro ao ar infringia as normas de conduta para as televisões. O ministro Carlos Horbach liberou a veiculação da entrevista.

Nela, Bolsonaro apareceu em sua casa, no Rio, e encaminhou a entrevista com a mesma estrutura de suas recentes aparições públicas. Começou falando do ataque a faca recebido em Juiz de Fora e de sua vontade de estar nas ruas fazendo campanha. Ele ressaltou que, por “determinações médicas”, deverá evitar excessos.

Na sequência, voltou sua mira ao PT, adiantando a estratégia de atacar Fernando Haddad, possível adversário em um eventual segundo turno. Ele chamou Haddad – que ao mesmo tempo falava na TV Globo – de “fantoche do senhor Lula”.

Em mais uma passagem clássica de sua estratégia eleitoral, Bolsonaro disse que unirá o povo brasileiro, que, segundo ele, teria sido dividido pelo PT. Ele argumenta que o país foi separado em caixas entre negros e brancos, ricos e pobres, e, por fim, pais e filhos. Segundo ele, a “lei da palmada”, ao não permitir castigos físicos aos filhos, voltaria uns contra os outros.

Ele ainda se defendeu das acusações de que seja homofóbico, racista ou machista. Ao fim desse primeiro bloco de dez minutos, um enfermeiro interrompeu a entrevista e Bolsonaro parou para beber um copo de água.

No segundo bloco da entrevista, o candidato acusou os artistas que fazem parte do movimento #elenão, de repúdio à sua candidatura, de “mamarem na Lei Rouanet. Todos eles”. Sobre as críticas ao 13º salário proferidas pelo vice de sua chapa, o general Hamilton Mourão (PRTB), ele disse que as palavras foram tiradas do contexto, e que nunca foi falado em acabar com o direito.

Bolsonaro ainda defendeu a revogação do estatuto do desarmamento (que, segundo ele, teria aumentado a violência) e fez a defesa da trinca dos valores da família, das religiões e da redução tarifária que sustentam boa parte de sua atuação nas redes sociais.

Após a entrevista ser interrompida mais uma vez pelo enfermeiro enquanto o entrevistador diz que ele mostra cansaço, Bolsonaro produziu o único momento surpreendente ao parabenizar o ex-ministro Antonio Palocci. Ao ser perguntado se a decisão do juiz Sergio Moro levantar o sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal poderia interferir no resultado das eleições, Bolsonaro respondeu positivamente.

“Sempre há impacto. Palocci já vinha colaborando. Ele foi um homem muito próximo do governo, ele conta as entranhas do poder. Não tem como ele fugir da verdade. Parabéns ao Palocci. Quem não erra como ser humano? Ele tenta corrigir seus erros com essas ações”, disse o militar.

Folhapress

Para impedir ataques cibernéticos, TSE faz alterações no site

Na tentativa de evitar ataques cibernéticos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai fazer mudanças no site institucional na internet às 18 horas desta sexta (5) e às 8 horas de segunda-feira (8). Oficialmente, a informação é que as alterações são preventivas em meio ao crescimento de demandas de acesso às vésperas das eleições.

A ação integra um conjunto de iniciativas adotadas pelo tribunal para aumentar a segurança dos sistemas utilizados pela Justiça Eleitoral – em especial, os de totalização dos votos e divulgação de resultados.

O coordenador de Infraestrutura da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, Cristiano Andrade, disse que a medida tem caráter preventivo. “Historicamente, as tentativas de invasão à rede de computadores da Justiça Eleitoral crescem à medida que se aproxima o dia do primeiro e segundo turnos das eleições.”

De acordo com Cristiano Andrade, no fim de semana do primeiro turno das eleições gerais de 2014, o TSE recebeu 200 mil ataques de negação de serviço (DDoS) por segundo.

Houve também registros de ações de exploração de vulnerabilidades como defacement (pichação de sites), proliferação de cavalos de Troia (programas que abrem portas no sistema para conexões externas indevidas), phishing (captura de dados e senhas) e SQL injection (inserção de comandos em bancos de dados por meio da internet).

Com a configuração a ser adotada a partir desta sexta-feira, os sites do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) vão operar apenas com as aplicações de maior relevância para o usuário, como consultas aos locais de votação, situação eleitoral, candidaturas e justificativa eleitoral.

Serviços de e-mail estarão indisponíveis. Mensagens enviadas ao TSE ficarão retidas em ambiente seguro e só serão liberadas após a normalização do ambiente de segurança.

Agência Brasil

CNJ pede explicações a Moro sobre delação de Palocci

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu que o juiz Sergio Moro preste informações sobre a decisão de levantar o sigilo da colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal.

O órgão acatou uma reclamação disciplinar dos deputados petistas Paulo Pimenta, Luiz Teixeira e Wadih Damous. Eles afirmam que a iniciativa de Moro configura uma “escancarada tentativa de tumultuar o processo eleitoral, por quem tem (ou deveria ter) o dever constitucional de preservá-la”.

Os parlamentares também alegam que o depoimento de Palocci não deveria ter seu sigilo levantado “nesse momento de elevada temperatura política, senão com o deliberado propósito de interferir ilicitamente na disputa que se aproxima e onde o Partido dos Trabalhadores, democraticamente, desponta como um dos preferidos da sociedade brasileira”.

Ainda de acordo com a queixa, Moro teria agido “sem a necessária ponderação e sem observar os postulados da razoabilidade, da imparcialidade, da proporcionalidade e, principalmente, da legalidade, que devem caracterizar suas ações, incorrendo em falhas funcionais, administrativas e disciplinares”.

A decisão, assinada pelo ministro do STJ Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, dá 15 dias para que Moro dê esclarecimentos sobre o caso.

Datafolha: Haddad tem 45% em PE; e Bolsonaro, 25%

O presidenciável Fernando Haddad (PT) lidera as intenções de voto dos eleitores de Pernambuco com 45%, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (4). O petista tem 20 pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PSL), que aparece com 25%. No Recife, no entanto, o cenário é de empate: 34% para cada um. Entre os eleitores do Estado, Ciro tem 14% e Alckmin e Marina, 5% cada.

A maior vantagem de Bolsonaro (PSL) em relação a Haddad (PT) aparece no Distrito Federal, onde o capitão reformado está com 51% das intenções de votos válidos, 37 pontos à frente do petista, que ficou com 14%.

É também no Distrito Federal que Ciro Gomes (PDT) está em melhor situação em relação ao petista, com 14%, pontuação idêntica à de Haddad. Alckmin chega em um distante terceiro lugar, com 6% dos votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos. Marina Silva (Rede) tem 5% e João Amoêdo (Novo), 4% no Distrito Federal.

A segunda maior vantagem de Bolsonaro, de 33 pontos de distância, aparece no Rio de Janeiro, onde ele mora e fez sua carreira. Ele tem 49%, ante 16% de Haddad. Tecnicamente empatado, Ciro Gomes tem 14% no estado. Em São Paulo, a vantagem de Bolsonaro cai para 25 pontos de distância. Ele lidera com 41% dos votos válidos dos paulistas. Alckmin e Haddad dividem o segundo lugar no estado, com 16% cada um. Ciro Gomes ficou com 12%. Bolsonaro tem 23 pontos de vantagem em Minas Gerais, onde alcança 44% enquanto Haddad ficou com 21%. Em Minas, Ciro tem 12% e Alckmin, 8%.

O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 cidades do País na quarta (3) e quinta (4). A margem de erro do levantamento Datafolha, contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Folhape

Em debate da Globo, presidenciáveis atacam Bolsonaro e PT

Questionado por Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) voltou a criticar a política de repressão às drogas no debate de presidenciáveis, na quinta-feira (4), na TV Globo. Boulos defende que usuários sejam tratados como questão de saúde, e não no âmbito do código penal.

O tema permitiu que os candidatos criticassem o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que defende o armamento da população como política de segurança. Ciro voltou a questionar o capitão reformado pela ausência no debate. “Não queremos dar a primeira arma ao jovem, queremos dar o primeiro emprego”, completou Boulos, que pregou o uso de inteligência para combater o tráfico de armas.

O candidato Fernando Haddad (PT) aproveitou a ausência de Bolsonaro no debate na Globo – por alegadas questões de saúde – para criticar as medidas de austeridade iniciadas pelo governo de Michel Temer que, segundo o candidato do PT, o capitão pretende aprofundar. “Cortar direitos dos trabalhadores para (ajustar) as contas públicas, isto não se faz. O PT jamais o fará. O que está ocorrendo no Brasil é um absurdo”.

“Amarelou”
A candidata Marina Silva (Rede) arrancou aplausos da plateia após dizer que Bolsonaro “amarelou” ao se ausentar do debate de presidenciáveis da TV Globo nesta quinta-feira (4). Ela criticou o capitão reformado por conceder entrevista à TV Record nesta quinta-feira (4), que foi transmitida junto ao debate: “Bolsonaro mais uma vez amarelou.”

Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB) também condenaram a ausência do capitão reformado. Assim como Marina, eles criticaram o fato de Bolsonaro ter concedido uma entrevista à TV Record, embora tenha alegado proibição médica para comparecer ao debate.

Ciro comparou seu caso ao do candidato do PSL e disse que foi a um debate mesmo estando com uma sonda porque o eleitor merece esclarecimentos. Já Meirelles disse que a entrevista de Bolsonaro à Record se deu sob “absoluto controle” e que isso demonstra que ele não tem condições de governar o país. “O eleitor merece respeito”, cobrou Meirelles.

Direita x Esquerda
Candidatos que se dizem de centro, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) se uniram no primeiro bloco do debate de presidenciáveis para tentar romper com a polarização entre direita e esquerda na reta final do primeiro turno. A três dias da realização do primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando
Haddad (PT) estão na ponta das pesquisas, com 35% e 22%, respectivamente, segundo o Datafolha divulgado nesta quinta.

Primeiro, Ciro perguntou a Marina sobre o cenário conflagrado do país e a possibilidade de um novo governo, eleito em meio à tensão política, chegar ao fim. Depois, foi a vez de Meirelles falar com Ciro sobre a eleição de um “salvador da pátria”.

Alvaro Dias e Haddad
Os candidatos à Presidência da República Alvaro Dias (Podemos) e Fernando Haddad (PT) tiveram um dos embates mais pesados no debate promovido pela TV Globo.

“Ao final do programa, vou te entregar a pergunta que é para ser feita ao verdadeiro candidato, que está preso”, disse o candidato do Podemos ao petista, em referência a Lula – preso em Curitiba e que, por isso, foi substituído por Haddad na chapa petista. O ex-prefeito de São Paulo “pediu compostura” a Dias no debate e o acusou de fazer brincadeiras fora de hora e não respeitar limites de tempo. “Está atrapalhado em relação ao tempo e ao espaço”, ironizou Haddad.

Dia das Crianças deve movimentar R$ 9,4 bilhões no varejo

Apesar da lenta retomada da economia refletir no ânimo dos brasileiros, a maioria dos consumidores (72%) deve ir às compras este ano no Dia das Crianças — em especial as mulheres (77%). É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais. No ano passado, 67% compraram presentes na data. Para 2018, a expectativa é de que o varejo movimente cerca de R$ 9,4 bilhões.

Diante de um cenário com alto índice de desemprego e renda achatada, os gastos do consumidor também prometem ser ponderados. De acordo com o levantamento, (39%) dos entrevistados que presentearão, principalmente filhos, sobrinhos, netos ou afilhados, pretendem gastar o mesmo valor que o ano assado, enquanto 24% planejam comprar menos. No total, cada consumidor deve desembolsar, em média, R$ 187 com presentes.

O Dia das Crianças representa a última festa comemorativa antes do Natal e dará sinais de como será o desempenho das vendas no final do ano. “As intenções de compra da data servirão de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve acontecer no Natal, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelas dificuldades econômicas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Orçamento apertado é principal motivo para 34% dos consumidores segurarem gastos. Seis em cada dez entrevistados afirmam que presentes estão mais caros

Os impactos da crise ainda estão presentes no dia a dia das pessoas e contribuem para que boa parte gaste menos na data. A principal razão para que haja um freio no consumo daqueles que pretendem gastar menos este ano deve-se ao orçamento apertado (34%), enquanto 24% desejam economizar, 18% estão desempregados e por essa razão se veem impossibilitados de comprar e 9% têm outras prioridades de aquisição (9%), como carro e casa. Há ainda os que precisam pagar dívidas em atraso (8%).

Embora os consumidores estejam cautelosos, a pesquisa mostra que cerca de um terço (30%) pretende comprar dois presentes e 25% apenas um. A maioria (66%) espera pagar os produtos à vista e o dinheiro será a opção de 51% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparece o cartão de crédito parcelado (34%) e em terceiro, o cartão de débito (28%). Entre os que planejam parcelar as compras, a média de prestações é de quatro parcelas.

Os shopping centers são o lugar preferido dos consumidores para fazer suas compras (42%), embora 35% optem pela internet, provavelmente motivados pela comodidade e praticidade de encontrar seus presentes. Já 28% mencionaram que buscarão o tradicional comércio de rua. Mesmo com uma inflação menor se comparada ao auge da crise, a maioria dos entrevistados (59%) avalia que os preços dos presentes estão mais caros do que em 2017. Para 31%, os preços estão na mesma faixa e apenam 6% dizem estar mais baratos.

Arcoverde ganha mais uma obra de esgotamento sanitário

Arcoverde, a maior cidade do Sertão do Moxotó, terá 100% de cobertura de esgotamento sanitário. O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, autorizou a licitação da segunda etapa da obra de implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Arcoverde durante visita que realizou hoje (4) na cidade, conhecida com a ‘porta do Sertão pernambucano’. Só para essa etapa do empreendimento serão aplicados R$ 98 milhões, recursos do Orçamento Geral da União. “Essa obra faz parte do amplo programa de Saneamento implementado pelo governador Paulo Câmara, com obras que vão melhorar a qualidade de vida do povo de Arcoverde”, afirmou Tavares.

Uma parte da obra, que já está na fase final do processo de licitação, vai possibilitar a construção da primeira etapa do sistema para contemplar 25% da cidade. Na autorização dada hoje, o restante da Cidade será contemplado, complementando a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto para 72 mil pessoas em Arcoverde.

Na segunda etapa de construção do SES está prevista a implantação de cerca de 210 quilômetros de rede coletora e ramais de esgoto, além de quase três quilômetros de emissários – tubulações que fazem o transporte do esgoto a partir das estações elevatórias. Também serão construídas uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e cinco estações elevatórias (bombeamento). A ETE terá capacidade de tratar 200 litros por segundo. Já na primeira etapa do projeto, que receberá o investimento de R$ 26 milhões, é composta pela implantação de mais de 83 quilômetros de rede coletora, um quilômetro de emissário, de quatro estações elevatórias e uma parte da ETE – que equivale a um módulo da unidade, com capacidade de tratamento de 65 L/s. O prazo de conclusão das duas etapas da obra é de 24 meses, após a assinatura das respectivas ordens de serviço.

O presidente da Compesa, Roberto Tavares, aproveitou a visita a Arcoverde para acompanhar o andamento da obra para expansão da rede de distribuição de água no bairro Arco Íris. Nessa localidade, estão sendo assentados 600 metros de tubulações para melhorar o atendimento da população. A companhia também acaba de concluir os serviços de ampliação na Rua Arcelino Brito, no bairro da COHAB 1, onde foram implantados dois mil metros de rede de distribuição de água. “Ficamos muito agradecidos ao governador Paulo Câmara que não tem medido esforços para ampliar os investimentos na cidade de Arcoverde”, afirmou a prefeita Madalena Brito.

MEC anuncia recursos de R$ 600 milhões para o ensino médio

O Ministério da Educação lançou na quinta-feira, 4, a primeira portaria de avaliação de impacto do Programa de Fomento à Implantação das Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), em escala nacional. O evento, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Educação, Rossieli Soares. Na ocasião, também foi anunciada a publicação da portaria do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), para apoiar a implementação do Novo Ensino Médio. Juntas, as duas portarias somam investimentos da ordem de R$ 600 milhões.

“Hoje damos uma demonstração de que responsabilidade fiscal e responsabilidade social caminham juntas”, declarou o presidente Michel Temer. “Muito se diz por aí que o teto dos gastos públicos impede investimentos em saúde, em educação. Pois estamos vendo que é exatamente o contrário. Estamos investindo R$ 600 milhões no nosso ensino médio. Queremos uma educação cada vez mais moderna, que prepare os jovens para o mundo contemporâneo”.

Segundo o ministro Rossieli Soares, essas escolas vão ter uma avaliação de impacto específico para gerar eficiência. “Quando formos fazer uma avaliação de impacto real para medir, demonstrar com evidências o que dá certo dentro do ensino médio em tempo integral, primeiramente precisaremos ter o controle das escolas, por exemplo, que não vão estar dentro desse modelo”, explicou o ministro.

No total, 312 escolas públicas de ensino médio de todos os estados e do Distrito Federal poderão participar da pesquisa de avaliação de impacto do EMTI. As avaliações serão feitas no âmbito de qualidade de aprendizado, rendimento escolar e redução de desigualdades entre alunos, entre outras variáveis. Para a execução da pesquisa, o MEC vai disponibilizar R$ 200 milhões, a serem pagos, ainda em 2018, às escolas que vão adotar o tempo integral em 2019. A verba será distribuída a cada instituição de acordo com a quantidade de alunos matriculados.

Perfil – Para que a avaliação demonstre os reais efeitos da implementação do EMTI, bem como se essa política está alcançando os resultados esperados, as escolas que receberão ou não os recursos devem ter o mesmo perfil. As escolas pré-selecionadas como elegíveis pelo MEC possuem em comum a alta vulnerabilidade socioeconômica, o mínimo de 100 alunos matriculados no ensino médio e mais da metade dos alunos com menos de sete horas diárias de aula. Também é requisito que, até 2020, essas instituições tenham toda a estrutura física construída (salas de aula, laboratórios e pátio escolar).

“Essa é uma pesquisa científica, aliada à ampliação de vagas”, destacou o ministro Rossieli Soares. “Nós teremos as vagas para as escolas e teremos escolas que não vão receber o programa e que vão estar todo o tempo sendo comparadas, para podermos dizer o que o tempo integral está agregando na aprendizagem, o que está melhorando na vida do jovem, o que de realmente resultados nós temos. Por isso é tão diferente, porque é a primeira vez que o MEC faz uma política pública pensando, desde o seu início, em uma avaliação de impacto”.

Durante a solenidade, o economista Ricardo Paes de Barros, professor catedrático do Instituto Ayrton Senna no Insper, explicou o real significado de uma política com base em evidências. “Acima de tudo, significa uma política onde a gente avalia tudo que a gente faz o tempo todo, ou seja, o MEC, ao criar esse programa e, ao mesmo tempo, instituir uma avaliação, diz o seguinte: ‘olha, eu vou avaliar desde o primeiro dia e vou continuar avaliando e vou avaliar de novo, porque eu quero de uma maneira desapegada aprender com isso e melhorar sempre’”.

PDDE – Entre quatro e cinco mil instituições de ensino médio vão receber R$ 400 milhões do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para a implementação do Novo Ensino Médio, até 2020. A primeira parcela deste montante, referente a 20% do valor, será paga ainda em 2018. O dinheiro deverá ser utilizado, preferencialmente, para adequação da infraestrutura, aquisição de equipamentos – como laboratórios e kits pedagógicos –, implementação de projetos pedagógicos e formação de professores. Além disso, a verba também poderá ser destinada à aquisição de material permanente e de consumo, na avaliação de aprendizagem e no desenvolvimento de atividades educacionais.

Rossieli Soares explicou que instituições que têm alunos com perfil de nível socioeconômico muito baixo ou baixo – escolas quilombolas, indígenas e rurais, por exemplo – receberão um adicional de 10% desse valor. A prioridade, segundo o ministro, é investir em escolas que têm menos de mil horas no currículo de cada ano do ensino médio, para que alcancem essa carga horária.

“Algo que temos que trazer para o centro do debate é o aprendizado”, ressaltou o ministro. “Há pouco tempo divulgamos os resultados da educação brasileira, e eles são preocupantes, especialmente em relação ao ensino médio, que não tem tido melhoria na aprendizagem. Os jovens continuam abandonado a escola, e esse processo de transformação é muito importante. A gente precisa colocar o jovem no centro, trabalhar o protagonismo da nossa juventude”.