Pedro Augusto
A Via Parque, projeto audacioso da Prefeitura de Caruaru, que visa proporcionar uma mobilidade maior ao trânsito, oferecendo, de quebra, equipamentos de lazer à população, como ciclovias, quadras poliesportivas, praças de convivência, dentre outros, não está sendo aguardada de forma ansiosa apenas por quem busca adotar novas vias de locomoção ou por quem deseja contar com mais espaços públicos para a prática de esporte e demais atividades físicas. Comerciantes que atuam no entorno da extensa área territorial, onde já está sendo construído o equipamento, também se encontram animados quanto aos bons fluídos, neste caso, em formato de cédulas de dinheiro, que esta obra grandiosa deverá propiciar, tão logo ela for entregue, num futuro breve, pela PMC.
Em circulação na manhã da última segunda-feira (15), pela primeira área da obra, que vai do trecho da linha férrea do Parque de Eventos Luiz “Lua” Gonzaga até o viaduto de entrada, a reportagem VANGUARDA ouviu alguns empreendedores e colaboradores que operam neste espaço territorial da cidade. Embora tenham apontado algumas dificuldades, no âmbito geral, os entrevistados se mostraram otimistas, quando perguntados sobre os efeitos que deverão ser gerados pela Via Parque no tocante à lucratividade nos seus respectivos negócios.
Por exemplo, para a gerente da Dona Salada, Gabriela Lima, que vem acompanhando o andamento do projeto junto à imprensa, quando estiver em pleno funcionamento, a via possibilitará uma atração maior de consumidores. “Nossa casa, conforme o seu nome já revela, é especializada em produtos saudáveis, como salada, açaí, crepe, dentre outros, que costumam ser bastante demandados pelos consumidores fitness, que, com certeza, utilizarão em larga escala este espaço. Sendo assim, nossas expectativas quanto ao projeto têm sido as melhores possíveis. Esperamos que ele seja construído o quanto antes para beneficiar não só a nós comerciantes, mas também a toda população”, avaliou.
De acordo com as informações da Secretaria Municipal de Urbanismo e Obras, os trabalhos no primeiro trecho da Via foram iniciados na semana passada. A pasta projeta o prazo máximo de 12 meses para que esta área seja entregue à população. “Ressaltamos que não só o aspecto da mobilidade, mas também a própria economia de Caruaru ganhará bastante com a utilização deste grande equipamento que se chama a Via Parque, haja vista que haverá uma valorização natural quanto aos empreendimentos que já se encontram em operação no seu entorno, como também novos deverão ser impulsionados. Tão logo encerremos este primeiro trecho, daremos início ao segundo e, posteriormente, ao terceiro”, destacou o secretário de Urbanismo e Obras, Rodrigo Miranda.
De acordo ainda com o titular da pasta, para construir o primeiro trecho da obra, estão sendo destinados R$ 4 milhões, que são provenientes do empréstimo da PMC junto à Caixa Econômica Federal. “Naquele trecho específico do INSS, na Avenida Rui Barbosa, por exemplo, será disponibilizada uma grande área de convivência com quadra poliesportiva, praça de alimentação e demais espaços de lazer. Neste momento, funcionários se encontram fazendo a limpeza e demais reparos necessários e, já a partir desta próxima semana, as máquinas passarão a operar.
A Via Parque cortará Caruaru de leste a oeste, beneficiando, de forma direta, cerca de 150 mil pessoas”, disse. Comerciante há quase 30 anos na Avenida Rui Barbosa, com a sua sorveteria Brunely, Arlindo Martiliano da Silva afirmou jamais ter conhecimento de uma obra que pudesse proporcionar utilidade à extensa linha férrea que delimita o espaço. “Em todos esses anos que trabalho por aqui, essa linha sempre esteve abandonada e sem nenhum proveito para todos os comerciantes. Está de parabéns a prefeitura pela iniciativa, porque, em breve, contaremos com um espaço útil e que promete dinamizar as nossas atividades. Na medida em que mais pessoas passarão a circular por aqui, mais produtos serão consumidos e a tendência é de lucrarmos ainda mais, o que é bastante animador em tempos ainda de crise”, afirmou.
Já a empreendedora Érica Silva, que também atua na Rui Barbosa com a sua Sabor do Bolo, aguarda efeitos positivos propiciados pela Via Parque em longo prazo. “Neste primeiro momento, ou seja, no de execução da obra, deveremos sofrer certo abalo em termos de movimento, haja vista que os toyoteiros que operam por aqui serão transferidos para outro local. A demanda oriunda do INSS também deverá diminuir, caso haja o fechamento de acesso de um lado para o outro da avenida, devido à execução da obra. Mas tão logo ela seja instalada, acredito que deverá, sim, gerar mais lucratividade, é claro, de forma crescente, a todos nós comerciantes. Com certeza será um divisor de águas para o local”, comentou.
É o que também espera o comerciante Joseíldo Alves da Silva. Tanto que ele se encontra animado para expandir as atividades da sua pequena empresa. “Possuímos uma fabricação de pizza brotinho e, na medida em que a obra da Via Parque avance, planejamos aumentar a nossa produção, haja vista que queremos comercializá-la para as pessoas que irão frequentar o espaço. Não tenho dúvidas de que essa Via dará certo e possibilitará mais receita para muito comerciante que opera no local. Se os prefeitos anteriores tivessem dado a importância que essa linha férrea possui, hoje a situação da cidade poderia ser outra. Mas, ao menos, desta vez a situação irá melhorar.”
Para o empresário e especialista em trânsito, Ricardo Henrique, a implantação da Via Parque representa não só um avanço enorme para Caruaru na questão da mobilidade, como também no setor da economia. “Todo investimento em mobilidade ativa costuma proporcionar benefícios graduais na vida das pessoas e não vai ser diferente em relação à Via. Ela já está sendo implantada numa área territorial, que, por muitos anos, foi esquecida ou mal aproveitada, e, sem sombra de dúvidas, propiciará desenvolvimento em vários aspectos, dentre eles o da economia. Este período de obra pode até ocasionar algum tipo de transtorno à população, porém é importante reforçar que o equipamento trará ainda mais avanços para a cidade”, analisou.