Os seis maiores desafios da comunicação na gestão de pessoas

Gerenciar pessoas é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores desafios de uma empresa, mas é também o elemento indiscutível para o sucesso de uma organização. O fato é que coordenar uma equipe não requer só liderança e planejamento. Sem uma comunicação eficaz, os projetos não evoluem, condenando boas ideias e excelentes empresas ao fracasso.

Todas as empresas, independentemente de porte ou segmento, possuem dificuldades na comunicação interna. Pensando nisso, selecionei os seis maiores desafios da comunicação interna e como solucioná-los com ações simples do dia a dia.

1 – Desencontro entre estratégia organizacional e comunicação: Não importa qual seja o objetivo estratégico, se o planejamento envolve toda a empresa ou apenas algumas equipes segmentas por projetos, todos os colaboradores envolvidos precisam estar cientes das etapas do processo, como quais os detalhes das ações, as metas, como será a mensuração, etc. Um planejamento estratégico, quando bem explicado, tende a gerar engajamento, fazendo com que todos se dediquem em prol do resultado. Comunicar as etapas de maneira assertiva, apesar de simples, não é fácil. Uma das dicas é transmitir a informação em mais de um canal e, depois disso, manter o comunicado em ambientes onde possam sempre ser consultados. O primeiro passo pode ser a comunicação direta com a liderança, que vai apresentar o plano, o passo a passo das ações, as metas e as ferramentas de mensuração. Depois, é preciso disponibilizar o planejamento detalhadamente na intranet da empresa, ambiente onde os colaboradores envolvidos podem acompanhar as ações e revisitar a estratégia.

2 – Atrair a atenção das pessoas para as notícias organizacionais: Fazer a informação chegar aos colaboradores é tão importante quanto atrair a atenção e ter a mensagem entendida por seu público. Estamos vivemos em um mundo líquido, onde uma enxurrada de informação cruza nossos caminhos e nossa atenção é disputada segundo a segundo. Uma das maneiras de ser relevante é contar histórias que envolvam o público interno e as quais eles possam ser representados. As ferramentas de comunicação também exercem grande poder nesse sentido. Uma TV interna ou jornal mural tem limitações físicas e de atenção, enquanto a intranet está baseada no conceito on demand. Ou seja, o colaborador vai acessar a informação de acordo com sua própria necessidade e disponibilidade. Ter uma ferramenta na nuvem que possibilite o acesso por meio de diversos aparelhos e em qualquer lugar, são outras vantagens. Alguns artifícios podem ser usados para trazer acessos para a intranet, entre eles integrar vantagens e benefícios, documentos empresariais, processos burocráticos, etc.

3 – Tecnologias ultrapassadas: Uma grande queixa do público interno é a lentidão com que algumas empresas se adaptam à tecnologia. Uma pesquisa feita em 2017, no Reino Unido, pela agência Gatehouse, ouviu 450 profissionais de comunicação interna. Desses, 49% consideram ultrapassadas as tecnologias utilizadas pelas empresas para se comunicarem com seus colaboradores. O mundo se modernizou, os hábitos mudaram e as empresas precisam acompanhar. Manter os canais de comunicação no mundo off-line não gera engajamento e, consequentemente, faz com que as mensagens mais importantes simplesmente não chegam aos receptores alvo.

4 – Reputação e imagem: Poucos sabem que o público interno são os grandes embaixadores da marca. De nada vale investir milhões na comunicação externa e gritar aos quatro ventos todas as maravilhas realizadas pela marca, se os funcionários não ajudarem a construir a imagem e reputação que a empresa deseja ter. Apesar do advento das redes sociais, as pessoas ainda valorizam o bom e velho boca a boca. A maioria credita credibilidade à informação quando essa é fornecida pelas redes de relacionamento oficiais. Os empregados têm forte influência sobre as percepções que a marca deixa no mercado e, se eles não estiverem bem informados, as chances de sucessos da empresa ficam reduzidas. Existe uma forte correlação entre a boa comunicação interna e o engajamento de funcionários. Quando os empregados entendem o que a empresa espera de seu trabalho e a importância daquilo que realizam todos os dias, é mais fácil se engajar nas causas e objetivos da organização. Eles se veem representados no sucesso obtido

5 – Comunicação com a liderança: Embora os veículos de comunicação interna tenham papel indiscutível, a comunicação com a liderança é um dos maiores influenciadores de uma comunicação interna bem-feita. Em via de regra, o líder é o responsável por permear os valores e as metas dentro de uma equipe. Nesse sentido, mesmo defendendo a comunicação transparente, algumas informações são estratégicas e de responsabilidade de algumas pessoas da hierarquia. Separar o detalhamento das notícias e entregar as informações de maneira segmentada é outro grande desafio. Essa fragmentação também serve para a agilidade dos processos. Estamos vivendo grandes mudanças, e são inúmeros os desafios do ambiente globalizado. Por isso, é importante que os ambientes sejam ágeis e dinâmicos. Entregar a mensagem certa, que ajude o colaborador a desempenhar sua função e não desvie sua atenção para outros fatores irrelevantes, torna o clima mais leve e muito mais agradável.

6 – Comunicação com a equipe: Existe uma diferença entre comunicação para a equipe e comunicação com a equipe. Na primeira, a mensagem corre em mão única, onde a empresa fala e o colaborador escuta. Já na segunda, é estabelecido um diálogo, onde um fala e o outro responde. Infelizmente, algumas empresas ainda não perceberam que o canal de escuta precisa estar aberto. O maior desafio das organizações é serem menos produtoras de conteúdo para serem mais articuladoras. A adaptação dos meios internos de comunicação precisa pensar em como ouvir o colaborador, desde recursos simples, como a criação de uma pesquisa interna, até o espaço onde ele consiga se expressar de maneira completa e livre. Estamos em um momento em que precisamos incentivar as pessoas a conversarem, a ouvirem e a confiarem umas nas outras.

Apesar de muitos desafios, o tempo é de grandes oportunidades. Temos a tecnologia como uma importante aliada. Quando empregada da maneira correta, ela facilita caminhos, integra soluções, democratiza o acesso e constrói pontes para o futuro. Com a dose certa de trabalho e dedicação, somados as facilidades do mundo moderno, temos a equação perfeita para superar todos os problemas que envolvem a gestão de pessoas. Basta estar aberto às possibilidades.

Antônio Brigaton é Administrador de empresas formado pela FAAP e sócio diretor da Company Group.

Sessão Solene em homenagem aos 15 anos do ICIA

Na tarde desta terça-feira (14), será realizada, a partir das 16h, a reunião ordinária para análise e leitura de 52 requerimentos de ordem do dia solicitados pelos parlamentares da Casa. Dentre estes requerimentos, destaque para o de Nº 1332/2018, de autoria do vereador e Presidente da Câmara Municipal de Caruaru, Lula Tôrres, onde o mesmo solicita uma Sessão Solene em homenagem aos 15 anos do Instituto do Câncer Infantil do Agreste – ICIA.

O Presidente Lula Tôrres ressalta a importância do instituto para a sociedade: proporcionando tratamento, amenizando o sofrimento de crianças com câncer, além de oferecer apoio e atendimento gratuito e multidisciplinar para pacientes e seus familiares.

Outro requerimento de destaque é o de Nº 1333/2018, onde o vereador Ítalo Henrique solicita ao Poder Executivo a instalação de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), no bairro do Salgado, com a justificativa de que essa é uma das áreas mais populosas da cidade e, consequentemente, uma das que mais demandam do serviço – cuja unidade mais próxima fica localizada no bairro Petrópolis. O que dificulta a agilidade da ação dos socorristas, principalmente em dias de feira, quando o trânsito fica mais intenso.

Todos os requerimentos de ordem do dia podem ser acessados através do site: http://sapl.caruaru.pe.leg.br, através do link: http://sapl.caruaru.pe.leg.br/sessao/174/ordemdia.

CIH promove workshop sobre introdução a PNL

A Programação Neurolinguística (PNL) estuda a estrutura da experiência subjetiva do ser humano e se dedica a análise e a reprodução da excelência humana. Dessa forma, esse conhecimento ajuda as pessoas a mudarem comportamentos, padrões emocionais e a atingirem as suas metas, sejam elas relacionadas aos negócios, concursos públicos ou vida pessoal. No próximo dia 25, o Centro de Integração Humana (CIH) promoverá o workshop Introdução à PNL para quem tem interesse em conhecer mais sobre essa ciência e em vivenciar algumas técnicas na prática.

De acordo com a facilitadora do workshop, trainer internacional em PNL, diretora do CIH, psicóloga e coach Roberta Luna, a PNL é também a arte de viver bem consigo e com os outros. “Além de aplicações em diversas áreas como educação, gerenciamento administrativo, vendas e na relação médico paciente, a PNL já permitiu que inúmeras pessoas alcançassem seus objetivos, enriquecessem sua visão de mundo e construíssem relações de qualidade com os que as cercam”, explica ela.

Segundo César Campanha, que também é facilitador do workshop, trainer internacional em PNL, diretor do CIH, psicólogo e coach, durante o encontro do dia 25, os alunos desenvolverão estratégias mentais para aprender a aprender: “O processo que vamos adotar estimula as capacidades naturais de aprendizagem do aluno por meio da conscientização, da exploração e da descoberta de novas técnicas de PNL. Essas técnicas ajudarão os participantes a superarem suas dificuldades”.

O workshop terá duração de 8 horas, começará às 8h30 e seguirá até as 18h30 com uma hora e meia de intervalo para almoço. Será realizado na sede do CIH na Av. Domingos Ferreira, 890, sala 504, no Empresarial Domingos Ferreira. Mais informações: https://www.sympla.com.br/workshop-introducao-a-pnl__324862.

Serviço:

Data: sábado, 25 de agosto de 2018

Local: Sede do CIH – Av. Domingos Ferreira, 890 – sala 504 – Empresarial Domingos Ferreira

Horário: 8h30 da manhã até as 18h30, com uma hora e meia de intervalo para almoço

Conteúdo Programático do Workshop:

Pressuposições da PNL: bases científicas da PNL

Rapport: como fazer sintonia consigo mesmo e com os outros

Ancoragem: como ativar os seus recursos emocionais positivos e trabalhar emoções difíceis como insegurança, por exemplo.

Posições Perceptivas: como perceber a mesma situação de pontos de vistas diferentes e ampliar seus pontos cegos

Coach Generativo: o poder da presença (centrado no seu eixo)

Pistas Oculares: como perceber pistas das estratégias do seu cliente através do não-verbal

Informação de Alta Qualidade (IAQ) / Leitura de Mente: como diferenciar os diversos tipos de informação a fim de potencializar seu processo comunicativo

CineSofia: Projeto da Asces-Unita retomará as atividades

O Projeto de Extensão CineSofia dará início, na próxima sexta-feira (17), às atividades do semestre 2018.2. Nesta edição, promoverá quatro mostras temáticas de filmes. São elas: (1) Gêneros na contemporaneidade; (2) Mídia, poder e sociedade; (3) Infantil; e (4) A mulher na atualidade.

Cada uma destas mostras pretende dedicar três encontros para a exibição de filmes seguida do debate sobre temáticas de interesse social. Alguns deles, contarão com a presença de convidados (especialistas que possam contribuir com as diferentes reflexões que são realizadas dentro das atividades).

O CineSofia está vinculado ao Bacharelado em Jornalismo, ao Núcleo de Extensão e ao Núcleo de Cultura e Artes do Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita). É coordenado pelo professor Diogenes J. P. Barbosa, e possui entre os extensionistas estudantes dos cursos de Jornalismo, Direito e Relações Internacionais.

A maior parte da programação acontece na Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras (Acaccil), nas sextas-feiras, das 14h às 17h. No decorrer de todo o semestre, em apenas três datas o Projeto será desenvolvido em escolas parceiras (uma novidade, que busca potencializar o debate promovido pela iniciativa).

Confira o calendário das atividades a serem desenvolvidas:

Agosto:

Dia 17 – Acaccil

Dia 24 – Acaccil

Dia 31 – Nas escolas parceiras

Setembro:

Dia 14 – Acaccil

Dia 21 – Acaccil

Dia 28 – Nas escolas parceiras

Outubro:

Dia 05 – Acaccil

Dia 19 – Acaccil

Dia 26 – Nas escolas parceiras

Novembro:

Dia 09 – Acaccil

Dia 16 – Acaccil

Dia 23 – Acaccil

Foto: Diógenes Barbosa

A importância do reforço positivo na educação das crianças

Educar uma criança é um tarefa árdua, pois ela precisa de atenção 24 horas por dia. Ela depende inteiramente de seu responsável para realizar várias tarefas rotineiras. Mas assim como elas dependem, elas aprendem diariamente com suas referências, sejam elas seus pais ou demais educadores. É comum que os adultos esperem que os pequenos aprendam as tarefas rapidamente, sempre se superando e quando elas não fazem da maneira correta ou mais eficiente, repreendem a criança, cobrando e criticando, pois acreditam que essa é a maneira correta de estimular um comportamento melhor. Mas será que ao invés de criticar, reforçar a iniciativa não seria uma opção mais construtiva?

O reforço positivo deriva de uma técnica comportamental para a alteração de comportamentos. Os reforços são os estímulos que incentivam um determinado comportamento. Segundo Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar é fundamental reconhecer e reforçar as iniciativas e dedicação que a criança teve para realizar suas atividades. “Mesmo que ela não tenha alcançado o efeito esperado, é importante elogiar e reforçar a ação, dessa forma ela terá satisfação e bem-estar, ajudando no se seu desenvolvimento de comportamento”, explica Ana Regina.

Ator José Pimentel morre aos 84 anos

Morre aos 84 anos o ator e diretor José Pimentel, conhecido por viver Jesus Cristo por 40 anos, vítima de complicações por um enfisema pulmonar. A informação foi confirmada pela neta Brina Pimentel. Ele faleceu às 9h30 desta terça-feira (14), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Esperança, na Ilha do Leite, onde estava internado desde a última quarta-feira (8). O artista estava respirando com a ajuda de aparelhos e sendo submetido a sessões de hemodiálise.

Considerado um homem do teatro pernambucano, o papel mais marcante da sua trajetória foi sem dúvidas, o de Jesus Cristo, o qual interpretou por 40 anos. Na sua longa trajetória, além de ator, Pimentel foi diretor, iluminador, figurinista, sonoplasta, escritor, poeta, professor e jornalista. O artista deixa a esposa Aurinete, de 82 anos, a filha única, Lilian Pimentel, de 50 anos, e ainda a neta Bruna Pimentel, 22 anos, e o bisneto José Pimentel, de 4 anos.

Fisiculturista nos anos 1950, José Pimentel estreou no espetáculo da Paixão de Cristo de Fazenda Nova como figurante, interpretando um soldado romano. Somente em 1978, viveu Jesus pela primeira vez, em Nova Jerusalém. Após sair da montagem, ele escreveu e dirigiu o espetáculo Paixão de Cristo do Recife, a partir de 1996. A peça quase foi cancelada por falta de verba este ano. E, pela primeira vez, a Paixão de Cristo do Recife foi encenada sem a presença do artista como o personagem principal.

José de Souza Pimentel nasceu em 11 de agosto de 1934, no município de Garanhuns, no Agreste pernambucano, o primogênito de Seu Virgínio e dona Florentina. Ele veio morar na capital pernambucana aos 10 anos, e somente em 1998, foi reconhecido com o título de Cidadão Recifense, conferido pela Câmara Municipal do Recife.

Diario de Pernambuco

Moro aceita denúncia contra Guido Mantega na Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro aceitou ontem (13) denúncia apresentada pela força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Com a decisão, Mantega se torna réu em uma ação penal pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), três ex-diretores da empreiteira Odebrecht ofereceram vantagens ilícitas ao ex-ministro para que ajudassem na edição de uma medida provisória de interesse da empresa.

Segundo a investigação, foram disponibilizados R$ 50 milhões em uma conta do setor de propinas da empresa, que ficou à disposição de Mantega. Parte do valor teria sido repassada aos publicitários Mônica Moura e João Santana, delatores na Lava Jato, para ser usada na campanha eleitoral de 2014.

Na mesma decisão, Moro rejeitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para incluir o ex-ministro Antonio Palocci na denúncia. Segundo o magistrado, apesar da acusação de que Palocci teria participado dos fatos, não há provas suficientes contra ele.

“Entendo que, no presente momento, pela narrativa da denúncia e pelas provas nas quais se baseia, carece prova suficiente de autoria em relação a ele. Rejeito, portanto, por falta de justa causa a denúncia contra Antônio Palocci Filho sem prejuízo de retomada se surgirem novas provas. Em decorrência da rejeição, poderá, se for o caso, ouvido como testemunha”, decidiu Moro.

Palocci assinou acordo de delação premiada com a PF. Ele está preso desde setembro de 2016 em função das investigações da Lava Jato.

A reportagem entrou em contato com advogado do ex-ministro Mantega, mas ainda não obteve retorno.

Rosa Weber toma posse na presidência do TSE

A ministra Rosa Weber toma posse hoje (14), às 20h, no cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em sessão solene no plenário da Corte. A solenidade será transmitida ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do TSE no YouTube.

Rosa Weber será a segunda mulher a presidir o TSE em mais de 70 anos de criação do tribunal. A primeira foi Cármen Lúcia, em 2012. O primeiro desafio da ministra será a organização das eleições de outubro, que serão realizadas no dia 7.

Rosa Weber, que é ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), já ocupa a vice-presidência do tribunal e vai suceder a Luiz Fux, que concluiu período máximo de dois anos no cargo. O mandato irá até agosto de 2020.

Na mesma sessão, serão empossados os ministros Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça. Barroso assume como vice-presidente do TSE e Mussi será corregedor-geral da Justiça Eleitoral.

O TSE é formado por sete ministros, dos quais três são do STF, sendo um o presidente da Corte. Dois ministros são do STJ, um dos quais é o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, e dois juristas que representam os advogados e são nomeados pelo presidente da República.

Nas eleições de outubro, caberá ao tribunal, além de organizar o pleito, deferir os registros de candidatura de candidatos à Presidência da República e todos os recursos que os envolvem.

Histórico

A ministra nasceu em Porto Alegre e fez carreira como magistrada da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul. Antes de ser nomeada para o STF em 2011, Rosa ocupava o cargo de ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi juíza do Trabalho no período de 1981 a 1991, integrou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) de 1991 a 2006. Rosa Weber assumiu a presidência do TRT da 4ª Região de 2001 a 2003.

Bolsonaro demite servidora após revelação de que ela continuava vendendo açaí

Diferentemente do que vem repetindo, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) continua usando dinheiro da Câmara dos Deputados para pagar o salário de uma funcionária de gabinete que vende açaí na praia onde ele tem uma casa. A Folha de S.Paulo visitou o local nesta segunda-feira (13) e comprou com Walderice Santos da Conceição, 50, um açaí e um cupuaçu, em horário de expediente da Câmara.

Ela afirmou que trabalha na loja, que leva seu nome, “Wal Açaí”, todas as tardes, na pequena Vila Histórica de Mambucaba, a 50 km de Angra dos Reis. Minutos depois de a reportagem se identificar e deixar a cidade, ela ligou para a sucursal da Folha de S.Paulo em Brasília afirmando que ia se demitir.

No começo da noite, o candidato confirmou a demissão de sua funcionária e disse que o “crime dela foi dar água para os cachorros”. A Folha de S.Paulo revelou a existência de Wal, apelido dela, como funcionária fantasma em janeiro. O caso voltou à tona no debate da TV Bandeirantes na última quinta (9).

Antes de se identificar, a reportagem da Folha conversou com Walderice na pequena loja de açaí. Ela chegou a comentar o debate. “Ele [Guilherme Boulos] disse que o Jair tinha uma funcionária fantasma.” Em resposta à pergunta da Folha sobre quem era, Walderice afirmou: “Sou eu.”

Em janeiro, a Folha de S.Paulo revelou que Wal não trabalhava no gabinete do deputado. De acordo com pessoas da cidade, ela também presta serviços particulares na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade o comércio de açaí.

A secretária figura desde 2003 como um dos 14 funcionários do gabinete de Bolsonaro, em Brasília, com salário bruto de R$ 1.351,46. Segundo moradores da região, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro ao deputado.

Depois da reportagem, o parlamentar passou a dar diferentes versões sobre a assessora. Primeiro, disse que buscou o endereço do local e viu que a “casinha” de açaí era da irmã de Walderice.

Depois, disse que ela estava em período de férias na ocasião em que a Folha de S.Paulo visitou o local na primeira vez. Essa foi a versão dada, por exemplo, na resposta a Boulos no debate da Band.

“A sra. Wal, sra. Walderice, é uma funcionária minha em Angra dos Reis. Quando a Folha de S.Paulo foi lá [em janeiro] e não achou, botou manchete no dia seguinte de que ela estaria lá fantasma. Só que em boletim administrativo da Câmara dos Deputados de dezembro ela estava de férias”, disse Bolsonaro no debate.

Não há nenhum registro de férias de Walderice atualmente. Quando a Folha de S.Paulo se identificou, a funcionária disse que não tinha nada a declarar. Walderice deu a entender que não queria prejudicar o presidenciável. “Eu não vejo o sr. Jair como vocês veem. O sr. Jair pra mim é uma outra pessoa. O sr. Jair é uma boa, o sr. Jair é meu amigo, o sr. Jair não é racista, a minha família é toda negra. O sr. Jair não é homofóbico.”

Questionado se Bolsonaro deveria pagá-la com dinheiro próprio já que ela não exerce atividade parlamentar, ela disse apenas: “Mas aí é uma coisa que cabe a ele responder”. A Folha de S.Paulo insistiu em outra pergunta, que foi repetida por duas vezes: “A sra. recebe realmente esse dinheiro ou é seu marido que recebe?” Após um silêncio, ela afirmou: “Já falei, só comento sobre isso quando ele [Bolsonaro] falar que eu posso comentar.”

A Câmara exige que a pessoa que ocupa cargo de secretário parlamentar, caso de Walderice, precisa trabalhar exclusivamente para o gabinete no mínimo oito horas por dia.

Em entrevista à noite, o presidenciável confirmou a demissão da funcionária, mas deu informações divergentes. “Tem dois cachorros lá e pra não morrer de vez em quando ela dá água pros cachorros lá, só isso. O crime dela é esse aí, é dar água pro cachorro”, disse.

Ele afirmou que Walderice pediu demissão pela manhã, por causa do debate da TV Band. A funcionária não mencionou em nenhum momento que já tinha pedido demissão, nem antes de saber que se tratavam de jornalistas, nem depois.

Entenda o caso
12.jan – Folha de S.Paulo revela que Bolsonaro emprega desde 2003 secretária parlamentar que vende açaí e cuida da casa de veraneio do deputado na vila de Mambucaba

16.jan – Folha de S.Paulo mostra que localidade não recebeu emendas de Bolsonaro por dez anos

9.ago – No debate na TV Bandeirantes, Guilherme Boulos (PSOL) questiona Bolsonaro: “Quem é a Wal?”. O candidato do PSL volta a negar que ela seja fantasma e diz que a reportagem visitou a loja de açaí quando Walderice Conceição estava em férias

Folhapress

‘Não há salvação com o modelo político que vigora no Brasil’, diz ministro do STF

“Não há salvação com o modelo político que vigora no Brasil”, disse o ministro do STF Luís Roberto Barroso em debate em São Paulo na manhã desta segunda-feira (13). Para o magistrado, o sistema proporcional de lista aberta adotado no país é um “desastre completo”.

Em via oposta, Fernando Limongi, professor do departamento de ciência política da USP, argumentou que essa crítica é conveniente aos políticos, pois atribui ao sistema, e não a eleitos e a seus partidos, problemas graves do país.

Barroso e Limongi participaram de encontro realizado pela Folha de S. Paulo e pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) a respeito dos 30 anos da Constituição de 1988. A mediação foi do jornalista Uirá Machado, editor da Ilustríssima.

Barroso, na ocasião, destacou pontos positivos e negativos resultantes de nossa Carta Magna. No primeiro grupo elencou a estabilidade constitucional nas últimas três décadas (que sobreviveu, ressaltou, a inúmeros escândalos de corrupção e a dois impeachment); a conquista da estabilidade monetária (com o fim da hiperinflação e a difusão da ideia de responsabilidade institucional); e o que chamou de expressiva inclusão social (redução da pobreza, ações afirmativas para negros, reconhecimento de direitos para a comunidade gay).

Dentre os pontos negativos, destacou o sistema político (o ministro vê falhas graves em nossos modelos de governo, partidário e eleitoral) e a incapacidade de evitar o que julga ser uma corrupção sistêmica no país, a envolver políticos, empresas públicas e privadas.

A soma desses dois fatores, avalia Barroso, resulta na instabilidade do que se conveniou chamar de presidencialismo de coalizão, modelo institucional do país desde o fim da ditadura.

Num cenário de grande fragmentação partidária, o presidente depende de alianças com uma vasta gama de agremiações para dar sustentação a seu governo, oferecendo em troca cargos em ministérios e estatais.

Administrar os interesses múltiplos e frequentemente contraditórios da base, destituída de princípios comuns, corrompe a governança, analisa Barroso. “Nesse tipo de presidencialismo de coalizão, o presidente precisa nomear gente inexperiente ou que está lá só para roubar”, diz o ministro.

Como alternativa, Barroso propõe uma reforma política ampla. O sistema de governo migraria para o semipresidencialismo, no qual o presidente é o chefe de Estado, eleito pelo povo, e o primeiro-ministro é o chefe de governo, nomeado pelo presidente e chancelado pela maioria do Parlamento.

“A principal vantagem que o semipresidencialismo herda do parlamentarismo repousa nos mecanismos céleres para a substituição do governo, sem que com isso se provoquem crises institucionais de maior gravidade. O primeiro-ministro pode ser substituído sem que tenha de se submeter aos complexos e demorados mecanismos do impeachment e do recall”, escreveu Barroso em artigo.

Quanto ao sistema eleitoral, Barroso defende a adoção do voto distrital misto, mescla do modelo majoritário (aplicado para eleição de prefeitos, governadores, senadores e presidente) e do proporcional (como são eleitos vereadores e deputados).

Nesse caso, cada estado é dividido em distritos eleitorais, nos quais cada partido lançará um único candidato. O eleitor terá direito a dois votos: em um candidato de seu distrito e no partido político de sua preferência. Cada distrito elegerá um único parlamentar.

Uma vez que as campanhas se concentrariam em territórios menores, o voto distrital misto, diz o ministro, seria um caminho para baratear os custos da eleição, aproximar o candidato dos eleitores e fortalecer os partidos.

A respeito desse ponto, o ministro e seu colega de debate estavam em total desacordo. Limongi defendeu que o atual sistema do Brasil é um dos “melhores disponíveis no mercado”.

O Brasil adota desde 1945 o modelo proporcional de lista aberta. Partidos ou coligações lançam uma lista de candidatos em cada estado. As cadeiras obtidas por eles são atribuídas aos candidatos mais votados.

“Essa insistência na reforma política é uma desculpa ou uma forma de diminuir a pressão por mudança. Não é à toa que são os políticos os primeiros a falar em reforma. É uma forma de se desculpar e jogar a culpa pra lá. ‘A culpa não é minha, é do sistema. A lei é ruim’.”

O voto distrital, completou, não vai baratear campanhas nem aumentar a representatividade social no Congresso.

Ao contrário, corre-se o risco de maior interferência política e econômica para barrar a competição. “Representação proporcional de lista aberta é o melhor sistema disponível, de longe.”

O grande problema político brasileiro, comentou Limongi, é que partidos tenham acesso a recursos públicos, sobretudo a tempo de TV no horário eleitoral, mesmo quando apresentam resultados pífios nas urnas.

Siglas nanicas e de médio porte sem atuação programática definida fazem desses benefícios artigos de venda durante as eleições. “Enquanto não mexermos nisso, nada vai mudar”, concluiu Limongi.

Judiciário interventor
No início de sua fala, o professor da USP destacou a desconfiança que o texto constitucional expressa em relação ao legislador e, por extensão, ao Poder Legislativo e ao sistema eleitoral do qual se origina esse poder.

A preocupação de que o legislador, por incapacidade de cumprir seu papel, pudesse travar o poder decisório dominou os debates legislativos durante a elaboração da Constituição, diz o professor.

Como prevenção a isso, Executivo e Judiciário tiveram seus poderes reforçados para evitar que o legislador viesse a impedir a experiência democrática.

“Achava-se que o Executivo deveria prevalecer para que as reformas fossem feitas”, disse Limongi. “O Legislativo era visto como representante do atraso, de grupos conservadores, em descompasso com a sociedade.”

Criou-se, então, um modelo em que o Executivo tomou para si o papel de maior legislador do país. O STF, por sua vez, não assumiu de forma imediata as prerrogativas que a carta constitucional lhe facultava.

A inflexão teria se dado em 2005, quando o Supremo determinou a formação da CPI dos Bingos, atendendo a pedido de intervenção de políticos da minoria, após recusa dos líderes da base governista em indicar membros a ela.

“O STF alterou radicalmente sua posição a partir dessa decisão. Em lugar de jogar a favor da governabilidade e se alinhar ao Executivo e a maioria, passa a defender a minoria e a aceitar o papel de interventor desses conflitos.”

Em 2006, o STF declarou inconstitucional a cláusula de barreira aprovada pelo Congresso no bojo de uma reforma política que buscava limitar a proliferação de siglas no país.

“Todo o incentivo à fragmentação está ligada à redistribuição de recursos que resultou da derrubada da cláusula. Isso fortaleceu os pequenos partidos, que têm acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV a despeito de votos. Não precisam de votos para ter recursos.”

Sem comentar diretamente os casos citados pelo professor, Barroso diz não defender o processo de judicialização da política, salvo na defesa de direitos fundamentais e do jogo democrático. “Nos outros temas o Judiciário deveria ter autocontrole, como nos temas administrativos.”

Folhapress