Contos de fadas, contos para crianças?

Por Gabriela Kopinits

Engana-se quem pensa que sim. A literatura dita infantil surgiu com o advento da classe média, da burguesia mais atuante,no século XVII. Antes disso, as crianças eram vistas como adultos em miniatura, com atribuições semelhantes aos dos adultos. Sua educação, costumes, entretenimentos e papel na sociedade não diferiam muito da dos pais.

Não havia esse conceito que temos hoje de que são seres tenros que precisam de uma educação especial, baseada em parâmetros pedagógicos e psicológicos. Naquela época, crianças eram apenas isso: adultos em menor escala. Seus divertimentos eramosmesmos de todos. Música, canto, esportes, estórias. O que osadultosfaziam, as criançastambémpodiamfazer.

Como tal, os contos que hoje chamamos de fadas não foram imaginados para crianças. Eramcontados para adultos, tanto emelegantessalõesquantonasrodassuburbanas. As estórias nada tinham de inocente, elementos como bárbaros assassinatos, adultério, incesto, pactos com demônios não seriam particularmente indicados para ouvidos infantis.

As “Fábulas”, publicadas entre 1668-94, de Jean de la Fontaine, por exemplo, eram mais anedotas, com as quais ele costumava deliciar os frequentadores dos mais célebres salões parisienses, como o do ministro do Tesouro de Luís XIV, Nicolas Fouquet, onde as falhas de caráter, vícios e maldades humanas eram transportadas para personagens do reino animal, do que precisamente contos direcionados ao público infantil.

Aliás, muitas das fábulas de La Fontaine foram inspiradas no trabalho de Esopo, um escravo nascido na Frígia em 620 AC, célebre pelos contos bemhumorados sobre valores como honestidade, trabalho e lealdade, de narrativa simples e que sempre deixavam uma edificante conclusão – a “moral da estória”. Entre oscontosmaisfamosos dele estão “A Raposa e as Uvas”, “A Lebre e a Tartaruga” e “A Cigarra e a Formiga”.

A tradição dos contos narrados por babás ou carinhosas avozinhas, no entanto, só surgiu em 1697, com a publicação dos “Contos dos Tempos Passados”, do francês Charles Perrault, cujo subtítulo “Contos da Mamãe Gansa” se tornou mais conhecido entre nós. Este era umacoletânea de oitocontos que ganhoumaistrêsnumaedição posterior. Os contos que faziam parte desse que é considerado o primeiro livro de contos de fadas foram: A Bela Adormecida no Bosque, Chapeuzinho Vermelho, O Barba-Azul, O Gato de Botas, As Fadas, A Gata Borralheira (Cinderela), Rique, o Topetudo, O Pequeno Polegar. Oscontos que foramincluídosdepoisforam: Pele de Asno, OsDesejosRidículos e Grisélidis.

Muitas das estórias de Perrault, no entanto, já eram conhecidas sob outras versões, até mais picantes, tendo figurado em coletâneas como a dos italianos Giovanni Straparola e GiambattistaBasile. Nenhuma delas indicada para crianças, diga-se de passagem.

O primeiro livro realmente direcionado a elas foi uma coletânea de cantigas infantis, publicado por Mary Cooper em 1744, cujo sugestivo título era “Para Todos os Pequenos Senhores e Senhoritas”.A segunda coletânea foi “Melodia de Mamãe Gansa”, atribuída ao livreiro John Newbery, em 1760, considerado o primeiro a descobrir e explorar o mercado de livros para crianças.

Oscontosdestetrabalho nada maiseram do que estórias de livros para adultosencurtadas, adaptadas, ilustradas e postasnumlivromenor e menospesado para que as criançaspudessemmanuseá-lo semdificuldade.

Os próximos cem anos não produziram nada de muito significativo, exceto a coletânea dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm: “Contos de Fadas para Crianças e Adultos”, publicada em alemão entre 1812 e 1815 e traduzida para o inglês em 1823. Oscontosdesselivro, muitos de escritoresanteriorescomo Perrault, tinham o propósito de ensinarvaloresmorais e acabaram por se tornarosmaispopularesemtodo o mundo.

Em 1835 foi a vez do dinamarquês Hans Christian Andersen maravilhar o mundo com o seu “Contos para Crianças”. Entre os contos que figuravam nessa obra estavam:

O Pequeno Claus e o Grande Claus, A Princesa e a Ervilha (Uma Verdadeira Princesa) e As Flores da Pequena Ida.Mais tarde, ele publicou vários outros contos como: As Roupas Novas do Imperador, O Patinho Feio, A Rainha da Neve, O Rouxinol, Sapatinhos Vermelhos, A Pequena Vendedora de Fósforos, O Soldadinho de Chumbo e A Pequena Sereia.

Pela relevância de seu trabalho, Andersen é considerado o precursor da literatura infantil mundial. Tanto que a data doseunascimento, 2 de abril, tornou-se o DiaInternacional do LivroInfanto-Juvenil e a medalha Hans Christian Andersen é concedidaaosmelhores da categoriapeloConselhoInternacional de Livros para Jovens – a IBBY. A primeirabrasileira a ganharessamedalhafoiLygiaBojunga Nunes, em 1982, premiadapelo conjunto de suaobra.

Outro grande autor, não muito conhecido por aqui, foi o escocês Andrew Lang que publicou, em 1889, “The Blue Fairy Book”, mais uma coletânea de contos de fadas, só que devidamente “purificados”. Quem for ler qualquer um dos contos de fadas dos vários livros de Lang – The Yellow Fairy Book, The Red Fairy Book, The Green Fairy Book, The Violet Fairy Book e The Crimson Fairy Book- vai perceber que houve ali uma discreta censura vitoriana.

No Brasil, o maior expoente da literatura infantil é Monteiro Lobatomas antes dele, já tivéramos bons trabalhos como a comédia infantil “O Gorro de Papai”, escrita em 1880 pelo conde Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, filho do visconde de Ouro Preto (um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras), e o maravilhoso “Contos das Mil e Uma Noites” do Malba Tahan (pseudônimo do professor Júlio César de Mello e Souza), publicado em 1925.

De lá para cá, muitos outros grandes autores foram revelados e livros maravilhosos publicados. A lista é tão extensa que não caberia em mil artigos. Para conhecê-los, basta uma visita à livraria ou um passeio pela biblioteca. Permita-se esse encantamento. Sonhar, como diria o poeta, é preciso!

Gabriela Kopinits é jornalista, escritora e contadora de estórias

ARTIGO — Simplificar a medição ajudaria na regularização fundiária no Brasil

Bastiaan Philip Reydon é professor titular e coordenador do Grupo de Governança de Terras (GGT) do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Toda iniciativa que auxilie na resolução de entraves na regularização de terras é importante para garantir justiça social. O resultado positivo do projeto-piloto realizado no município de Tangará da Serra (MT), que permitiu a 50 famílias de proprietários rurais o registro de posse de suas terras, mostra que descomplicar a medição das áreas e os trâmites legais é um caminho viável.

O trabalho foi executado por meio da parceria entre o Grupo de Governança de Terras do Instituto de Economia da Unicamp, os Cartórios de Registro de Imóveis de Tangará da Serra (MT) e a Agência de Cadastro, Registro Predial e Cartografia dos Países Baixos (Kadaster). A metodologia empregada foi desenvolvida pela agência holandesa e batizada de Projeto “Fit for Purpose”.

O trabalho resultou em um modelo de regularização baseado nas regras da Lei nº 13.465/17 e com vantagens, como o menor custo e maior agilidade na tramitação dos registros.

Permitir que a regularização seja feita usando diferentes camadas de precisão na medição de terras no país é um assunto que deve estar na pauta de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O exemplo de Tangará da Serra mostra que novos caminhos devem ser trilhados na área de governança de terras no Brasil. Para conseguir fazer a medição, com o máximo de precisão de todas as áreas no país, seria necessário gastar pelo menos o equivalente a três Produtos Internos Brutos (PIBs) brasileiros.

A forma mais precisa de medição tem a certificação de um agrimensor. Se for permitida, a coleta de informações por terceiros, cujo trabalho tenha regras e padrões definidos, será muito melhor do que manter o vazio atual na regularização fundiária.

Com a criação do Sinter (Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais) pela Receita Federal, que será uma espécie de CPF de imóveis urbanos e rurais, poderiam ser estabelecidos níveis diferentes de precisão de medição das áreas. A primeira camada seria a A, que teria o grau mais elevado de precisão e a certificação de um agrimensor.

O sistema teria outras camadas como B, C e D, cuja medição viria de outras fontes que seguiriam padrões e regras definidas pelos órgãos oficiais. Todas as informações seriam somadas e estariam no banco de dados nacional. A meta seria, gradativamente, que todas as áreas atingissem a camada A.

O assunto foi debatido durante o IV Seminário Internacional de Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico: Regularização Simplificada, realizado em junho na Unicamp. Há um consenso de que é necessário estabelecer ações que permitam avançar no georreferenciamento de áreas no país.

A experiência de Tangará da Serra prova que é possível regularizar áreas usando um equipamento menos preciso e menos sofisticado do que um drone. No projeto, foram utilizados tablets e equipamentos de navegação via satélite (Receptor GNSS), cuja diferença na medição foi pequena e não afetou o resultado final do processo de regularização.

A iniciativa trouxe ganho de escala, barateamento dos custos, agilidade nos trâmites e a participação da comunidade. Garantir que os interessados participem ativamente é fundamental para o sucesso da governança de terras. O cidadão tem que se apropriar dos seus direitos. O Estatuto das Cidades nasceu para ampliar a participação dos brasileiros nas decisões sobre o uso e a ocupação das áreas do país. A legislação é maravilhosa, mas nunca foi implementada em sua plenitude.

Buscar formas de resolver a problemática da governança de terras no Brasil passa também por saber exatamente quais são as áreas governamentais e realizar a regularização delas, conforme determina a Lei nº 13.465/17. O caminho é longo para atingirmos a meta de termos um sistema de governança de terras eficaz no Brasil. Mas temos que avançar em ações que, realmente, tragam benefícios para a regularização fundiária no país.

Sesc Pesqueira realiza Oficina de Produção Cultural

O Sesc Pesqueira realiza nos dias 7, 8 e 9 deste mês a Oficina de Produção Cultural. Voltado para pessoas a partir de 18 anos, objetiva a qualificação dos trabalhadores da cultura de Pesqueira e se apresenta ainda como possibilidade para quem tem desejo de enveredar pela área de produção cultural em projetos artísticos para as diversas linguagens.

A oficina será ministrada pela instrutora de Atividades Artísticas do Sesc Pesqueira, Luana Felix. As aulas serão realizadas nos três dias, das 14 às 17h, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Pesqueira (CDL), que está fica na Rua Adalberto de Freitas, 22 – Centro.

As inscrições são gratuitas. Para fazê-la, basta que o interessado vá ao Ponto de Relacionamento com Clientes da Unidade com cópias dos documentos pessoais (Identidade e CPF) e comprovante de residência. Trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo precisam apenas apresentar o cartão do Sesc atualizado. O Sesc Pesqueira está localizado na Avenida Luiz de Almeida Maciel, s/n, no bairro Baixa Grande.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 19 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite começa no próximo dia 06 de agosto

A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo começa no próximo dia 6 e segue até o dia 31 de agosto. O público-alvo são as crianças com idade de 12 meses a menores de 5 anos (4 anos,11 meses e 29 dias). Em Caruaru, 62 Unidades de Saúde da Família estarão disponíveis para aplicar a vacina nas zonas urbana e rural.

O Dia D da Campanha está marcado para 18 de agosto, onde todas as Unidades de Saúde funcionarão das 8h às 17h. A meta é vacinar ao menos 95% das crianças dessa faixa etária. Para receber a vacinação, os pais ou responsáveis devem levar o cartão de vacina das crianças para que o profissional de saúde avalie a situação vacinal.

O sarampo e a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, são doenças graves e infecciosas, onde a vacina oferece a proteção. O Brasil enfrenta atualmente surto de sarampo, com registros da doença no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. De acordo com balanço feito pelo Ministério da Saúde, os surtos recentes estão relacionados à imigração de venezuelanos, comprovada pela identificação do genótipo do vírus (tipo D8), o mesmo que circula na Venezuela. Já a pólio teve seu último caso registrado em 1989.

A vacinação é a melhor maneira de proteger as crianças contra as doenças. O esquema vacinal para poliomielite é composto por três doses da vacina administradas aos 2, 4 e 6 meses, sendo necessários dois reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já a imunização contra o sarampo é feita por meio da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e caxumba. O esquema vacinal é de uma dose aos 12 meses, com um reforço aos 15 meses.

Pólio e Sarampo

A poliomielite é uma doença viral infecciosa que pode, em uma minoria dos casos (1 a cada 200), atacar nervos musculares causando paralisia definitiva em poucas horas, geralmente nos membros inferiores. Em 10% dos casos de paralisia, a infecção atinge músculos respiratórios, levando à morte. A doença pode ser contraída por contato com água ou comida contaminadas (menor parte dos casos) ou transmitida entre pessoas contaminadas por via oral (contato com gotículas por meio de tosse, espirro ou mesmo ao falar) e fecal (contato com fezes contaminadas).

O sarampo, por sua vez, é uma doença viral infecciosa, muito contagiosa (transmitida por via oral) e de alto potencial letal. No mundo, é uma das maiores responsáveis pelos números de mortalidade infantil. Seus sintomas envolvem febre, dor de cabeça, tosse, manchas brancas na mucosa bucal, conjuntivite e manchas vermelhas (que se espalham do rosto para o resto do corpo). Nos dois casos, as doenças não têm cura, mas podem ser evitadas por meio de vacina.

Dia dos Pais deve movimentar quase R$ 14 bilhões no varejo

Embora os brasileiros ainda estejam sensíveis aos efeitos da lenta recuperação econômica e do desemprego, a maioria (61%) dos consumidores deve ir às compras neste Dia dos Pais – o dado é levemente superior aos 55% de entrevistados que realizaram compras na mesma data do ano passado. A conclusão é de um levantamento feito em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Ao todo, a expectativa é de que quase 93 milhões de pessoas façam alguma compra no período, o que deve movimentar uma cifra aproximada de R$ 13,9 bilhões nos setores do comércio e serviços.

Apenas 28% dos consumidores não devem presentear alguém na data, sendo que a principal justificativa é o falecimento do pai (70%). Comemorado tradicionalmente no segundo domingo de agosto, o Dia dos Pais é considerado por muitos o ‘patinho feio’ das datas comemorativas por não injetar cifras tão expressivas como Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados. Mesmo assim, a comemoração serve de termômetro para analisar o desempenho do varejo no segundo semestre, ainda permeado por incertezas no campo político e por uma recuperação econômica gradual.

“As tradicionais datas comemorativas demonstram um forte apelo emocional e muitas vezes até se descolam do ambiente de crise, que segue impactando o orçamento das famílias. Tanto é que nas últimas três datas comemorativas deste ano, o varejo apresentou crescimento nas vendas. Os resultados, contudo, foram discretos e não revertem as perdas acumuladas durante a crise. Ainda assim, servem de alento para impulsionar a retomada da economia”, explica o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.

Alunas do Motivo irão participar de projeto da ONU em Nova York

As estudantes, Bárbara e Brenda Tenório, de 16 anos, estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Motivo de Boa Viagem, irão participar do Youth Assembly, da ONU em Nova York. O projeto vai discutir 17 metas de desenvolvimento sustentável, que fazem parte da Agenda 2030, e tem o objetivo de preparar e empoderar os jovens para um mundo mais sustentável.

Apenas quatro estudantes de Pernambuco foram selecionadas, entre elas, as duas irmãs. Elas devem seguir para os Estados Unidos em agosto quando começa o programa de capacitação.

Para participar do evento elas precisam arrecadar um valor médio de 12 mil reais, para custear a hospedagem, alimentação e a participação na conferência. Por isso, familiares e amigos montaram uma vaquinha on-line para arrecadar o valor. As doações podem ser feitas pelo site:https://www.vakinha.com.br/vaquinha/gemeas-na-onu.

A Youth Assembly é um projeto de desenvolvimento social, que tem o objetivo de engajar jovens e conscientizá-los dos problemas sociais, na busca de soluções, através do desenvolvimento sustentável.

Lucro de R$ 10,07 bi da Petrobras no 2º trimestre é o maior desde 2011

A Petrobras fechou o segundo trimestre do ano com um lucro líquido de R$ 10,07 bilhões, alta de 45% em relação ao primeiro trimestre, quando o lucro foi de R$ 6,96 bilhões. É o melhor resultado desde 2011. No segundo trimestre do ano passado artingiu R$ 316 milhões.

Com o resultado, a Petrobras fechou o primeiro semestre do ano com um lucro líquido de R$ 17 bilhões. Segundo a empresa, o “resultado positivo foi influenciado principalmente pelo aumento das cotações internacionais do petróleo, associado à depreciação do real em relação ao dólar”.

Centro de Distribuição da Petrobras no SIA, Terminal Terrestre de Brasília, onde se armazena e distribui produtos da companhia para os postos de combustíveis do Distrito Federal.

No mesmo período, o endividamento líquido caiu 13% em relação a dezembro de 2017, indo para US$ 73,66 bilhões, o menor desde 2012.

A geração operacional e a entrada de caixa de US$ 5 bilhões com os desinvestimentos no semestre foram os principais fatores para a redução da dívida líquida, cujo total passou a corresponder a 3,23 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado), comparado a 3,67 no fim de 2017.

O desempenho das operações da empresa manteve tendência positiva que já vinha sendo registrada em trimestres anteriores, com um lucro operacional 18% maior que o do primeiro semestre de 2017, totalizando R$ 34,5 bilhões, com menores despesas gerais e administrativas e menores gastos com ociosidade de equipamentos.

A produção total de óleo e gás foi de 2,7 milhões barris de óleo equivalente por dia (boed) no semestre.

Dia dos Pais será comemorado no Shopping Difusora

No segundo domingo de agosto é comemorado o Dia dos Pais. Para marcar a data, nos dois próximos fins de semana, o Shopping Difusora preparou uma programação especial para homenageá-los. Com o tema “Um Show de Pai”, o público que passar pelo shopping vai poder conferir apresentações musicais, cantar no karaokê e tirar fotos temáticas. Toda a ação acontece no terceiro piso e será gratuita.

Já neste sábado (04) e domingo (05), a partir das 14h, o público vai conferir uma apresentação especial com os meninos do grupo Nuwe. Trata-se de um grupo caruaruense que traz no repertório o melhor do pagode. Com músicas que foram sucesso na voz de grandes nomes do pagode, além de canções do repertório próprio, o grupo promete colocar todo o público para interagir.

No fim de semana seguinte, nos dias 11 e 12, o grupo também volta a se apresentar no terceiro piso do Shopping Difusora. Para quem gosta de se arriscar no karaokê, um espaço também será disponibilizado. Dessa forma, os pais e filhos, juntamente com amigos e outros familiares, podem soltar o gogó e promover competições animadas no karaokê do Shopping Difusora.

Para não deixar que esse momento fique apenas na memória, os pais podem chamar os filhos para fazer aquela foto temática cheia de amor. “Com essa programação, a intenção do Shopping Difusora é unir ainda mais os pais e filhos em torno da diversão em família. Com certeza, será um momento especial”, diz o gerente de Marketing do Shopping Difusora Welter Duarte.

Fora isso, o Shopping Difusora oferece uma gama de opções para quem ainda está em dúvida no que comprar para presentear o papai. Artigos de vestuário, sapatos, mochilas, acessórios, eletroeletrônicos e perfumaria são algumas das opções que estão a disposição dos filhos. De segunda a sábado o Shopping Difusora está aberto das 10h às 22h e no domingo, das 11h às 21h.

Mais de 11 milhões de internautas brasileiros desapegaram de itens seminovos

A economia colaborativa é uma tendência cada vez mais forte e estudos comprovam a sua expansão. Segundo projeção da consultoria PwC, o modelo deve chegar a movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025, ante US$ 15 bilhões em 2014. A OLX, uma das maiores representantes da economia colaborativa no Brasil, reflete esse avanço. Somente no primeiro semestre de 2018, mais de 11 milhões de pessoas desapegaram de itens seminovos ou usados pela plataforma, o que representa um aumento de 13% em relação aos anunciantes do mesmo período de 2017. Nesse intervalo, as categorias que mais cresceram foram Celulares e Telefonia (com alta de 26%), Móveis (25%) e Computadores e acessórios (24%).

“Estamos vivendo uma mudança no hábito de consumo do brasileiro. Conectamos cada vez mais pessoas e incentivamos a desapegarem para transformarem itens parados em renda extra. Além disso, a compra e venda de usados tem um impacto positivo direto no meio ambiente, pois os produtos ganham novos usos ao invés de serem descartados”, comenta o vice-presidente executivo da OLX Brasil, Marcos Leite.

ARTIGO — Síndrome do impostor: por que tantas mulheres de sucesso se sentem uma fraude?

Por Marina Brandão

Vivemos num mundo de muita desigualdade de gênero, marcado pelo machismo e preconceito. Pouco a pouco, o mercado de trabalho está se transformando para alcançar mais igualdade e diversidade dentro das empresas. Mas, a verdade é que temos um longo caminho a ser trilhado e as consequências dessa segregação causam inseguranças profundas, fazendo muitos profissionais duvidarem de suas capacidades e conquistas.

A síndrome do impostor é um distúrbio psicológico no qual a pessoa desconfia de suas próprias competências e não consegue aceitar e admitir suas conquistas. Descrita pela primeira vez em 1978, pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes, ambas pesquisadoras da Universidade Estadual da Georgia, o trabalho é resultado de cinco anos de pesquisas com 150 mulheres altamente bem-sucedidas. Hoje, sabemos que a síndrome não é um “privilegio” do mundo feminino, mas o contexto de preconceito que a mulher vive no mercado de trabalho explica, e muito, sobre o porquê da desordem ter sido descoberta na observação de profissionais mulheres.

Se pararmos para analisar o mercado de tecnologia, iremos perceber como um ambiente tóxico faz as profissionais duvidarem de suas capacidades. Sem a inteligência e o trabalho de mulheres, a tecnologia e a internet como conhecemos hoje, não existiriam. O primeiro algoritmo da história foi desenvolvido por uma mulher, chamada Ada Lovelace. O protocolo STP, um procedimento que auxilia na melhor performance da rede, é invenção de outra mulher, Radia Perlman.

Ainda que o papel das mulheres seja de extrema relevância para o desenvolvimento desse setor, nossa sociedade insiste em afastá-las das áreas de tecnologia. Segundo dados apresentados no evento Women in Tech, realizado em 2017, na cidade de São Paulo, pela CA Technologies, 74% das meninas demonstram interesse pelas áreas de STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática), mas só 0,4% delas escolhem estudar ciências da computação. O número de cursos de computação cresceu 586% no Brasil nos últimos 24 anos, enquanto o índice de mulheres matriculadas neles caiu de 34,89% para 15,53%.

A baixa representatividade feminina no mercado de TI, infelizmente, é uma consequência residual do preconceito vivido pela mulher na sociedade. Ainda vivemos em uma sociedade que diferencia tratamentos na criação de meninos e meninas, impondo condutas diferentes para cada gênero. Os estereótipos sociais nos colocam em caixinhas e, em algum momento, a tecnologia entrou na caixinha dos homens, possivelmente porque a computação nasce muito relacionada com a matemática, outra característica “tida como masculina”.

Mesmo tendo que conviver desde a infância com a constante provação de suas capacidades, é no banco das universidades que o preconceito de gênero deixa claro que “tecnologia não é lugar para mulheres”. De acordo com o INEP/MEC, as mulheres representam apenas 15% do corpo discente nos cursos relacionados à computação. Constantemente atacadas por colegas, e até mesmo por professores, as mulheres sofrem preconceito e poucas alunas chegam a concluir o ensino superior na área. Outra pesquisa indica ainda que 79% das alunas dos cursos relacionados à TI desistem já no primeiro ano.

Diante de tantos obstáculos e precisando provar constantemente suas competências, não é de se admirar que elas cheguem ao mercado de trabalho inseguras quanto ao que são capazes de realizar. É nesse cenário que a síndrome do impostor se instaura na carreira. Sem confiar na capacidade que tem, a pessoa acredita ser uma fraude, comumente atribuindo seu sucesso à sorte que teve ou à ajuda que recebeu de outras pessoas.

No caso da pesquisa realizada em 1978, e citada no início do texto, as 150 participantes eram de áreas diversas, detentoras de títulos de doutorado, profissionais ou estudantes reconhecidas pelo bom desempenho acadêmico. Apesar das notas máximas, títulos e prêmios recebidos, essas mulheres não se consideram inteligentes ou capazes. Na verdade, de acordo com o estudo, elas acreditavam que todo o sucesso é fruto do acaso, da sorte ou de algum erro no processo.

A insegurança é fruto de um ambiente social opressor. O primeiro passo para mudarmos esse quadro é empoderar as meninas, devolvendo a elas o protagonismo de suas carreiras e incentivando que comemorem suas vitórias. Pode parecer pouco, mas dar apoio, elogiar bons resultados, dar feedback sobre pontos de melhoria e reconhecer o mérito, são grandes propulsores para fortalecer a confiança de nossas profissionais e isso, reforço, precisa vir da educação de base.

Ações de longo prazo, que reconheçam a desigualdade de gênero e o machismo são indispensáveis. Mas, mais importante ainda, é fortalecermos a sororidade, termo que significa a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo. Precisamos, de maneira urgente, desconstruir a ideia de que mulheres são inimigas. A partir disso, criar redes de apoio e incentivar que as meninas, desde cedo, troquem ideias entre si para que elas se fortaleçam no mercado.

Já existem algumas iniciativas que dão força a essa ideia de rede de apoio, como por exemplo, o programa Meninas Digitais. Um projeto da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) que tem como objetivo acentuar a inclusão e fomento de mulheres na área de tecnologia da informação. Ainda no mercado de TI, existe o Reprograma.com.br, que busca empoderar e ensinar mulheres por meio de conhecimentos de computação e ferramentas de capacitação profissional. É nosso dever participar e dar força aos movimentos que já existem com o fundamento de aumentar a representatividade das mulheres em todos os setores.

Ainda não é possível dizer quando e se seremos capazes de diminuir o preconceito, mas é nosso dever, enquanto sociedade, lutar para criar ambientes de trabalho menos agressivos para com as mulheres. Enquanto recrutadora, espero ver muitas profissionais sendo protagonistas de suas carreiras, assumindo e se orgulhando de suas conquistas. Nos vemos por aí, desbravando as antigas e novas áreas de tecnologia que surgem todos os dias e aumentando a nossa voz como mulheres e ótimas profissionais que sabemos que somos.