Lula Torres deve sair para estadual pelo PSDB

Esta semana, o jornal VANGUARDA dá início a uma série de entrevistas com possíveis candidatos nas eleições deste ano

Wagner Gil

É bem provável que este ano Caruaru tenha um número recorde de candidatos ao cargo de deputado estadual, com o objetivo de ocupar uma das cadeiras na Assembleia Legislativa. Atualmente, dois parlamentares representam Caruaru: Tony Gel (MDB) e Laura Gomes (PSB). Esta semana, VANGUARDA inicia uma série de entrevistas com alguns dos possíveis postulantes, com o objetivo de mostrar o que pensam sobre a atual situação da cidade, do estado e do país. O primeiro será o presidente da Câmara, Lula Torres (PSDB).

Atualmente Lula Torres vem fazendo um trabalho reconhecido à frente do Poder Legislativo Municipal, com destaque para os avanços nas áreas de tecnologia e meio ambiente. É que na sua gestão foi implementado o Sistema SAP e, com isso, não existem mais súmulas de papel. Todo os projetos de lei e as votações são através de sistema eletrônico. “Além disso, trocamos todas as lâmpadas e agora elas são de LED. Isso representa economia e menos degradação ao meio ambiente. Hoje a quantidade de papel utilizada na Câmara é mínima”, afirmou o tucano.

Bastante religioso (é católico), o vereador sempre tem usado algumas referências bíblicas em seus discursos na tribuna da Casa ou quando representa o Poder Legislativo em inaugurações ou em eventos oficiais. Ele é casado com Maria de Fátima Torres, tem dois filhos (Paulinho e Luiz Neto), além de dois netos. “A família é a base de tudo. Quando você tem a presença de Deus dentro do lar, a felicidade é completa”, disse.

Durante a inauguração de uma escola municipal, Lula elogiou o foco da prefeita Raquel Lyra (PSDB) em priorizar a educação como principal instrumento de mudança. “Fico emocionado quando participo de uma inauguração e vejo a alegria e a felicidade nos olhos de pais e mães. Eles sabem que poderão deixar seus filhos em um ambiente confortável, seguro, com merenda e, acima de tudo, com educação de qualidade. Vejo o compromisso de professores e servidores com essa nova fase da educação em nossa cidade”, argumentou.

FALTA DE LIDERANÇA

Segundo o pré-candidato a deputado estadual, atualmente Pernambuco vive um vácuo grande na falta de lideranças no comando do estado. “Não quero aqui fazer críticas diretas à gestão. O país vive momento delicado em relação à economia, mas aqui noto uma falta de pulso em relação à política. Às vezes você não tem o recurso, mas com liderança se consegue, o que não é o caso daqui”, disse Lula Torres.

Ele lembrou ainda que a prefeita Raquel Lyra vem sofrendo com a falta de apoio de políticos com mandato. “Ela não tem um grupo de políticos de sua base com mandato na Assembleia ou na Câmara Federal. Caso seja eleito, vou procurar me reunir com as demais lideranças para trabalhar em prol de Caruaru. Em período de eleição, cada um tem que fazer o seu e defender sua ideologia. Passou a eleição, temos que estar unidos em prol do desenvolvimento da cidade. No momento, a prefeita tem essa dificuldade. Os recursos não chegam”, afirmou.

Recentemente numa reunião extraordinária da Amupe (Associação dos Municípios de Pernambuco), a prefeita cobrou mais de R$ 15 milhões de repasses atrasados do governo de Paulo Câmara. Verbas do FEM (Fundo Especial dos Municípios) e até de manutenção do Samu Regional. (Ler mais Política 4)

Lula Torres disse ainda que outra prioridade será a questão do abastecimento de água. “Vou lutar bastante para que as obras que estão em andamento sejam concluídas e outras possam ser feitas para dar segurança hídrica ao nosso município e ao Agreste de forma geral. Temos um polo forte de confecções, que poderia se desenvolver mais ainda, caso tivesse água em abundância. Atrair outras fontes de geração de emprego e renda, e buscar uma pecuária forte também estão nos meus planos. Caruaru precisa também de investir em tecnologia de ponta e essa vai ser minha meta. Durante a pré-campanha, tenho estudado bastante os problemas de Pernambuco e do Brasil. Minha meta é ouvir as pessoas, lideranças comunitárias e montar um plano de trabalho que atenda as necessidades diretas da população”, finalizou.

Caso Marielle: gravação de vereador e miliciano

Apesar de afirmar ser contrário à ação da milícia, o vereador Marcello Siciliano, do PHS, já conversou com milicianos ao telefone. Gravações feitas pela polícia mostram pelo menos duas conversas telefônicas entre ele e integrantes do grupo criminoso.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo na última terça-feira (8), ele e Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, tramaram a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros na noite de 14 de março. Durante uma coletiva na quarta (9), Siciliano negou participação no crime.

As interceptações foram mostradas na noite deste domingo (13) pelo Fantástico. Na primeira conversa, vereador e miliciano se cumprimentam chamando um ao outro de “irmão”.

Em outra conversa, um homem pede que Siciliano acione o 31º BPM (Recreio).

Homem: “Uns bandidos lá mataram um amigo nosso. Você podia dar um toque no pessoal do 31 pra ficar de olho. Se botar uma blitz ali, vai pegar”.

Siciliano: “Vou mandar botar agora. Na volta eu passo aí. Beijo.”

Homem: “Tá bom. Beijo. Fica com Deus.”

Siciliano: “Te amo, irmão.”

No segundo telefonema, segundo as investigações, o vereador pede ajuda para inaugurar um projeto social na área de milícia:

Siciliano: “O garoto ia começar a fazer o projeto lá hoje. Aí o rapaz falou: ‘Não. Não vai fazer nada, não.”

Homem: “Não, pode ir.”

Siciliano: “Eu posso ir atrá lá da pessoa pra resolver no teu nome?”

Homem: “Pode. Vou te mandar o telefone aqui.”

Por meio de nota, o vereador reafirmou que nunca teve envolvimento com milícias. Disse, também, que já foi investigado mas não chegou a ser indiciado. Ele ainda se colocou à disposição da polícia para quaisquer novos esclarecimentos.

Siciliano foi eleito com 13,5 mil votos – a maioria conseguidos na Zona Oeste da cidade. Ele não responde a nenhum processo criminal.

Orlando Curicica

Ex-chefe de uma milícia e preso desde outubro do ano passado, Orlando Curicica também negou, por meio de carta, qualquer participação no assassinato de Marielle Franco.

Ele foi detido após ser apontado como mandante da morte de um homem que decidiu montar um circo na área controlada por Orlando sem pedir sua autorização.

Em uma ação parecida com a do assassinato da vereadora, dois bandidos dispararam 12 vezes na direção da vítima. Uma mulher que o acompanhava sobreviveu e hoje vive escondida. O grupo de orlando, assim como outros milicianos, também é investigado por grilagem, que é a posse ilegal de terernos.

A Zona oeste é o berço dos milicianos cariocas. São grupos que usam de violência para ameaçar a população e cobrar por serviços irregulares, como transporte, entrega de gás e canais de TV por assinatura. Eles também tomam moradias e terrenos à força.

“Já tivemos casos comprovados em que eles invadiram, tiraram os moradores, expulsaram e depois usaram o imóvel para a venda de terceiros”, disse o promotor de Justiça, Daniel Braz.

Na mesma carta em que negou participação no assassinato de Marielle, Orlando Curicica acusou um delegado da Divisão de Homicídios (DH) de tentar convencê-lo a confessar envolvimento no crime.

“Ele foi visitado pelo delegado titular da DH, doutor Giniton, que fez uma proposta que eu considero uma ameaça, dizendo a ele o seguinte: ‘Ou você assume esse crime ou vou embuchar mais dois homicídios nas suas conta e vou lhe transferir para Mossoró. Se você assumir, eu consigo um perdão judicial”, descreveu o advogado de Orlando, Renato Darlan.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil informou que o delegado Giniton Lopes esteve no presídio para tomar o depoimento de Orlando sobre o assassinato de Marielle, mas ele não quis falar.

Quatro homens

Segundo a versão da testemunha que acusa Orlando e o vereador Siciliano, os dois queriam a morte de Marielle porque ela era uma ameça aos interesses de ambos na Zona Oeste.

Ainda segundo a testemunha, no carro que abordou o veículo onde estava Marielle – além do motorista Anderson Gomes, também assassinado – havia quatro homens: um policial militar da ativa, um ex-PM e atualmente miliciano da Zona Oeste, além de outros dois milicianos.

“São áreas onde a gente sabe que existem disputas territoriais, disputas entre interesses de grilagem. A Marielle não tinha uma disputa eleitoral nas áreas de milícia, mas ela fazia uma ação social de atendimento a essas vítimas da milícia”, explicou o deputado estadual Marcelo Freixo.

O Fantástico apurou que a testemunha forneceu à polícia o número de um celular que teria sido usado pelos assassinos – esse número já vinha sendo investigado.

Mega-Sena acumula; próximo sorteio deve pagar R$ 60 milhões

O Concurso 2.040 da Mega-Sena, com prêmio previsto de R$ 50 milhões, foi sorteado na noite de sábado (12) em Maravilha (SC). Nenhum apostador acertou os seis números sorteados. Confira as dezenas: 06 – 09 – 41– 54 – 56 – 58.

Sessenta e sete ganhadores acertaram a quina e cada um levará prêmio de R$ 52.696,38. Foram 5.680 apostas ganhadoras da quadra e cada uma vai levar R$ 887,99.

O próximo concurso, que será sorteado na quarta-feira (16), tem um prêmio acumulado estimado em R$ 60 milhões. As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) nas lojas lotéricas credenciadas pela Caixa em todo o país.

PT, PP e PSDB são os que mais têm deputados investigados

Um em cada três deputados da atual legislatura (2015-2019) respondia a inquérito ou ação penal até o dia 30 de abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu limitar os casos em que autoridades continuam protegidas pelo foro especial por prerrogativa de função, o foro privilegiado. Neste levantamento exclusivo do Congresso em Foco, vê-se que praticamente metade das bancadas do PP e do PT é acusada de crimes. Nessa situação estão 29 dos 60 petistas e 24 dos 49 deputados do PP.

Já os tucanos vêm a seguir, com 21 de seus 49 nomes sob suspeição. Dono da segunda maior bancada da Câmara, com 50 parlamentares, o MDB tem dez com pendências judiciais. Entre as representações estaduais, nenhuma escapa ilesa. Todas têm pelo menos um representante na lista dos investigados. Em seis unidades federativas, pelo menos metade dos deputados está sob suspeita. No DF e em Mato Grosso esse percentual chega a 75%. Apenas dois de seus oito parlamentares estão livres, no momento, de preocupação com a Justiça.

Nos gráficos abaixo, veja também quais são os crimes mais comuns e a relação de processados por estado. Os dados foram obtidos com registros oficial coletados pela reportagem no site do STF. O trabalho é periodicamente atualizado por este site.

 

Deputado federal Rômulo Gouveia morre em Campina Grande

Morreu na madrugada deste domingo (13), aos 53 anos, o deputado federal Rômulo Gouveia (PSD-PB), que estava em seu segundo mandato consecutivo na Câmara. O parlamentar estava há uma semana internado no município paraibano de Campina Grande, onde teve um infarto fulminante. Filho de José Antônio de Gouveia e Beren­ice de Almeida Gouve­ia, Rômulo era casado com a pedagoga e também ex-deputada Eva Gouveia e deixa quatro filhos.

Segundo sua assessoria de imprensa, Rômulo havia recebido alta de um tratamento de infecção urinária na noite deste sábado (12), mas passou mal e teve de voltar para internação. Com sintomas de infarto, foi levado ao Hospital Antônio Targino e lá faleceu.

Aberto ao público, o velório está previsto para as 12h na Câmara Municipal de Campina Grande. O corpo do deputado será encaminhado à noite para o Cemitério Campo Santo da Paz, no mesmo município, local onde será velado até as 16h de amanhã (segunda, 14), horário do sepultamento.

Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) decretou luto oficial de três dias no estado. “O falecimento de Rômulo Gouveia deixa uma imensa lacuna na política do Estado e enluta os cidadãos e cidadãs de Campina Grande e de toda Paraíba. Nossos sinceros sentimentos”, lamentou em nota o chefe do Executivo local, cujo decreto foi repetido em nível municipal pelo prefeitos Luciano Cartaxo (PV), da capital João Pessoa, e Romero Rodrigues (PSDB), de Campina Grande.

Também por meio de nota (veja abaixo), o líder do PSD na Câmara, Domingos Neto (CE) manifestou sua tristeza com a passagem do colega. “Muito atuante nas causas da saúde, tecnologia e segurança hídrica, o parlamentar sempre se destacou nos corredores do Congresso Nacional pelo empenho em que defendeu o povo da Paraíba”, pontua Domingos.

Alckmin e Serra viram réus por suspeita de pedalada fiscal no governo de São Paulo

Os ex-governadores tucanos de São Paulo Geraldo Alckmin e José Serra se tornaram réus em uma ação civil pública sob acusação de autorizar negociação de dívidas tributárias, operação com risco de causar prejuízos orçamentários ao estado. Como contrapartida pela negociação, explica a reportagem de José Marques e Walter Nunes (Folha de S.Paulo), o governo recebeu dinheiro de endividados, antecipadamente, que seria pago durante vários anos aos cofres públicos.

Para os autores da ação civil, trata-se de uma espécie de pedalada fiscal, como se convencionou chamar o mesmo procedimento que fundamentou o processo de impeachment, em julgamento concluído em 31 de agosto de 2016, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O processo contra Alckmin e Serra foi iniciativa de dois sindicatos paulistas que representam fiscais de renda e procuradores do estado, que pedem, entre outras medidas, o enquadramento dos investigados em improbidade administrativa e a reposição ao erário do valor correspondente ao prejuízo.

Serra governou São Paulo entre 2007 e 2010, enquanto Alckmin estava no cargo desde 2011 até 6 de abril deste ano, quando deixou a função para poder se candidatar à Presidência da República nas eleições de outubro próximo. Antes, ele havia sido governador do maior estado da América do Sul depois da morte do titular, Mário Covas, em março de 2001, reelegendo-se para mais um mandato. Tanto Serra quanto Alckmin são alvos da Operação Lava Jato e acusados de receber propina sob a forma de caixa dois de campanha.

No último dia 13 de março, os ex-governadores do PSDB foram intimidados e, com prazo determinado, têm que apresentar suas defesas à Justiça sob risco de serem julgados à revelia. A ação transcorre na 14ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo desde janeiro passado, mas desde novembro fiscais já vinham denunciando as manobras do governo.

A reportagem da Folha informa ainda que, além dos ex-governadores tucanos, também foram incluídos no processo o secretário da Fazenda do governo paulista, Helcio Tokeshi, ex-secretários e as empresas públicas Companhia Paulista de Securitização (CPSEC) e Companhia Paulista de Parcerias (CPP), além de seus respectivos presidentes.

“O processo diz que os problemas começaram em 2007, quando o governo do estado, ainda sob a gestão Serra, iniciou um programa de parcelamento de dívidas tributárias, como o ICMS, oferecendo vantagens aos devedores. Entre elas, descontos nos juros e nas multas por atrasos. Já no governo Alckmin, para receber antecipadamente o dinheiro dessas dívidas, o governo negociou ‘direitos creditórios’ com a CPSEC. Nessa tratativa, o governo cedia esses créditos com um deságio (redução de preço) de até 50% à CPSEC, que transforma o passivo em debêntures (títulos da dívida). Os títulos eram obtidos por financiadores, que se beneficiam com os seus rendimentos quando a dívida é quitada – segundo a acusação, o governo se torna garantidor dessa dívida, caso haja inadimplência. O governo nega que haja essa garantia”, diz trecho da reportagem, que cita trechos da ação civil pública.

Câmara vota venda direta do pré-sal e tenta concluir análise do cadastro positivo

A um mês da Copa do Mundo, Câmara e Senado ainda estão em marcha lenta em relação à pauta de votações. Sepultada a reforma da Previdência e decretada a intervenção federal no Rio de Janeiro, medida que impede a votação de propostas de emenda à Constituição, deputados e senadores têm se limitado a votar projetos e medidas provisórias não tão polêmicos, por exemplo, quanto a privatização da Eletrobras, que só na última quinta-feira (10) recebeu relatório. Mas o primeiro item da pauta deve gerar confrontos em plenário na esteira da “obstrução política” que a oposição tem posto em campo contra a prisão do ex-presidente Lula e a pauta reformista do governo Michel Temer.

Trata-se da Medida Provisória 811/2017, que altera regras de venda do petróleo da União no âmbito de contratos de partilha. A matéria autoriza a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) a comercializar diretamente a fração de óleo devida à União na exploração da bacia do pré-sal, com base no regime de partilha, válido desde 2010. Antes da edição da MP 811, a legislação que criou a PPSA (Lei 12.304/2010) apenas permitia a contratação de agentes de comercialização para vender a parte do petróleo da União.

Há semanas a proposição está na pauta, mas esbarra na ação oposicionista. O texto original sofreu modificações e, por isso, transformou-se em projeto de lei de conversão de autoria do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE). A nova versão determina que, nos futuros leilões, a União pode optar por receber os valores da venda em dinheiro correspondente à quantidade de petróleo a que tem direito. Em relação aos contratos já firmados, o Ministério de Minas e Energia tem a opção de incluir aditivo contratual com tal alteração.

Seja qual for a escolha de venda, o preço do barril de petróleo será o valor de referência fixado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com base na data de produção. Tal preço poderá ser alterado uma vez comprovada vantagem no caso da comercialização de gás.

Cadastro positivo

Deputados também devem concluir, segundo acordo costurado na última semana, a votação do chamado cadastro positivo. Já foi aprovado em plenário, na última quarta-feira (9), o texto principal do Projeto de Lei Complementar (PLP) 441/2017, que torna obrigatória a participação de todos os consumidores em uma lista nacional de bons pagadores. A espinha dorsal da matéria foi aprovada por 273 votos a 150, com registro de obstrução de 16 nomes.

De interesse do governo, pois embute medida auxiliar na política de juros do Banco Central, o cadastro positivo já existe (Lei 12.414/11), mas é optativo. Com a obrigatoriedade proposta pelo projeto, gestores de bancos de dados em todo o país terão acesso irrestrito a informações sobre empréstimos quitados e compromissos de pagamento em dia. Defensores da inclusão obrigatória no cadastro alegam que a providência auxiliará na redução dos juros finais ao consumidor. Por outro lado, deputados contra o projeto defendiam que o livre acesso às informações se volta para os interesses do mercado e ampliará o risco de vazamento de informações, configurando-se violação de sigilo, entre outras implicações.

Itamaraty vai pedir acesso a documentos da CIA sobre ditadura militar

O Ministério das Relações Exteriores vai pedir ao governo dos Estados Unidos a liberação dos documentos produzidos pela Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) sobre a ditadura civil-militar no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, instruiu a embaixada brasileira em Washington, nos EUA, a solicitar a liberação completa dos registros sobre esse tema.

A medida é em resposta à solicitação do Instituto Vladimir Herzog, que enviou uma carta na última sexta-feira (11) ao Itamaraty pedindo que o governo federal a liberação dos documentos que registram a participação de agentes do Estado brasileiro em ações de tortura ou assassinato de opositores do regime.

Brasília - O ministro Aloysio Nunes Ferreira, das Relações Exteriores, na abertura do 1º Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica (José Cruz/Agência Brasil)
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, instruiu a embaixada brasileira em Washington, nos EUA, a solicitar a liberação completa dos registros – José Cruz/Arquivo Agência Brasil

A carta é assinada por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura. Na época, o Exército divulgou a versão de que o jornalista teria cometido suicídio na prisão.

Documentos que vieram a público, na semana passada, mostram novos fatos sobre a participação do Estado na execução e tortura de opositores da ditadura. De acordo com registros da CIA, os generais Ernesto Geisel, presidente do Brasil à época, e João Figueiredo, então diretor do Serviço Nacional de Informações (SNI), e que assumiu a Presidência da República depois de Geisel, sabiam e concordaram com execução sumária de “inimigos” da ditadura militar no Brasil.

Também participaram da reunião em que Geisel foi informado da política de execução, os generais Milton Tavares de Souza, então comandante do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e seu sucessor, Confúcio Avelino.

Datado de 11 de abril de 1974, o documento, assinado pelo então diretor da CIA, Willian Colby, e endereçado ao então secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, diz que Geisel foi informado, logo após assumir a Presidência da morte de 104 pessoas opositoras da ditadura no ano anterior.

O informe relata ainda que após ser informado, Geisel manteve a autorização para execuções sumárias, adotada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Geisel teria feito a ressalva de que os assassinatos só ocorressem em “casos excepcionais” e envolvendo “subversivos perigosos”.

“O senhor, assim como nossa família, sabe o que foi o terror e a violência promovida pela Ditadura Brasileira. Uma nação precisa conhecer a sua história oficialmente para ter políticas públicas que previnam que os erros do passado se repitam”, diz a carta assinada pelo filho de Herzog e dirigida ao ministro Aloysio Nunes.

Selic deve ter última redução deste ciclo nesta semana

Com a inflação baixa, o mercado financeiro espera pelo último corte na taxa básica de juros (Selic) no atual ciclo de redução, na próxima quarta-feira (16). A terceira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), começa na terça-feira (15) e segue até o dia seguinte, quando será anunciada a taxa Selic.

Em março, o Copom reduziu a Selic pela décima segunda vez seguida, de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Na última reunião do Copom, o BC sinalizou que faria mais uma redução da Selic em maio e encerraria os cortes na taxa. O economista sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, acredita que a taxa Selic terá mais um corte de 0,25 ponto percentual, nesta reunião, como indicado pelo BC em março. “Continuamos com a expectativa de mais uma queda de 0,25 ponto percentual, que vai ser a última, nesse nosso cenário. A situação ainda é confortável do ponto de vista da inflação”, disse Campos.

Campos citou que o índice de inflação está em patamar baixo, com recuos disseminados entre os setores e “desaceleração forte” no segmento de serviços. “Além disso, as expectativas continuam bem ancoradas, inclusive abaixo das metas, tanto para este ano, como para 2019. Isso dá condições para que o Banco Central confirme a sinalização que tinha dado na reunião passada de que promoveria mais um corte na reunião de maio”, acrescentou.

Ao definir a taxa Selic, o BC está mirando na meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. De acordo com pesquisa do BC a instituições financeiras, a inflação deve fechar 2018 em 3,49% e 2019 em 4,03%.

Na última quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 0,92% no resultado acumulado de janeiro a abril, a menor taxa para o período desde a implantação do Plano Real, em 1994.

‘Nossa Avenida’ terá ações voltadas para o Dia da Abolição da Escravatura neste domingo

nossa avenida

Neste domingo (13), em que se marca o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, a ciclofaixa da Avenida Agamenon Magalhães, em Caruaru, terá uma intervenção especial sobre o tema, como parte da programação das ações do projeto ‘Nossa Avenida’, da Prefeitura Municipal. O espaço de lazer receberá atividades culturais com apresentações de grupos de capoeira, maculelê, e a distribuição de panfletos para conscientizar as pessoas da disseminação da data como sendo o ‘Dia Nacional de Denúncia e Luta Contra o Racismo’. Essas ações irão acontecer das 16h às 18h.

A programação também prevê oficinas gratuitas de desenho, pintura e brincadeiras regionais para a criançada, das 08h às 12h e entre 14h e 17h. Para as mamães homenageadas nesse domingo pelo dia delas, e toda a família, terá aulão de ritmos, Zumba, ginástica, alongamento e aquecimento, das 08h às 09h. Vai ter também apresentação e aulão de capoeira para quem quiser aprender um pouco do gingado baiano, das 09h às 11h.

Na parte da tarde serão realizadas as oficinas de rap e break para a juventude, das 16h às 18h. Durante o horário de funcionamento da ciclofaixa, que vai das 07h às 19h, as equipes de abordagem social estarão circulando pela avenida. Elas estarão orientando frequentadores e comerciantes quanto ao enfrentamento às situações de violência e violação dos direitos das crianças e adolescentes, como a proibição da venda de bebidas alcóolicas para menores de 18 anos.