Assaltantes levam 391 armas de fogo do Fórum de Diadema em SP

Um total de 391 armas de fogo foram roubadas do Fórum de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, na noite de ontem (17), informou a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP). Ninguém ficou ferido no roubo na ação que teve início por volta das 19h, quando criminosos armados renderam três vigilantes que faziam a segurança do local.

Além das armas, os assaltantes levaram dois cadeados, três radiocomunicadores e dois coletes balísticos que estavam sendo usados pelas vítimas. Os seguranças ficaram presos até o fim da ação e, após o roubo, conseguiram ligar para o 190 e denunciaram o crime. De acordo com a SSP, a Polícia Militar reforçou o policiamento na região do fórum.

Três cadeados rompidos, onze lacres e três toucas ninja foram apreendidos no prédio, que foi periciado pelo Instituto de Criminalística (IC). O caso foi registrado no 1° Distrito Policial de Diadema, que vai instaurar o inquérito para apurar o roubo. Para ajudar nas investigações, policiais estão em busca de possíveis imagens de câmeras de segurança.

Entre as armas de fogo levadas estão 294 revólveres, 87 pistolas, três submetralhadoras, três garruchas, um fuzil, uma espingarda, uma carabina e um pistolete.

Ministro português convoca reunião para tratar de incêndio

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural de Portugal, Capoulas Santos, convocou uma reunião interna para avaliar as medidas de apoio à região atingida pelo incêndio em Pedrógão Grande, distrito de Leiria. O incêndio florestal de grandes proporções teve início na tarde desse sábado (17) e já há mais de 60 mortes.

“Capoulas Santos esteve hoje no terreno, acompanhado pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, e convocou uma reunião interna para analisar a situação e abordar possíveis medidas de apoio, bem como a respectiva implementação, tendo em conta a evolução dos acontecimentos”, segunda nota do ministério, sem especificar, no entanto, a data do encontro.

De acordo com o comunicado, o ministro manifestou pesar pela tragédia. “O ministro lamenta profundamente as mortes dos cidadãos na sequência do incêndio e manifesta total solidariedade para com as famílias enlutadas, municípios afetados por esta catástrofe e os bombeiros que combatem as chamas”.

No início da tarde de hoje (final da tarde em Portugal), o combate às chamas mobilizava mais de 830 agentes, 260 veículos e dez meios aéreos. O governo português chegou a divulgar que 62 pessoas haviam morrido, mas o número foi atualizado pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Até o momento, são 61 mortos.

Alemanha oferece ajuda

O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier afirmou hoje em uma mensagem enviada ao chefe de Estado português que a Alemanha partilha o luto de Portugal pelas vítimas do incêndio no distrito de Leiria e já colocou o seu apoio à disposição.

“Nós alemães partilhamos o luto perante esta terrível catástrofe, partilhamos a dor dos familiares e amigos das vítimas, bem como de todas as portuguesas e portugueses”, completou Steinmeier.

Cronograma da LDO prevê votação do texto somente em agosto

A votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2018 ficará para o mês de agosto. O cronograma, proposto pelo relator da LDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), prevê a apresentação de seu relatório no dia 8 de agosto com previsão de votação na comissão no dia 15 do mesmo mês.

Caso o cronograma seja aprovado, a data inviabiliza o recesso parlamentar de 18 a 31 de julho. A Constituição Federal determina que o Congresso Nacional não pode parar as atividades enquanto não aprovar o texto da nova LDO. Para que seja colocado em prática, o cronograma precisa do aval do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Apesar da legislação impedir a suspensão das atividades sem a aprovação da LDO, os deputados podem aprovar um requerimento autorizando o chamado “recesso branco” nas duas últimas semanas de julho. A medida tem sido adotada nos últimos anos, quando o Parlamento também deixou de votar o projeto de lei. Neste caso, a praxe tem sido não marcar nenhuma votação no período, o que libera os parlamentares para as férias extraoficiais.

Enviada pelo governo ao Congresso em abril, a tramitação da LDO sofreu atraso por causa da demora da CMO na definição dos cargos de presidente, vice-presidente e relatores dos projetos. Por conta disso, a comissão ainda não realizou nenhuma reunião deliberativa neste ano.

LDO

A LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte, orienta a elaboração da lei orçamentária anual e fixa limites para os orçamentos dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público.

O texto encaminhado pelo governo prevê o aumento do salário mínimo de R$ 937 para R$ 979 em 2018 e aumentou a meta de déficit primário para o ano que vem, de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões. Os números não consideram uma eventual aprovação da reforma da Previdência. Além de Marcus Pestana, também são relatores da proposta orçamentária o deputado Cacá Leão (PP-BA), relator-geral do projeto orçamentário de 2018, e o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), relator da receita do mesmo projeto.

TSE lança campanha nas redes sociais para acabar com mitos eleitorais

Com o objetivo de esclarecer questões sobre o processo de votação, opções de voto e o resultado de uma eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lança neste domingo (18) em suas redes sociais a campanha Mitos Eleitorais. O primeiro tema a ser abordado na fanpage, no Facebook e no perfil do tribunal no Twitter será “Votar nulo anula uma eleição?”.

A ideia da campanha, que será veiculada este mês e em julho, é desmistificar alguns temas e esclarecer o eleitor brasileiro. Para isso, foram criados nove vídeos de curta duração, animados, com infográficos para as redes sociais.

Os demais temas da campanha são “Voto em branco vai para quem está ganhando?”, “Voto em branco é igual a voto nulo?”, “É eleito sempre o candidato que possui mais votos?”, “Quem não votou na última eleição não pode votar na próxima?”, “Depois da eleição é possível saber em quem o eleitor votou?”, “Quem é convocado para ser mesário, será convocado sempre?”, “Ninguém pode ser preso no dia da eleição?” e “O eleitor pode votar usando a camiseta do seu partido?”.

No Twitter do tribunal, o eleitor também pode participar de um jogo para testar seus conhecimentos

Parada do Orgulho LGBT lota Avenida Paulista e defende Estado laico

Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo - Quase 20 trios elétricos animam o público da 21 Parada do Orgulho LGBT, na Avenida Paulista (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Quase 20 trios elétricos animam o público da 21ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida PaulistaRovena Rosa/Agência Brasil

A Avenida Paulista foi tomada na tarde deste domingo (18) por milhares de pessoas que acompanham a 21ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros). Com o tema “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todas e todos por um Estado laico” , o evento começou por volta das 13h sob o comando da drag queen Tchaka, que do alto do primeiro trio elétrico convidou o público a fazer a contagem regressiva para o início da manifestação.

Em seguida a presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Claudia Regina dos Santos Garcia, falou sobre a importância do tema da parada deste ano. “Todos vocês têm direito de voltar para casa sem enfrentar a homofobia, sem enfrentar desrespeito e nem agressão. Nada pode afetar o nosso direito de amar, o nosso direito de ser quem somos”, disse.

Vestida de branco, a apresentadora e modelo Fernanda Lima, madrinha da parada este ano, disse estar feliz por representar a comunidade LGBT. “O Estado é laico. A religião é uma opção individual de cada cidadão e não tem nada a ver com o direito civil, com o direito da sociedade como um todo. Vamos ser livres, sejam o que quiserem, desde que estejam dentro da lei”, disse, entusiasmada.

As cantoras Daniela Mercury, Anitta, Lorena Simpson e Naiara Azevedo estão entre as principais atrações do evento este ano. A parada tem 19 trios elétricos patrocinados por instituições e empresas que apoiam o movimento LGBT.

O percurso, de aproximadamente 3,5 km, segue da Avenida Paulista em direção à Rua da Consolação. O show de encerramento será no Vale do Anhangabaú, com a cantora Tâmara Angel.

Segundo os organizadores, 3 milhões de pessoas participam do evento. Até às 15h, a Polícia Militar não havia divulgado o número de participantes. A PM também informou que ainda não registrou nenhuma ocorrência.

Petrolina receberá investimento de R$ 5 milhões para obras de esgotamento sanitário

O governador Paulo Câmara assina, nesta segunda-feira (19.06), em Petrolina, a autorização de abertura da licitação para a 2ª etapa da ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) do município. As obras, que vão receber um investimento de cerca de R$ 5 milhões, irão contemplar ações na Bacia do Jatobá, com a implantação de rede coletora de esgoto no bairro de Jatobá. Ao todo, cinco mil pessoas serão beneficiadas com a intervenção, que será executada em 18 meses, a partir da Ordem de Serviço.

O edital de licitação da SES de Petrolina estará aberto a propostas até o próximo dia 12 de julho. Também consta do convênio, a urbanização (pavimentação) da nova Estação de Tratamento de Esgoto da cidade, a ETE Centro.

Reforma do IML e entrega 20 viaturas

Ainda em Petrolina, o governador Paulo Câmara assina a ordem de serviço para a reforma e ampliação do Instituto de Medicina Legal (IML) da cidade, que atenderá todo o Sertão do São Francisco. No total, serão investidos R$ 2,8 milhões na unidade, sendo R$ 1,3 milhão em obras e R$ 1,5 milhão em equipamentos.

Entre os equipamentos, serão adquiridos aparelhos de raio-x, câmaras frias, mesas de necropsia e viaturas. A intervenção irá melhorar o serviço prestado e as condições de trabalho para os 50 profissionais que atuam no órgão, entre médicos legistas, auxiliares de legista e servidores administrativos.

Em seguida, o chefe do executivo estadual entregará 20 viaturas para auxílio nas rondas ostensivas pelas ruas da cidade. Os veículos são do modelo Hilux 4×2 e fazem parte do Plano de Segurança do Estado, que está renovando toda a frota da corporação.

15ª Caminhada do Cuscuz leva multidão à Vila do Rangel

Milhares de forrozeiros participaram neste domingo (18) de um dos mais tradicionais eventos juninos de Riacho das Almas. A Caminhada do Cuscuz, que em 2017 chegou à sua 15ª edição, atraiu muita gente que caminhou da sede do município sentido Vila do Rangel com muita animação. O percurso foi puxado pela Banda Rei do Cangaço, que realizou seu show em cima de um trio elétrico. A caminhada começou às 10h.

Na Vila do Rangel uma grande estrutura montada pela Prefeitura de Riacho das Almas esperava os forrozeiros. Estacionamento, segurança com efetivo ostensivo da Polícia Militar, além do apoio de seguranças contratados pela Prefeitura para este fim garantiram a tranquilidade das pessoas que participaram da festa.

Além disso, a Secretaria de Saúde disponibilizou uma ambulância e profissionais para atendimento médico, bem como bombeiros civis e socorrista para o caso de emergências. A Secretaria de Assistência Social também marcou presença no evento por meio do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). O órgão realizou um grande adesivaço para conscientizar a comunidade em relação à prevenção ao trabalho infantil.

 

No palco montado na quadra da comunidade, se apresentaram as bandas Calango Aceso e Forró Quentão. A chuva que começou a cair no início da tarde na comunidade não atrapalhou a festa, e ajudou a animar os forrozeiros. “A nossa caminhada mais uma vez foi um grande sucesso. Esse evento já consolidado aqui em Riacho das Almas chega à 15ª edição mostrando toda a sua força e tradição”, ressaltou o Prefeito Mário Mota.

Pátio teve homenagem a Jackson do Pandeiro e forró romântico

Qem veio ao Pátio do Forró neste domingo (18) fez um passeio pelas músicas nordestinas. Quatro atrações subiram ao palco e levaram para o público clássicos do forró tradicional e do estilo romântico.

Novinho da Paraíba abriu a noite com sucessos consagrados de diversos compositores nordestinos. “Cantar é um Caruaru acende o coração de qualquer músico. Como é importante estar nesta festa e continuar a nossa cultura nordestina”, comenta.

Com repertório em homenagem a Jackson do Padeiro, a segunda atração da noite, Silvério Pessoa, fez um show especial com a participação de Biliu de Campina. “Estou muito feliz. É o meu segundo show este ano. Estive em Terra Vermelha e me emocionei muito com resgate que Caruaru está fazendo da nossa cultura. Foi lindo ver aquele cenário onde tudo começou”, disse em entrevista coletiva.

“A nossa cultura é viva. Fico feliz com a renovação. Meus filhos estão em um projeto, com repertório deles. O forró vai se fortalecendo e passando para as novas gerações. É um prazer imenso deixar isso como herança para eles”, disse Nando Cordel, terceiro show da noite. A Banda Tribo Cordel, formada pelos filhos de Nando, fez participação no show e cantou a música “Delícia”.

A última atração da noite foi a banda de forró estilizado Gatinha Manhosa. “Vim hoje representar meu irmão que não pôde estar por motivos médicos. É um orgulho pisar duas vezes no palco do Maior São João do Mundo”, disse Batista Lima, que já havia feito seu show solo na semana passada.

Alto do Moura – Ruas lotadas de turistas que vieram ao Alto do Moura em busca de muito arrasta-pé, comida de qualidade e também para explorar a cultura do barro. Este é o cenário que marca o terceiro final de semana de festa em que os visitantes se dizem satisfeitos com a programação e a infraestrutura do local. “Desde que começou a festa venho a Caruaru e dou a largada aqui no Alto do Moura. Estou impressionada com a limpeza das ruas, a segurança e com a programação”, destacou Marla Eliotério, de Recife.

“A melhor coisa do mundo é poder se divertir sem a preocupação de está correndo riscos e melhor ainda poder trazer os seus filhos. Me sinto seguro no São João do Alto do Moura. Vim ontem e hoje e até o momento não vi uma confusão. Posso tomar minha cerveja e ao mesmo tempo me divertir com as minhas crianças e minha esposa. A prefeitura de Caruaru está de parabéns”, ressaltou o empresário de Gravatá, Carlos Sobral. Além de dançar forró, os turistas também exploram a história do barro.

A Casa Museu Mestre Vitalino e o Memorial Mestre Galdinho oferecem tanto informações sobre a arte do barro, como também garantem que o visitante leve um lembrança do Maior Centro de Artes Figurativas das Américas. “Vou levando vários bonequinhos de barro para presentear a família inteira. É incrível como os artesãos se prendem aos detalhes. Vale a pena conhecer o Alto do Moura! Esse lugar é encantador!”, disse Maria do Rosário Brandão, de Duque de Caxias – RJ. Para completar o grande arraiá, a Banda de Pífano Cultural de Caruaru, Derso Luiz e Banda, além de Casca e Nó se apresentaram no palco do Polo Mestre Vitalino.

De férias no Brasil, Jackeline Mileya veio da Flórida – EUA – prestigiar o São João de Caruaru. “17 anos sem vir a minha terra e estando em solo brasileiro não tem como não curtir o Maior e Melhor São João Cultural do Mundo”, assegurou. Ainda se apresentaram, Heleno dos 8 Baixos que trouxe um repertório abarrotado de forró tradicional fazendo os apaixonados dançarem agarradinhos. E o cantor Renan Cruz encerrou a festa.

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Confiança do Agronegócio cede 3,9 pontos no 1º trimestre

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), medido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), caiu 3,9 pontos no 1º trimestre deste ano em relação ao 4ª trimestre de 2016, ficando em 100,5 pontos. Na comparação com o 1º trimestre de 2016, o índice é 17,9 pontos superior, o que mostra que a mudança no patamar de confiança em relação ao ano anterior se mantém.

Apesar da oscilação para baixo do ICAgro no trimestre analisado, os produtores e empresas que compõem o agronegócio mantiveram-se na faixa acima de 100 pontos. De acordo com a metodologia do estudo, pontuação acima de 100 pontos corresponde a otimismo e resultados abaixo disso indicam baixo grau de confiança.

Ainda que tenha ocorrido uma queda no índice geral, as indústrias de insumos mantiveram-se em um patamar elevado de confiança, em 109,4 pontos. “O resultado positivo advém de uma safra recorde de grãos, que tende a elevar a demanda deste segmento, como foi possível observar nos resultados de entregas de fertilizantes, bem como nas vendas de máquinas agrícolas, em recuperação em relação aos anos anteriores”, aponta Antonio Carlos Costa, gerente do Deagro da Fiesp. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a março deste ano foram vendidos, no mercado brasileiro, 9,5 mil tratores de rodas, cultivadores e colhedeiras, um crescimento de 45% sobre o mesmo período do ano passado.

Para a indústria Depois da Porteira, em especial as de “Alimentos”, a queda no 1º trimestre deste ano em relação ao 4º trimestre de 2016 foi de 2,6 pontos, para 102,0 pontos, mantendo o patamar otimista. A percepção dessas empresas sobre a economia brasileira melhorou no período avaliado, mas houve uma relativa perda de otimismo com as condições do negócio. O sentimento é reforçado pelos dados de vendas no varejo de alimentos e bebidas divulgados pelo IBGE, que registrou recuo de 3,1% no mesmo trimestre pesquisado.

O índice do Produtor Agropecuário também recuou no fechamento do 1º trimestre – queda de 7 pontos, para 95,5 pontos. Esse cenário foi impactado especialmente pelo Produtor Agrícola, que ficou em 97,5 pontos, 8,2 pontos abaixo do último trimestre de 2016. Apesar da constatação de uma preocupação muito menor que o usual do produtor em relação ao clima e das ótimas avaliações quanto à produtividade, o resultado foi fortemente afetado pela queda nos preços dos principais produtos agrícolas.

A percepção é que o período de alta nas cotações de soja, milho, açúcar e etanol – cujos picos foram registrados de maio a novembro do ano passado – ficou para trás. Os preços da laranja, ainda em alta, e do café, relativamente estáveis, são as exceções.

Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, aponta que “o resultado deste início de 2017 poderia ser pior, não fosse o excelente desempenho das safras de soja e milho, que apresentam ganhos de produtividade de 16,3% e 28,8%, respectivamente, em relação à safra anterior, segundo a Conab”. A liderança cooperativista esclarece, ainda, que o indicador de produtividade atingiu o valor mais elevado da série histórica, ajudando a segurar uma queda mais acentuada no otimismo dos produtores agrícolas.

Por fim, o índice de Confiança do Produtor Pecuário fechou em 89,5 pontos, 3,7 pontos abaixo do 4º trimestre do ano passado. Assim como ocorreu com os produtores agrícolas, os preços estão entre os aspectos sobre os quais a percepção dos criadores mais piorou. Entre dezembro de 2016 e março deste ano, as cotações do boi caíram 4% – a queda acumulada em doze meses é de 8%. Esses números explicam a desconfiança dos pecuaristas de corte. No caso do leite, os preços neste ano subiram 4% de dezembro do ano passado a março deste ano. Ainda assim, estão quase 20% abaixo do pico registrado em agosto de 2016.

Segundo o Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, “o nível de otimismo está em linha com os dados divulgados na última semana pelo IBGE, que apontou um crescimento de 13,4% do PIB da agropecuária no primeiro trimestre de 2017. Ainda que ocorram oscilações naturais de humor fica evidente a competência e a capacidade do agronegócio em gerar bons resultados para a economia e a sociedade brasileira, tão necessários para impulsionar a retomada do crescimento e a geração de empregos”.

ARTIGO — O Brasil de costas para sua indústria

Germano Rigotto

A indústria sempre teve um papel decisivo nos ciclos econômicos mundiais, seja nos movimentos de crescimento ou de recessão. Esse dado é perceptível na história de países de todas as dimensões e continentes. Quando o vetor de uma nação é de decréscimo, normalmente sua indústria tem sérios problemas. O inverso também é verdadeiro. Quando o país está bem, o setor secundário está puxando a frente.

Não é diferente do que vemos, agora, no Brasil, embora as causas não sejam apenas atuais. Faz tempo que a área reclama por uma visão estratégica dos governos, calcada numa política nacional duradoura para a indústria, bem como de medidas que protejam a competitividade imediata dos produtos brasileiros. Não raras vezes, nossas empresas são lesadas por práticas desleais de comércio internacional, sem uma reação proporcional das nossas representações. Nas últimas décadas, em governos de todas as matizes, não fomos bem em nenhuma das duas dimensões, isto é, nem na visão de longo prazo, tampouco no combate conjuntural.

Veja-se, por exemplo, a situação do setor de bens de capital, a chamada indústria de fazer indústria. A cadeia em questão amargou uma queda de quase 50% no faturamento em comparação a 2013. No mercado interno, a baixa chega a 60% das receitas no mesmo período. As consequências não podiam ser outras: Desemprego, queda de renda do trabalhador, parques industriais desativados, venda de empresas para grandes grupos internacionais, perda de competitividade, deficiência nas exportações e um sem-número de outros danos diretos e indiretos. Como já se disse, a indústria é uma espécie de motor do PIB.

Impressiona, porém, que, mesmo com a série histórica e com as consequências explícitas na atualidade, erros semelhantes continuem ocorrendo. Na segunda quinzena de fevereiro, o governo mudou as regras da política de Conteúdo Local, reduzindo em 50%, em média, a exigência mínima de equipamentos e serviços produzidos no país para licitação de exploração de petróleo e gás. Isso abre portas para que o mesmo viés se repita em outras áreas. Na prática, afeta diretamente milhares de empresas nacionais e satisfaz meia dúzia de petroleiras, dentre as quais a Petrobras.

Claro que a proteção da indústria local precisa ser graduada dentro da dinâmica do livre mercado, afastada a nociva superproteção. Mas não deve ser demonizada. Nossa aposta estratégica apenas em commodities é inconsistente, pois tem pouca capacidade de agregação de valor.

Países como Noruega, Estados Unidos, Reino Unido e Arábia Saudita adotam a política de Conteúdo Local, enquanto Venezuela, Nigéria, Angola e Iêmen não adotam. Essa lista deixa claro em qual grupo deve estar nossa inspiração. Outro exemplo: O Japão protegeu sua indústria de automóveis por mais de quatro décadas, a ponto de a Toyota bater a GM. Ora, quem poderá dizer que foi uma decisão equivocada dos japoneses?

Cito outro sinal de desprestígio para a indústria brasileira: A equipe econômica estaria disposta a mudar o cálculo da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), utilizada pelo BNDES para financiar investimentos. A intenção maior seria reduzir a diferença entre SELIC e TJLP, o que é meritório, mas isso pode ocorrer por meio da desaceleração da taxa básica. Assim, num futuro breve, o Tesouro ficaria desobrigado de subsidiar operações do BNDES. O que não pode é ocorrer por meio da inibição direta dos investimentos de longo prazo, sinônimo de tirar o pouco oxigênio que ainda resta no mercado. O efeito imediato será a progressiva substituição da produção local e, mediato, o aumento ainda maior do desemprego.

Estamos tratando, portanto, da assimetria entre produzir aqui ou produzir no exterior. Simples assim. Pragmático assim. A sustentabilidade do setor secundário passa pela abordagem adequada de temas como Conteúdo Local, política industrial, juros civilizados, investimentos e, sim, ajuste fiscal. Vejam: Todas as pautas se confundem com a sustentabilidade do próprio país. E não há um Brasil próspero com uma indústria fraca. Assim como não haverá saída da crise sem o potencial deste setor. É hora de o governo demonstrar, na prática, que tem a clara dimensão do que significa a indústria brasileira.