O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta (1º), que solicitou aos órgãos responsáveis a viabilização de recursos e a edição de medida provisória para proporcionar à Prefeitura de Maceió condições de atendimento “aos moradores mais necessitados”, diante do risco de colapso em uma mina da Braskem na capital alagoana.
Nas redes, Lira definiu a conjuntura em Maceió como uma “grave crise ambiental, humana e estrutural”. Dessa forma necessita de “amparo urgente” por parte do governo federal.
Em outra publicação, o deputado alegou ter entrado em contato com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, solicitando o acompanhamento das “graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem, em Maceió” por parte da Defesa Civil.
“Precisamos estar todos unidos nesse momento e buscar todos os meios para evitar danos maiores. Maceió e sua população sempre vêm em primeiro lugar, e estarei sempre ao lado deles”, escreveu Lira no X (antigo Twitter).
Outro pedido
O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) também alega ter enviado um pedido a Alckimin , que o governo federal faça um aporte financeiro emergencial para o município. Cunha disse que não há nesse aporte valor ou formato definidos e que tem como objetivo é solucionar o déficit habitacional calculado de 20 mil pessoas na região afetada pela crise.
Cunha ainda declara que o repasse aos moradores atingidos pode ser aos moldes de um auxílio emergencial. No entanto, o senador frisa que o intuito não é remover a responsabilidade da Braskem no caso.
Colapso iminente
A Defesa Civil alagoana emitiu um alerta para a instabilidade em uma das minas da Braskem e aponta que o risco de colapso é iminente. O Hospital Sanatório, no bairro Pinheiro, que é vizinho ao Mutange, um dos cinco bairros afetados, foi evacuado na noite desta quarta (29) pelo risco de afundamento de terra de uma destas minas de extração de sal-gema.
O órgão em nota publicada nesta sexta-feira (1º/12), afirmou que o solo ao redor da mina 18 da Braskem, que está em risco de colapso eminente, está afundando em uma velocidade de 2,6 centímetros por hora. Ainda de acordo com a nota, o deslocamento vertical acumulado na área afetada é de 1,42m. “A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo, análises sísmicas”, ressaltou a Defesa Civil.
O bairro Mutange foi esvaziado, porém cerca de 23 residências permanecem ocupadas, pois a população não teria sido incluída na lista de indenizações e, assim, se recusa a deixar suas casas.
Em nota, a empresa admite que os tremores e afundamento de solo foram causados pela atividade: “A Braskem informa que, em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na Área de Resguardo. Tais registros estão concentrados em um local específico, dentro das áreas de serviço da companhia, nas proximidades da Av. Major Cícero de Goes Monteiro”.
“A área, que já estava com algumas atividades paralisadas para evitar interferência na coleta de dados, foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Essa é uma medida preventiva enquanto se aprofunda a compreensão da ocorrência. A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com a Defesa Civil Municipal”, finaliza o comunicado.